Entre petistas históricos e muitos outros próximos à governadora Fátima Bezerra (PT), há um misto de alívio e angústia com a influência e poder cada dia maiores, no governo, do presidente do PSDB no RN e da Assembleia Legislativa – deputado Ezequiel Ferreira.
Esse estado de espírito ambivalente tem explicação fácil.
Sem Ezequiel, o governo da professora Fátima já tinha praticamente fenecido. A governadora é refém de sua liderança na Casa e fora dela.
Sem sua influência, sendo o real líder da bancada dita “governista”, a governadora não teria mais do que uns três deputados (e olhe lá) para chamar de “meus”.
Até quando Ezequiel Ferreira vai topar ser muro de arrimo do Governo Fátima Bezerra?
Eis a questão.
Ele não o é por identidade ideológica ou espírito público.
Ezequielzinho tem um projeto próprio, todo particular, de poder. Por circunstâncias políticas no segundo turno do pleito do ano passado, ele endossou a candidatura de Fátima Bezerra.
Já o deputado Gustavo Carvalho, também figura de expressão no PSDB, foi escalado para ‘cobrir’ a outra banda da contenda – apoiando o ex-prefeito natalense Carlos Eduardo Alves (PDT). Ou seja, fecharam em 100% as chances de serem governo.
No primeiro turno, o PSDB deu aval ao nome natimorto à reeleição do então governador Robinson Faria (PSD).
Rosalba como exemplo
Só para lembrar, sem necessariamente ser cassandra de uma história que pode se repetir: Rosalba Ciarlini (DEM, hoje no PP) era governadora (2011-2014) e refém do PMDB (hoje, MDB) dos primos Henrique Alves (deputado federal) e Garibaldi Filho (senador), além do senador José Agripino (DEM).
No dia 30 de agosto de 2013 (veja AQUI, AQUI e AQUI), pouco mais de um ano e um mês das eleições sucessórias de 2014, o MDB anunciou rompimento com a governadora.
No dia 2 de junho de 2014, o DEM reuniu seu Diretório Estadual e decidiu que faria apenas coligação na chapa proporcional. Não teria nome próprio ao governo estadual. Ou seja, descartou a tentativa de reeleição de Rosalba, que chegou a chorar no evento politico (veja AQUI).
Ela ignorava a rejeição estelar ao seu governo, apostando que poderia ser reeleita. O que tornou seu fim de governo menos desastroso foi a recomposição com seu vice dissidente e governador eleito – Robinson Faria.
Eleições 2020
“O homem é o homem e suas circunstâncias”, definiu o filósofo espanhol José Ortega y Gasset. Ezequiel e sua bancada trabalham com circunstâncias favoráveis, mesmo com alguns sobressaltos.
Adiante, tudo pode ser desfavorável e pouco interessante à manutenção do apoio. As eleições municipais de 2020 ainda colocam Ezequiel e Fátima com muitos pontos convergentes. Mais na frente, é provável que não.
E, se o governo continuar sem fôlego, como está até o momento, o presidente da Assembleia Legislativa não precisará fazer qualquer esforço para dar um passo atrás. É a vida!
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