O escândalo do Detran-RN, decorrente da chamada “Operação Sinal Fechado”, que eclodiu ainda no início do ano passado, mostra o nível dos poderes constitucionais no Rio Grande do Norte e o lamaçal em que está mergulhada parte de nossa elite política.
Quando pipocou a Operação Sinal Fechado, com os ex-governadores Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira (PSB) em evidência, a claque virtual do DEM e derivados fez barulho nas redes sociais, como Twitter e blogs. Na imprensa convencional, logo passaram a satanizá-los, sem melhor dimensionamento da profundidade desse caso.
Eu avisei em postagens neste Blog e em nosso endereço no Twitter, que era melhor essa claque baixar o fogo. O escândalo iria pegar cabeça de uns e rabo de outros: governistas e oposição estariam juntos no pântano. Com o passar do tempo, o que estamos vendo é exatamente isso.
Como é tola a briga dessas claques virtuais. Não passa de ‘massa cibernética de manobra’, modelo digital do que testemunhamos nas ruas. Até mesmo gente dita esclarecida embarca nesse tipo de peleja sem uma avaliação sequer superfial dos fatos, conjuntura e uso de bom senso.
Quando fazem a defesa do “seu” político, é comparando com outro que supostamente é corrupto ou mais delinquente. A defesa é o ataque ao adversário/inimigo. Ouvi sempre – desde criança – que devemos ter os bons/melhores como parâmetros e não o supostamente mais ruim.
O caso Sinal Fechado-Detran mostra que o Rio Grande do Norte virou um grande “bolódromo”. É bola para todos os lados. Pelo visto, o “Estádio das Dunas” será útil.
Temos que partir, como sociedade, para uma reinvenção do Estado. O Estado uno, do Rio Grande do Norte, é uno na pirataria da coisa pública nos três poderes. Temos quadrilhas que agem em separado ou consorciadas, numa espécie de “joint venture” do crime.
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Esses corsários são impiedosos e cínicos. Adoram o luxo, o esnobismo, os holofotes e o esbanjamento com o dinheiro que não lhes pertence, fruto de pilhagem continuada do erário. O banditismo engravatado, sempre arrogante, ampara-se na certeza da impunidade para continuar esse infindável butim.
Queixamo-nos da precariedade da Saúde, execramos a Segurança Pública e choramingamos devido a Educação pífia. Falta emprego, infra-estrutura é precária; a desigualdade social continua gritante.
Sobra dinheiro, abundam larápios. As contas nunca batem porque temos que passar, involuntariamente, uma parte do dinheiro público para esses bandidos de colarinho branco e sua malta de dependentes preguiçosos e incapazes.
O modelo de democracia representativa que temos está distorcido. A política como princípio do bem-estar social é desvirtuada e particularizada. Bem-estar é sempre para os seus. É uma autarquia que não produz nada, mas consegue ter alta renda própria, sugando do cofre estatal.
Na blogosfera e outras redes sociais utilizadas no Rio Grande do Norte, há superdimensionamento do personagem Carlinhos “Cachoeira”. Normalmente, com visão político-partidária e não um foco cívico e por zelo à coisa pública. Parece mais “seguro” tratar desse assunto do que sobre o fato local.
Escândalo como do Detran revela que nomes como George Olimpo e Gilmar da Montana, guardada as proporções, não deixam nada a dever a Carlinhos Cachoeira.
Executivo, Judiciário e Legislativo do Rio Grande do Norte devem explicações à sociedade por tamanho nível de degradação moral, desrespeito à lei e insulto ao cidadão. Precisam passar por depuração. Estão sem legitimidade como poder. Essa filtragem deve ser logo. Faz-se urgente uma ação endógena, de auto-purificação, para que os bons não sejam contaminados pela espécimen daninha.
O povo merece respeito.
Mas, a realidade do Rio Grande do Norte é que muitos chegam pobres ao rico poder e muitos saem ricos do pobre poder.
Pobre Rio Grande do Norte!
Belíssimo texto, Carlos Santos. Exemplo de ética essa turma não tem nada.
O nível de desenvolvimento econômico e social em que encontra-se o Rio Grande do Norte é fruto da INAÇÃO, OMISSÃO OU COMI$$ÃO da nossa(?) classe política.
Por todo esse lamaçal, ratifico: O José Agripino encarna o DEMÓSTENES TORRES POTIGUAR. E haja sapatos 40 !.