Jornalismo com Opinião
Começam a surgir os primeiros efeitos da crise econômica mundial em Mossoró. Os setores imobiliário e de veículos que o digam.
O pipoco nas vendas de imóveis e carros está arrefecendo, num contraponto ao que aconteceu nos últimos anos. Previsível.
Torçamos para que o desaquecimento passe logo, oportunizando retomada do fôlego não apenas nessas áreas, mas em outros segmentos produtivos.
Alguns webleitores indagam quem seria beneficiado com vaga à Câmara de Mossoró, caso o PR (Inova Mossoró) não tivesse elegido Genivan Vale (PR).
Vamos lá.
A coligação proporcional puxada pelo PDT faria o seu quarto vereador. Seria Vingt-un Neto. Ele comporia bancada já formada à próxima legislatura por Ricardo de Dodoca (PDT), Claudionor dos Santos (PDT) e Jório Nogueira (PDT).
É isso.
Registro, ainda, que durante a campanha este Blog assinalou que PDT e DEM brigariam por uma quarta vaga. Mas dependeriam do desempenho do PR no Inova Mossoró e da aliança puxada pelo PTB do vereador Benjamim Machado.
O PR conseguiu eleger Genivan por filigranas do voto de legenda e a coligação de Benjamim foi um fiasco, como previsto.
A prefeita Fafá Rosado (DEM) está de volta ao “batente”. Ofertou a si alguns dias de férias, pouco menos de uma semana.
Reeleita em 5 de outubro último à Prefeitura de Mossoró, ela retoma nessa segunda (13) os despachos normais no Palácio da Resistência.
A partir de janeiro de 2009, ela terá mais quatro anos suplementares de gestão, não obstante pressão judicial que ainda sofre à cassação de diploma (ou mandato).
O representante comercial Gustavo Duarte, o popular “Guga”, está todo prosa. Foi o ganhador do bolão do “Café Bagdad” em Mossoró.
A disputa entre freqüentadores do lugar era para antever relação dos eleitos à Câmara Municipal. Guga emplacou dez dos 13 nomes.
Teve visão para enxergar até a força da estreante Maria Auxiliadora do Nascimento, a “Maria das Malhas” (PSL).
Valeu, Guga.
Sendo catapultado para uma chapa presidencial, como vice (veja matéria abaixo), Garibaldi Alves Filho (PMDB) ajudaria a uma aliada de Lula (PT). Eis um ponto a mais em questão.
A governadora Wilma de Faria (PSB) tem projeto de se candidatar ao Senado, buscando uma das duas vagas que vão estar em jogo. Do outro lado, é provável que se depare com o senador José Agripino (DEM), que saiu bastante fortalecido das eleições municipais deste ano.
Na atualidade, Wilma, Garibaldi e José Agripino estão no páreo ao Senado como pré-candidatos. Mantida essa formação, um deles deve sobrar.
Noutro ângulo de análise, não deve ser ignorado, que ao viabilizar uma eleição praticamente certa de Wilma de Faria, essa articulação também causaria um mal que o presidente Lula da Silva não quer realimentar para si: José Agripino reeleito.
Até 2010 haverá muito tempo para essas e outras conjecturas, sobretudo com base no contexto e conjuntura do país (e mundo) à época, além da legislação eleitoral em vigor. Nada é definitivo. Sobram ilações.
Tudo que for supostamente definido agora, tende a se desmanchar adiante.
Não está descartada a presença do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB) numa chapa presidencial. É mais do que possível.
Presidente do Senado e nome de proa de um partido que tende a ser aliado do PT na corrida presidencial em 2010, Garibaldi está no páreo. Ele pode abdicar do projeto de reeleição ao Senado, por um posto de vice.
Logo que Garibaldi assumiu o Senado, sob desconfiança e ataques preconceituosos da Grande Imprensa, eu afirmei aqui dessa possibilidade. Manhoso, Garibaldi superou esses percalços iniciais e garantiu estabilidade desse poder.
* Volto já com mais detalhes sobre o tema.
Não sofrendo qualquer solavanco inesperado, a atual senadora Rosalba Ciarlini (DEM) chegará à sucessão estadual com ímpeto de vencedora. Mas é cedo para qualquer afirmação irremovível.
Como afirmava Magalhães Pinto, célebre político da escola mineira, essa atividade é como “uma nuvem”. Uma hora está de um jeito, noutra está dissipada.
O senador Garibaldi Filho (PMDB) era governador em férias. Perdeu as eleições para Wilma de Faria (PSB). O deputado federal João Faustino (PDS, hoje no PSDB) era governadora de fato em 1986, mas desabou diante de Geraldo Melo (PMDB, hoje PSDB).
Os mais antigos e aqueles estudiosos do assunto sabem da vitória do “marinheiro” Agenor Maria (MDB) em 1974, atropelando o erudito e inatacável Djalma Marinho (ARENA) na corrida ao Senado.
Os casos multiplicam-se aqui e alhures, quanto a favoritismos que terminam se volatizando.
Rosalba deixou de ser uma figura de projeção paroquial e regional para saltar ao estrelato estadual nos últimos dois anos. A campanha municipal deste 2008 a catapultou mais ainda para esse patamar.
Porém ela não pode se esparramar em berço esplêndido.
Adiante, madrugada adentro, vou fazer várias postagens sobre cenários relativos à política estadual. Disputas ao Senado e governo estão na mesa.
Acompanhe esse material.
Até já.
A engenharia política da oposição no RN não é harmônica nem integrada. Até aqui, não existe uma sinergia nas ações para derrotar o bloco encabeçado pela governadora Wilma de Faria (PSB) em 2010.
Primeiro é preciso se responder a uma pergunta: quem é oposição e quem é governo? Eis a questão, meu caro Watson.
Há um mimetismo quase que generalizado entre as principais lideranças e aliados, da capital ao interior. Em cada município, uma cor, um lado e um discurso. Temos uma manada de camaleões.
Daí a dificuldade em se analisar o que está por vir. Há um jeito “Geni” de ser, como descreve Chico Buarque em uma de suas letras. Vale-tudo entre os principais atores da política potiguar. Tudo mesmo.
Na campanha de 2010, para escolha do governador (a), 24 deputados estaduais, oito deputados federais e dois senadores, essa promiscuidade será de certo modo delimitada pela corrida presidencial, sob o enlace da verticalização.
Porém será muito comum em qualquer cidade, o prefeito pedir voto para um candidato a presidente e para nome a senador de outro lado. Seu vice, ninguém deve estranhar, seguirá com outras escolhas e povo pode ter a sua, dissociada das indicações de cada um.
Voltando a lembrar Chico, o Buarque, “ela (Geni) dá para qualquer um…”
Tem gente que já espichou o olhar para a vaga de número dois ao Senado, na oposição. A cobiça tem razão de ser.
O ex-deputado federal Ney Lopes (DEM) lançou-se informalmente no vácuo. Trabalha para ser ungido à dobradinha “Puro sangue” com José Agripino, em 2010.
Com os primeiros resultados das urnas neste ano em Natal, ele aproveitou a derrota do acordão PT-PSB-PMDB, que juntou o senador Garibaldi Filho (PMDB) e a governadora Garibaldi Filho (PMDB), para esticar o pescoço. Alvejou Garibaldi.
Ney Lopes tentou bipolarizar com Garibaldi, ao censurá-lo pela postura de se aliar a quem combatera até bem pouco tempo. O ex-parlamentar faz sua parte em faixa própria. Tenta realizar um antigo sonho, sempre obstaculizado por questões conjunturais e freios impostos pela liderança de Agripino.
Ardiloso, ele aposta num desgaste da composição Wilma-Garibaldi, para ser puxado à eleição com José Agripino. O “fator Rosalba Ciarlini” também pesa em sua estratégia, para sair do isolamento político onde está, atenuado com a eleição do filho Ney Júnior (DEM) a vereador em Natal. Joga bem nessa atualidade.
* Aguarde mais desdobramentos desse enfoque.
No RN, a corrida às vagas ao Senado (duas) e ao governo está no centro de tudo. Nenhum líder faz nada sem tirar o olho desses espaços.
Querendo ou não, pessoalmente, o senador Garibaldi Filho (PMDB) pode marchar à tentativa de reeleição com a governadora Wilma de Faria (PSB) sendo sua companheira de coligação. A arenga pelo governo em 2006 seria deixada para trás, além do insucesso do “acasalamento” deste ano, em Natal.
O senador José Agripino (DEM) é outro concorrente natural. Tentará a reeleição. Quem será seu companheiro na jornada? Eis a questão.
Pode surgir alguém do próprio DEM ou de alguma legenda que venha a se aliar ao projeto oposicionista no RN.
* Volto já ao tema.
É estéril o lengalenga em torno de nomes e partidos, com vistas às eleições de 2010, sem que conheçamos as regras àquela disputa. Mas algo pode ser vislumbrado.
Mantida a verticalização, PT-PMDB-PSB significa uma coligação praticamente fechada. O esforço em Brasília marcha para essa composição basilar à disputa presidencial.
O presidente Lula da Silva (PT), com a habilidade revelada para montar sua multifacetada base parlamentar, quer esticar a “afinidade” à sua sucessão. Isso ocorrendo, tudo vai se refletir nos estados.
A composição PMDB-DEM, que foi amarrada em boa parte dos municípios do estado a partir das eleições de 2006, terminará desmanchada. O acordão feito em Natal, para tentar eleger a deputada federal Fátima Bezerra (PT) à prefeitura, sem sucesso, tende a se repetir.
Tudo depende da verticalização (que interessa aos partidos da base aliada).
Foto presidencial
Membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), o poeta mossoroense Antônio Francisco acompanha a posse do colega Crispiniano Neto no colegiado. Um evento ímpar.
Em meio ao tititi dos bastidores, após a solenidade (no Rio de Janeiro), ele é abordado simplesmente por Lula da Silva, presidente da República.
– Antônio, Antônio, vamos tirar uma foto juntos – chama Lula, sem salamaleques.
Depois da pose histórica ao lado de Lula, alguém se aproxima de Antônio Francisco e pergunta baixinho:
– Por que você não tirou uma foto também com Gilberto Gil (ministro da Cultura)?
Antônio é simplório na resposta:
– Ele não pediu!
Cá pra nós e que ninguém mais fique sabendo… Mas tem aliado que só quer o bônus de ser poder. Na hora de dividir ônus…
Nesse instante vivido pela governador Wilma de Faria (PSB), que perdeu eleições na maioria dos colégios eleitorais, a ladainha é a mesma.
O deputado estadual Robinson Faria (PMN), por exemplo, foi quem fez a opção de apoiar Micarla de Souza (PV) a prefeito de Natal. Legítimos, que se diga. Porém deixou para trás a indicação de Wilma.
Na verdade, as eleições deste ano redrucesceram de vez um modelo de alinhamento político inusitado: muita gente fez oposição à governadora, sem admitir que fazia.
É algo parecido com virgindade: não existe uma meia-virgem. É ou não é.
A prefeita eleita Micarla de Souza passou meses para admitir que estava do outro lado, temendo desgaste da própria postulação. Depois é que percebeu ser necessário se definir, para ganhar a confiança do eleitorado.
Ao debutar na política com vitória à Câmara de Natal, Júlia Arruda (PSB) não dá apenas um passo para o primeiro mandato eletivo. É plataforma para outro salto.
A filha do ex-deputado estadual Leonardo Arruda (PSB), com forte carga genética política, desde os avós Lauro e Joanita, deve ser candidata a deputada estadual em 2010.
O caminho está aberto.
O ex-deputado estadual Francisco José (PMN) convida-me para festança amanhã (domingo, 12), em seu sítio nas cercanias de Mossoró. Evento merecido.
Júnior (PMN), seu filho, consegue o terceiro mandato consecutivo e reúne eleitores, amigos, imprensa etc com música ao vivo entre a tarde e noite desse dia.
Obrigado.
Se puder, apareço.
“Eu posso ser essa surpresa”.
Ouvi a frase do vereador reeleito para terceiro mandato em Mossoró, Daniel Gomes (PMDB). Ele admitiu que se surgir brecha, será presidente da Câmara Municipal de Mossoró.
Daniel respira aliviado com a vitória e comemora ainda o aumento considerável em seu capital de votos. De novo, o seu êxito vem do segmento evangélico, que contou com 11 representantes na campanha passada, pulverizados em diversos partidos e coligações. Tinham sido 20 em 2004.
O vereador alcançou 3.161 votos, sendo o sétimo colocado direto. Nas eleições de 2004, sua votação chegara a 1.917 votos. Um aumento de 1.244 votos de uma eleição para outra.
Parabéns.
Política é uma atividade séria, por essência filosófica, além de abrigar o poder de reger e transformar a vida de qualquer povo. Pena que nem todos a levem a sério.
Os dois casos narrados na postagem abaixo (veja lá) deveriam servir a outras figuras do meio, que insistem em empurrar seus pimpolhos goela abaixo do povo. Querem nos convencer de sua vocação, adesivando o epíteto de “líderes” em sua fachada.
Num passado remoto, quando algum filho não servia para nada, os pais o empurravam para as fileiras da polícia. Hoje, é na política que boa parte desses imprestáveis deságua. A culpa maior não é deles. Advém dos seus tutores.
Promove-se uma perniciosa sucessão com características dinásticas e monárquicas, sem um pingo de respeito à sociedade. Entretanto o tempo trata de purificar o ambiente, sobretudo quando essa corriola chega à idade adulta e é obrigada a se virar só.
Sem painho e mãinha por perto, além do cofre público a financiá-los, não resistem à triagem predatória do ecossistema político.
Em pelo menos duas eleições municípios no RN, os números mostraram como é difícil o jogo do poder e a sucessão política. Fazer líder "à força" é flórida.
Dos baluartes da política do RN no século passado germinaram filhos parvos e incapazes à atividade, não obstante a teimosia e falta de “semancol”.
Em Caicó, por exemplo, o ex-deputado federal e filho do falecido senador-governador Dinarte Mariz, Wanderley Mariz, empalmou apenas 214 votos à prefeitura, ou seja, 0,60% da votação válida. Ficou em terceiro e último lugar na competição. Um fiasco.
Em Serra do Mel, Cortez Júnior também concorreu à prefeitura (que já governara), alcançando tão-somente 76 votos (1.04%). Apareceu na rabeira da votação diante dos outros dois concorrentes.
Cortez Pereira, seu pai, foi um dos mais articulados e inteligentes governadores que o RN teve.
A instabilidade no sistema financeiro mundial, a partir dos Estados Unidos, chega com força em Mossoró. São muitos os mossoroenses com perdas em bolsas.
Conheço pelo menos uma dezena de casos, com cifras modestas à casa dos milhões, onde a queda é devastadora.
O velho capital mostra uma de suas faces, expondo como é flácida a fantasia de papéis estéreis.
Sobre a postagem abaixo, que trata de reações à derrota eleitoral, não deixo de lembrar o falecido médico Leodécio Néo, em Mossoró. O ano é 1976.
Candidato a prefeito, ele acompanhava a apuração voto a voto, no antigo processo de cédulas impressas, quando ficou irreversível a vitória de João Newton da Escóssia à prefeitura.
Cercado por repórteres de rádio, Leodécio é cobrado quanto ao resultado adverso:
– O que faltou para sua vitória, doutor Leodécio?
Ele, com voz tonitruante, mas friamente, responde:
– Votos!
Esse era o "velho Léo", como o tratava o jornalista Canindé Queiroz.
Tenho acompanhado reações diversas a derrotas nas eleições que passaram. Algumas beiram o ridículo, outras são criminosas e há lufadas de sensatez.
Talvez quem melhor tenha reagido a um insucesso, seja o vereador não-reeleito Manoel Bezerra (DEM), em Mossoró. Não apontou culpados. Disse que continuaria trabalhando para voltar na próxima legislatura.
A deputada federal Fátima Bezerra (PT), em Natal, não baixou o nível. Agradeceu os apoios e desejou boa sorte à Micarla de Souza (PV) na prefeitura.
De Caraúbas ouço relatos que custo a levar a sério, mas fico triste acima de tudo. O prefeito derrotado Eugênio Alves (PR) promove demissões e corte em programas sociais, como transporte de estudantes.
Também aparecem aqueles que acusam adversários de uso de meios ilícitos para a vitória. Quase ninguém admite que errou. O complexo da transferência de culpa vai se evidenciando.
Nada de reconhecer que abandonou as bases, cometeu tolices em plena campanha ou gastou em vez de investir.
“O povo engana muito”, comenta um candidato. Eu digo que o eleitor apenas reage, faz sua “defesa”.
