Podendo movimentar até 20% a mais do que estabelece o orçamento municipal, sem consulta à câmara, a Prefeitura de Mossoró é um oásis. Sobra dinheiro.

O que torna esse cheque em branco ainda mais abundante, é o fato de existir sempre um orçamento reprimido, ou seja, com estimativa de receita sempre abaixo da real expectativa.

Até o final deste ano, por exemplo, a prefeita Fafá Rosado (DEM) deverá movimentar mais de R$ 80 milhões além do que foi orçado, sem precisar de análise, eventual questionamento e aprovação dos vereadores. Uma beleza.

Melhor, impossível.

Em municípios politicamente mais sadios, o normal é que existe no máximo até 5% de abertura para movimento da receita, sem passar pela câmara.

Veja abaixo uma série de ilações de um webleitor, que entende ser possível que a deputada estadual Márcia Maia (PSB) seja governadora.

Caro Carlos Santos,

Jailson Gomes – jailson1gomes@hotmail.com

Em final de legislatura, a Câmara de Mossoró tenta mostrar serviço. Joga para a torcida.

Quanto ao projeto de Orçamento Geral do Município-2009, que está em apreciação, há uma carrada de 54 emendas.

Claro que é importante a intervenção direta dos vereadores na confecção desse documento norteador e disciplinador dos investimentos e custeio do erário. Contudo, esquecem o destino do que foi aprovado ano passado.

Existiu emenda para fazer cemitério em em Pau Branco, outra para recuperar quadra de esportes na Vila Maisa, mas uma para construir esse tipo de equipamento no Jucuri e por aí vai.

Quantas dessas emendas foram atendidas na prática?

Haja ficção.

Prefeito reeleito este ano, o servidor previdenciário Manoel Cunha Neto, o “Souza” (PP) teve chance de ser uma liderança regional. Extraviou o que obteve.

A iniciativa do prefeito eleito do Assu, Ivan Júnior (PP) – veja matéria abaixo, de liderar prefeituras para ações consorciadas, tinha sido assumida por Souza muito antes. Mas terminou patinhando em filigranas.

Eleito à prefeitura em 2004, ele galvanizou a simpatia e confiança de outros prefeitos para montar associação dos municípios da Costa Branca. Terminou perdendo o foco, apesar do carisma que possui.

Mesmo no curto tempo em que se movimentou, o prefeito potencializou o município e o próprio nome numa vasta região, além da Costa Branca. Eclipsou até a prefeita mossoroense Fafá Rosado (DEM), que imberbe não percebeu com seu esquema político a vanguarda histórica do areia-branquense.

O cavalo passou selado.

 Difícil ele passar à porta novamente.

Estou gostando dos primeiros passos do prefeito recém-eleito de Assu, Ivan Júnior (PP). Não o conheço, mas o aplaudo. Revela espírito de liderança.

Ele começa a se movimentar para articular a formação de consórcios intermunicipais na região do Vale. Acertadíssima a iniciativa.

Tenho escrito e falado sobre esse tema há muito tempo, mas sem eco. Boa parte das pequenas e médias prefeituras prefere andar com pires à mão ou pagar propina a lobistas, à espera de recursos etc. Ivan Júnior vai ao encontro da modernidade, de forma proativa.

Os consórcios municipais são alianças formatadas entre as prefeituras de uma mesma região geopolítica, independentemente de afinidades partidário-ideológicas. Há amparo legal para parcerias entre elas.

Podem viabilizar mutirões, divisão de serviços e união em vários planos, da saúde à parte viária.

Parabéns.

O encontro na terça (4) na Prefeitura do Natal, entre o atual e a futura prefeita, foi sinceramente falso. Esforçaram-se à civilidade.

O prefeito Carlos Eduardo Alves (PSB) estava recalcitrante. Amuado, não queria interagir diretamente com a substituta no Palácio Felipe Camarão, a deputada estadual Micarla de Souza (PV).

A idéia de Carlos era deixar que representantes de sua equipe fizessem as honras da casa. Deveriam ser os interlocutores com Micarla e seu batalhão do “escalão precursor”. Mas o bom senso buzinou no ouvido do prefeito. Daí a postura de estadista, em elegância inglesa.

Ele aquiesceu. E assim puderam, prefeito e sucessor, posarem às máquinas fotográficas e às câmeras de televisão, com sorriso Colgate.

Aleluia.

Em poucos dias vou trazer à tona outro fato, que apenas vai reforçar a tese da transformação do público em privado, em Mossoró. Não deve estarrecer, claro.

Nada mais posso adiantar, apesar da vontade.

Aguarde notícias.

Ponto pacífico: o projeto de reforma administrativa da Prefeitura de Mossoró não prevê a privatização da imprensa de Mossoró. 

A matéria será apresentada à aprovação pela Câmara de Vereadores até meados do próximo mês.

Quem continuar afinado terá a garantia de manutenção.

Revogada as disposições em contrário.

Não vai ser fácil o governo aprovar a "janela" legal, para mudança  partidária sem perigo de cassação. Mesmo entre aliados não há consenso.

O temor na oposição e setores da base do presidente Lula, é que a brecha termine esvaziando pequenas e médias siglas, além da oposição. O que é muito provável, sem dúvidas.

Essa idéia da "traição consentida" é uma fórmula para viabilizar o pula-pula pouco mais de um ano antes de cada eleição. A suruba política é um achado para muita gente.

Nota do Blog – Esse tipo de artifício só ocorre mesmo em civilizações atrasadas, sempre incapaz de produzir leis perenes. As mudanças acontecem ao sabor dos interesses do mandarim da ocasião.

Ninguém deve estranhar, se o ex-tesoureiro da Prefeitura de Mossoró João Henrique Maia (DEM) figurar na equipe da prefeita eleita Micarla de Souza (PV). Sua convocação está a caminho.

Primo do senador José Agripino (DEM), um dos principais avalistas da postulação de Micarla, João Henrique é homem de confiança do congressista. Não lhe falta bom apadrinhamento à indicação e experiência com a coisa pública.

Marido da vereadora não-reeleita Arlene Souza (DEM), João tem parte da família instalada em Natal. Portanto, uma transferência complementar não seria descabida.

Ele esteve em duas gestões consecutivas como tesoureiro de governos municipais, em Mossoró, da hoje senadora Rosalba Ciarlini (DEM). Entretanto não foi aproveitado pela sucessora Fafá Rosado (DEM), reeleita este ano.