Por Odemirton Filho
Quando espio o passado percebo quantas pessoas queridas já perdi no correr da vida. No último dia cinco, infelizmente, perdi o meu tio Francisco das Chagas da Silva Espínola, professor aposentado da antiga ESAM. Um homem do bem, como se diz daquelas pessoas corretas.
Tio Espínola fez parte de toda minha vida. Quando eu ia à sua casa para brincar com os meus primos, a hora do almoço era um tormento. Tio Espínola somente deixava eu me levantar quando comesse tudo que estava no prato. Para mim, à época magrinho, era um sacrifício. Ele era barriga cheia, como se diz. Gostava de tomar uma “lapada” de cana antes de almoçar. Como homem “das antigas”, usava uma “capanga” para guardar seu dinheiro e documentos.
Lembro-me da construção de sua casa, ali no bairro Costa e Silva. Uma casa grande. A festa de aniversário de quinze anos de minha irmã foi lá. Aos domingos, ele gostava de preparar um churrasco para receber seus filhos e netos. Era um pai e avô dedicado. No ano passado, quando a pandemia estava no seu pior momento, ele ficou, juntamente com tia Adna, na casa de Tibau. Tio Espínola curtiu, sem saber, o restante da sua vida.
Tenho imensa saudade das “churrascadas” no alpendre de Tibau. Uma ruma de gente, bebendo e cantando, o mar como tira-gosto. Muitas das vezes eu tive que sair para comprar mais cerveja, tamanha era a sede dos convivas. Tio Espínola sempre fazia parte desses encontros.
Anos depois, já adulto, eu ingressei na Loja Maçônica 24 de Junho. Tio Espínola estava lá, pronto para me iniciar nos “mistérios” da Maçonaria. Ele nunca quis ser o Venerável-Mestre, embora tivesse experiência e respeito dos irmãos para assumir o primeiro malhete da Loja.
Lamento não ter conversado mais com ele, tomando o seu uísque Black & White. Eu teria aprendido muito sobre a vida. Vez ou outra, nos encontrávamos num supermercado próximo das nossas casas e trocávamos um dedo de prosa. Ele e sua inseparável “capanga”.
Certamente, o leitor, assim como eu, deve ter as suas perdas e saudades.
Vem-me à lembrança o poeta Carlos Drummond de Andrade: “Sim, tenho saudades, nem nos deixaste sequer o direito de indagar, porque o fizeste, porque te foste”.
Tio Espínola deixará saudade. Das grandes.
Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça
Espínola era uma figura do bem, lembro como se foce quando os amigos perguntava, Espínola esse ano vai ter inverno, de imediato ele respondeu, amigo eu venho é da ESAM, nao é do céu não.
Descanse em paz amigo!!
Sim, ele era um homem bom. E simples.
Bom domingo, Lênio.
Prezado Odemirton,
Bom dia!
Meus sentimentos pela perda do seu tio Espínola. Bela homenagem você prestou a ele com essa bela crônica. Que Deus conforte você e toda a família.
Abraço,
Marcos Ferreira.
Marcos Ferreira, obrigado pelas palavras. Você, para variar, é um bom amigo.
Um abração!
Um dos homens mais integro que tive o prazer de conhecer. Era casado com a filha de outro que dispensa comentários:Vivaldo Dantas.
Pois é, Arnaldo. Ele era um homem correto. Obrigado pela menção a tio Espínola e meu avô, Vivaldo Dantas.
Abraços!
O que faleceu é Francisco, e o metereologosta é José.
Isso mesmo, Francisco.
Boa semana.
O que faleceu é Francisco e o metereologista é José Espinola.
Meus sentimentos Odemiron.
Perdemos pessoas queridas mas guardamos no fundo do coração, seus ensinamentos, seu exemplo sua coragem; isto os torna ETERNOS; claro sentimos falta da sua presença física mas muitas vezes vejo me perguntando: como ele faria?
Sua citação ao “rapaz” de Itabira, nos causa uma emoção intagivél.
Compartilho com sua dor.
Odemiron, Marcos Ferreira e o sumido F. Silvestre tenho a ousadia de considera-los amigos e admirador.
E o que falar do “Nosso Blog” ?
Só tenho uma simples palavra: OBRIGADO !
Um abraçaço.
Eu que agradeço, Amorim. Você, sempre acompanhando os nossos artigos e crônicas. É um dos nossos comentaristas mais fiéis.
Fique bem. Forte abraço.
Belo texto sobre a beleza humana de um professor.
Obrigado pela palavras, mestre. Escreva mais. Estamos sentindo falta.
Um forte abraço.
Realmente o nosso universo humano ficou menor diante a perda do velho Chico, ele e seu irmão Zé Spinola não foram, continuam sendo uma das referências acadêmicas da antiga ESAM, hoje UFERSA. Vieram da região do Serido e conseguiram com muito esforço marcar suas presenças entre nós aqui da velha Oeste; sempre que encontrava o velho Chico, era prazeiroso o nosso momento de casualidades, dele me vinha a figura da mansidão, do respeito, da humildade, da fraternidade e igualdade, estas duas palavras que tão bem ele soube vivenciá-las em vida no meio de todos nós.
Como o tempo passa rápido gente! lembro de Chico Spinola, frequentando o velho casarão de seu Vivaldo e dona Placinda, (seus sogros, já falecidos) alí na rua 6 de janeiro, bairro Santo Antonio, cortejando sua namorada Adna, com quem casou e aqui fincou raízes para sempre, constituindo uma família que hoje estar na saudade do filho, irmão, marido, pai, tio e avô.
A Deus devemos agradecer pela acolhida do seu grande filho Francisco Spinola, na mansão celestial, lembrando a todos que o momento de saudade imensurável, só Deus e o tempo é quem conseguem os acomadar.
Ao amigo Odemirton, lembro que o ombro velho encontra-se ao dispor de todos vocês.
Valeu pelo complemento, Rocha. Assim mesmo. Tio Espínola e sua amada tia Adna. Mesmo doente, na cama do hospital, ele se preocupava com ela.
Obrigado pelo ombro amigo, amigo.
Abração!
Meus sentimentos!
Obrigado, Inácio Rodrigues.
Fique com Deus.
Abraços.
Leia-se Espínola*
Oh que idade ingrata!!!!kkkkkk
Entendo. Rsrsrs.,