Do Blog Fim da Linha
Outro homicÃdio foi registrado em Mossoró. É o de número 66 só este ano no municÃpio.
Foi nesta sexta-feira (23), por volta das 16h30, na Rua Francisco Romualdo, no Bairro Boa Vista. A vÃtima é o sargento da reserva da PolÃcia Militar, Luiz Valdécio Faustino.
Segundo informações de peritos do Instituto Técnico e Cientifico de PolÃcia do RN (ITEP/RN), ele sofreu disparos de pistola 380. Foram cerca de cinco projéteis.
De acordo com informações de testemunhas, a vÃtima trafegava em sua moto quando foi interceptada por uma dupla noutra motocicleta, Pop (Honda). Os bandidos tentaram roubar o veÃculo do militar, que reagiu, mas acabou fuzilado.
Uma versão aponta que Luiz Valdécio Faustino foi baleado e caiu com a moto. Os marginais aproximaram-se dele e efetuaram outros disparos em sua cabeça, caracterizando a execução.
Em seguida, eles saÃram em disparada, sem levar a moto da vÃtima.
Acompanhe o Blog Carlos Santos pelo Twitter clicando AQUI e o Instagram clicando AQUI.
Crime com requinte de crueldade. Que Deus traga conforto à famÃlia de Luiz Valdécio Faustino, Sargento da Reserva da PM, gloriosa Corporação à qual não é dada o seu devido valor, independentemente de se estar na ativa, ou não.
Nossas Culpas
Vivemos assustados. Clamamos pela tolerância zero como forma de inibir a delinqüência. Gradeamos as nossas casas e mantemos nossos filhos presos aos jogos televisivos.
Perdemos o direito de ir e vir.
Pagamos o preço da substituição da fraternidade pelo egoÃsmo.
Trocamos o bom gosto pelo exibicionismo, a beleza pela utilidade, a cultura pela riqueza. Só nos interessa o triunfo do materialismo e da ciência. Nos importamos muito pouco com a religião e a arte. Arte que desintegramos em manias e maneirismos.
Buscamos a riqueza pela riqueza e nos esquecemos que a riqueza vem e a paz se vai. O corpo prospera mas a alma decai. Porque a riqueza pela riqueza equivale a perda da honra, do senso de beleza. Nos transformamos em amontoadores de coisas, nos ocupamos primordialmente em transferir dinheiro alheio para o nosso bolso.
Vivemos assustados. Clamamos pela tolerância zero.
Pregamos ética, mas só praticamos a ética que nos é conveniente.
Condenamos o egoÃsmo alheio e nos esquecemos de que a amizade suplanta a filosofia, e as crianças nos tocam a alma com a música mais profunda que todas as sinfonias.
Um dia descobriremos que os homens não são máquinas.
E neste dia, não mais viveremos assustados, não mais clamaremos por tolerância zero. E transformaremos as grades de nossas casas em balanços onde as crianças risonhas sentirão a brisa da tarde num parque de diversão, livres de qualquer medo. E prezaremos mais o aperfeiçoamento da vida do que a vitória na vida.
Se hoje as nossas cidades já não possuem alma, amanhã seremos nós que também não mais teremos alma.
Troquemos a nossa montanha de egoÃsmo, a nossa fraternidade de vitrine, por um grão de humildade, por um pingo de amor ao próximo.
Já é hora de começarmos a reconciliação maior, única maneira de acabarmos com a violência.
E esta reconciliação plena começa dentro de nós mesmos.
Inácio Augusto de Almeida