Sr. Carlos Santos,
Tudo o que se refere a trânsito e transportes em Mossoró é precário, deficiente. Eu diria mesmo ultrajante. O que acontece que não existe transporte coletivo nessa cidade? Que não existe educação por parte de motoristas? Não existe legislação e fiscalização sobre o que de fato deveria ser coibido?
Sinceramente penso no dia em que observar motoristas avançando sinal, mulheres idosas andando em garupas de motocicleras alucinadas, motos sendo utilizadas para transportar famílias inteiras – ao mesmo tempo – e carretas monstruosas circulando pelo “miolo” da cidade, sinceramente espero chegar o dia em que esses fatos firam a nosso senso de civilidade.
Quanto às motos, como recriminá-las numa cidade sem outro meio de deslocamento? Essa questão, dentre muitas outras, deveria ser seriamente debatida nessa campanha. O que os candidatos proporâo para solucionar o problema?
Mas não é apenas engendrar uma soluçãozinha razoavelmente plausível e bonitinha, cheia de alusões “ao social” à “cidadania” à “inclusão” e outros recursos retóricos do gênero que recheiam os programas de governo dos candidatos. É discutir e planejar sério.
E somos nós, como cidadãos e eleitores, que devemos cobrar com veemência soluções que atestemos terem sido elaboradas a partir de diagnósticos, discussões sérias, pessoal capacitado.
Mossoró deveria promover um debate com gestores e técnicos de outras cidades que tiveram “explosao” urbana associada à atividade da Petrobrás como Macaé e Campos no Rio de Janeiro, São Mateus no Espírito Santo e tantas outras. Enfim, fazer um evento técnico para discutir problemas urbanos que não estão presentes apenas aqui. Sei lá, uma forma de sacudir a cidade, os gestores, secretários, candidatos e claro, a sociedade, para a discussão de problemas e projetos.
O senhor em seu Blog bem poderia encampar a idéia. Setorializar problemas que deverão ser enfrentados e começar a exigir propostas sérias, verificar o envolvimento dos partidos na elaboraçao de projetos. Não dá mais para aturar “propostinhas tiradas do bolso” para problemas urgentes.
Ah escutei falar que em Juazeiro do Norte, uma cidade, se não me engano, mais ou menos do porte de Mossoró já existe o VLT (veículo leve sobre trilhos). Por que não brigar por esse transporte aqui? Lí em algum lugar tb uma proposta interessante, se não me engano do vereador Jório Nogueira (PSD) sobre a implantaçao de uma eficiente e extensa rede de ciclovias.
Achei muito legal porque o mossoroense já tem a cultura de andar de bicicleta. Nós também, como cidadãos, devemos ser menos tacanhos e acanhados em exigir respostas. Conforme o senhor tão bem descreve, nossos representantes consomem muito, muito tempo e energia planejando sua sobrevivência política. E se não mudamos nossa conduta, tudo tende a continuar assim mesmo.
Não sobra tempo para pensar como gerir a coisa pública. Sou pessoalmente contra o discurso de vitimização da sociedade. Nós também somos responsáveis pelo que acontece ou deixa de acontecer.
Andréa Linhares – Webleitora
Nota do Blog – Como cidadão, da mesma forma que eu, você está legitimada para cobrar um debate sério, cientificista, sobre a mobilidade urbana. Seu texto é um desabafo capaz de mexer com todos nós.
Mas você sabe que a maioria da classe política prefere o faz-de-conta. Mobi8lizemo-nos, pois.
Caro Carlos, Este é um problema que Já foi debatido em audiencia pública na Câmara Municipio, pena que não surtiu nenhum efeito, pois depende de ações por parte dos gestores, quanto as ciclovias a proposta foi do vereador Genivan Vale (PR). Obrigado.
Parabéns Andréa. É por ai que devemos começar. Mudar e exigirmos mudança. Concordo plenamente com suas afirmações. Já provoquei audiência pública na CMM, mas infelizmente a PMM não se fez presente. Fui a Juazeiro e vi in loco o VLT. É uma boa ideia. Nosso maior problema hoje é a total ausência de um sistema de transporte público, por isso temos tantas motos, mototáxis e taxi-lotação.
Numa cidade que motovigias passam a madrugada buzinando no meio da rua e tratam como a coisa mais natural do mundo imagine o resto, ora, se não conseguimos combater pequenas infrações, como combateremos as grandes?