Cadê a oposição político-partidária de Mossoró? O gato comeu, talvez.
Na prática, ela não existe. Sequer é um penduricalho ou coadjuvante. Faz uma ponta como figurante fugaz, imperceptível.
Existe oposição pontual, feita pelo grupo da deputada federal Sandra Rosado (PSB) à facção da prefeita de direito de Mossoró, a sua prima-enfermeira Fátima Rosado (PSB). E só.
No dia passado (quinta, 3), o Blog dissecou parte da pré-campanha sucessória de 2012, com enfoque quanto ao cenário atual no governismo. Em três matérias sequenciadas, esta página procurou mostrar que existem vários pré-candidatos, muitas dúvidas e quase nenhum entendimento.
Na oposição o quadro chega a ser pior ainda.
O principal partido situado num espaço não-Rosado, o PT, foi praticamente "abduzido" pelo PSB de Sandra em 2008. Virou penduricalho, num "arrendamento" político que não ensejou que a sigla fizesse sequer um vereador.
Além disso, perdeu seu discurso de força alternativa, numa aposta não-oligárquica. Foi até obrigado a fechar um dos mais significativos movimentos surgidos nas últimas décadas passadas no município, de pregação aos novos costumes na política: O "Reage Mossoró".
Cooptado, o PT – que era um dos endossantes dessa mobilização suprapartidária, com presença de várias forças da sociedade civil organizada – sumiu de vez.
Time de várzeaPara 2012, o PT deve almejar no máximo ocupar alguma vaga na Câmara de Vereadores. Sua militãncia envelheceu, perdeu o apetite pelas ruas e se habituou às vantagens que a "Era Lula" pode proporcionar a alguns, em salas com boa refrigeração de ar.
O PR do então vereador Renato Fernandes foi um espasmo de oposição. Fez um vereador – Genivan Vale – e só.
O próprio Renato até da cidade sumiu, após ser candidato a prefeito com performance apenas protocolar, sem melindrar nada ou alguém. Foi atuar na assessoria direta do deputado federal João Maia (PR) em Brasília, depois aportou em Natal para ser secretário municipal da Mobilidade e agora pode retomar a política no município.
Daqui os Rosado não saíram um único dia. São profissionais. Do ramo. Dividiram-se quando as divergências ficaram insanáveis e tiveram a astúcia de simular brigas, bipolarizando confrontos.
Os grupos dos primos Carlos Augusto Rosado (DEM) e Sandra Rosado possuem um pacto de "não-agressão" e eventual colaboração. Fazem uma espécie de "joint-venture" político-eleitoral, quando necessária à sobrevivência da oligarquia.
Adaptaram-se a cada tempo e às exigências do seu tempo.
A oposição não-Rosado é o inverso disso. Parece um time de futebol de várzea, sempre "organizado" de última hora para tentar perder de pouco ou pegar uma vaguinha entre os profissionais.
Faz oposição sazonal, por época. E olhe lá.
A maior "novidade" que forma espectro para o próximo ano é o histriônico Miguel Mossoró (PTC). É primeiro a se lançar como pré-candidato a prefeito, depois de tentar esse feito em Natal e assento na Assembleia Legislativa, sem êxito.
Ele fala por si e representa bem o que esta postagem quer dizer.
Foto – Miguel Mossoró é a cara da oposição mossoroense: para fazer rir