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domingo - 24/03/2019 - 10:02h

Tudo como dantes?

Por Odemirton Filho

Depois das eleições e com a posse dos novos representantes da sociedade nos respectivos mandatos, o cidadão pacientemente, ou inocentemente, ainda espera por mudança na forma de se conduzir a política deste país tropical.

Entretanto, o fisiologismo, lugar-comum na política tupiniquim, ao que parece, insiste nas mesmas práticas, isto é, o toma lá, dá cá.

Na política, é tormentoso para os neófitos – mas não impossível – fazer algo diferente, mesmo que carreguem a melhor das intenções. Somente os fortes resistem ao belo canto da sereia, pagando com o ostracismo político quando não caem em tentação.

Não é fácil quebrar um modelo que há muito confunde o público com o privado. Os interesses e escaninhos são muitos.

Existem, pasmem, aqueles que alegam que a corrupção é um vício e que, em razão disso, caíram em tentação ao meter a mão no dinheiro do povo. A cara de pau sempre precisa de uma demão de verniz para se sair bem na fita.

Outros gostam de guardar dinheiro no caixa dois, como se esse não fosse da mesma família da corrupção.

Há, sem dúvida, pessoas de bem. Essas, contudo, ficam na marca do escanteio e, ainda, roubam-lhe a bola, deixando o placar sempre desfavorável à sociedade.

Não é de hoje que a coletividade recebe a fatura da corrupção. Há tempos que escutamos a mesma retórica: não há dinheiro para investimento; a sociedade precisa fazer a sua parte; os professores serão mais bem remunerados, entre outras vãs promessas.

Ressalte-se que a corrupção não está encastelada, somente, em um único nível de Poder. De quando em vez eclodem denúncias de corrupção, com condutas nada republicanas daqueles que deveriam zelar pela dignidade do cargo que exercem.

É de bom tom lembrar que as prisões, com forte apelo midiático, não suficientes para inibir a sanha devoradora da corrupção. Aliás, a prisão cautelar (preventiva ou temporária) deve ser exceção, porquanto, tornando-se regra, ofende-se o garantismo penal.

As velhas práticas não têm limites.

A medida do ter, como se diz, nunca enche. Não bastam os privilégios. É preciso encher as burras de dinheiro.

Além disso, para ajudar a manter o status quo, as sinecuras ainda fazem parte do cotidiano.

Do exposto, cabe-nos indagar: tudo continuará como dantes, no carcomido quartel de Abrantes?

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Artigo

Comentários

  1. Amorim diz:

    É triste, o rapaz entrega o projeto a camara com supostos novos ET’S mas o ET chefe só toca pra frente se lhes derem um pirulito.
    Esta, supostamente, é a visão dos vasalos.
    Aguardemos pois, os proximos 50 anos.
    Um bom Domingo a todos.

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