O fechamento do Aeroporto Governador Dix-sept Rosado deveria servir de alerta para reflexão da sociedade mossoroense como um todo. Mossoró retrocede no tempo em mais de 80 anos, tempo em que tivemos o surgimento do nosso Aero Clube.
Atraso. Culpa de Dilma Roussef (PT)?
A elite política adora empinar a tese da “conspiração” para justificar seus pecados, omissões e incapacidade, além de falta de espírito público etc.
Quando a elite política deste Estado parar de empregar seus filhos em Tribunal de Contas, prefeituras, Assembleia etc., vai ter Rio Grande do Norte para todos.
Malote bancário, aeronaves empresariais, UTI no ar, voos comerciais etc. estão precariamente autorizados à utilização do aeroporto. Correm riscos. Cada um assuma sua responsabilidade, além dos políticos que pressionaram o Governo Federal para liberação, mesmo precária, desse aeródromo.
Em meio a essa situação, parte da mídia produz um abjeto material de transferência de culpa, para isentar os novos coroneis, que não são tão novos assim.
Pobre Rio Grande do Norte. Pobre Mossoró!
Saúde em Mossoró chegou a um ponto que mesmo com dinheiro, o atendimento às vezes chega a ser impossível. Faltam médicos e estrutura hospitalar. Quem pode vai para Fortaleza ou Natal. Mais abastados e políticos graúdos desembarcam no Sírio Libanês, São Paulo-SP. A escumalha agoniza nos corredores do Walfredo Gurgel (Natal) e do Tarcísio Maia.
A Rodoviária Diran Ramos do Amaral é uma pocilga; serviço de ônibus urbano funciona como quer; aeroporto não existe; bandidos assumiram o comando da cidade. E a educação? Quase parando. Algumas escolas do âmbito municipal até desabaram nos últimos anos e outras fecharam.
Não se discute um projeto de desenvolvimento humano para Mossoró. Só temos a fulanização, o nen-nhe-nhém de nomes.
Pensar dá muito trabalho. Uern, Ufersa, Acim, CDL, UnP, Facene, Mater Christi, sindicatos, conselhos comunitários deveriam se unir na realização de um seminário… Vamos oferecer aos potenciais candidatos a prefeito elementos para debate, confecção de programas de governo, alicerce para o que queremos.
Infelizmente, Mossoró vive um de seus momentos mais pobres. O pior é o índice de analfabetismo político, que assola todas classes sociais.
O cerne da questão é discutirmos o modelo de poder, de política e de prioridade pública que temos. Sobrenome é algo menor, dispensável. Eleger um não-Rosado não é a solução para Mossoró. Precisamos eleger e trabalharmos por uma nova ordem político-econômica e social. Isso sim.
Mossoró tem uma posição geopolítica privilegiada, além de riquezas naturais raras. Essa combinação a torna fadada ao progresso, sem dúvida. Temos sal, petróleo, águas mães, solo fértil e calcáreo abundantes. Somos crescente entreposto mercantil; o setor terciário está em expansão e há ascensão industrial, além de grandes reservatórios de água em nosso subsolo e arrabaldes.
Transformamo-nos num polo acadêmico. São cerca de 20 mil pessoas na academia. É uma célula revolucionária, que precisa ser bem aproveitada. Até aqui, não.
Mossoró tem 263.344 mil habitantes (dados do IBGE), densa população flutuante e influência sobre Vales do Açu e Jaguaribe, bem como Alto Oeste e região salineira.
Bom debate, discussão sadia, sem dogmatismos ou excessos, inclusive que possamos travar nas redes sociais, ajuda a criar uma bolha crítica. Talvez esteja neste ambiente, o grande diferencial para começarmos a plasmar a ideia de maior participação popular na dialética sobre o seu próprio futuro.
A Net não é a panaceia, mas é um caminho. A net não é o único canal, mas é um espaço democrático. Façamos dela nossa “ágora” como os gregos.
Mossoró não é apenas o lugar em que vivo e nasci. Aos meus olhos, telúricos, é uma cidade-estado, republicana, que deve ser patrimônio comum.
Provinciano, não tenho minha visão embaciada pela mitificação de gente ou louvação de mortos. Empenho-me em fazer um pouco mais, porque dela já recebi muito.
Na seca devastadora de 1877 (que durou três anos), Mossoró virou síntese do que é hoje: miscigenada, acolhedora, mãe gentil, um proterorado. Tínhamos população de cerca de 6 mil habitantes e saltamos para algo em torno de 25 mil. Aqui, a maioria conseguiu sobreviver. Aqui ficou.
Somos uma parte do que saiu desse caldeirão antropológico, feito de dor, a partir do flagelo.
É assim, feita de gente nativa e os que a abraçaram como mãe, que Mossoró se espraia entre sertão e mar. Dualidade encantadora.
Minha pátria.
SIMPLESMENTE FANTÁSTICO, ARTIGO COMPLETO, LÚCIDO, REAL!!! PARABÉNS JORNALISTA CARLOS SANTOS, VC ESTAVA INSPIRADO E FOI EXTREMAMENTE FELIZ NAS SUAS OBSERVAÇÕES! GOSTARIA DE PODER USAR TAMBÉM ESSE ESPAÇO, PARA PEDIR AOS ÓRGÃOS COMPETENTES E MINISTÉRIO PÚBLICO SE POSSÍVEL, ANALISAREM COM CARINHO A SITUAÇÃO DOS CENTROS DE CONVIVÊNCIA DOS IDOSOS, QUE ESTAVAM SOB A COORDENAÇÃO DO MEIOS E AGORA DEPOIS DE EXTINTO ESSE ÓRGÃO, ESTÃO FECHADOS! RECENTEMENTE PASSEI DEFRONTE AO QUE FUNCIONAVA NO ABOLIÇÃO IV, ONDE MUITAS VEZES PUDE VER IDOSOS FAZENDO ATÉ HIDROGINÁSTICA, JOGANDO BARALHO, DOMINÓ E COM REFEIÇÕES GARANTIDAS DURANTE AS ATIVIDADES E AGORA ESTÁ LÁ O PRÉDIO ENTREGUE AO ABANDONO E FICO A ME PERGUNTAR: O QUE TERÁ SIDO FEITO DAQUELES IDOSOS? ALGUM OUTRO ÓRGÃO OS ABSORVEU PARA CONTINUAR O TRABALHO DE AMPARO , PROMOÇÃO E INCLUSÃO SOCIAL? GOSTARIA DE DEIXAR AQUI A PERGUNTA PARA QUE POSSAMOS TODOS REFLETIR SOBRE A IMPORTÂNCIA DA RESPOSTA!
Sou assuence criada em Mossoró, onde vivi dos 04 aos 30 anos, portanto, a minha formação se construiu em terras mossoroenses. Lá também tive os meus filhos e os eduquei. Embora nao habite mais o seu solo, mas sou da UERN, “patrimonio humano de Mossoró”, como disseram alguns, nesses dias difíceis. Justifica-se, então, o meu amor por Mossoró, quando também posso dizer “minha patria”. Louvo aos que se empenham em “fazer um pouco mais por Mossoró”, porque, como você, Caro jornalista, “dela já recebi muito”, também. Diante do caos em que vive mergulhada a pátria amada, cabe a mim, indignar-me. Lutemos por Mossoró. Ainda há tempo.
Sinto no seu comentário que vc é o filho que Mossoró deveria se orgulhar.Vc realmente gosta de sua cidade.Os outros simplesmente se aproveitam.Digo os politicos.
Dez…. Dez ….Dez, para o seu comentário, filho legitimo de Mossoró.
Carlos Santos, vem de Minas Gerais uma sugestão no que concerne a um projeto de desenvolvimento, o //www.movimentominas.com.br, para tanto precisamos do engajamento de todos os setores da sociedade.
Mesmo não sendo oriunda daqui, adaptei-me e abracei todas as oportunidades a mim oferecida. Acompanhei parte do crescimento e desenvolvimento da terra do sal, mas também presencio retrocessos como os de outrora…lamentável, pois sabemos que depende apenas da “boa vontade” de quem é pago para realizar o necessário; a nós, cidadãos cumpridores dos nossos deveres, cabe o nosso apontar de indignação e a nossa resiliência. Parabéns, você é um escritor nato.
Texto inspirador. Lúcido. Lutemos por um lugar melhor, não para poucos, mas melhor no lar de cada localidade deste município. Façamos desta cidade uma cidade libertária de verdade. Lutemos para vê-la crescer de forma organizada e não apenas através do inchaço ocasional. Planejemo-na de forma real e legal, façamo-na cumprir seu real papel de suprir as necessidades de seus habitantes com êxito.
Esperamos que Carlos Santos continue a dar sua contribuição a Mossoró para que a cada ano os olhos dessa terra se abram para a realidade.
Carlos, só posso dizer uma coisa sobre seu texto: Perfeito!
Se nossos políticos tivessem essa visão Mossoró não estaria agonizando social e politicamente, como vive o momento atual. Economicamente vai bem, mas não basta. É necessário aproveitar melhor essa vitalidade econômica senão…
Parabéns pelo belíssimo texto!vc. deveria ser o nosso candidato a prefeito!
Só um Santo ou vários Santos afastará “Lampião e seus cangaceiros” de Mossoró novamente. Oh! minha Mossoró sem sorte…dias melhores virão, assim desejo aos meus irmãos mossoroenses!
Caro Carlos Santos bom artigo, essa é a realidade pura de Mossoró, não concordo quando você diz “Eleger um não-Rosado não é a solução para Mossoró” creio que seja amigo acho que não existe mais espaços para oligarquias, se você observar o vizinho estado do Ceará onde era gerido pelos antigos coroneis hoje podemos ver um outro estado com crescimento bem avançado; basta ver a vizinha Aracati com seu aeroporto prontinho enquanto a metropole do futuro não tem pouso para um ultra-leve(vergonha). Será que esses senhores do poder(Maias,Alves e Rosados) ja discutiram algum projeto para saude,segurança e educação para Mossoro? Essa cambada só pensam neles cara o povo que se dane. Por isso amigo nunca votei e nem indico que votem nesse povo.
Liberdade abre as asas sobre MOSSORÓ, sem pouso pois o aero-clube esta fechado.