domingo - 10/07/2011 - 10:59h

A herança da coragem

Por Carlos Santos

Poderia ser outro prenome: Antônio, Francisco, José, Pedro, Paulo. Mas era João. “Seu” João, como a boa educação recomenda na reverência aos mais velhos, como forma de tratamento.

Há anos ele não me via. Mas lembrou. “Sim, é aquele seu amigo magrinho, né?” Em seguida, complementou: “Andava muito lá em casa”.

Testemunhou-nos impassivo, por incontáveis vezes, ouvindo Fagner, Alceu Valença e clássicos internacionais, nos paupérrimos cômodos de sua casa. Acolhedor, via com a maior naturalidade nossos fígados juvenis se enpanzinarem com aguardente. Felizes ou “roendo”. Inconsequentes, como nos cabia.

Corpo mirrado, cabelo liso e ralo, pele tostada por anos de trabalho sob sol causticante, instrução elementar. Poucas eram suas palavras. O sorriso escapava, sem nunca se transportar à gargalhada tão corriqueira a seu filho, meu amigo desde reta final da adolescência.

O câncer o alcançara há algum tempo, sem lhe tirar a serenidade. Seria resignação, uma fé sobrenatural ou desconhecimento da real dimensão do problema? Perguntei-me algumas vezes, mas não quis insistir na caça à resposta. Nem me lancei na impertinência do questionamento às claras.

Só após sua morte, descobri o porquê. Assim, naturalmente, no desabafo do próprio filho, com olhos marejados de lágrima, mas orgulhoso da origem, encontrei o porquê de tanta força no duelo contra o câncer dilacerante.

O nordestino de fibra, afeito à cultura da palavra, impregnado de valores que vão se escasseando, guardara para si e raras testemunhas, uma justificativa para continuar brigando pela vida. Lutava bravamente contra aquela moléstia que o humilhava, rasgava suas artérias e o consumia por dentro, em nome de um compromisso que assumira com sua biografia.

Indiretamente, era parte da herança que deixaria para a família, em especial para o filho amado.

Fez-me recordar Machado de Assis. O escritor de “Dom Casmurro” guardou uma frase conclusiva de livro, em “Memórias póstumas de Brás Cubas”, que por muitas vezes me deixara pensativo:

Não tive filhos; não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria.

“Seu” João agiu, pensou diferente. Não permitiu que as poucas posses materiais fossem motivo para negar-se à continuidade,  através de um filho. Nem desonrou a própria história a contaminar seu herdeiro.

Bem além do personagem machadiano, João, “seu” João, João Félix de Medeiros, era aquele ser humano que podia ter jogado tudo para o alto e se render. Fez diferente, para transmitir a herança da coragem em vez da compreensível covardia e desesperança. Não entregou os pontos.

A morte o tornou mais forte.

Machado não teve a benção da paternidade, por motivos de saúde – dizem seus biógrafos. Mas nem assim definhou ao lado de sua Carolina, a mulher amada. Nem fiquemos a imaginar que Cubas seja seu alter ego, alguém que falava por ele na literatura.

Bem, mas cá estou a digressões literário-filosóficas e termino fugindo da prosa inicial. Fico a reler e reinterpretar a cabeça de Machado de Assis, folhear seus textos, passear pelo Rio de Janeiro imperial e republicano. Esbarro no Cosme Velho, vendo-o sem filhos, sem Carolina que morrera um pouco antes. Doente.

João, “seu” João  – sem qualquer projeto ou mania de grandeza -, conseguiu no anonimato de sua vida, ser machadiano. Simplório, sem ser simplista. Puro. Intenso.

O filho, herdeiro do mundo que “seu” João não engrandeceu com qualquer título honorífico, comenda ou ato de bravura em campos de guerra, sabia o que fizera seu pai suportar tanta dor. A confissão tinha sido feita a outro interlocutor da família:

Eu só estou fazendo esse tratamento e aguentando tudo isso por ele! Meu filho.

Carlos Santos é criador e editor do “Blog do Carlos Santos”

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Categoria(s): Crônica
domingo - 10/07/2011 - 09:09h

Um olhar que não te atravesse

Por Stella Florence

É domingo. Você está enterrada até as orelhas sob cobertores, TV ligada numa luta de boxe qualquer que te hipnotiza com sua simetria de golpes. Então, o celular toca. Número desconhecido.

– Quem é?

– Sou eu.

Ah, você odeia quando a coisa começa assim. Mas ele se identifica logo, conseguiu seu celular com um amigo. “Lembra de mim?” Flashes de um homem de sobrancelhas loiras se espreguiçando devagar como um cão grande. E você adora grandes cães, com muito pelo, muita saliva, um grunhido rouco que significa “me coça” e uma maneira desajeitada de se jogar em cima de você.

Sim, faz tempo, mas você se lembra dele. E em meia hora de conversa, sim, você gostaria de vê-lo agora. E nesse agora não há ansiedade, nenhuma ansiedade. No meio da conversa, ele pergunta:

– O que você quer?

– Um abraço. – você responde.

E é verdade. Você não quer muito mais do que isso. Um abraço e um olhar que não te atravesse, alguém que olhe dentro dos seus olhos e veja você, não o reflexo de si mesmo.

No carro, você pensa que todos os homens que passaram pela sua vida ultimamente só retiraram, cada um e todos eles, um naco da sua energia. Então, ao voltar para casa, você se percebe mais triste e mais sozinha e mais vazia e mais seca do que quando havia saído.

Eles lanham seu rosto com a barba malfeita enquanto sugam o que você tem de mais precioso. Os homens te enfraquecem. Por que hoje seria diferente?

Ele te leva para o apartamento dele, te mostra sua vista do décimo quarto andar e encosta o peito em você. Apenas encosta. O suficiente para o cheiro dele subir direto para sua cabeça como uma longa tragada de baseado.

Mais tarde, você vai até o banheiro se lavar e tem a sensação de que aquela casa é acolhedora e quente. No corredor, você se agacha em frente a ele: Crow, o cachorro daquele homem.

Grande e dourado, pêlos como fibra de ouro grudando na sua calça preta e aqueles redondos, densos e inocentes olhos castanhos. É ele quem acolhe as pessoas e esquenta a casa. É ele quem se aproxima e é ele quem te lança um olhar de reconhecimento, um olhar que não te atravessa, aquele olhar que você estava procurando.

Com curiosidade e sem qualquer defesa. Ele é pura doação. Não importa quem você é, se sua barriga é flácida ou se sua garganta segura um choro doído há meses, não importa se sua maquiagem borrou e te deixou com imensas olheiras ou se você está menstruada: Crow te acolhe.

Só com os olhos, ele te acolhe.

O homem te leva para casa e você se sente numa cena de “Lost in translation”: você, uma Scarlett Johansson no Japão, enquanto Bill Murray dorme no carro e a noite está agradável.

Então você se lembra dele, dos seus enormes olhos que te devassaram num segundo. Crow. Pensando bem, você gostaria de chorar.

Stella Florence é escritora e cronista

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Categoria(s): Crônica / Grandes Autores e Pensadores
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domingo - 10/07/2011 - 08:36h

Quem era o homem de olhos acesos?

Por Honório de Medeiros

O pai de minha sogra tinha mais de noventa e seis anos quando ocorreu esta história.

Andar curvado, pele curtida, mãos nodosas, cabelos finos e totalmente brancos, de uma magreza ascética. Homem de poucas palavras, que um começo de senilidade acentuou ao longo dos últimos anos, embora não lhe tenha feito perder totalmente o senso.

Tipicamente rural, daquela estirpe de nordestinos como já não há mais, cuja palavra empenhada vale mais que qualquer cheque em branco, seu código de honra era imutável; uma vez tomada uma posição qualquer, não havia possibilidade de mudança; seus valores eram “preto no branco”: tradição herdade dos avós que os tinham iguais, bem como os pais, e deveria ser assim por que assim o era e deveria ser desde que o mundo é mundo.

Sucede que um dos seus muitos filhos, o primeiro, por sinal, suscetível, em termos de honra, tanto quanto o pai, depois de uma desavença qualquer onde não faltaram palavras ásperas de lado-a-lado, foi-se embora jurando nunca mais voltar.

Ele sentiu o golpe, mas não o acusou. Ano após ano, mesmo as lágrimas de mãe que sua esposa derramava escondido e ele pressentia não lhe fez sequer murmurar o nome daquele que ousara levantar a voz e desrespeitar sua autoridade paterna.

Era como se o filho não existisse, e as notícias esparsas, trazidas pelos outros até o seio da família não lhe eram comunicadas, circulando sem o seu conhecimento por entre mãe, irmãos e sobrinhos.

Dias antes de uma eleição municipal a ligação da desconhecida esposa do filho ausente comunicou sua doença: entubado, inconsciente, comatoso, jazia na unidade de tratamento intensivo de um grande hospital em uma cidade distante, no norte do País. Criou-se uma sincronia macabra entre a expectativa do dia da eleição e o de sua morte, nesta altura, já esperada.

Enquanto isso, embora todos, em casa, soubessem da situação, e poupassem o pai por temor de um agravamento da sua fragilidade de idoso, a ansiedade pelo desfecho, tanto da eleição, quanto da morte, esta agravada pela dificuldade de se obter informações, aumentava cada vez mais.

No dia anterior ao da eleição, às oito horas da manhã, uma das suas filhas, como de costume, foi acordá-lo para o café da manhã e o encontrou falando como se estivesse se dirigindo a alguém.

Perguntou-lhe: “com quem está falando, papai?”

“Com esse homem de olhos acesos que não para de me olhar.”

“Quem, papai? Aqui não tem ninguém.”

“Você pensa que eu sou doido; o que ele queria aqui no meu quarto?”

A filha teve imediatamente um palpite, e, angustiada, se sentou lentamente na cama. “Papai, esse homem era novo ou velho?”

“Era novo, ainda.”

Nesse instante, o telefone toca estridentemente lá fora. Ela corre para atender. Do outro lado da linha, a informação agora confirmada: “seu irmão acabou de falecer.”

Malgrado tudo isso, ainda não acabara o inexplicável. À noite, enquanto era acomodado em sua cama, véspera tumultuada de eleição, o pai se virou para a filha e resmungou.

Atenta, ela lhe indaga: “o que é papai?”

“Essas almas”, responde, “hoje está cheio delas aqui”.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Estado do RN

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Categoria(s): Crônica
domingo - 10/07/2011 - 08:21h

Potygirl

Na boca do meu canto há uma pedra
só navios de pequeno calado
podem gorjear em suas costas

tateio de olhos fechados
os contornos das letras
que o sol ilumina

quero por direito de herança
a voz que me cabe
emplumada de estrelas.

Diva Cunha é poetisa potiguar

 

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Categoria(s): Poesia
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domingo - 10/07/2011 - 08:01h

Só Rindo (Folclore Político)

Dois viados e uma galega

Na sua tentativa frustrada de voltar ao Governo do Estado em 1990, a trajetória de Lavoisier Maia não é diferente de outras jornadas eleitorais. Ele é o beijoqueiro-mor da política potiguar.

Na campanha ao governo, o seu companheiro e concorrente ao Senado, é o ex-adversário Garibaldi Filho. Dois estilos diferentes. O primeiro, elétrico e incansável; Garibaldi, naquela maciez sem pressa, quase parando.

Sem nenhum açodamento, Garibaldi faz sua catequese eleitoral em meio ao povão, com escassos beijos e abraços. Lavoisier é o oposto: passou uma mulher em sua frente, tome beijos e afagos.

Corpo a corpo rolando no interior do Estado, outra vez Garibaldi Filho desaparece em meio ao povão. Lavoisier, bem à frente, é obrigado a retroceder para tentar localizá-lo. Quer sua companhia lado a lado.

Encontrando-o, o candidato a governador dispara uma síntese do sufoco que vinha passando no seu “esporte” favorito em campanha:

– Vamos, Garibaldi! Ande! Por sua causa já beijei dois viados e perdi uma galega!

 

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Categoria(s): Folclore Político
sábado - 09/07/2011 - 23:56h

Pensando bem…

“A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz.”

Freud

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sábado - 09/07/2011 - 19:15h
Cultura

O juiz, poeta, na TV Diário

Juiz federal, poeta, músico, escritor e compositor, Marcos Mairton é o entrevistado especial do programa “Ao som da viola”, neste domingo (10), na TV Diário.

Será a partir das 7h30.

Apresentado por Geraldo Amâncio, o programa vai explorar um pouco da arte poética desse cearense que enveredou pela magistratura, sem abandonar a paixão pela cultura.

Mairton já atuou em Mossoró como juiz federal.

Conheça sua página Mundo Cordel clicando AQUI.

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Categoria(s): Cultura
sábado - 09/07/2011 - 19:06h
Seleção do Brasil

A bolinha que amarelou

Vi Brasil 2 x 2 Paraguai pela Copa América de futebol. Joguinho fraco, agora à tarde.

Outra vez a Seleção do Brasil decepcionou. Nem espetáculo, como muitos querem, nem objetividade, como o bom senso exige numa competição de curta duração como a Copa América.

Os pecados do Brasil são basicamente os mesmos do primeiro jogo, no empate chinfrim com a Venezuela em 0 x 0. O time brasileiro é um poço de vaidades, autosuficiência e arrogância.

A esperança da genialidade de Neymar esbarra na constatação de que ele é muito bom, mas não pode tudo. E, quando deveria ser objetivo, opta por firulas, acrobacias, piruetas e malabarismos dispensáveis.

O treinador Mano Menezes parece guardar lugar para Muricy Ramalho.

Não dá para entender sua insistência em colocar Pato  como centroavante de referência, uma posição que nunca jogou no Brasil e Europa.

Pelo menos percebeu, a tempo, que Robinho é uma farsa e não o colocou nesse segundo jogo.

Mas para o próximo jogo tudo é incógnita.

A bolinha do Brasil amarelou.

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sábado - 09/07/2011 - 11:39h
Governo Rosalba

Mudança de mentalidade e método

Perguntam-me aqui sobre o futuro da crise no Governo Rosalba Ciarlini (DEM). A abordagem é pelo Twitter, em conversas informais ou por email.

Repito o que tenho escrito há meses:

– Há tempo e meios para mudar. Basta alterar mentalidade e método.

Simples.

O “rosalbismo” imprime no Governo do Estado o que promoveu durante três administrações na Prefeitura de Mossoró. É um “kit” que funcionou muito bem numa realidade diferente e noutra conjuntura.

Não creio que possa ter o mesmo resultado no Estado.

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sábado - 09/07/2011 - 10:10h
Pesar

Morre em João Pessoa-PB o professor Delby Medeiros

Noticio o falecimento do professor Delby Fernandes de Medeiros, 84. Ocorreu hoje por volta de 5h40 num hospital de João Pessoa-PB.

Ele era natural de Caraúbas, com densa formação acadêmica e boa parte de sua vida profissional construída na Paraíba.

Seu velório acontece no Parque das Acácias (João Pessoa) e o sepultamento acontecerá ainda hoje nesta cidade.

Delby era irmão dos bancários aposentados Rui e Renato Fernandes de Medeiros. Esse último, ex-prefeito de Caraúbas.

Ele estava internado há vários dias, com complicações pulmonares.

Que descanse em paz!

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Categoria(s): Gerais
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sábado - 09/07/2011 - 10:00h
Tumulto

Protesto contra Rosalba causa mal-estar em teatro

Um incidente no interior do Teatro Municipal Dix-huit Rosado, em Mossoró, à noite dessa sexta-feira (8), por pouco não tem consequências mais delicadas. Mesmo assim, gerou tumulto.

Minutos antes de ser iniciado show com o cantor Jorge Vercilo, grevistas da Universidade do Estado do RN (UERN), alunos e outros manifestantes, literalmente ocuparam espaços nos corredores. Com faixas, palavras de ordem, uma bandeira do Brasil marcada por manchas e cartazes, eles cobravam postura democrática e zelo à educação.

O alvo era a governadora Rosalba Ciarlini (DEM).

Ela receberia a comenda “Marca de Valor” do jornal “Correio da Tarde”, que comemorava cinco anos de funcionamento. Mas avisada do ambiente que se formava, resolveu não comparecer. Os grevistas guardavam outro prêmio para a governadora, o diploma “Irresponsabilidade com a Educação”.

Dirigentes do periódico ainda tentaram, diplomaticamente, aplacar a mobilização. Não obtiveram êxito.

Por cerca de cinco minutos o protesto tomou conta do interior do teatro. Da plateia vinham reações antípodas: aplausos e vaias.

O mal-estar ficou particularmente extremado, quando o popular conhecido como “DJ Balinha” levantou-se para rosnar contra o protesto: “Botem esses vagabundos para fora”.

Um professor, que participava da manifestação, passou a bater boca com ele. Houve troca de ofensas.

Vozes de moderação de lado a lado atenuaram os ânimos e a promoção do jornal pode retomar seu ritmo normal.

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sábado - 09/07/2011 - 08:59h
Escândalo

Mais complicações no submundo do Dnit do RN

Deu na coluna Painel da Folha de São Paulo

Flagrante

Na investigação da Polícia Federal que levou à prisão de Gledson Maia, sobrinho do deputado federal João Maia (PR-RN), há o monitoramento de encontro em que ele receberia propina do consórcio Constran-Galvão-Construcap, responsável por obra do Dnit.

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Categoria(s): Administração Pública
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sábado - 09/07/2011 - 03:48h
Cultura

Todos para o “Sêbado”

O “Sêbado” (Rua Antonio Vieira de Sá, 895 – Nova Betânia) promete uma tarde e noite movimentadas para hoje, sábado (9). Música, poesia, literatura etc. estão na pauta.

Muitas novidades; muitos motivos à comemoração.

É dia para saudar seu criador, odontólogo Marcos Almeida – que ganha parabéns por aniversário.

É para ovacionar o próprio Sêbado, que completa o sexto ano de vida.

É para dar uma força ao professor e músico Walter Silva, que sorteia equipamentos de sonorização do seu projeto “Artes X Lixo Cultural”.

E é possível que este jornalista, blogueiro e suposto escritor esbarre por lá para autografar alguns exemplares do “Só Rindo 2 – A política do bom humor do palanque aos bastidores”.  Toda a renda será revertida para o “Programa de Preservação do Rapaz Velho Encruado”, iniciativa ecologicamente correta.

Então, todos ao Sêbado!!!

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Categoria(s): Cultura
sexta-feira - 08/07/2011 - 23:55h

Pensando bem…

“O que somos é o que fizemos do que fizeram de nós”.

Sartre

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sexta-feira - 08/07/2011 - 22:05h
Sem água, sem energia

Estudantes resistem à pressão psicológica na 12ª Dired

Estudantes da Universidade do Estado do RN (UERN), que ocupam a sede da 12ª Diretoria Regional de Educação (DIRED), em Mossoró, têm dois problemas adicionais: o Estado cortou água e energia elétrica do prédio.

A estratégia é encetada pela própria Polícia Militar, para levar os manifestantes à exaustão e abandono pacífico do imóvel.

Mas pelas redes sociais como twitter e facebook, o efeito das medidas parece que tem se revelado inócuo.

Os manifestantes resistem e garantem que não vão sair, enquanto não existir um diálogo franco com o governo.

Eles apoiam a greve dos professores e cobram melhorias de estrutura, ensino e autonomia financeira para a Uern.

Nota do Blog – A estratégia é comumente usada contra sequestradores, bandidos comuns ou ativistas políticos.

É um estratagema para atordoar psicologicamente quem ocupa o prédio, levá-los à fragilização física e mental.

Parece cruel. É. Mas o Governo do Estado tenta evitar o pior, depois de não ter conseguido demover os estudantes da ideia da ocupação.

A decisão judicial para desalojá-los, se cumprida, com uso da força, certamente traria profundo desgaste ao governo e ao próprio Judiciário.

Torçamos para que o bom senso de lado a lado termine prevalecendo. Mossoró não pode voltar no tempo, exumando o atraso da intolerância.

 

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sexta-feira - 08/07/2011 - 21:10h
Nem aí

Vice-governador recomenda cachorro-quente à crise

O mundo racha aos pés da governadora Rosalba Ciarlini (DEM), sitiada por greves e tendo que se esconder de manifestações públicas até em sua terra natal (Mossoró), enquanto seu vice é só alegria.

O vice-governador Robinson Faria (PMN) vive num mundo à parte, como se fosse um altista.

Na rede de microblos Twitter, agora à noite, ele superou-se em alheamento:

Para quem gosta de um delicioso cachorro-quente, não deixe de conhecer o do @Tanticos Vale a pena! #recomendo.

Enquanto isso… o servidor estadual come o pão que o diabo amassou.

Risível!

* Acompanhe o Blog também pelo Twitter, com linguagem mais coloquial e notas exclusivas:

www.twitter.com/bcarlossantos

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Categoria(s): Política
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sexta-feira - 08/07/2011 - 21:06h
Rosa acuada

Rosalba passa por novo constrangimento em Mossoró

A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) passou por mais um constrangimento em sua terra natal, Mossoró.  Foi agora à noite.

Mas podia ser pior.

Evitou participar de evento comemorativo do jornal Correio da Tarde, no Teatro Dix-huit Rosado, apavorada com manifestantes em greve e estudantes da rede pública. Ela seria homenageada com a comenda “Marca de Valor”.

Os protestos com numerosos manifestantes, palavras de ordem e faixas sobretudo “Em defesa da UERN” (Universidade do Estado do RN) fizeram-na mudar de rumo.

Em poucos meses de governo, Rosalba já teve que ser escoltada por policiais militares para ir a evento comemorativo no Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM); foi vaiada antes do espetáculo “Chuva de Bala” durante o “Cidade Junina” e constantemente faz pousos e decolagens no aeroporto local, com o cuidado de evitar divulgação prévia.

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Categoria(s): Política
sexta-feira - 08/07/2011 - 20:11h
Pode ficar pior

Polícia Civil continua em greve; governo desagrada

Os policiais e escrivães da Polícia Civil do Rio Grande do Norte continuam em greve. Não chegaram a um acordo com o Governo do Estado.

Em assembleia no final da tarde de hoje, a decisão foi pela continuidade da greve.

A decisão foi unânime. O Governo garantiu que enviaria para o sindicato, as tabelas com a previsão de pagamento do reajuste de 5% nos salários, parcelado em quatro vezes entre os meses de setembro de dezembro.

Em ofício enviado pelo Governo, nada. Nada de concreto, do mínimo de garantia. As categorias não acreditam no que é posto superficialmente ou em promessas vagas.

A paralisação passa dos 50 dias.

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sexta-feira - 08/07/2011 - 19:42h
Crônicas

O “Carta ao Humano” de Agnelo Alves

O jornalista e deputado estadual Agnelo Alves (PDT) vai lançar no próximo dia 15 (sexta-feira) o seu novo livro, “Carta ao Humano”.

O lançamento está marcado para a livraria Siciliano do shopping Midway Mall, a partir de 19 horas.

“Carta ao Humano” é uma coletânea de crônicas escritas por Agnelo entre os anos de 1974 e 1982 no jornal Tribuna do Norte. O título é o mesmo da coluna publicada na época, período em que o jornalista e deputado assinava as crônicas sob o pseudônimo de AZ e se dirigia a um personagem fictício, “Neco”.

Seus textos versam por temas dos mais diversos, desde Política até fatos corriqueiros e personagens de Natal e do Estado. Isto numa época em que Agnelo Alves estava com seus direitos políticos cassados pela ditadura então instalada no país.

O livro “Carta ao Humano” tem 280 páginas e foi editado pela Z Comunicação, editora do jornalista Osair Vasconcelos, também autor da orelha. O projeto gráfico é da Mariz Comunicação, o prefácio, do jornalista Woden Madruga e a apresentação, do jornalista Ticiano Duarte.

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sexta-feira - 08/07/2011 - 11:13h
Sonhos e nomes

Formas e sabores da sucessão em Natal

O deputado Hermano Moraes (PMDB) ganha incentivo do deputado federal Henrique Alves (PMDB) para ser candidato a prefeito do Natal;

O deputado federal Rogério Marinho (PSDB) tem o mesmo sonho e não para de percorrer ruas, avenidas, vielas, praias, favelas da cidade vendendo ideia de uma nova Natal;

Carlos Eduardo Alves (PDT), ex-vice-prefeito e ex-prefeito, é candidatíssimo e anda todo prosa como um “prefeito em férias”;

A ex-prefeita (três vezes) e ex-governadora (duas) Wilma de Faria (PSB) enxerga a volta à Prefeitura do Natal como um atalho para outros santos. Um bom recomeço;

Micarla de Sousa (PV), atual prefeita, ainda procura o “ponto G” de sua gestão. Anda em círculos e não sabe sequer se será ou não candidata à reeleição;

PT e DEM, antagônicos, precisam apresentar nomes viáveis. Quem?

Até 2012, essa caldeirada vai ganhando formas e sabores.

 

 

 

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sexta-feira - 08/07/2011 - 10:04h
Alfredo Nascimento e outros

Loteamento do poder expõe nosso atraso político

O loteamento do poder entre compadres, partidos, financiadores de campanha e grupos familiares é de nossa tradição republicana. Mas o costume é bem mais antigo.

Dizem clássicos sobre a formação social e política do Brasil, que esse vício vem de além-mar, desde os tempos de Lisboa como metrópole colonizadora e espoliadora.

Já temos mais de 500 anos de história formal e pouco mais de 120 anos como república. Nesse tempo, nada foi capaz de debelar essa mazela que traz tantos prejuízos ao país, ao povo brasileiro.

Se passearmos por compêndios como “Os donos do poder” (Raymundo Faoro), “Instituições políticas brasileiras” (Oliveira Vianna) e “O povo brasileiro” (Darcy Ribeiro)  – para não citar outros trabalhos – encontraremos o DNA desse câncer. Do colonizador que chegou para espoliar, passando pelo “coronel” campesino ou o plutocrata urbano, até o político profissional dos tempos modernos, quase nada mudou.

Na verdade, temos o enraizamento dessa cultura que transforma a coisa pública num bem para poucos. Tudo tocado por uma gente esperta, além da conta.

O exemplo quentinho do ex-ministro Alfredo Nascimento, potiguar de origem, que fez história no Amazonas, é emblemático. Foi flagrado aparelhando o Ministério dos Transportes para beneficiamento do seu partido, o PR. Mesmo assim, fora da Esplanada dos Ministérios, ele e o PR continuam com poderes à escolha do substituto.

Tudo assim, normalíssimo.

Fosse numa corporação da iniciativa privada, o flagrante resultaria em ruptura contratual, banimento do corrupto, possível implicação cível e penal etc. Na política, no sistema partidário brasileiro, nas relações de poder, tudo é diferente.

Alfredo Nascimento, que se revelou indigno como ministro, voltará para o Senado. Lá, pasme… será um legítimo representante do seu estado, uma autoridade capaz de revisar leis, fazer outras, aprovar ou desaprovar orçamentos.

Pobre Brasil!

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sexta-feira - 08/07/2011 - 09:00h
De quem é a culpa?

Tremores e política

Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do RN (UFRN) atesta que houve tremores de terra em Florânica, região de Pau dos Ferros e Riachuelo, hoje pela manhã.

A princípio, os ex-governadores Iberê Ferreira (PSB) e Wilma de Faria (PSB) não são listados como suspeitos pelos solavancos.

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Categoria(s): Gerais / Política
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