Por Bruno Ernesto
Poucas vezes nos damos conta do poder da nossa mente.
Do pensamento lógico, direcionado ou metódico ao pensamento vago e, o mais impressionante, o nosso inconsciente, podemos criar coisas únicas.
Uma frase do pintor holandês Vincent Van Gogh (1853-1890) é emblemática: “As pinturas vem para mim como se estivesse num sonho.”
Já ouvimos grandes artistas e escritores dizerem que suas inspirações lhe aparecem sem explicação.
De fato, não é incomum que grandes obras artísticas e literárias surjam como se fossem obra do acaso.
Evidentemente que a materialização dessas obras passam por um processo de cognição que é comum a todos nós.
O que impressiona, porém, é o que ocorre na mente desses pessoas tidas como excepcionais.
Perceba que grandes artistas, como Vincent van Gogh, padeceram de grandes problemas de saúde mental.
Pondo os olhos na frente de uma tela de van Gogh, independentemente de sermos profundos conhecedores de obras de artes, todos nós podemos observar que a grandiosidade de sua obra pode estar simplesmente relacionada a uma nova perspectiva. Um jeito diferente de ver, representar e expressar aquilo que é normal para outra pessoa.
Veja, por exemplo, que um simples bosque de oliveiras, um campo de girassóis, a visão do mar ou um simples quarto de dormir, são retratados como se aquela cena, ali materializada, nunca tivesse ocorrido. Ou se, de fato, tenha ocorrido, não foi daquela forma.
É tão impressionante a capacidade de nosso inconsciente, que nem mesmo grandes artistas como Vincent Van Gogh souberam explicar o processo de criação de suas obras.
Quando ele dizia que as pinturas lhe vinham como num sonho, certamente não era apenas o que se chamaria de dom ou inspiração, pois sua breve vida foi marcada por delírios, surtos psicóticos, sendo considerado um louco e fracassado, só tendo sua obra sido reconhecida após a sua morte.
Assim, guardadas as proporções, todos nós guardamos em nosso inconsciente essa fantástica capacidade de criar coisas únicas.
A diferença é que uns serão reconhecidos como excepcionais e outros tantos como normais.
Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor
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