Há exatamente quatro anos este Blog teve postagem com o seguinte título: “Um não, lá atrás, contra a intolerância de hoje“. Era dirigida ao webleitor Rui Nascimento, mas que servia para que analisássemos o extremismo entre pessoas durante a campanha municipal de Mossoró àquele ano.
Passado esse tempo, estamos em nova campanha e o cenário parece se repetir. Intolerância e estupidez permeiam o comportamento de muita gente esclarecida e teoricamente de bem.
Veja o que foi postado no dia 27 de Setembro de 2012:
A Rui Nascimento e tantos outros webleitores deste Blog:
Meu caro Rui, sei de casos de amizades de infância-adolescência desfeitas após décadas, devido baixarias, ressentimentos e o besteirol de provocações na atual campanha eleitoral.
Quanta intolerância. Quanta insensatez.
Sei de casal que trocou tapas num shopping, com plateia à vista, também devido a radicalização dessa campanha em Mossoró. A família em xeque, por nada.
Meu Blog é um termômetro disso.
Diariamente chegam postagens – boa parte com nomes falsos – promovendo agressões etc. Muitas são feitas contra mim e até familiares meus. Lamentável.
Gente incapaz de ouvir, geralmente não fala: rosna e late. Pode morder também.
Quem não tem argumentos costuma atacar o argumentador. Como o leão, não para de rugir para intimidar, na crença de que tem razão sempre, por parecer que tem a força para sempre.
Pobres diabos!
A sabedoria que vem da África, atravessa o Atlântico, para nos auxiliar na compreensão ou no entendimento de tanta estupidez.
– Meu pai sempre dizia: não levante a sua voz, melhore seus argumentos (Bispo Desmond Tutu, Nobel da Paz, uma voz em defesa da igualdade, contra o apartheid na África do Sul).
Recordo que há vários anos eu circulava entre gôndolas de um supermercado, em Mossoró, e vi uma criança de no máximo dois a três anos dando um espetáculo de choro, espichada ao chão. Contorcia-se, avermelhada, à cata de atenção da mãe. Ela ignorava-a.
De repente, vendo que não teria o iogurte pedido em tom de pressão emocional, pura chantagem, a criança emudeceu. Beicinho desfeito, pegou novamente a mão de sua mãe e continuou o périplo de compras.
Pensei comigo: essa menininha crescerá entendendo o que é “limite”; saberá bem o significado do “não”; será tolerante.
A mãe, orgulhosa, vai afirmar: “Essa é minha filha!”
Boa parte de tanta virulência tem explicações no passado. Os intolerantes – quase sem exceção – cresceram acreditando que podem tudo, que merecem tudo, que nada pode lhes barrar. Não aceitam ser contrariados.
Um “não”, lá atrás, poderia nos poupar de muita agressividade que testemunhamos hoje. Preservaria amizades, por exemplo.
Ah, por favor, não me venha com aquele raciocínio: “Fulano faz isso porque tem um cargo; tem o que perder…!”
Existem dezenas e centenas de pessoas com cargos comissionados, com privilégios, fartas vantagens em jogo, mas nem todas – ou a grande maioria – não desce ao lamaçal, mesmo tendo o que perder.
O problema não é o que se tem a perder, mas o que não se conquistou antes: a capacidade de ouvir.
Um “não”, lá atrás, poderia nos poupar das agressões.
Agressão não se rebate. Revida-se. Ou não.
No meu caso, o silêncio e a indiferença são infalíveis diante dos que espumam de ódio e vassalagem doentia. Como aquela criancinha, o indivíduo hidrófobo deseja chamar a atenção. Quer notoriedade, para que lhe façam os gostos. O gosto de ser visto e paparicado como algo melhor e superior.
Ao me calar, não manifesto consentimento. Digo, sem voz, que não troco juízo com estúpidos.
Continuarão esperneando, espichados no pântano em que vivem há tempos, como vermículos. Esse é seu ambiente. Lá ficarão.
É isso, Rui e demais amigos webleitores.
Abração.
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Pois é Carlos, e aqui estou eu novamente, e quanta coisa aconteceu nesses quatro anos, hein?
Como dizia aquele antigo comercial (acho que você lembra, ou não? rs): “….Vocês se lembram da minha voz? Continua a mesma, mas os meus cabelos, quanta diferença!” (rs rs rs rs)
E se parássemos para pensar e fizéssemos um balanço, não só nós, mas todos, o que poderíamos tirar de bom e de ruim do que aconteceu nesses quatro anos? Difícil, não?
Numa visão global, o mundo melhorou ou piorou? Tenho opinião, mas fico com ela!
Numa visão nacional, o Brasil melhorou ou piorou? Tenho opinião, mas fio com ela!
Numa visão local, são duas análises, o RN e Mossoró: melhoraram ou pioraram? Tenho opinião… E as exponho!
O RN ainda não piorou, mas continua andando para trás, buscando com muita determinação piorar!
E Mossoró? Aaah, minha outrora “Metrópole do Futuro!!!”
Pois é, o futuro não chegou para nós, está anos-luz daqui, e o pior: o passado está cada vez mais presente e o povo segue junto, numa caminhada desenfreada em seu rumo, e nessa caminhada a intolerância, o ranço, a visão míope e a alienação desmedida são companhias inseparáveis!
Oooh 1988, deixe Mossoró caminhar, mesmo que devagar e chegar ao século 21, vai!
Plagiando um conhecido blogueiro provinciano: POBRE MOSSORÓ!
Parabéns, sábias palavras. È o que procuro fazer também nas minhas relações familiares, profissionais e de amizade diante de um cenário que beira o surrealismo, hoje no Brasil.
A intolerância e a falta de respeito estão atingindo níveis assustadores.
Em relação a intolerância, Carlos, penso que daqui a quatro anos, quando tivermos comentando sobre as eleições de 2020, ela estará tão atual quanto em 2012 e, possivelmente, você recorrerá, mais uma vez, a esta postagem!
Infelizmente as pessoas não sabem diferenciar adversário e inimigo! Poderiam e deveriam, inclusive, se espelhar nos próprios políticos, como por exemplo: Rosalba, Sandra, Fafá, Larissa e Cláudia Regina, que há quatro anos protagonizavam o embate pela prefeitura em situação oposta à que se vê hoje!
Eis, então, que surge uma pergunta: o que pensam, hoje, aqueles que quatros atrás foram às últimas consequências, defendendo ou atacando os políticos acima citadas?
Com a resposta os intolerantes!
Eu, cá com meus neurônios já bastante avariados, recolho-me à minha insignificância!
Abraços!
NOTA DO BLOG – A estupidez humana é infinita, já dizia Einstein. Quanto ao universo, ele tinha dúvidas, Rui.
Abração, saúde e paz.