domingo - 28/11/2010 - 11:27h

Beatlemania, febre de minha juventude

Quando assisti o filme “Febre de Juventude”, uma produção do mago da Sétima Arte Steven Spilberg, em meados dos anos 80 do Século passado, sofri um choque. A Beatlemania estava distante, mas ali começava a minha febre beatlemaníaca.

Algo difícil de explicar.

O poder da música dos Beatles tomou conta do meu corpo, da minha mente, do meu coração. A minha primeira providência foi comprar um LP. Fui na Disco Fitas e vi o Lei it Be. Não comprei. Como não conhecia o trabalho da banda, fiquei reticente.

Na época fiz o certo.

Para minha sorte, a rede Pague Menos de Supermercados tinha uma seção que vendia LPs e lá estava o 20 Greatest Hits. Enchi os olhos. Enfim, tinha comprado o que na época para mim era o Santo Graal.

A coletânea dos Beatles estava perfeita, com She Loves You, I Want to Hold Your Hand, Help, Yesterday, Lei it Be, We Can Work it Out e outras de igual quilate.

Começava a minha saga e a minha sede em comprar mais LPs. Cheguei a possuir a coleção e a doei a um amigo após ter chegado a era do CD. Um erro de minha parte, diga-se de  passagem.

As lembranças são válidas para explicar por que um mossoroense sai de sua terra natal para ir a São Paulo assistir a um show. Oportunidade única de ver um ídolo.

Por mim estariam lá, também, John Lennon, George Harrison e Ringo Starr. Impossível. Tudo bem.

Mas Paul McCartney estava lá e simbolizava todo o meu amor pela música e pelos Fab Four.

Simpático, Paul fala em português para uma platéia de 64 mil pessoas, todas ansiosas, inebriadas, encantadas… Pessoas de todo o país se largaram para São Paulo para ver um verdadeiro espetáculo, um verdadeiro show. Não se decepcionaram.

O que mais me chamou a atenção foi ver jovens não acreditando no que estavam vendo, no que estavam ouvindo. Lá no palco, um senhor de 68 anos demonstrava vitalidade e intimidade com os instrumentos que tocava – sem falar na excelente banda que o acompanha.

Vi um garoto de seus 20 anos – se isso tivesse – boquiaberto com a execução de Helter Skelter. Sensacional, verdadeiramente.

O show de Paul McCartney é superlativo como a cidade que o acolheu, São Paulo.

No final das contas, estou muito feliz por ter assistindo, ao vivo, uma lenda do rock, um ex-beatle, um de meus ídolos musicais. O show de Paul vai ficar na minha memória assim como lá está o dia em que descobri o Beatles.

Espero que essa febre, essa febre que começou na minha juventude, não se acabe nunca.

Emerson Linhares – Jornalista e diretor de programação da Rádio Difusora de Mossoró

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Categoria(s): Nair Mesquita

Comentários

  1. itamar de sousa diz:

    “sem querer fui me lembrar,de uma rua e seus ramalhetes,o amor anotado em bilhetes ,daquelas tardes………..vamos deixar tudo rolar
    e o som dos beatles na vitrola.,serà que algum dia eles vem aì?cantar as cançoes que agente que ouvir?
    na epoca que TAVITO E NEY AZAMBUJA comporam “RUA RAMALHETE”
    os beatles nem sonhavam em vir ao BRASIL,hoje apesar de faltar
    dois componentes,JOHN E GEORGE,o sonho nao acabou, e pela emoçao de EMERSON LINHARES……BEATLES 4 EVER

  2. ze roberto diz:

    Me foi oferecido um “pacote”,para um dos shows,é certo,como disse a pessoa,”è no poleiro”,mas,decidi não ir,assim,tenho a impressão e o sentimento de está com Ele,sempre,nos meus discos
    genuinamente ingleses e na minha imaginação,nos sonhos( em breve irei contar como foi cantar e tocar com ele,em um sonho),assim,n~terei que chamá-lo de ” senhor de 68″,pois,Paul é Paul,Here,there and Everywere, e já basta,como,mito é mito,APENAS,se cultua.
    PS: Parabéns aos “3” que foram,mesmo assim,eu não sou Ringo.

  3. Igor Rosado diz:

    Caro Emerson, eu estava la tb e compartilho com vc esse sentimento! Que show, que momento! Ainda bem que tivemos essa chance!

  4. Geraldo Fagundes diz:

    Emerson eu ouvi as músicas dos Beatles antes de você. Morava próximo a barragem quase vizinho a Oseas Lopes, Hermelinda, Fio, Cocota e Seu Messias (não recordo o nome da esposa dele), quando certa noite um primo meu chegou a minha casa pedindo ao meu pai para me levar ao Cine Pax para assistir um filme. Naquela época, a eletricidade de Mossoró era fornecida pelos geradores da Comensa e as ruas eram praticamente escuras. Lembro que meu pai falou que era muito escuro sair a noite e poderíamos tropeçar ou pisar em alguma pedra etc Prontamente meu primo tirou do bolso uma lanterna e falou que a escuridão não era problema. Era comum os adultos andarem durante a noite portando uma lanterna. Saímos as 7 da noite pela Vicente Saboya e quando dobramos a esquina das Organizações Anapor (hoje Casa Porcino), estava lá um enorme letreiro branco em cima da marquise do Pax onde se viam luzes piscando (circulando o letreiro) e a frase com letras garrafais pretas:

    OS REIS DO IÊ IÊ IÊ. (A Hard Day’s Night).

    Se não me falha a memória, isso aconteceu entre os anos de 1965 ou 1966. Eu tinha + – DEZ anos de idade mas lembro como se fôsse hoje.
    Parabéns pela longa viagem que fez para ver um dos integrantes da Banda que mudou o comportamento das pessoas em todo o mundo. Sem vicios e sem drogas.
    Concluindo: A GENTE ERA FELIZ E NÃO SABIA.

  5. Ricardo Falcão Freire diz:

    Só uma correção. o supermercado que tinha uma seção de lps era o Minipreço, onde hoje funciona o Rebouças.

  6. Igor diz:

    Geraldo, suas lembranças mostram como é incrível o rumo dos acontecimentos das últimas décadas. Desde o Pax até o lançamento das músicas dos Beatles no Itunes (www.apple.com , loja online de música digital). Somente na primeira semana 2 milhões de músicas dos Beatles foram vendidas. Vi o show do Paul com o sentimento de que a gente é feliz, e sabe disso.

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