Lauro Maia ficou preso alguns dias e saiu – com habeas corpus – pelo portão dos fundos da Polícia Federal. Soube-se em seguida que teria ficado algumas horas no apartamento do advogado José Maurício (namorado de sua mãe) e… Sumiu.

A estratégia do silêncio é descabida. A sociedade aguarda uma posição.

Mesmo não tendo oficialmente cargo público, Lauro é filho da governadora, de um deputado estadual, ex-governador e ex-senador (Lavoisier Maia-PSB), além de acusado do desvio de milhões do erário estadual.

No vácuo, prevalecem a especulação e a versão.

O presidente regional do partido, deputado federal João Maia, deixou o núcleo local do PR à vontade para formalizar aliança, à disputa da Prefeitura de Mossoró. Em reunião na cidade no domingo (22), ele externou que não aceitaria imposição de aliança com o PSB da deputada estadual Larissa Rosado (PSB), pré-candidata a prefeito.

O partido deve fazer dobradinha com o PCdoB. O ex-vice-prefeito Antônio Capistrano (PCdoB) entraria na montagem da chapa encabeçada pelo vereador Renato Fernandes (PR). Capistrano seria o vice. Até o momento ele sustenta postulação a prefeito.

A convenção do PR acontecerá na quinta (26), entre 13 e 18h, na Câmara Municipal.

A governante deseja o apoio de ambos à aliança PT-PSB-PMDB em Natal. No restante do RN, ela admite a flexibilidade acrobática, a miscelânea esdrúxula e as fórmulas híbridas. Na capital não.

O encontro não foi conclusivo, mas os dois dirigentes partidários saíram zonzos.

O anúncio da reforma no secretariado da governadora Wilma de Faria (PSB) não saiu hoje. Nem tem data para sua divulgação.

Não é por acaso.

A reengenharia para acomodação de interesses políticos, sobretudo depois da "Operação Hígia", não é fácil. A governadora – soterrada por problemas – assume essa articulação praticamente sozinha.

A tensão nos bastidores é indisfarçável. Não se trata apenas de reordenamento de peças. Está à mesa a sucessão em Natal e a disputa de 2010.

O sopro de euforia com a possibilidade de Mossoró voltar a ter 21 vagas a vereador, seguida de frustração com engavetamento de projeto no Senado, causa o abalo no ânimo. Quem comemora a manutenção do cenário é o grupo de atuais vereadores. A tendência, com a leitura desse quadro, é de favoritismo deles.

Alguns potenciais candidtos desistiram antes. Como exemplo, Vanilde do Jucuri e Rita Dantas, ambas do DEM. Foram cooptadas por Niná Rebouças (DEM), ex-gerente da Educação de Mossoró.

O ex-vereador Júlio César Fernandes (PMDB) também preferiu apoiar Niná.

Ex-vereadores como Paulo Fernandes (PDT) e Antônio Mota (PMDB) estão sendo tentados à desistência. Outros pré-candidatos teoricamente fortes, com os quais conversei, admitiram o desânimo. Estudam "propostas."

As 13 vagas tornam a Câmara de Mossoró um ambiente elitista e de escassa representatividade popular. Poucos conseguirão chegar a esse poder sem uma montanha de "mufunfa."

A cabeça de chapa não se discute: de novo o engenheiro agrônomo, previdenciário e atual prefeito Manoel Cunha Neto, o Souza (PP), vai ser candidato. O vice está em aberto.

Ontem pela manhã, Souza, o ex-prefeito (de quem foi vice duas vezes) Bruno Filho (PMDB) e o ex-vereador Cleodon Bezerra (PMDB) conversaram reservadamente. Diálogo longo e inconcluso.

Ficaram apenas nos detalhes quanto à convenção municipal. Acontecerá no domingo (29), a partir das 15h, na "Churrascaria Tropical".

O anúncio do vice poderá ficar para o próprio evento, com inclinação maior para que seja Bruno Filho. Pode ocorrer surpresa. Os três líderes vão decidir a composição.

* Saiba mais sobre a sucessão areia-branquense ainda hoje.

É provável que haja menor repercussão na aventura deste ano.

A convenção do PTC de Miguel será no sábado (28). A piada pronta, outra, é que o evento acontecerá em sua própria casa, na Zona Norte da capital.

Pelo visto, por mais que se esforce, Miguel não vai superar outros colegas políticos pilhérias. A concorrência está acirrada neste 2008.

Genildo Pereira estaria de malas prontas para a Datanorte. O deputado estadual Gustavo Carvalho (PSB) deve mesmo ser fixado no Gabinete Civil, como antecipei há dias.

Entretanto o vaivém de nomes e muitas acomodações, fluxo e refluxo de possíveis escolhidos, não parou. Podem surgir novidades.

A segunda (23) promete ser movimentada.

Seu marido e deputado estadual, médico Leonardo Nogueira (DEM); o irmão e chefe de Gabinete, agitador cultural Gustavo Rosado; o secretário de Serviços Urbanos, Alex Moacir Pinheiro e o filho do casal, Jerônimo Nogueira, faziam  parte da delegação. Pegaram vôo em Natal pela madrugada e início da tarde estavam de volta.

Até meados desta semana estará à mão a essência do marketing da campanha.

Enquanto na Itália um deputado-senador custa anualmente em torno de R$ 3,9 milhões, na França é pouco superior a R$ 2,8 milhões e na vizinha Argentina supera R$ 1,3 milhão, no Brasil… Feche os ouvidos e abra os olhos: Passa dos R$ 10,2 milhões/ano.

O cenário em Brasília se extende país afora em assembléias legislativas e câmaras municipais. Em Mossoró, por exemplo, um vereador sai a mais de R$ 720 mil por ano.

Não é fácil quebrar o Brasil, apesar do esforço dessa horda.

A conta é nossa.