Por François Silvestre
– E aí, tudo bem?
– Tudo.
– Como ficou acertado, sobre a parte dele?
– Dois milhões. Informe que não foi possível conseguir mais, pois sempre aparece algum indispensável, que entra no bolo. Mas ele é prioridade.
Tudo bem. É cobra criada, sabe das coisas. Mas é cismado, principalmente com essa onda de gente caindo pra todo lado. Como ele mesmo diz, uns caem outros se levantam.
– Ele tá certo. A primeira regra de segurança é não usar telefone. Nem computador. E-mails nem pensar. Tudo tem de ser no boca a boca, onde não haja câmaras ou “vizinhos” nas mesas. Os melhores lugares são Churrascarias ou shoppings. Restaurante fino é um perigo, tá assim de olho gordo.
– Por falar nisso, e aquele promotor que é seu amigo?
– Gente boa. Um Mané, honesto. Não me arrisco com ele.
– Também pudera! As mumunhas legais lhe bastam.
– Pois é. Ele cuida do que lhe dá notícia de jornal.
– Que continue assim.
– Você precisa ver aquelas certidões que lhe pedi. Mas não me leve nem no escritório nem na minha casa. Muito menos aqui.
– Onde?
– No cinema do shopping. Sábado. Movimentado e tranquilo.
– Pode deixar. Tô só acertando com o rapaz do cartório, que também quer o dele logo.
– Tudo bem. Adiante o dele. Cuidado pra não escapar nomes.
– E o Deputado?
– Xii. Quer aquele prefeito na jogada. Mas pra ele só apoio e votos, dispensou a grana.
– Gente boa.
– De rocha.
– Ele também perguntou sobre a licitação.
-Tá tudo em cima. Por isso preciso que você adiante esses últimos documentos. Edital pronto, números assegurados.
– Até nos centavos?
– Claro. Milhões, milhares, unidades e centavos. Tudo anotado na placa, bonitinha, em frente da obra. Depois, vêm os aditamentos. O importante é ganhar na saída.
– Licitação é uma festa. Num se garante centavos nem em reforma de um banheiro…
– Isso num é problema nosso. Vamos cumprir a Lei, fazer a licitação e resolver tudo legalmente.
– E se der errado, e for descoberto?
– Bem…aí tem a saída da delação. Joga-se a culpa nos Manés, devolve uma parte e esconde o resto. Quando tudo cair no vazio, fica pelo menos uma boa parte.
– Tem sido assim mesmo, né?
– Vai pedir o quê?
– Escalopinhos de filé ao molho de Champion. E você?
– Vou pedir uma massa. Ei, garçom! Por favor…
O garçom: “Pois não, doutores. Como vão as doutoras”?
– Vão bem. Me traz o cardápio.
François Silvestre é escritor
Domingo prazeroso com essa leitura do François Silvestre no blog do Carlos Santos. um bom domingo a todos.
Enquanto caminham rumo ao estacionamento do Restô…..
– Acho bom rervamos um extra para as eventuais compras de Habeas Corpus.
– Não se preocupe. Está tudo programado.
– E se chegar ao ‘ésse tê éfe?’
– É tudo que podemos esperar e o torcer para que chegue o mais rápido possível. Chegando lá, podemos dizer que estamos no Céu, digo, estamos livres, leves, soltos e prontos para gastar a grana.
– Melhor impossível, né não?
– Bota melhor nisso. Roubar dinheiro público é mais mais fácil que tirar o sorvete da boca de uma criança.
– KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Você não presta, mesmo.
– KKKK Quem não presta é você.
– E o povo? KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
– KKKKKKKKKKKKKKKk O povo que se lasque. Eu quero é me ‘arruma’.
– Tadin do povo KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
– Vamos embora que tem alguém se aproximando.
Apropiação intelectual! dos dois! Este diálogo é plágio da Bolha Real!
Sostô, dois “caboco” tão letrados!
Tá demais!
Plágio é pouco, Amorim. Foi usurpação da realidade. Preguiça de inventar. Cópia xerocada, com autenticação. O mais grave é que a realidade escreve melhor do que os dois cabôco.
Sou inocente, sou vitima da oposição, não sei se nada, não vi nada, não me lembro, não conheço, exijo provas com imagens e vídeo, e nego veeMENTE…MENTE o acesso a essa tal de ‘bolha’.
Fui ofendido, exijo retratação por escrito e já estou entrando com um processo no juizado de grandes causas pelo fato de o agressor ter se referido a minha pessoa como ‘caboco letrado’.
LEA-SE – PUBLIQUE-SE -INTIME-SE – CUMPRA-SE
Mais; estou sendo orientado a entrar, também, com as seguintes ‘a$õe$:
Dano$ morai$.
Atentado ao pudor
Preconceito racial
Assédio sexual.
Não pagamento da pensão alimentícia.
Não pagamento de horas extras.
Trabalho escravo.
Nos veremos durante a primeira audiência.
Um ‘dotô’ acaba de me ligar dizendo que leu o comentário e interpretou-o como ‘istrupo’ e atentado terrorista.
Vai encarar ou se retratar?
Decida-se antes do oficial de justiça bater à sua porta.