Por Odemirton Filho
Pai herói? Não, não sou.
Em minha fragilidade humana procuro desbastar a pedra bruta que sou, em um constante talhar daquilo que pretendo ser.
Imperfeições, sentimentos diversos, risos e lágrimas. Encantos e desencantos. Sonhos e frustrações.
Talvez não tenha despendido a atenção devida aos meus filhos. Tentei e tento, sempre.
Nos meus braços embalei o seu sono. Desajeitado, é certo, mas com um carinho que dediquei a poucos.
Talvez nem seja um bom filho, mas, diuturnamente, procuro ser um bom pai.
Entre os meus inúmeros erros, quiçá, um acerto. A minha paga é a gratidão daquele sorriso sincero.
As ausências cotidianas, as poucas palavras e, às vezes, uma certa rispidez não condizem com a serenidade do amor. Foram, apenas, consequência do humano que sou.
Não me interessam os presentes caros, mas somente a presença daqueles que me fazem bem. Me fazem sorrir. Me fazem ser melhor.
Não me importa se a data foi criada para movimentar o comércio. O que vale é a presença ou, simplesmente, uma ligação. A lembrança.
Quantas vezes neguei um presente ou mesmo um afago. Quem sabe absorto em meus pensamentos para ser melhor ou dar-lhes o melhor.  Ofertar o imaterial, aquilo que não se compra, que não tem preço.
Em um mundo no qual a falta de solidariedade, a disputa e a inveja são recorrentes, um pouco de amor nos faz bem.
Por fim, desculpe-me, errei mais do que acertei.
Sou, simplesmente, pai.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
Belo, conciso texto/poema daquele que tenta ser pai, nadando contra contra correntes de marés num mar de hipocrisia e de metas comerciais, onde o outdoor da matéria e do ter no fio condutor das relações entre pais e filhos, tem data e domingo precisos tão relevantes, levando-nos cada dia mais na direção da monetarização do afeto.
Parabéns meu Caro Odemirton, pela simplicidade e verdade do texto, em especial pela sinceridade que dele exsurge, pelo menos aos olhos daqueles que ainda não sucumbiram à volúpia, a volubilidade e, sobretudo a mercancia latente quando das ditas datas comemorativas.
Um baraço
FRANSUÊLDO VIEIRA DE ARAÚJO.
OAB/RN. 7318.
Belo e completo escrito; se por acaso errou os acertos compeçaram e muito os “supostos” erros.
Parabéns.
O amigo Fransueldo, como sempre, gentil.
Obrigado pela deferência.
Aliás, os comentários do amigo poderiam ser
condensados em um artigo para este espaço.
Sem dúvida, enriqueceria nosso blog.
Abraços.
Verdade!
Parabéns amigo pelo brilhante artigo, hoje você conseguiu me arremeter a minha infância e adolescência quando nas minhas teimosias e insistência da desobediência seu Expedito Rocha, meu pai dizia “Você só vai saber o que é um pai, quando você for pai”. Quanta sabedoria oriunda de um homem probo que nem o nome assinava, mais que possuia uma inteligência invejável, disposição para trabalhar, e um matemático nato. Homem que hoje me faz doer o coração de tanta saudade e a quem devo tudo.
Mais uma vez amigo, obrigado pela maestria que você usou no artigo em tela. PARABÉNS!!!
Com certeza, Prof. Odemirton, o sr. é um excelente pai. Por mais desajeitado que tenha sido o seu embalar, o importante foi a presença do carinho especial, o amor sempre presente .
Obrigado pelos comentários de nossos fiéis leitores.
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Abraços.