Sou de um tempo em que os compromissos à noite eram definidos para antes ou depois do Jornal Nacional.
Hoje, não mais.
Converti-me às redes sociais, sobretudo o Twitter, como fonte de informação/bate-papo/entretenimento.
Hoje, bem menos.
A televisão não me acrescenta quase nada; as redes, não muito.
Consomem tempo precioso e podem me intoxicar com a estupidez de boa parcela de seus internautas sectários, obtusos e fanáticos.
Estou cada dia mais seletivo e distante dessa gente doente.
Desejo-lhes a cura!
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Virou zorra e escrotice a informação. É de alguém, sensato, ao encontrar outro pela manhã, pedir: “não quero saber de novidades, se a vaca rajada pariu, saberei por ela quando trouxer o bezerro”.
Caro Carlos Santos, além dos aspectos que enumerastes de maneira tão assertiva, há o lado digamos, escuro, absolutamente capccioso e perigoso da internet, o qual, infelizmente grande parte dos usuários, sobretudo os que são dependentes do que chamam de redes socais, não possuem, efetivamente, a minima capacidade de enxergar as verdadeiras armadilhas criadas por eles próprios, quando do obsessivo e ininterrupto uso da geringonça dita moderna chamada celular….!!!
Em geral as pessoas não possuem a mínima noção do quão pouco poder temos sobre nós mesmos, em especial quando navegamos e mergulhamos no estuário do insondável mundo da tecnologia digital, tecnologia digital essa, cada vez mais assenhorando e controlando a vida das pessoas em todos os sentidos que se possa imaginar.
Nesse sentido, peço vênia pra transcrever reflexão do escritor Nicholas Carr The Shallows – what the Internet is doing to our brains [2010] especialista sobre o assunto em pauta, vejamos:
Carr dedica o capítulo 7 do livro, “O cérebro do malabarista” a discorrer sobre o efeito de produzir distração. Segundo ele,
“Não importa o quão revolucionária seja, a net é melhor compreendida como a última de uma longa série de ferramentas que auxiliaram a moldar a mente humana. Agora surge a questão crucial: o que a ciência nos diz sobre os reais efeitos que o uso da internet está tendo no modo como nossas mentes funcionam? Sem dúvida, essa questão será objeto de uma grande quantidade de estudos nos próximos anos. No entanto, já sabemos ou podemos supor muitas coisas. As notícias são ainda mais perturbadoras do que eu havia suspeitado. Dúzias de estudos de psicólogos, neurobiólogos , educadores e web designers indicam a mesma conclusão: quando estamos on-line, entramos em um ambiente que promove a leitura descuidada, o pensamento apressado e distraído e o aprendizado superficial. É possível pensar profundamente enquanto se surfa na net, assim como é possível pensar superficialmente enquanto se lê um livro, mas não é o tipo de pensamento que a tecnologia encoraja e recompensa.
Uma coisa é muito clara: se, conhecendo o que sabemos sobre a plasticidade do cérebro, nos propuséssemos inventar uma mídia que refizesse nossos circuitos cerebrais o mais rápida e inteiramente possível, provavelmente terminaríamos projetando algo que se pareceria muito com a internet e que funcionaria de modo muito semelhante. Não apenas porque tendemos a usar a internet regular e mesmo obsessivamente. É que ela descarrega precisamente o tipo de estímulos sensoriais e cognitivos – repetitivos, intensivos, interativos, aditivos [viciantes] – que se demonstrou resultarem em fortes e rápidas alterações dos circuitos e funções cerebrais. Com exceção dos alfabetos e dos sistemas de números [sistemas numéricos, para ser mais preciso no termo matemático], a internet bem pode ser a tecnologia individual mais poderosa de alteração da mente de uso geral. No mínimo, é a mais poderosa desde o livro.”
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Desde sempre, nunca tive nenhuma afeição pelo chamam enganosamente de redes sociais, mesmo porque, além de silenciosamente viciantes, controladas de maneria absoluta pelos Yanques do norte – made USA.
Não sabem, efetivamente não sabem as pessoas, ao escreverem seus dados pessoais, e, mais ainda ao disponibilizarem suas intimidades e de sua família, na dinâmica e no curso desse poderoso e incontrolável universos digital, está literalmente à mercê de uns poucos, que sabidamente não respeitam nossa língua, nossa cultura, e muto menos nossa suposta independência política e soberania como povo e nação.
Nesse contexto, respeitosamente indago, até onde e até quando poderemos caminhar como humanos, pessoas livres e dignas nessa interação e nessa trajetória, perturbadora trajetória de inserção compulsória das pessoas em um mundo absolutamente digitalizado…!!!???
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318
Coisa do capera; tô fora, sou normal.
Há, sim, vício, fanatismo, doença na dependência das redes. A cura torna-se necessária, ou o sentido da vida plena desaparecerá.