O café de Tomaz Neto
Naide Rosado passava alguns dias em Mossoró, com seu pai, o prefeito mossoroense Dix-huit Rosado.
“Serra Grande”, apelido carinhoso com que ela batizara o longilíneo Dix-huit, recebe o vereador Tomaz Neto em sua casa no bairro Nova Betânia.
– Minha filha, prepare um cafezinho para Tomaz Neto.
Começa o drama de Naide. Atributos culinários não são o seu forte. Porém não podia decepcionar o pai e o convidado.
Com todo esmero e boa vontade, ela resolve se arriscar ao fogão, em vez de pegar alternativas mais fáceis, como um café solúvel.
Encantada com a sua própria “capacidade”, ela serve aos dois interlocutores em xícaras especiais, elementos raro na casa espartana de Serra Grande.
Os dois saboreiam os cafés quentinhos. Entretanto, não emitem um único elogio ou revelam traços faciais de satisfação.
Afoita, como sempre, Naide provoca:
– Tomaz, que tal o seu café?
A resposta só não a fez chorar.
– É… tá bom para fumar um cigarro!
Dix-huit não se atreve a falar.
Carlos.
Este acontecimento faz parte dos bons momentos de minha vida. Todavia, narrado por você torna-se sensacional. Tomaz é uma simpatia. Quando for até Mossoró proponho que nós três tomemos um café especial, tal e qual você descreveu outro dia.
Abraço, amigo.
Naide