Por François Silvestre
Sete e meia da noite, daqui na minha rede, neste quarto que dá para o nascente de Cajuais da Serra, ouço trovões. Saudade dos trovões da infância? Não. Desses eu tinha medo. Eram eles os pais da coalhada.
Dela, eu gostava. E da chuva, e tudo. Terminei essa frase imitando Holden Caulfield, como se fosse um adolescente no campo de centeio.
Desses trovões de agora eu gosto muito mais. Matam a saudade e seus estrondos me fazem esquecer que vivo num tempo de merda, num país de merda e num estadozinho de cocô, e nada.
De novo imito o apanhador num campo de esterco, e tudo.
Só a chuva e seus açudes salvam essa noite, dessa terra onde as “autoridades” satisfazem sua necessidades na privada fedida das sua salas, e tudo. E se reúnem para cagar juntos, e nada.
E chamam o povo para limpar-lhes as bundas com sabugos macios, após a colheita do milho esfregado nas fogueiras dos bajuladores. E cuspo.
Chove, chuva. O riacho está encharcado de todo o esterco dessa caganeira, e tudo. Toda água será pouca, e nada.
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Carlos, meu irmão, se não for trabalhoso peço-lhe a colocação da vírgula em “trovões”, do título. Ela é fundamental na acentuação do texto que o inspira, de Salinger. Esse tipo de virgulação tem uma explicação dada por Rui Barbosa, quando ele demonstrou: “A vírgula antes da aditiva “e” reforça o dito posterior”. Observei o professor, e a escola. Acentua a escola mais do que dizer observei o professor e a escola. Esse comentário é para consumo interno, não deve ser publicado. Abraço e obrigado.
NOTA DO BLOG – O seu pedido é uma aula. Se é aula, bom aprendizado.
Para mim, para nós todos.
Vou lá consertar.
Pere aí!
Abafou, François. Com ou sem virgula.
Se me permite, eu interpretei os ‘trovões’ como sendo grandes e estrondosos flatos liberados pelas ‘artoridades’… De tanto rirem do povo abestalhado.
‘Paizin’ sem conserto, viu?
Pouca Paciencai obrigado pela aula,.