Em 119 anos de República e cerca de 160 anos de vida partidária nativa, o erário sempre foi a força-motriz das lutas eleitorais. Não precisa ser oficializado como tal.
Política que era uma atividade pública, com outorga popular, via mandatos de caráter transitório, se transformou em profissão. Tem milhões de pessoas vivendo disso – a expensas do contribuinte. Às vezes até trabalham.
Mandato virou bem de família. Herança. Em prole mais numerosa, o costume é transformar o rebento mais inútil em político. Quando o bambino não serve para nada, vira político.
Painho é eleito, leva mãinha para ocupar um cargo, o filhinho preguiçoso salta noutra "assessoria", a nora arranca uma sinecura, além do pinguim da geladeira, o criado-mudo e o patinho de borracha. Às vezes tem lugar ainda para amantes. Ninguém é de ferro.
Família, família, família.
Nas ruas, uma récua de trouxas fica se engalfinhando em discussões, gritando palavras de ordem ou comendo cachorro-quente ensebado, com refrigerante de fundo de quintal.
Esta terra ainda vai cumprir seu ideal.