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domingo - 28/02/2021 - 10:48h

Um livro que emblematiza um século

Por Marcos Pinto

Nestes últimos meses, há uma flagrante e instigante constatação de alavancagem nos anais da Bibliografia potiguar, de cunho  imensurável. Neste contexto, evidencia-se um vasto cabedal de conhecimentos que ampliam a nossa visão, no sentido de que somos detentores de acentuadas  e  variadas  paralelas e dotes  culturais. Esta Bibliografia tem sido inserida em ínclita   performance, enfocando e  enfatizando  a certeza de que estamos ampliando novos e importantes   meridianos  em  termos  de  pesquisa  em  fontes   primárias.Sertão nordestino - foto ilustrativa

Em  sua  própria  definição,  a  bibliografia  projeta  a  essência  do  que representa.  Emoldura  autores  cujas  lutas  envidadas  para  a  concretude  do  prelo  não  conheceram  tréguas ou  armistícios de  ordem  temporal  ou econômica.  Às vezes, ampliam a  nossa conscientização  de  que  somos detentores de  intenso  e  extenso potencial  da  cultura  e  da  intelectualidade, variada  em  suas  origens.

Argamassam valores  humanos, projetando  homens  e  títulos  como  fermento  da  história  e  da  pujança  da  inteligência.  É  certa  a  assertiva  de  que  a  bibliografia  potiguar revela  fases  distintas  quanto  a  sua  evolução  referencial  aos  títulos  estoicamente  publicados  e  efusivamente   celebrados.  Intimamente  se  entrelaçam  na  comunhão  dos  fenômenos  que  regem  a  natureza  das  projeções  culturais.  Q

uanto  nos  comove  o  extenso  rol  de  títulos  publicados, englobando  atividades  culturais  as  mais  variadas, componentes  do  concerto  geral  da intelectualidade.  A  emblemática  obra intitulada  “CÔNICA  DO  SERTÃO  DO  APODI”,  resultado  de  densa  e  abissal  pesquisa  efetivada  pelo já  consagrado  historiador  e  genealogista  potiguar, Luiz  Fernando  Pereira  de  Melo,  provocou  ressonâncias  históricas  contextuais  nos  quatro  cantos  do  país, dado  a  sua  extensa  abordagem  temática  abrangendo  referenciais que  despertam  interesses  de  ordens  genealógicas  e  biográficas.

Com esmero  retórico, perfilo o   eminente  autor  da  já  famigerada  obra  “CRÔNICA  DO  SERTÃO  DO  APODI”  como  lição  de  determinação, coragem, grandeza  de  objetivos  e  paciência, virtudes  imprescindíveis  para  qualquer  caminhada.  Com  invejável  verve   e  retórica, eis  que  o  autor  adentra  o   limiar  da  longa  vida.  Aconselha  a  ética  o  evocar  a sua  idade. Quando  esta  longa  vida  é  atingida  com  a  lucidez  e  a  fortaleza  do ânimo (No  caso  do  lépido  e fagueiro  Luiz  Fernando)  melhor  ainda  para  a  celebração  efusiva.

Adentremos  ao  título   do  presente  artigo.  A  magnânima  obra  “CRÔNICA  DO SERTÃO  DO  APODI”  condensa  acendradas  pesquisas  efetivadas  ao  longo  de  mais  de  quatro  décadas. O  título  é  instigante  e  auspicioso  em  suas  373  páginas,  obra  conclusa  com  denodado  esforço  em  Setembro  de  2020.

Cabe-nos  ressaltar  que  o  profícuo  historiador  e  genealogista  já  publicara  duas  memoráveis  e reverenciais  obras  intituladas  “UM  RAMO   JUDAICO  DOS  MEDEIROS  NO SERIDÓ (Maio  de  2020)  e  o   não  menos  celebrado  livro  “OS  FERNANDES  PIMENTA” (Julho  de  2020). A  obra  ora  elencada  foi  finalizada  em  Setembro  de  2020.  Orgulha-nos  a  fecunda  produção  de três  memoráveis  e  imprescindíveis  obras  em  apenas  cinco  meses.  A  prodigalidade  merece  alvíssaras  de  toda  intelectualidade  potiguar.

A   vastíssima  e  já  celebrada  obra  “CRÔNICA  DO  SERTÃO  DO  APODI” arrancou  do  olvido  documentos  oficiais  denotativos  de  fatores  que  proporcionaram  a  ocupação  do  solo  na  extensa  e  fértil  RIBEIRA  DO  APODI,  cujas  áreas  limítrofes  com  o  Ceará  e  a  Paraíba  eram  cobiçadas  pelos  potentados  reinóis  dos  séculos  XVII  e  XVIII.

Conclui  um  cenário de  periodicidade  para  contar  e  separar o  tempo  histórico  através  da  ocupação  do  solo  via  potentados  sesmeiros  e seus   prepostos.  Vastas  extensões  de  terras  eram obtidas na  maioria  das  vezes  através  de  tráfico  de  influência  e  de  poder,  como  denota  a  concessão  feita  ao  Conde   de  Alvor  Francisco  de  Távora em  21.07.1706,  que  nunca  saiu  de Portugal para  ocupar  suas  três  léguas  de  terras  de  comprimento  por  uma de  largura  no  lugar  “Pau  Ferro”,  Ribeira  do  Apodi.

Hoje,  não  há  como  se  efetivar   estudo  preciso  e  conciso  sobre  o  processo  histórico  da  região  Oeste  potiguar  sem  compulsar  esta valorosa  “CRÔNICA  DO  SERTÃO  DO  APODI”,  manancial  repositório  dos  registros  da  crônica  social  e  econômica   das  inóspitas   paragens.

É  um  trabalho  de  resgate  e  valorização  histórica. “Não  se  inventa  iniciativa  espiritual. São  produtos  e  maneiras de  ser  de  um  povo, de  uma raça”. (Sílvio  Romero). Inté.

Marcos Pinto é escritor e advogado

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Categoria(s): Artigo / Cultura

Comentários

  1. Ramalho Costa diz:

    Apreciei seu texto Marco. Gostaria que o vc me indicasse onde posso adquirir o livro aqui citado Um Ramo Judaico dos MEDEIROS no Seridó. Grato

  2. Marcos Pinto. diz:

    Boa tarde nobre Ramalho Costa. De antemão agradeço-lhe especial leitura. Para seu contentamento, informo-lhe que tenho em mãos xerox/cópias do inventário do seu ancestral português MANOEL RAMALHO DO ESPÍRITO SANTO, que foi Sesmeiro em Apodi em terras na margem da Lagoa do Apodi. (Em 14/07/1738. Era português dos Açores. Foi inventariação em Apodi em 1793. Meu E-Mail marospinto.52@hotmail.com

  3. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Sempre tive uma forte sugestão sobre a presença judaica dos Medeiros no Seridó. Gostaria muito de ler sobre o tema. O tipo físico de alguns Medeiros levava-me a conjecturar a presença hebraica.

  4. Marcos Pinto. diz:

    Bom dia nobre intelectual Naide de Serra Grande e de Naide Medeiros, do Assu-RN. Caso pretenda a aquisição do aludido livro sobre OS MEDEIROS está à venda na AMAZON. Abraço.

  5. Marcos Pinto. diz:

    A quem interessar possa: Os três livros referenciados no artigo estão disponíveis à venda na ESTANTE VIRTUAL.

  6. Nurim de Bugue diz:

    Como sempre o admirável escritor Dr Marcos Pinto escreve seus artigos de alto nível conforme ao assunto referenciado. Parabéns grande apodiense radicado em Mossoro!

  7. Daiane diz:

    Ola, tudo bem? O senhor teria algum documento a cerca de BRITES Maria de Melo casada c João Ferreira da Silva?!

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