• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
domingo - 08/06/2014 - 12:45h

Ruim é não envelhecer

Por François Silvestre

Ouvi muitas vezes, de amigos mais velhos, a frase pronunciada com a fisionomia na moldura de uma foto antiga: “A velhice é uma merda”. “Envelhecer é uma bosta”.

Só não envelhece quem morre novo. E quando isso ocorre o morto jovem parte deixando uma sensação de saudade mal resolvida. É uma inaturalidade, uma agressão ao natural.

O velho, não. O corpo envelhece e prepara a naturalidade do desfecho. Começa pelo arquivando de desejos. Coisas indispensáveis, na mocidade, vão se tornando arquivos, deixando lembranças e arrumando conformação. É a cerimônia do adeus, de que falava Simone de Beauvoir, ao ver no sofá a mancha de urina de Jean-Paul Sartre.

“A vida é apenas um demorado adeus”. E Esse adeus demorado ou breve é pra ser vivido intensamente. Sem culpas, preconceitos ou hipocrisia.  Sem ligar para o fascismo dos costumes, que é o moralismo. E se faltar coerência, que sobreviva a honestidade.

O desejo não é mais do que a vontade de uma necessidade estimulada. A fome, a sede, a libido, são necessidades estimuladas pelo desejo. O conjunto do ciclo forma a vontade. A volição que cobra a satisfação do estímulo. Quando o corpo vai transformando a vontade numa gradação mais serena, menos impulsiva, começa a preparar o fim do ciclo, com naturalidade.

A única coisa que a velhice tem de ruim mesmo, e sem jeito, é a perda de pessoas queridas. A perda de amigos sem ser pela inimizade. Ou a imponderação dos acidentes.

Nascer é um bambo maior do que qualquer percentual restritivo de loteria. Para o seu nascimento foi preciso que a sequência de todos os ancestrais tenham sido exatamente o que foi. E se o sexo dos pais houvesse ocorrido minutos antes ou depois, certamente o espermatozoide seria outro a chegar à ovulação. É ou não é uma loteria do destino? Nascer é um acaso, morrer é uma naturalidade inevitável; e necessária à vida.

A velhice não é um castigo, é um prêmio; só chega lá quem ganhou do tempo. Só o tempo não envelhece; mas tudo que ocupa espaço envelhece e finda. Há coisas, na velhice, que não mudam do que foram na juventude. O caráter, o temperamento, os princípios. Pelo contrário, acentuam-se.

O velho impaciente foi jovem impulsivo. O velho velhaco foi jovem ladrão. Dostoievsky disse que se Deus não existisse tudo seria permitido. Não é verdade. A boa ou má ação não é matéria de fé ou de razão, mas de caráter. O mundo está entregue aos deístas, que tentam destruir o que eles dizem que Deus fez. Quem desmanda no mundo são os fervorosos; cristãos, muçulmanos e outras denominações.

O bom caráter tem no remorso o limite das ações. Seja ele deísta ou ateu. O mau caráter tem um “deus” particular que é seu cúmplice. O Diabo envelhece vitorioso porque seus combatentes teóricos são seus aliados da prática.

Té mais.

François Silvestre é escritor

* Texto originalmente publicado no Novo Jornal.

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO diz:

    Caro jornalista Carlos Santos, como bem sabes, sou um leitor contumaz do seu admirado, visitado, transparente e crítico Blog, Blog esse, que no mais das vezes permeia sua atividade jornalística com iguais argumentos e predicados.

    Com a devida deferência, respeito e admiração à todos outros, dentre todos os articulistas que aqui escrevem, tenho em FRANÇOIS SILVESTRE, a pena que nos anima e ilumina de sabedoria quando de suas inserções, sejam elas semanais e (ou) mensais.

    O ato de ato escrever semanalmente perpetrado pelo nosso François Silvestre, muito bem pode ser resumido em algumas das frases do grande “Leonardo Da Vinci:

    ” A simplicidade é a extrema sofisticação.”

    “Todo o nosso conhecimento nos vem através das sensações ”
    LEONARDO DA VINCI

    “Estuda, antes, a ciência; depois, segue a prática nascida da ciência. ”
    LEONARDO DA VINCI

    LEONARDO DA VINCI “O vaso de barro cru, quando se parte, pode ser reparado; mas nunca o pode o vaso de barro cozido. ”
    LEONARDO DA VINCI

    ” Todo o nosso saber começa nos sentimentos. ”
    LEONARDO DA VINCI

    Um abraço

    FRANSUÊLDO VIEIRA DE RAÚJO.
    OAB/RN. 7318.

  2. naide maria rosado de souza diz:

    Texto exemplar. “A velhice é um prêmio.” Levemos em consideração que, diante do fato de estarmos mais longevos, a idade, a consideração da palavra idoso foi ampliada. O seja, antigamente, alguém aos sessenta era um senhorzinho. Hoje, o sessentão, bem de saúde, para mim, é jovem.
    A morte, de fato , é inexorável. O que não pode acontecer é a inversão da ordem natural. Até me arrepio escrevendo isso.
    Há um tempo, numa notícia sobre alguém que havia sido assaltada, li o seguinte: ” A anciã, de cinquenta anos…”
    Pensei com os meus botões…anciã, aos cinquenta…aos cinquenta, pulava “amarelinha” e surfava. Os mais jovens tendem a denominar “coroa” todos os que ultrapassam os quarenta.
    Certo é que , após certa idade, estamos sujeitos a algumas “patologias” próprias, mas os recursos, são muitos.
    Alguns denominam como a época do “CONDOR”. Mas, senhores, está conosco a Fisioterapia e a Hidroterapia e outras mais.
    Sou meio vaidosa, quero dizer, gosto me cuidar, sem extrapolar…Risossssssssss. Há um tempinho, meu genro perguntou se eu tinha medo da velhice. Respondi que não, exceto por um detalhe. Ele perguntou qual era. Respondi que receava, quando ficasse velhinha , que me tirassem o ar-refrigerado pois sinto um calor sufocante. Digamos que eu fosse hospitalizada e estivesse sem poder me comunicar. Então, as enfermeiras desligariam o ar e, ainda diriam, aquela senhorinha deve estar sentindo frio…e eu cheia calor. Agora, vem a parte bonita. Meu genro, bem sério, segurou as minhas mãos e disse : ” Minha sogra, prometo que , estando eu vivo, haverá ar-refrigerado em sua vida até o seu último dia.” Foi bom demais. Amei aquele carinho, embora esteja um pouco longe, penso eu, de ele me prestar esse auxílio. De todo modo, posso causar espanto, mas fiquei bem mais receptiva à morte.
    O caráter, o temperamento e princípios, de fato, não mudam. Verdade, sr. François.
    Só não gostaria de assistir a partida de meus amores. E, se puder escolher, gostaria de, agora, ser a primeira, porque foi insuportável perder minha irmã Margot, Margarida, nossa flor.

  3. Joana DArc Veras diz:

    Naide Maria, odorei seu comentário, como diz o dito popular:”quem de novo não morre, de velho não escapa né?”, rsrsrs, não soube da morte de sua irmã e você soube das minhas 3 perdas, portanto sei em dose tripla o que sentes.
    Beijo grande,
    Darquinha

  4. NÓBREGA diz:

    Começaria a análise do artigo de François com a frase de Sêneca, intelectual do império Romano: “A religião é considerada verdade pelas pessoas comuns, mentira pelos sábios e útil pelos governantes”.
    O que falta é educação de qualidade no sentido mais amplo abrangendo os aspectos: formal, filosófico, político e cidadão.
    Se essa educação holística fosse praticada, as pessoas entenderiam que o ato de morrer é tão natural quanto o de nascer e que cada fase da nossa vida tem sua beleza em particular. Assim veríamos cenas como a de um pai ao morrer de causa natural chamar os filhos e amigos e dizer para eles que a vida foi uma experiência maravilhosa ao lado deles e que estaria até curioso para saber o que vem depois dessa fase.
    Infelizmente as religiões quando não exploram as pessoas, caso de certas Igrejas Evangélicas que o fazem no dízimo e agora também no voto, se encarregam de deseducá-las incutindo nas mesmas a falsa ideia de que uma força divina vai, por exemplo, curar suas doenças, torna-las mais ricas ou resolver seus problemas no dia a dia.
    Por causa dessa manipulação inconsequente e irresponsável cria-se uma enorme quantidade de pessoas dependentes e aqui dou um exemplo:
    Desde criança fomos educados achando que procissão faz chover. Ora, se todo esse discurso fosse trocado por uma boa educação ambiental e cidadã, ensinando as pessoas a entender o meio em que vivem e como buscar formas de melhor conviver com ele, novas técnicas já teriam sido desenvolvidas e o Nordeste seria o celeiro do Brasil assim como a Califórnia que com muito menos pluviosidade do que nós abastece boa parte dos Estados Unidos.
    Estive no Canadá e todo ano o solo fica praticamente encoberto por uma grossa camada de gelo, e por mais que procurasse não vi ninguém reclamando e muito menos fazendo oração para que a nevasca não viesse, pelo contrário todos convivem naturalmente com o fenômeno porque o entendem e sabem até tirar proveito dessa situação especial.
    No nosso caso, como ninguém se preocupa em educar o povão por ser mais fácil de ser dominado por uma matilha de políticos incompetentes e corruptos, lamentavelmente estamos caminhando a passos largos para a desertificação e outras adversidades.
    Lourinaldo Nóbrega

  5. Antonio Augusto de Sousa diz:

    Gostoso ler François Silvestre!.

    Conheci esse cidadão em 82, campanha política prá Gonvernador, renovação das Assembléias, estadual e federal, na esquina da pça vigário Antonio Joaquim, com a rua Idalino Oliveira.

    Na peleja prá o Governo, Aluísio Alves e José Agripino duelavam. O primeiro, sabia por antecipação da sua derrota, demonstrada por todas as pesquisas de opinião pública, lutava como um mouro, obstinado como sempre, determinado como nunca!.

    O segundo, preparado para ser o candidato do governo, como prefeito da capital, indicado como fora, nos quatro anos que antecederam o embate, tinha apoio de 121, dos 123 prefeitos do estado, à época! Prá se ter uma idéia, da desigualdade de forças, tinha municípios que tinham três candidadtos do PDS, todos disputando à prefeitura, e lógico, apoiando Zé Agripino e nenhum do PMDB. Aliás, tinha municípios que nem diretório deste partindo existia.

    Pois bem, numa noite de outubro desse ano, vi um aglomerado de pessoas na citada praça, circundando uma velha Kombi. Na lateral da mesma, tinha um anúncio: François Silvestre para Deputado Federal PMDB, Aluísio para governador, e o nome de um ou dois candidatos prá estadual, que não lembro os nomes!

    Vinte e cinco minutos foi o suficiente prá ele “dissecar sua vida”, falando de suas origens, de sua região: Umarizal, Martins, Portalegre, Viçosa… o porquer de estar na “empreitada” política, ao lado de Aluísio, Zezito, Henrique e tantos outros, e…também foi o suficiente prá eu mudar meu voto prá federal, que já estava definido!

    Nem Aluísio ganhou, nem ele! Mas costumo dizer, que à vitória e a derrota estão intrisicamente ligadas!. Quatro anos depois, Aluísio ajudaria a eleger Geraldo Melo, e François Silvestre, n

    • Carlos Santos diz:

      NOTA DO BLOG – Eu estava lá também, Antônio. Nessa noite, no mesmo lugar, diante daquela Kombi, no coração de Mossoró, onde nasceu nossa cidade. Conheci François orador, candidato, eloquente, didático, poético, arrebatador. A imagem que você reproduziu puxou o que parecia embaciado em minha memória. François é isso e muito mais. Depois o descobri como escritor, justificando que o que eu ouvira lá atrás, boquiaberto, não fora apenas um espasmo de genialidade, mas a permanente erupção da genialidade, de alguém diferenciado. Abração.

    • Antonio Augusto de Sousa diz:

      …não sei porque, não quiz mais saber de candidaturas!

      Foi num foi, premia nossa mente com seus escritos sempre inteligentes!.

      Acrescento apenas que, como dizia o nosso outro mestre, Doriam Jorge Freire, “O pior da velhice, é que nossa mente continua jovem”.

      Augusto.

  6. fernando diz:

    Lembro-me de uma de suas tiradas em um comício: Eu sou igual a raiz da jaramataia, que agua passa mas não me tira do meu chão.

  7. Ivone Boechat diz:

    Para quem tem mais de 65 anos

    Ivone Boechat (autora)

    1 – Tome posse da maturidade. A longevidade é uma bênção! Comemore! Ser maduro é um privilégio; é a última etapa da sua vida e se você acha que não soube viver as outras, não perca tempo, viva muito bem esta. Não fique falando toda hora: “estou velho”. Velho é coisa enguiçada. Idade não é pretexto para ninguém ficar velho. Engane a você mesmo sobre a sua idade, porque os psicólogos dizem que se vive de acordo com a idade declarada!

    2 – Perdoe a você antes de perdoar os outros. Se você falhou, pediu perdão? Deus já o perdoou e não se lembra mais. Mas você fica remoendo o passado… Não se importe com o julgamento dos outros. Só há dois times no Universo: o do Salvador e o do acusador. Neste último você sabe quem é goleiro. Continue no time do Salvador.

    3 – Viva com inteligência todo o seu tempo. Viva a sua vida, não a do seu marido, dos filhos, dos netos, dos parentes, dos vizinhos… Nem viva só pra eles, viva pra você também. Isto se chama amor próprio, aquilo que você sacrificou sempre! Nunca viva em função dos outros. Faça o seu projeto de vida!

    4 – Coma muito menos; durma o suficiente; não fique o dia inteiro, dormindo, dando desculpa de velhice. Tenha disciplina. Fale com muita sabedoria. Discipline sua voz: nem metálica, nem baixinha; seja agradável!

    5 – Poupe seus familiares e amigos das memórias do passado. Valorize o que foi bom. Experiências caóticas, traumas, fobias, neuroses, devem ser tratadas com o psicoterapeuta. Não transforme poltrona em divã, ouvido em descarga.

    6 – Não aborreça ninguém com o relatório das suas viagens. Elas são interessantes só pra quem viaja. Ninguém aguenta ouvir os relatórios e ver fotografias horas e horas. Comente apenas o destino e a duração da viagem, se alguém perguntar. Aprenda a fazer uma síntese de tudo, a não ser que seus amigos peçam mais detalhes. Se alguém perguntar mais alguma coisa, seja breve.

    7 – Escolha bons médicos. Não se automedique. Não há nada mais irritante do que um idoso metido a receitar remédio pra tudo o que o outro sente. Faça uma faxina na sua farmácia doméstica.

    8 – Não arrisque cirurgias plásticas rejuvenescedoras. Elas têm prazo curto de duração. A chance de você ficar mais feio é altíssima e a de ficar mais jovem é fugaz. Faça exercícios faciais. Socorra os músculos da sua face. Tome no mínimo oito copos de água por dia e o sol da manhã é indispensável. O crime não compensa, mas o creme compensa!

    9 – Use seu dinheiro com critério. Gaste em coisas importantes e evite economizar tanto com você. Tudo o que se economizar com você será para quem? No dia em que você morrer, vai ser uma feira de Caruaru na sua casa. Vão carregar tudo. Não darão valor a nada daquilo que você valorizou tanto: enfeites, penduricalhos, livros antigos, roupas usadas, bijuterias cafonas, ouro velho… prataria preta, troféus encardidos, placas de homenagens. Por que não doar as roupas, abrir um brechó ou vender todas as suas bugigangas, apurar um bom dinheiro e viajar?

    10 – A maturidade não lhe dá o direito de ser mal educado. Nada de encher o prato na casa dos outros ou no self-service (com os outros pagando); falar de boca cheia, ou palitar os dentes na mesa de refeições (insuportável).

    11 – Só masque chiclete sem testemunhas. Não corra o risco de acharem que você já está ruminando ou falando sozinho.

    12 – Aposentadoria não significa ociosidade. Você deve arranjar alguma ocupação interessante e que lhe dê prazer. Trabalhar traz muitas vantagens para a saúde mental, além do dinheiro extra para gastar, também com você.

    13 – Cuidado com a nostalgia e o otimismo. Pessoas amargas e tristes são chatíssimas, as alegres demais, também. Elogie os amigos, não fique exigindo explicações de tudo. Amigo é amigo.

    14 – Leia. Ainda há tempo para gostar de aprender. A maturidade pode lhe trazer sabedoria. Coloque-se no grupo sempre pronto para aprender. Não se apresente em lugar nenhum dizendo: sou muito experiente!

    15 – Não acredite nas pessoas que dizem que não tem nada demais o idoso usar roupas de jovens, cuidado. Vista-se bem, mas com discrição. Cuidado com a maquiagem, se for pesada, você vai ficar horrível.

    16 – Seja avó do seus netos, não a mãe nem a babá. Por isso nem pense em educá-los ou comprometer todo o seu tempo com as tarefas chatas de ir buscar na escola, levar a festinhas, natação, inglês, vôlei… Só nas emergências. Cuidado com aquela disponibilidade que torna os outros irresponsáveis.

    17 – Se alguém perguntar como vão seus netos, não precisa contar tuuuuuuuudo! Evite discorrer sobre a beleza rara e a inteligência excepcional deles. Cuidado com a idolatria de neto e o abandono dos filhos casados…

    18 – Não seja uma sogra chata. Nunca peça relatório de nada. Seu filho tem a família dele. Você agora é parente! Nunca, nunca, nunca mesmo, visite seus filhos sem que seja convidado. Se o filho ligar pra você, não diga: ah! lembrou finalmente da sua mãe? É melhor dizer: Deus o abençoe meu filho.

    19 – Cuidado em atender ao telefone: se a pessoa perguntar como você vai e você responder “estou levando a vida como Deus quer”; “a vida é dura”; “estou preparando a partida”; “estou vencendo a dureza”; você vai ver que as ligações dos amigos e dos parentes vão rarear, cada vez mais.

    20 – A maturidade é o auge da vida, porque você tem idade, juízo, experiência, tempo e capacidade para se relacionar melhor com as pessoas. Então delete do seu computador mental o vírus da inveja, do orgulho, da vaidade, promiscuidades, cobranças, coisas pequenas e frustrantes para tomar posse de tudo o que você sempre sonhou: a felicidade.

    Extraído do livro Educação-a força mágica de Ivone Boechat

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