“Merda!”
Seu Luiz Ferreira é aquele sertanejo típico. E, uma de suas marcas pessoais, é soltar a interjeição “merda” em suas conversas, que tanto serve para expressar alegria como reprovação a algo.
Dix-septiense da gema, trabalhador, sem meias-verdades, ele passa por fase de preocupações: sua mulher está doente.
Daí, resolve recorrer ao médico e político Adail Vale.
– E aí, doutor?
– Olha, não é nada demais. O tratamento é simples. Tenha cuidado principalmente com a alimentação e logo ela estará muito bem – procura aliviar.
– Mas doutor, ela pode tomar um refrigerantezinho?
– Pode, claro – assente Adail, calmamente, diante do interlocutor.
– E uma Coca-cola?
– Sem problema… pode!
– Fanta, ela também pode beber quando quiser? – insiste
– Sem dúvidas, que a Fanta não lhe causará mal – responde Adail, já inflando.
– Doutor Adail, Pepsi eu posso dar à bichinha?
Aí, o médico troveja, com as mãos agarradas à mesa: “Seu Luiz, Coca-cola, Pepsi, Fanta, Guaraná, Grapette, tudo é refrigerante!”
À saída do consultório, Luiz vira-se para a causa de suas aflições e solta seu bordão, retorcendo o pescoço e coçando a orelha com a ponta do dedo indicador:
– Merda! Que homem impaciente, né não?!
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