Na bancada governista na Câmara Municipal de Mossoró, quase ninguém é “queridinho” do Palácio da Resistência, onde a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) será inquilina até 31 de dezembro de 2020.
Mas essa mesma bancada banca seu desgaste, sem quase nada em troca. É uma esperança equilibrista, como na letra de Aldir Blanc para um clássico da Música Popular Brasileira (MPB) – O bêbado e a equilibrista.
A rebelião dos vereadores em votações pontuais e discursos ocasionais, em verdade pouco impactou a vida do Executivo, mas lhe poupou de prejuízos incomensuráveis, talvez agora ignorados pela prefeita e o líder do seu sistema – ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado.
Só para lembrar: foi graças a essa mesma bancada, que em 2018 foi sepultada (veja Bancada de Rosalba Ciarlini acaba com a “CEI do Lixo”) a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apuraria contratos mais do que suspeitos na contratação de empresa para limpeza urbana, questão objeto até de relatório contundente do Ministério Público de Contas (MP de Contas) – MP aponta indícios de fraudes e danos em limpeza urbana.
Daqui para frente, será difícil para boa parcela desses parlamentares se livrar do peso do desgaste governista e de seus próprios pecados em votações e omissões.
O Palácio da Resistência vai escolher prioridades, sendo a primeira a própria reeleição da prefeita. Pela Câmara Municipal, um ou outro terá injeção diferenciada para igual feito. Já à maioria caberá o canibalismo pela sobrevivência, formando chapão em algum bote salva-vidas partidário.
Numa analogia, será a reprodução política da história da Fragata Medusa (1816) – veja AQUI, síntese de egoísmo e selvageria humanos, em nome da própria subsistência.
É o preço dessa relação de consórcio ou conluio com o governo, em que só um lado ganha e sempre a sociedade sai perdendo. Parceria entre machado e pescoço.
Rosalba é o machado, mas é o eleitor quem tem a força.
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