Afirmar se houve ou não fraude na gravação em que uma voz é atribuída ao capitão Alessandro Gomes (veja matéria abaixo), é precipitado. O caso promete render.
Se houver confirmação de inocência do militar, com sua voz forjada, será preciso levar à responsabilidade e punir os culpados pelos ilícitos.
Estaria ocorrendo litigância de má-fé? Os dirigentes da coligação “Força do Povo”, que abrigou a candidatura à reeleição de Fafá Rosado (DEM), participara dessa suposta simulação em que nível?
Se algumas das testemunhas arroladas são processadas por estelionato e outros deslizes, isso não é relevante à elucidação do que é denunciado.
O mafioso Tomaso Buscheta levou à cadeia promotores, juízes, políticos, empresários etc na “Operação Mãos Limpas” na Itália, mesmo sendo um dos mais perigosos e procurados mafiosos do mundo. Seus depoimentos foram acatados como provas cabais, não obstante a longa ficha criminal.
Outro ângulo a ser analisado, caso se confirme a adulteração, é quanto à própria política: até aonde vai o limite para se ganhar uma eleição?
Se entre Rosado do A e do B tudo pode acontecer, imagine o perigo que nós, pobres mortais corremos. Estamos a perigo.
Podemos ser vítimas de crimes forjados, com o intuito de desmoralização e combate a quem seja uma ameaça ou incômodo.
Cada um de nós e a sociedade precisam estar atentos a esse caso. Não estamos diante tão-somente de um hipotético “crime eleitoral”.
Há algo de muito mais pobre no reino dos corados.