Por Odemirton Filho
Dia desses, após ler uma matéria sobre a saúde do ex-governador Geraldo Melo neste Blog, lembrei-me da memorável campanha eleitoral para o Governo do Rio Grande do Norte em 1986. Eu era adolescente, ainda não votava, mas acompanhava os meus pais pelas ruas e avenidas de Mossoró para ver as passeatas e os comícios.
Aldo Tinoco, João Faustino, Geraldo Melo e Sebastião Carneiro eram os candidatos ao Governo. Mas a disputa, pra valer, ficou entre João Faustino e Geraldo Melo.
João Faustino era o candidato dos Maia. Geraldo Melo, com apoio dos Alves, percorreu todo o estado e começou a embalar o “povão” com sua oratória e músicas empolgantes. Em Mossoró os comícios tinham um “mar de gente”. Naquela época era possível a realização de showmícios.
Espiávamos o comício do “tamborete”, apelido dado a Geraldo Melo, e o de “João do coração”. Eram “os bacuraus” contra os “bicudos”. Uma verdadeira festa popular.
Meus pais votaram em João Faustino, mas eu gostava, de verdade, eram das músicas de Geraldo Melo. Foram as mais belas músicas de campanhas eleitorais que já ouvi. Arrepiavam.
As pessoas carregavam tamboretes nas mãos. Ouviam, encantadas, o discurso de Geraldo Melo. Foi uma campanha acirrada, aliás, como quase toda campanha eleitoral de nosso Estado. O nosso povo, apesar dos pesares, defende com unhas e dentes o candidato de sua preferência.
Na apuração dos votos deu-se o improvável. Como bem narrou o jornalista Rubens Lemos Filho:
“No quarto dia, uma sexta-feira, Geraldo Melo ultrapassava João Faustino e impunha os 14.072 votos que o tornaram o primeiro governador de um partido de oposição desde Aluízio Alves em 1960, pois o Monsenhor Walfredo Gurgel sucedeu seu aliado Aluízio em 1965. O povo foi às ruas, Geraldo discursou nas escadas da Tribuna do Norte/Rádio Cabugi e a passeata se estendeu ao amanhecer de um domingo ensolarado de democracia”.
Pois é, não se trata de avaliar a administração do ex-governador. Isso é outra história. Trata-se, tão somente, de relembrar a campanha eleitoral mais emocionante e bonita que presenciei.
“Sopra o vento, deixe esse vento soprar, esse vento traz Geraldo e a nossa sorte vai mudar”…
Há trinta e cinco anos. Inesquecível.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
Bom dia Grande Odimiron.
Não trata este meu comentário sobra avaliação da administração do Gov. Geraldo Melo.
Oh “baixinho” prá falar bem!
Terminado seu governo algum gempo depois ele foi ao rádio e provou por A +B que nunca havia atrazado salários; ouvi com atenção e eu acreditei!
Oh ” baixinho” prá falar bem!
Kkkkkkkkkk
Um abraçaço!
NR. Algum tempo depois
Dois grandes apelidos, duas grandes inteligências até hoje insuperáveis na história política do nosso estado, Aluizio Alves, apelidado de Cigano Feiticeiro pelo então governador do estado Dinarte Mariz, e Geraldo Melo apelidado de Tamborete pelo então governador José Agripino, mal sabia os dois autores dos apelidos, que estes seriam marcas e referências fortes não só para o marketing das respectivas campanhas eleitorais da época de 1960 e 1980, mais para serem lembrados até hoje pela que fazem a história política do povo potiguar.
Amigo Odemirton, parabéns pela bela e rica crônica em tela.👍👍👍