A reforma administrativa que o governo Fafá Rosado (DEM) vai executar, a partir de sua próxima gestão, vem com certas novidades. É um volver.

O trabalho ofertará um modelo de organograma, em que devem desaparecer as “gerências”, criadas na terceira administração da prefeita Rosalba Ciarlini (DEM). A nomenclatura deu sonoridade e status menor a executivos, que na verdade seriam também secretários.

Mas as novidades não param por aí.

A reforma também guardará um propósito político, de maior identidade da facção política da prefeita Fafá Rosado.

Depois detalho.

Passadas as eleições, bem que o PT de Mossoró poderia reativar o movimento “Reage, Mossoró”. Ou ele está morto de vez?

O Reage foi uma significativa novidade da sociedade civil organizada, desencadeada pelo próprio PT no ano passado.  Entretanto foi “arquivado” há alguns meses.

A decisão foi tomada para não atrapalhar interesses políticos do partido, que era seu principal organizador. Lamentável.

A base de luta do Reage era o combate à corrupção, empinando apoio à “Operação Sal Grosso”. Chegou até a lavar a calçada da Câmara de Vereadores.

Houve porta-voz do partido afirmando, por exemplo, que não haveria como se afinar com o PSB da deputada federal Sandra Rosado (PSB), porque seu marido – Laíre Rosado (PSB) – estava metido até o pescoço em escândalos nacionais como a “Máfia dos Sanguessugas”.

O tempo, sempre ele, terminou engessando o movimento e fez do PT um aliado desse grupo, na campanha municipal 2008.

Entender, quem há de.

Parcela considerável da Grande Imprensa exalta o presidente do Senado, Garibaldi Filho (PMDB). Vêem-no como forte combatente contra o nepotismo.

Essa mesma imprensa precisa pousar no RN e exumar o escambo abjeto que esse mesmo personagem promoveu durante seu governo, para beneficiar o irmão Paulo Roberto Alves, o “Papau”. Algo nauseante.

Secretário de governo em duas pastas, Papau foi transformado em conselheiro vitalício do Tribunal de Contas do Estado (TCE), num acordo com Nélio Dias (PP), já falecido.

Nélio saiu do TCE, ganhando meios para se eleger à Câmara Federal. Um troca-troca infame.

Essa terra ainda vai cumprir seu ideal.

Os quatro vereadores reeleitos em Mossoró, nas recém-concluídas eleições, que se cuidem. Não estão imunes à “Operação Sal Grosso”.

Como o próprio Ministério Público antecipou à imprensa pouco antes das eleições, há poucas semanas, “todos” os parlamentares estão enroscados em suspeitas de desvio de conduta, na Câmara de Mossoró. Num menor ou maior grau, que se diga.

Claro que isso não significa uma condenação prévia, mas representa um problema natural para os 13 vereadores.

Chico da Prefeitura (DEM), Claudionor dos Santos (PDT), Daniel Gomes (PMDB) e Francisco José Júnior (PMN), que se reelegeram, não estão a salvo em face do êxito eleitoral. Pelo menos do ponto de vista político, é possível que sofram reflexos desse imbróglio.

Logo na escolha à formação da Mesa Diretora da Casa, no dia 1º de janeiro de 2009, qualquer um deles pode ser candidato a presidente da câmara.

Quem topa escolher um, entre eles, para presidente?

As providências legais que o Ministério Público tomará contra vereadores, em Mossoró, vão refletir na próxima legislatura. E muito.

Em pouco menos de duas semanas (como este Blog anunciou em primeira mão AQUI), o MP vai ingressar com ações na Justiça, oferecendo denúncia contra um leque de parlamentares. Serão procedimentos pontuais.

Trata-se do “primeiro lote” de uma série, como desdobramento da “Operação Sal Grosso”, que veio à tona no dia 14 de novembro do ano passado. Tende a respingar sobre vereadores reeleitos, ou seja, já influindo na próxima legislatura.

A diplomação dos candidatos a prefeito, vice e vereador, eleitos em Mossoró no dia 5 passado, tem data definida. Será no dia 12 de dezembro.

A programação detalhada do evento ainda será definida, mas deverá ser desenvolvida a partir das 9h30 no Teatro Dix-huit Rosado.

O juiz eleitoral Cornélio Alves deve presidir o ato.

O bioquímico Genivan Vale (PR) abordou “Zé Peixeiro” (PMDB). O encontro ocorreu a poucos metros do tradicional Café Bagdad.

Para o oposicionista Genivan, a câmara tem que escolher "um vereador novo para ser seu futuro presidente". Não citou nomes, não obstante se enquadrar nesse perfil: terá seu primeiro mandato. Zé Peixeiro também.

Segundo argumentou, sob o testemunho de outros circunstantes e interlocutores, o povo ao reeleger apenas quatro parlamentares, do total de 13 desse poder, avisou que quer algo diferente.

Ah, tá.

Essa alma alquimista quer "reza".

O deputado federal Betinho Rosado (DEM) não deve ter vida fácil em 2010, para se manter na Câmara Federal. E lá chegou por atalho do destino.

Betinho não se reelegeu em 2006, porque enfrentou forte concorrência e apoio tíbio da facção da prima e prefeita Fafá Rosado (DEM). Nos bastidores, houve divisão de votos em favor do deputado federal Henrique Alves (PMDB), além de fracionamento de base de apoio.

Concorreu mais ainda para sua não-reeleição, a candidatura ao Senado da cunhada Rosalba Ciarlini (DEM), que não teve como apoiá-lo como em outras campanhas. Betinho só se transformou novamente em deputado, com a morte do titular Nélio Dias (PP).

Adiante, com uma postulação de Leonardo Nogueira diretamente concorrendo com ele no mesmo espaço, suas chances serão mínimas. A própria Rosalba de novo não terá como ajudá-lo muito, pois tende a ser candidata a governador.

Uma preferência ostensiva em favor do cunhado, lhe causará prejuízos consideráveis rumo à Governadoria.