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domingo - 25/10/2020 - 10:22h

Conversa, em casa, com os candidatos a prefeito de Mossoró

Por Dionízio do Apodi

Depois de ver o debate da TCM-Telecom (veja AQUI) com as candidatas e com os candidatos à Prefeitura de Mossoró, fiz o exercício de imaginar que se tivéssemos uma casa onde passassem as manifestações políticas por perto, quais seriam as candidatas e candidatos que poderiam entrar ou não, e até que cômodo poderiam ir.Claro que tudo dependeria ainda de uma conversa com minha companheira Renata Soraya, para ver se ela concordaria (e o que ela modificasse eu aceitaria tranquilamente).

Sei que estamos numa pandemia e não é tempo de ninguém visitar ninguém (parece que já é tempo mas não é não).

Mesmo assim, tomando todo o cuidado do mundo, poderíamos agir da seguinte maneira:

ROSALBA CIARLINI – Ficaria na calçada, que é pública, e eu pediria para que ela não dissesse os bordões e expressões de efeito que nada significam: “Estamos reconstruindo”, “Mossoró vai crescer mais e mais”, “a Rosa fez, a Rosa faz” e coisas desse tipo que sua militância adora repetir.

Ela precisaria de mais tempo para me ouvir. Ela falaria pouco, ou quase nada, ou nada mesmo, não precisaria.

CLÁUDIA REGINA – Eu abriria a porta, mas a gente conversaria ali mesmo, em pé, e poderia estar acompanhada do vereador Petras Vinícius, mas do seu vice bolsonarista não, para não servir de mau exemplo para a nossa Diadorim, que é pequenininha.

ISOLDA DANTAS – Poderia entrar e sentar para conversarmos na área de entrada de nossa casa, mas sem sua assessoria. Seu vice Gutemberg entraria, e para o ambiente ficar melhor o companheiro Neto Vale também, que aí a gente aprenderia muito com esse camarada de luta. A conversa seria iniciada por mim que já começaria com uma reclamação para Isolda: “cuidado para não ficar igual a rosa, que quando alguém faz uma crítica vai um monte de assessor em cima e inibe a pessoa até de falar.

Acompanhava suas redes sociais, Isolda, e via muito que quando uma pessoa reclamava, legítima e democraticamente, de alguma coisa que não concordava, bastava esperar e em pouco tempo surgiam seis, sete, oito companheiros do PT metendo o pau em quem criticou, inibindo qualquer pessoa de tentar colaborar de alguma forma”. Mas falaríamos da agricultura familiar, que a deputada aprovou projeto importantíssimo para as famílias de agricultores do estado.

ALLYSON BEZERRA – Poderia entrar e sentar conosco na sala, acompanhado por meu amigo Tiago Bento e minha amiga Soneth Ferreira, vereadora de Apodi. Mesmo eu não tomando, serviria um café para podermos prolongar um pouco o tempo, para eu poder fazer algumas perguntas ao deputado, que não conheço muito, mas  que tenho total interesse em conhecer, longe da influência da militância de Isolda e Cláudia Regina, que o colocaram numa embalagem, que mesmo eu sem conhecê-lo, por respeito a qualquer pessoa, não trataria alguém assim.

Sabendo que ele é evangélico (não tem problema nenhum ser evangélico), gostaria de saber seu pensamento sobre as religiões afro, sobre a música brasileira, sobre as artes, a cultura, sobre suas raízes na zona rural.

Seu pensamento sobre as coisas seria mais importante, para mim, que sua religião.

RONALDO GARCIA – Tenho carinho por professor. Mesmo não o conhecendo, nem tendo sido meu professor, o chamaria de professor , convidaria para entrar e colocaria a cadeira para ele sentar. Pediria para ele ficar à vontade e que não precisava ficar nervoso como na TCM não.

Nosso encontro seria na cozinha, pois assim ele em algum horário iria comer alguma coisa e baixaria a máscara para eu ver o rosto dele. E a gente conversaria, sobre muitos assuntos, e pronto.

CEIÇÃO – Primeiro a gente daria muitas gargalhadas. Iríamos para o quintal, onde chuparíamos uma manga, mas diria a ela que não chegasse perto da goiabeira não, pra não ver Jesus e querer catequisar, ou evangelizar, a gente.

“Mulher, me fale mais sobre seu tempo de ambulante, que deve ter sido bastante difícil, mas acredito que cheio de histórias pra contar”.

Isso não significa de forma alguma a manifestação de voto em alguém, só um exercício de perceber quem está mais perto da gente.

Dionízio do Apodi é ator e diretor teatral

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Categoria(s): Crônica

Comentários

  1. Roncalli Guimarães diz:

    Excelente crônica! .

  2. Edmiro diz:

    Quanta sensibilidade dita em poucas palavras, só aumentou a admiração que tenho pelo ser humano e artista que vc é. Parabéns Dionizio. (De todos).

  3. Hetchyenn diz:

    Eu estou distante da Política mais ao meu ver o Senhor Allyson Bezerra é mais uma farça de nossa Região. Marketeiro de Primeira e só se engana quem quer. Se o mesmo fosse diferenciado estava nos ajudando como Deputado. Mais isso não aconteceu e nem acontecerá.

  4. Q1naide maria rosado de souza diz:

    Amei sua Crônica, Dionízio do Apodi. Viu o debate pelos desempenhos, de forma artística. Apareça mais por aqui. Proporciona leitura agradável.

  5. Fernando diz:

    Reconstruir? Quem destruiu a cidade?

  6. Cosme Ricardo diz:

    Sensacional,uma leitura perfeita do quadro atual.

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