Não é um imbróglio qualquer o impasse quanto à suposta aprovação de contas da Câmara de Mossoró. Caso se comprove a fraude, trata-se de um crime gravíssimo.

O jornal “O Mossoroense” é quem fez a abordagem mais segura sobre o fato no domingo, questionando o anúncio feito pelo presidente da Casa, Júnior Escóssia (DEM), à semana passada. Ele queria aprovar o suposto parecer em plenário, mas não conseguiu, em face de resistência e desconfiança de alguns vereadores.

O periódico provou no domingo e em nova matéria na edição de hoje, que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) ainda não julgou qualquer uma das contas da câmara e prefeitura, de 2004 até 2007. O relator da matéria é o conselheiro Valério Mesquita.

Parte da imprensa está ignorando o tema. "Engole" mosca. Outra ajuda a distorcer os fatos e poucos segmentos o abordam com propriedade.

Júnior Escóssia defendeu-se mostrando um documento que seria o parecer, mesmo com o desmentido do TCE. Contudo se recusou a fornecer cópia.

A Câmara de Mossoró parece que se supera a cada dia em desmantê-lo.

O primeiro leque de denúncias contra vereadores da atual legislatura, em Mossoró, deve sair com brevidade. Mas não há uma data definida.

O trabalho é minucioso e envolve mais de 20 mil papéis sob perícia, com checagens de dados e diversas providências legais. O trabalho veio à tona no dia 14 de novembro do ano passado, denominado de "Operação Sal Grosso".

Outras ações deverão pipocar adiante.

Essa primeira parte diz respeito à apuração quanto a 33 meses de movimento contábil, a partir de janeiro de 2005, alcançando mais de 18 milhões de reais.

O Ministério Público, Promotoria do Patrimônio Público da comarca de Mossoró, tem reunião emblemática para amanhã. Será às 15h.

Em sua sede no centro da cidade, o MP vai reunir os 13 vereadores eleitos no dia 5 de outubro, para oferecer alguns esclarecimentos. O encontro tem um caráter didático.

O MP quer fazer uma exposição quanto à importância do mandato e a necessidade que ele esteja em acordo com as aspirações populares e à lei.

A reunião não é por acaso. A atual legislatura passa por uma ampla investigação, denominada de "Operação Sal Grosso", sob a suspeita de ter praticado uma série de delitos contra o erário.

Volto já com mais novidades.

Está marcada para a próxima quinta (30), na Assembléia Legislativa, lançamento de um livro em homenagem ao deputado estadual Lavoisier Maia (PSB). Significativa, que se diga.

O professor Itamar de Souza lança o título "Lavoisier Maia Sobrinho – Um homem de superações". Marca os 80 anos de vida desse político, que também já governou o RN.

A sessão de autógrafos deve começar às 16h.

Alguns webleitores indagam por que Guamaré poderá ter novo prefeito, em vez do eleito Mozaniel Rodrigues (PP). Bem, vamos à tentativa de esclarecimento do caso.

O TSE cassou o registro do vice-prefeito e ex-prefeito João Pedro. Ele é pai de Mozaniel e seu vice-prefeito eleito. A decisão decorre de condenação transitada em julgado nos tribunais de contas da União e do Estado.

O entendimento do TSE é que esse tipo de sentença implica no impedimento à disputa político-eleitoral do afetado. Daí o problema respingar em Mozaniel.

Quem tende a assumir, não ocorrendo qualquer reviravolta, é o atual vice-prefeito Auricélio Teixeira, por ter sido o segundo colocado na disputa.

A inclinação é essa, porque Mozaniel não alcançou mais de 50% dos votos mais um. Se isso tivesse acontecido, ocorreriam novas eleições.

Mozaniel obteve 34,28% dos votos válidos, contra 32,23% empalmados por Auricélio dos Santos.

Guamaré continua impagável.

O ex-deputado Luís Sobrinho (veja matéria abaixo) era poeta popular, escritor, servidor público e advogado. Também militou nas lutas estudantis.

Era conhecido por seu perfil moderado.

Luís foi eleito vereador em Mossoró no ano de 1972, alcançando vaga à Assembléia Legislativa logo em seguida, em 1974.

Tentou a prefeitura como candidato em 1976, mas sem sucesso – sempre pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Também não se reelegeu deputado em 1978, sendo uma das vítimas da turbulência política causada pelo “acordão” entre Alves e Maias.

Em seu período de militância política, Luís Sobrinho sempre seguiu o movimento denominado de"aluizismo", encabeçado pelo ex-governador Aluízio Alves.

Morreu o ex-vereador em Mossoró e ex-deputado estadual nos anos 70 Luís Sobrinho, 69. Foi constatado um câncer no fígado, que o vitimou de forma fulminante.

Ele passava por exames em Natal, desde quarta (22).

O sepultamento deverá acontecer ainda hoje no Cemitério São Sebastião, centro de Mossoró, às 16h. O seu corpo chegará à Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro por volta das 10h.

Depois trago mais detalhes.

Os primos Carlos Augusto Rosado (DEM) e Sandra Rosado (PSB) podem bater com a face na parece, se insistirem numa "reunificação" familiar de ocasião (veja matéria abaixo). Não tem unanimidade no clã.

A facção familiar da prefeita Fafá Rosado (DEM), liderada pelo agitador cultural Gustavo Rosado, é ostensivamente contra qualquer afinação com a deputada federal Sandra Rosado. Não guardam boas recordações da época em que viveram à sua sombra.

É isso que manifestam diante de interlocutores de sua confiança.

A articulação para lançamento de candidaturas a federal e a estadual em 2010, em cima das postulação de Sandra e Larissa Rosado (PSB) – veja matérias mais abaixo -, faz parte de um projeto maior. Precisam sobreviver.

Na dependência de Carlos ou de Sandra, Fafá e família não passarão de penduricalhos. Serão sempe aliados de segunda classe.

O tema é mais amplo e o retomarei depois.

Sobre a reportagem especial em três postagens, que abre o dia de hoje, com o título "Sobrevivência ou morte na política – Fafaísmo vai à luta", há muito ainda a ser focalizado. Muito mesmo.

É preciso que a opinião pública fique consciente da existência de um pré-acordão entre os primos Carlos Augusto Rosado (DEM) e Sandra Rosado (DEM). Coisa de família.

Eles tiveram afinação estreita em 2006, quando o rosadismo cruzou os braços na reta final para ajudar na eleição de Rosalba Ciarlini ao Senado. Em troca, Carlos deu uma "força" à campanha à reeleição de mãe e filha, deputada federal Sandra e deputada estadual Larissa Rosado (PSB).

Este Blog trouxe recentemente uma série de reportagem detalhando os bastidores do acerto.

Como dizia o velho Dix-huit Rosado, "os Rosado só brigam em cima do palanque."

Em 2010, muitos interesses – de lado a lado – estarão em jogo. Anote.

Ainda nesta tarde volto ao tema. 

* Veja abaixo a série sobre pré-acordão:

– Primeira parte (AQUI);
– Segunda parte (AQUI);
– Conclusão (AQUI).

Ninguém estranhe se pipocarem fatos novos, no rescaldo da sucessão pauferrense. Os bastidores estão escaldantes e efervescentes.

É praticamente certo que o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresente denúncia capaz de colocar em xeque o resultado da disputa recém-concluída (nas urnas). Quem venceu foi o prefeito Leonardo Rego (DEM).

Vamos aguardar, com ouvido colado ao chão.

Mesmo numa avaliação superficial, é fácil perceber que o deputado federal Betinho Rosado (DEM) está sem ímpeto em seu novo mandato. Aquém do passado recente.

Em 2006, Betinho não se reelegera para o quarto mandato. Só ascendeu outra vez à Câmara Federal, em face da morte do titular Nélio Dias (PP) no ano passado. Daí o seu retorno, que até aqui tem sido modestíssimo.

Não parece o mesmo, que se destacara como um dos melhores parlamentares do RN nas últimas legislaturas.

É minha observação pessoal, carregada de testemunhos de vários interlocutores atentos à atividade política potiguar.

A agência Art&C, responsável pela criação da identidade visual da campanha à prefeitura da chapa Fafá Rosado (DEM)-Ruth Ciarlini (DEM) passou maus bocados.

Os detalhes estão nos intramuros da sucessão mossoroense. Não constam da história oficial da política nativa.

A empresa só foi informada quanto ao nome a vice, poucos dias antes da convenção partidária que homologaria os nomes. A dúvida quanto à escolha foi dirimida pela própria senadora Rosalba Ciarlini (DEM), que orientou a agência: “Bote Ruth!”

A partir da ordem, todo o material impresso passou a ser preparado com a composição Fafá-Ruth.

É indiscutível que a senadora Rosalba Ciarlini (DEM) é a maior liderança popular da atualidade, em Mossoró. Mas nem assim pode tudo.

Um exemplo quentinho é do processo de escolha do nome a vice na chapa da prefeita reeleita Fafá Rosado (DEM). Sua irmã, ex-deputada estadual Ruth Ciarlini (DEM), foi uma decisão pessoal da senadora, visto que em pesquisas encomendadas pelo grupo, ela sempre apareceu bem atrás da atual vice-prefeita (e vereador eleita) Cláudia Regina (DEM).

Ruth foi aboletada na chapa assim mesmo.

Meses antes, a imprensa local divulgara e repercutia entrevista do deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM), marido da prefeita, adiantando que a companheira (o) de chapa de “Fátima” (como ele trata Fafá Rosado) sairia “de pesquisas”. Foi levado a mentir, inocentemente.

O esquema terminou promovendo uma tremenda deslealdade.

Cláudia Regina só ouviu falar sobre a substituição, horas antes da convenção municipal partidária. Não fora comunicada oficialmente sobre a mudança de critério, mas certamente desconfiava que sobraria.

Como se observa, a popularidade e o vínculo familiar direto à Rosalba, não puxaram Ruth para cima. Era uma espécie de bigorna humana.

* Saiba mais adiante.

O governo Lula deixou de promover marolas retóricas e admite: a crise econômico-financeira internacional não é simples solavanco. O Brasil também é afetado.

A responsabilidade no combate à dificuldade não se restringe à União. O cenário pode se complicar como uma metástase.

Nos municípios, prefeitos, câmaras e sociedade como um todo devem se mobilizar.

A tendência é de queda no Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além desaquecimento da atividade produtiva. Assim caminhamos para redução na oferta de emprego e recuo no meio circulante.

É difícil se identificar quem acorde para essa realidade, tamanha a ignorância e despreparo da grande maioria. Só ouvimos lero-lero sobre eleição para câmara, reforma administrativa e festas.

A mídia pode ajudar no alerta em vez de concorrer à construção de uma imagem ilusória.

Concluídas as eleições-2008 no domingo (26), ontem, os números revelam que o PMDB continua firme e forte. É uma sigla municipalista, por essência.

O partido saiu de 1.060 prefeitos eleitos em 2004 para 1.207 neste ano. O PSDB caiu de 870 para 788, enquanto o PT cresceu de 410 para 558 prefeituras.

Já o DEM desabou de 794 para 501 e o PP teve pequena ascensão, saltando de 550 para 557.

Os números ratificam a força da base política em torno do governo do presidente Lula, como já ocorrera em relação ao então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Mantém-se a tradição governista multissecularmente cultivada no país.

O Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu bordoadas consideráveis nas eleições de hoje. São Paulo, Salvador e Porto Alegre são exemplos.

Gilberto Kassab (DEM) levou a melhor sobre Marta Suplicy (PT) em São Paulo; José Fogaça (PMDB) atropelou Maria do Rosário (PT) em Porto Alegre e João Henrique Carneiro (PMDB) derrotou Walter Pinheiro (PT) em Salvador.

O partido continua muito dependente da marca Lula. Mas sem dúvida continua muito representativo.

Em 2010 terá um embate histórico, na sucessão do presidente Lula.

Magistral a reportagem especial do jornal "O Mossoroense", em sua página 3, neste domingo (26). Um tiro certeiro do bom jornalismo.

Sob assinatura do ótimo Bruno Barreto, o vetusto periódico prova que não passou de um embuste, potoca mesmo, a informação divulgada pela Câmara de Mossoró, de aprovação de seu movimento contábil pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

O jornalista foi a fundo, correu pelo labirinto do TCE para trazer à tona a realidade dos fatos. Outra vez, a câmara sai com sua imagem associada à farsa.

Veja AQUI.