O processo sob o número 2015/035 da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo (SEDEC) da Prefeitura de Mossoró, que trata da reversão de imóvel à TB Nordeste Indústria e Comercio de Revestimentos S/A (outrora denominada de Porcellanati Revestimentos Cerâmicos Ltda.), está concluído. Decreto datado do último dia 5 e assinado pelo prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade), dá como “consumando, definitivamente, o retorno do bem doado ao patrimônio do Município de Mossoró.”
Cabe agora à Procuradoria-Geral do Município que proceda com os trâmites cartorários competentes, oficializando a decisão, pelo não cumprimento por parte da empresa de exigências basilares contidas na doação ocorrida ainda em 2004.
Em sua tentativa de defesa administrativa para não perder o bem doado, a empresa de origem catarinense atesta que chegou a ter 23 empregados em atividade até o ano de 2015. Porém, suas atividades industriais foram paralisadas ainda em 2014, após iniciadas em 2009. Entretanto, veja abaixo o que explicitamente mostra o documento formal de doação em sua Cláusula Sétima – Da Reversão:
Os imóveis alienados ficam sujeito à reversão ao patrimônio do Município de Mossoró, a qualquer tempo, nos próximos 15 (quinze) anos, caso sejam modificadas as razões aqui configuradas, ou seja, a geração de, no mínimo 99 (noventa e nove) empregos diretos, ou seja, constatação de desvio de finalidade, sem o pedido de autorização da DONATÁRIA e o prévio consentimento, por escrito, do Município. Em caso de falência, configurada nos próximos 15 (quinze) anos, a reversão dar-se-á conjuntamente com as benfeitorias incorporadas ao imóvel.
Na decisão do prefeito, amparada em amplo trabalho do setor jurídico municipal, é descrito que os dirigentes da TB Nordeste/Porcellanati tentaram a todo custo, com manobras inclusive usando setores da imprensa, “atabalhoar a marcha processual, a fim criar factoides processuais que pudessem, de alguma forma, beneficiar-lhe durante a reversão, especialmente, visando conduzir o caso a uma eventual prescrição”.
Muitas dívidas
O grupo Itagrês, controlador dessa indústria, acumula dívidas multimilionários. Só com a municipalidade fica em torno de R$ 10 milhões em impostos. Os compromissos trabalhistas com mais de 250 empregados nunca foram honrados após encerramento da produção industrial em 2014, há mais de 7 anos. Hoje passariam de R$ 20 milhões.
No comércio local também é numerosa a lista de credores, além de setor financeiro.
Para se instalar em Mossoró, o grupo teria investido mais de R$ 120 milhões, sendo R$ 51 milhões da Sudene e R$ 52 milhões de outras fontes, incluindo R$ 21 milhões do Banco do Nordeste.
Paralisada há tantos anos e sempre prometendo reabertura quando se sentia ameaçada de perder o patrimônio (veja AQUI um exemplo do ano eleitoral de 2018), a Porcellanati passou por Plano de Recuperação Judicial sob o número 0300460-44.2017.8.24.0075, 1ª Vara Cível, na Comarca de Tubarão-SC. Contudo, segue sem honrar qualquer débito local.
Má-fé de sempre
A versão espalhada por pura má-fé por representantes da TB Nordeste/Porcellanati, em contato com lideranças de ex-empregados, é que somente com a indústria voltando a funcionar em Mossoró será possível pagar as dívidas trabalhistas, por exemplo. A informação é puro sofisma. “A gente sabe que tudo isso é mentira, estão enganando de novo”, desabafa José Ronaldo da Silva, uma das vozes mais ativas contra o calote, líder dos trabalhadores.
Na verdade, uma monstruosidade a mais, pois o Plano de Recuperação Judicial concentra essas e outras obrigações em Tubarão-SC, sem qualquer relação com a unidade local. Inclusive, a própria estrutura fabril local está comprometida em cerca de 50%, pois uma de sua linhas produtivas foi ‘arrancada’ em abril desse ano, por ordem judicial, cumprida para atender credor que não recebeu pelo maquinário fornecido há muitos anos.
A tentativa de segurar a qualquer preço o patrimônio público, convertendo-o de vez num bem seu, é outro golpe infame contra o município, Mossoró e sua gente. Por trás, muitos outros interesses, inclusive de forças ocultas que adoram explorar Mossoró.
Leia também: Protesto ‘oficial’ da Porcellanati é outro tudo ou nada contra reversão;
Leia também: Veja AQUI mais de 50 matérias sobre o tema postadas nos últimos anos.
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Decisão acertada, “elefante branco”, que a gestão anterior deixou, ITAGRES não deixará saudades, muito pelo contrário, deixará muitas dividas, o prefeito Alisson Bezerra está fazendo um ‘rapada” nas falcatrua da gestão Rosalba, isso leva tempo, o terreno será usado por outra empresa, essa com credibilidade no meio empresarial com mais de duas décadas no mercado.
Esse menino, além de pobrezinho, é muito macho.
Parabéns.
Alguém já verificou se a A&C cumpre o que prometeu quando recebeu doação de terreno, isenção de impostos e financiamento de 21 milhões de reais do BNDES?
Quantos empregos a A&C prometeu gerar, empregos diretos, e quantos hoje estão trabalhando na A&C?
Não vale contar estagiário como empregado.
Quantos mil mossoroenses estagiaram na A&C e quantos permaneceram?
Isto nunca ninguém apura.
Coisas de Mossoró.
Mossoró é tão surreal que faz licitação de 143 mil reais para compra de COENTRO e todos ficam caladinhos.
Com relação ao passivo inerente a Itagrés, só tenho dó dos que trabalharam e foram enganados, não receberam seus salários.
Com relação a bancos, Sudene e empresas locais, que fiquem de aleta e lição, pois filhos da terra mossoroense não merecem crédito, os que vêm de fora sim… calote bem dado!!! Pergunto: Cadê as garantias dada pelos milhões entregues ? Os daqui se vão aos bancos e empresas locais rogar por empréstimos, pedem garantias até do patrimônio da tataravó. Que fique a lição!!!
Com relação ao prefeito, só merece aplausos pelo ato assinado.
Se transplantarem o juízo dos propritários dessa empresa numa galinha, a mesma ainda vai continuar pondo no mato e vai continuar perdendo os ovos.
Digo isso porque a empresa foi instalada em Mossoró-RN, e a matéria prima necessária para a fabricação de cerâmica, estava distante 270 km da fábrica, no Junco do Seridó-PB. São 540 km ida e volta.
Durante minhas viagens à Caruaru-PE, tive a oportunidade de sair da rota e conhecer o local de extração.
Na época, eu comentei com um motorista de carreta basculante que transpotava o minério: ‘Essa fábrica tem tudo para NÃO dar certo.’
Se não me falha a memória, eu fiz esse comentário em 2009.
Ah, a distância entre Junco do Seridó e Campina Grande é de apenas 106 km.
Ah (2), Campina Grande é ‘N’ vezes mais desenvolvida do que Mossoró.
A pergunta:
Por quê essa fábrica se instalou em Mossoró, e não no Junco do Seridó (sobre a mina) ou até mesmo em Campina Grande?
Aí tem. Ou melhor, tinha.
Essa matéria do blog serve para avaliar ou comparar ( sem má intenção) o que é uma fonte de informação com credibilidade e outra que tenta invernizar a verdade . Em outro veículo de informação, o gerente da fábrica afirma que a prefeitura está cometendo um erro contra os trabalhadores pois está impedindo a reabertura da fábrica e assim atentando contra os direitos trabalhistas e impedindo o desenvolvimento da cidade . Ele faz um cálculo sem noção em que afirma está aguardando 10 milhões em investimento do grupo para reabrir . Até pra mentir é necessário bom senso . São 20 milhões de dívidas trabalhistas e outros tantos milhões para recuperar linha industrial paralisada há 07 anos . Em 7 anos a empresa nunca cumpriu seus compromissos e nunca respeitou os trabalhadores mossoroenses . Essa decisão do prefeito foi decisão de homem, foi de menino não.
O Pobrezinho está dando conta do recado .
Decisão acertadissima do Prefeito Alison Bezerra.
Empressa sem futuro essa Itagres.
Deveria ser chamada de ‘ presente de grego ‘. Essa era a verdadeira intenção do calote.