terça-feira - 15/11/2011 - 11:25h
Reflexão sobre a política

Cada povo tem o governo que acha que merece

Volta e meia trazem à lumen nas discussões políticas, nacionais, uma frase que se tornou lugar-comum. Virou verdade absoluta, quase uma unanimidade:

Todo povo tem o governo que merece.

Sua origem, contextualização histórica e aspectos ideológicos do próprio autor quase nunca são lembrados.  É possível que sejam intencionalmente ignorados.

Quem a produziu foi o conde Joseph-Marie de Maistre (nascido em 1753, na França). Era um pregador contra a Revolução Francesa, além de defender com ardor messiânico a retomada das dinastias monárquicas.

Para ele, a força divina intervencionista no Estado na sociedade, pelas mãos da Igreja, personificada no papa, completaria o nirvana social.

Enfim, esse diplomata, filósofo e advogado, talvez hoje estivesse relativamente satisfeito com o que testemunhamos no Brasil, que é o poder pelas mãos de plutocratas, oligarcas e espertalhões.

Só faltaria aí a entronização de algum descendente da casa de Orleans e Bragança, numa monarquia, para lhe deixar quase realizado.

Pessoalmente, discordo da assertiva. Ou a questiono parcialmente.

Ela tem servido aos próprios donos do poder à justificação de sua força, sem que mergulhemos na raiz da discussão, de uma forma mais científica.

O povo – numa democracia representativa como a nossa – escolhe intermediários para representá-lo, sob valores e interesses decorrentes de sua cultura, capacidade cognitiva e discernimento.

É sempre fácil se afirmar que a massa analfabeta e faminta, é responsável por suas escolhas ruins. Assim, a própria elite inescrupulosa justifica seu poder, dando-lhe aura de legitimidade.

Temos o governo que merecemos, com base no que podemos enxergar. E é falácia se proclamar que apenas o pobre-ignorante vende seu voto e seu destino. Da classe média e entre os mais abastados, também emergem votos à manutenção desse status quo, porque vivemos na escuridão.

Somos vítimas do pior dos males para uma sociedade: o “analfabetismo político”.

É graças a essa mazela, que o povo sofre toda a responsabilidade pela perpetuação desse modelo reducionista, expoliador, expropriador, excludente e predatório.

Por isso que qualquer um se julga no direito de bradar, com pompa:

– Todo povo tem o governo que merece!

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terça-feira - 15/11/2011 - 09:42h
Eleições 2012

O poder não pode tudo… nem com “garrafada”

Apenas um alerta aos poderosos, que pensam que podem tudo e acreditam na força da “máquina” pública como “panaceia” (remédio para todos os males):

– O poder não pode tudo.

Se pudesse, o candidato do Palácio da Resistência (sede da Prefeitura de Mossoró) à sucessão da prefeita de direito, enfermeira Fátima Rosado (DEM), a “Fafá”, seria Chico Carlos (PV) – secretário da Cidadania do Município.

Chico Carlos, em todas as pesquisas encomendadas pelo palácio e outras que pululam na imprensa, aparece sempre com menos  de 1% de intençes de voto. Sempre.

Toda a estrutura de mídia e propaganda foi destinada à projeção de sua imagem, sem qualquer resultado satisfatório até aqui. Nem terá.

A panaceia da máquina pública tem seus limites, como as "garrafadas"

Superexposição queima. É como ficar além da conta sob o sol.

Se os donos do poder não se cuidarem, quando perceberem algumas mudanças no ânimo e no humor da sociedade, será tarde para remendos ou fórmulas mágicas.

Será que o povo aguenta mais um embuste, um faz-de-conta, um prefeito eleito e outro para mandar?

Será que voltaremos aos tempos das feiras sertanejas, em que um de seus maiores sucessos era a “garrafada”, porção gosmenta vendida como remédio para várias mazelas, de “espinhela caída” a piolho, de lombriga a “farnesim”?

Bom ficarmos atentos aos sinais de resistência a novas fraudes políticas, a novos estelionatos eleitorais.

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terça-feira - 15/11/2011 - 08:12h
Pelo Twitter

Robinson Faria avisa que não devem subestimá-lo

O vice-governador Robinson Faria (PSD), depois de vários dias em silêncio e até uma viagem à Europa, começa a se movimentar outra vez. E avisa, pelo Twitter, que não aceitará passivamente ser “engolido” pelos ex-aliados da Governadoria:

– Nos dias em que reservei para refletir, percebi que mesmo após 25 anos de vida pública permeada de lutas e vitórias, continuo sendo subestimado.

E prossegue:

– Como diria uma célebre frase de um conhecido poema de Fernando Pessoa: “Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo”.

Nota do Blog – O desafio de Robinson não é fácil, obrigando-o a se recompor com força que hoje estão na oposição. Sua pinimba com o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado (DEM) deixou de ser política para entrar no campo do pessoal.

Ressentimentos e outros sentimentos menores fazem parte dessa “caldeirada”.

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terça-feira - 15/11/2011 - 07:56h
Eles podem

Políticos mantêm nepotismo ludibriando a lei

Do Blog Panorama Político

– Os deputados estaduais estão conseguindo acomodar direitinho seus familiares em cargos do Executivo. O deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM) tem a filha, Fádia Rosado, como diretora do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Saúde de Natal.

– O deputado estadual Poti Júnior (PMDB) está com o sobrinho, Jarbas Cavalcanti, como chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Agricultura.

Nota do Blog – Não deve ser esquecido ainda Rafael Motta, filho do presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ricardo Motta (PMN), que é subsecretário Estadual da Juventude.

Tem muito mais gente, cara jornalista. Basta o Ministério Público se interessar mais pelo assunto e fuçar, por exemplo, a Prefeitura de Mossoró e o Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Na própria Prefeitura de Natal um rastreamento amiúde encontrará outras pessoas ligadas a deputados e originárias de deputados e ligada a graúdos da Prefeitura de Mossoró, num nítido “nepotismo cruzado”.

Tudo ao arrepio da lei, ridicularizando legislação pertinente e os interesses da coletividade.

Eles podem.

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terça-feira - 15/11/2011 - 07:41h
Lançamento

“Acho Já”, um guia de tudo para todos em Mossoró

Empresas, prestadores de serviços, baladas. Imagine encontrar tudo isso num só lugar. Essa é a proposta do site Acho Já, um guia com produtos e serviços do município de Mossoró.

A partir do dia 17 próximo, basta acessar www.achoja.com.br e procurar o que precisa. Os produtos e serviços estão divididos por categorias, mas a busca também pode ser feita por palavra-chave.

Diversas empresas estão sendo cadastradas. São advogados, bares, restaurantes, médicos, cabeleireiros, lojas, festas e muito mais. E não para por aí. Além de novas empresas e profissionais, o site Acho Já também disponibilizará informações sobre pontos turísticos e um blog com novidades de seus parceiros comerciais.

Para se cadastrar no Acho Já, basta pagar uma anuidade de 100 reais. Cada empresa aparecerá no mapa com galeria de fotos e todas as informações necessárias sobre os serviços e/ou produtos oferecidos.

O site Acho Já será lançado nesta quinta-feira, 17, a partir das 19h, com um coquetel para a imprensa, agências de publicidade e empresários no Garbos Hotel e Recepções.

Mais informações: 3312-4828, 9631 7180 (Túlio Ratto) ou 9631 7179 e 8707 5542 (Ana Cadengue).

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segunda-feira - 14/11/2011 - 23:51h

Pensando bem…

“O silêncio está tão repleto de sabedoria e de espírito em potência como o mármore não talhado é rico em escultura.”

Aldous Huxley

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segunda-feira - 14/11/2011 - 08:39h
Violência

Caraúbas é invadida por pistoleiros que alvejam 3 pessoas

Do Nominuto.com (Cézar Alves)

Wilson (e esposa) foi baleado (Blog Sociedade Ativa)

A população pediu, o prefeito pediu, o ministério público recomendou, a imprensa mostrou, mas a governadora ignorou e deixou o município de Caraubas sem policiais.

Hoje a conseqüência. A cidade acordou com forte tiroteio.

Mais de dez homens invadiram a cidade atirando para o alto. Foram até a casa de Wilson Praxedes, no Centro.

Foram baleados José Wilson Praxedes, de 46 anos; Wesla Susi Praxedes (filha de Wilson), de 16 anos; e Francisco Irlânio Alves Lima, de 31 anos. Este último ia só passando.

O alvo seria Wilson, que depois de baleado, teria se feito de morto.

Após mais de 20 minutos de tiros na rua e na casa de Wilson, suspeitos fugiram em camionetas na direção do município de Messias Targino e Patu.

As vítimas foram levadas para Hospital Regional Aguinaldo Pereira, em Caraúbas. Susi, com um tiro na testa, e o pai Wilson foram transferidos para o HRTM, em Mossoró.

Clima muito tenso na cidade, que não tem delegado, não tem escrivão e apenas dois PMs numa viatura sem bateria e o amortecedor quebrado para dá segurança a cidade.

Susi também foi baleada

Depois de um bom tempo da ocorrência, quando os bandidos já estavam longe, os PMs chegaram. O comandante da PM do 12º BPM de Mossoró mandou reforço para a Caraúbas.

Nota do Blog – O quadro de segurança pública em Caraúbas é o retrato de praticamente todo o Rio Grande do Norte.

O pior é termos a sensação de que vai piorar, visto que as medidas tomadas até aqui, pelo Estado, estão mais no campo da maquiagem e da propaganda do que da providência técnica.

E a sociedade, passivamente, apenas se queixa em conversas nas calçadas, twittando pela Internet ou resmungando dentro de casa.

Pobre Rio Grande “Sem Sorte.”

Pobre Caraúbas!

P.S – Informação obtida agora há pouco (8h47) indica que Wilson está fora de perigo de morte, apesar de ter levado três tiros. Já sua filha vive situação inversa, em quadro bastante grave.

Torçamos e oremos por sua vida.

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segunda-feira - 14/11/2011 - 08:16h
Pobre RN!

Programa do Leite sofre ameaça de continuidade

O Programa do Leite do Governo do Estado está seriamente ameaçado. Pode simplesmente desaparecer ou funcionar sob brutal retração.

Os 155 mil litros diários que vinham sendo distribuídos há vários anos, hoje não passam de 80 mil. Ou menos, dependendo da oscilação de humor dos produtores e industriais, que estão asfixiados com atrasos em pagamento.

Ao mesmo tempo, novo cadastramento pode transportar o programa para o campo da pura politicalha, convertendo-o em simples moeda eleitoreira às mãos de aliados nos 167 municípios do Rio Grande do Norte.

O programa, ao longo de mais de 20 anos, só teve uma paralisação, durante a gestão José Agripino (DEM), no início dos anos 90.

Os objetivos do programa são reduzir as carências nutricionais de crianças com faixa etária entre seis meses e três anos, desnutridos de três a seis anos de idade, gestantes, nutrizes, idosos a partir de 60 anos, portadores de deficiência impossibilitados de trabalhar, portadores do vírus do HIV e tuberculose e pessoas com câncer.

Como conseqüência do sucesso do programa, o RN foi indicado pelo Unicef como o Estado do Brasil com o menos índice de desnutrição e menor taxa de mortalidade infantil. Além de promover o incremento da atividade pecuária e a melhoria do rebanho e da produtividade da cadeia leiteira, o Programa do Leite contribui para a geração de ocupação e renda ao homem do campo, já que todo o leite pasteurizado tipo C (145 mil litros de gado e 10 mil litros de cabra) entregue à população é adquirido de produtores locais.

Em sua página na Internet, o Governo do Estado chega a deslavada mentira de afirmar que o “pagamento é realizado rigorosamente a cada 15 dias, o que garante as verbas necessárias à produção.”

O atraso chega a cerca de três quinzenas, além de remanescente do ano passado.

Veja AQUI.

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segunda-feira - 14/11/2011 - 07:56h
Pau dos Ferros

Diretor de hospital avisa que vai sair

O diretor geral do Hospital Regional Cleodon Carlos de Andrade, com sede em Pau dos Ferros, médico Etelânio Figueiredo, aguarda um substituto. Já avisou que vai sair.

O corre-corre é para tentar segurá-lo, ao mesmo tempo em que outra frente de batalha é convencer outra pessoa a assumir o “abacaxi”.

O HRCCA é referência no Alto Oeste, com capilaridade para 37 municípios.

Há poucos dias, Etelânio sequer compareceu – em Natal – à reunião de diretores hospitalares com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM), secretário da Saúde do Estado, Domício Arruda, além da adjunta da Saúde, Dorinha Burlamaqui.

Sua indicação ao cargo partiu do prefeito pauferrense Leonardo Rego (DEM) e seu pai, médico-deputado Getúlio Rego (DEM).

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Categoria(s): Administração Pública / Saúde
segunda-feira - 14/11/2011 - 07:21h
Perda

Um dia turvo em mim (à sombra da morte)

Dia amanhece turvo na atmosfera do meu lugar e em mim; melancólico em si.

Perdi um amigo de longas datas, de um tempo longínquo e nunca desgarrado.

Lá se foi Toinho Oliveira, funcionário da Prefeitura de Mossoró (Secretaria da Tributação).

Não resistiu à longa enfermidade.

Falar sobre morto, tão próximo, é sempre difícil. Sobre um amigo tão vivo, mais ainda.

Era Solidário, generoso, fraterno.

Aqui ficamos nós. Tocando em frente!

P.S – Seu corpo está sendo velado na Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Centro, Mossoró. Sepultamento ainda à manhã de hoje.

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segunda-feira - 14/11/2011 - 07:01h
Tragédia

Filho de deputado e motorista morrem em acidente de carro

Gustavo: 23 anos

Por Cézar Alves

O estudante de direito Gustavo Queiroz (23), filho do deputado estadual Nelter Queiroz, de Jucurutu, sofreu acidente de carro na noite deste domingo (13), em São Rafael, e morreu.

Uma segunda pessoa estava com Gustavo Queiroz e também faleceu. Ele é conhecido por Joãozinho e era motorista da Prefeitura de Jucurutu.

O acidente foi na RN 118.

Gustavo Queiroz é filiado ao PMDB e chegou a se cogitar seu nome para concorrer a Prefeitura de Jucurutu em 2012, que atualmente é administrada pelo tio dele, Junior Queiroz.

Os corpos das vítimas devem ser removidos para exames no Instituto Técnico-científico de Polícia e as conseqüências devem ser investigadas pela Polícia Civil.

Nota do Blog – Nossa solidariedade às famílias enlutadas.

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Categoria(s): Política
domingo - 13/11/2011 - 23:42h

Pensando bem…

“Muitos bumerangues não retornam: preferem a liberdade.”

Stanislaw Jerzy Lec

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domingo - 13/11/2011 - 23:27h
Metallica

Letra e Música – 159

Pra você que acha que essa turma só faz barulho, curta “Nothing Else Matters” (Nada mais importa) da pesadíssima banda Metallica, ao lado da Orquestra Sinfônica de San Francisco (EUA)

Difícil não se encantar com a simbiose do clássico com o rock and roll!

O vídeo, legendado, também mostra boa letra desse grupo norte-americano da Califórnia, que investiu nessa mistura para produzir uma versão belíssima de um de seus maiores sucessos.

Ótima aposta para começar a semana quebrando preconceitos e apostando no ser humano.

 

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domingo - 13/11/2011 - 17:15h
Medicina e fé

Vida após a vida

Tenho um amigo, há dias, lutando pela vida. É a luta da vida após a vida, que parece lhe escapar.

Agora, medicina e fé.

Ele, em coma, duela para passar mais algum tempo conosco, seus filhos e esposa.

Eu, torço.

Não sei rezar nada além de preces da infância. Mas é de lá, de tão longe, que puxo parte dessa força.

Firmo-me na fé.

Força, Toinho.

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domingo - 13/11/2011 - 16:23h

Cravo e canela e o fruto da maturidade

Por Carlos Santos

Tropical como somos, temos uma infinidade de frutas a mexer com o paladar nacional. Muitas, agora, na versão mulher. Há algum tempo, quase não existem mais daquelas de carne e osso. “Tá em falta”, diria o feirante da Ceasa.

Sobram principalmente as de bundas enormes e peitos siliconados, vendidas como “piriguetes” ou “modelos”. No fundo, é bom que esclareçamos: seu “consumo” é subjetivo e virtual, ou cabe apenas na conta de uma minoria endinheirada para rápida “digestão”.

Pelo visto, começa a escassear a mulher-mulher, daquelas que são apenas loura ou morena, branquinha ou negra, que gostam de ser amadas e não apenas “comidas”.

Como toda mulher normal, ela tem dúvidas quanto aos seus próprios encantos.

Raramente são autosuficientes como as “frutas” e ainda se enternecem com as flores e a música que fala de amor, símbolos atemporais do bem-querer.

Costumam repetir que “todo homem é igual”, numa generalização tão errônea quanto à adotada pelo sexo oposto, de que “toda mulher é a mesma coisa”.

Que bom, você existe! Sinuosa no olhar, cintilante. Com uma beleza brejeira, quase infantil. Cândida. Que irrompe a vida de cara limpa, sorriso maroto, como se fosse nascida de um romance de Machado de Assis, Guimarães Rosa ou Jorge Amado.

Menina? Mulher? Menina-mulher.

É cravo e canela.

Para aqueles que se movem por apetite lascivo, em sua direção, só aparecem seus contornos de mulher. Sem aguçada serenidade e percepção, jamais vão descobrir os traços de ninfa, nem seu vigor como gente que não aceita dizer “sim”,  cavilosamente, porque  aprendeu cedo a dizer “não” por livre-arbítrio.

Essa mulher é recheada de dúvidas, oscila entre amar e se esconder, mas não se entende como objeto. Chora, angustia-se. Fecha-se ensimesmada. Sorrir para dizer que as lágrimas não lhe fazem mal, porque fertilizam seu peito e serão o sopro de renovação da vida em seu útero.

Ela sabe que partilhar rima sempre com amar. Que distância fere e limita movimentos, mas é uma ponte, se os extremos querem chegar a outra margem.

Com essa mulher é diferente. Ainda bem. Não deixa de ser menina, roendo unhas, rindo de tudo, dando rabiçaca com a cabeça, lambuzando-se de sorvete e saindo por essa vida aventureira repleta de sonhos.

Amuando-se para ser, de novo, afagada. Mimada para se descobrir menina; carregada no colo para ser mulher.

Olhos de Capitu, desconfiados; olhos de Diadorim, vítreos, reluzentes; olhos de Gabriela, de um negro intenso… não importa. Seu olhar é sempre ponto de partida ou porto seguro. Um paradoxo em si. Arquipélago que nos puxa do alto mar à terra firme, como vigorosos fios de cabelo.

Cabelos que encobrem um rosto ruborizado, em que lábios proeminentes se contraem, a prender o fôlego e sufocar palavras. Assim, ajudam a traçar uma moldura entre o inocente e o travesso. Cativante imagem que é um convite ao vinho, com pés desnudos, prontos ao carinho.

Muitos perdem o apetite pela descoberta, depois de certas experiências e tempo. Até confundem mulher com fruta, volume com conteúdo. O escritor Truman Capote descreveu bem o que é maturidade para separar delírio de brilho:

Depois de certa idade ou certas noções, torna-se muito difícil o deslumbramento; ele funciona melhor na infância; depois, se a pessoa der sorte, encontra uma ponte até a infância e a atravessa.

Carlos Santos é criador e editor desta página

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Categoria(s): Crônica
domingo - 13/11/2011 - 09:11h
Governo do RN

Fernando Bezerra diz que é cedo para avaliar Rosalba

Bezerra teve papel decisivo em recursos hídricos

O ex-senador Fernando Bezerra é entrevistado especial de hoje, do jornal “O Poti”. Assegura que  não pensa mais em retomar a vida pública, como candidato a cargo eletivo. Assevera ainda que se sente com o dever cumprido, em face de 12 anos de mandato como senador. Na mesma sabatina, ainda avalia os governos Micarla de Sousa (PV) e Rosalba Ciarlini (DEM), respectivamente prefeita do Natal e governadora do Estado. Veja esses trechos da entrevista:

– Qual a avaliação que o senhor faz da administração municipal?

Fernando Bezerra – Minha avaliação é a de leitor de jornal e ouvinte da mídia. Não me parece que a prefeita (Micarla de Sousa ) vá bem. Vi uma pesquisa que mostra a desaprovação por 90% da população. Vi esses dias o lixo na Zona Norte. Não quero condenar. Mas não acho que vá bem.

O Poti – Em nível estadual,como o senhor avalia a administração da governadora Rosalba Ciarlini?

Fernando Bezerra – É muito cedo para avaliar. Eu não seria juiz de uma gestão de Rosalba, até porque, tudo o que eu disser, vai ter aquela coisa de que eu perdi a eleição para ela. Ela disse que encontrou o estado em dificuldade e está organizando. Eu acho natural, no primeiro ano de governo, haver uma estruturação para se começar a trabalhar. Daí pra frente é outra coisa. Eu torço para que dê certo, porque isso é bom para mim, pra você, para meus filhos, meus netos, para o estado todo. O RN tem um potencial muito grande, sobretudo na área de Turismo. Se os governantes derem o foco na questão de desenvolvimento, a questão de emprego, de uma maneira geral. Se os governantes tivessem o foco na mesma rota… Acho que governar é isso aí… Aqui no estado, as pessoas estão mais preocupadas com a política pela política do que com o avanço.

Nota do Blog – Fernando foi um dos mais produtivos políticos do RN nos últimos 40 anos. Como senador-ministro, sua passagem por Brasília proporcionou período de enormes resultados para a sociedade potiguar.

Investimentos em recursos hídricos – como adutoras e reservatórios de água como Umari e Santa Cruz – não teriam avançado sem ele.

O RN perdeu com a sua não-reeleição.

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Categoria(s): Política
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domingo - 13/11/2011 - 08:28h

O cronista é um escritor crônico

Por Affonso Romano de Sant´Anna

O primeiro texto que publiquei em jornal foi uma crônica. Devia ter eu lá uns 16 ou 17 anos. E aí fui tomando gosto. Dos jornais de Juiz de Fora, passei para os jornais e revistas de Belo Horizonte e depois para a imprensa do Rio e São Paulo.

Fiz de tudo (ou quase tudo) em jornal: de repórter policial a crítico literário. Mas foi somente quando me chamaram para substituir Drummond no Jornal do Brasil, em 1984, que passei a fazer crônica sistematicamente.

Virei um escritor crônico.

O que é um cronista? Luís Fernando Veríssimo diz que o cronista é como uma galinha, bota seu ovo regularmente. Carlos Eduardo Novaes diz que crônicas são como laranjas, podem ser doces ou azedas e ser consumidas em gomos ou pedaços, na poltrona de casa ou espremidas na sala de aula.

Já andei dizendo que o cronista é um estilita. Não confundam, por enquanto, com estilista. Estilita era o santo que ficava anos e anos em cima de uma coluna, no deserto, meditando e pregando.

São Simeão passou trinta anos assim, exposto ao sol e à chuva.

Claro que de tanto purificar seu estilo diariamente o cronista estilita acaba virando um estilista. O cronista é isso: fica pregando lá em cima de sua coluna no jornal. Por isto, há uma certa confusão entre colunista e cronista, assim como há outra confusão entre articulista e cronista.

O articulista escreve textos expositivos e defende temas e idéias. O cronista é o mais livre dos redatores de um jornal. Ele pode ser subjetivo. Pode (e deve) falar na primeira pessoa sem envergonhar-se. Seu “eu”, como o do poeta, é um eu de utilidade pública.

Que tipo de crônica escrevo? De vários tipos. Conto casos, faço descrições, anoto momentos líricos, faço críticas sociais.

Uma das funções da crônica é interferir no cotidiano. Claro que essas que interferem mais cruamente em assuntos momentosos tendem a perder sua atualidade quando publicadas em livro. Não tem importância.

O cronista é crônico, ligado ao tempo, deve estar encharcado, doente de seu tempo e ao mesmo tempo pairar acima dele.

Affonso Romano de Sant´Anna é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 13/11/2011 - 08:02h

Só Rindo (Folclore Político)

Umas e muitas outras

Candidato a governador, o engenheiro mossoroense José Agripino Maia precisa de uma candidatura à Prefeitura de Mossoró, para lhe dar suporte em sua terra natal. O ano é 1982.

Muito amigo do professor-jornalista Canindé Queiroz, Agripino e seu pai – ex-governador Tarcísio Maia – acertam sua postulação a prefeito. Como vice, Alcimar Torquato, que depois viria a ser conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Canindé e Alcimar são dois legítimos exemplares da turma da manguaça.

Mesmo sabendo da chance “zero” de vitória, em face do favoritismo acachapante do ex-prefeito Dix-huit Rosado, os dois cumprem o script. Formam palanque  para José e caem em campo, como podem, à cata de votos.

Zona rural do município, Canindé e Alcimar fazem caminhada corpo a corpo entre casas humildes e esquálidas bodegas, ziguezagueando entre cercas e animais domésticos.

De repente, Canindé olha para os lados e para trás. Não encontra seu vice.

Retrocede, pisa o mesmo caminho de volta e logo o localiza numa espécie de “copo a copo” numa mercearia, cercado de pinguços. O suficiente para o candidato a prefeito inflar, desapontado com a postura do vice:

– Porra! Que candidato é você que me deixa por aí? Quer beber sozinho, é?

A caminhada morreu ali, numa animada carraspana

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Categoria(s): Folclore Político
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domingo - 13/11/2011 - 07:46h

Como avaliar um governo?

Por Honório de Medeiros

Em “Desenvolvimento Como Liberdade” (Companhia das Letras; 2004; 4ª reimpressão; São Paulo), Amartya Sen, Premio Nobel de Economia, ex-membro da Presidência do Banco Mundial, ex-professor da Universidade de Harvard, esposo de Emma Rothschild – autora, por sua vez, de “Sentimentos Econômicos”, um denso ensaio acerca de Adam Smith, Condorcet e o Iluminismo – nos convida a percebermos o contraste entre “um mundo de opulência sem precedentes” e “um mundo de privação, destituição e opressão extraordinárias.”

Trocando em miúdos, Amartya Sen nos convida, isto sim, a entendermos o desenvolvimento como “um processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam”, e, não, como algo a ser identificado com o crescimento do Produto Nacional Bruto (PNB), aumento de rendas pessoais, industrialização, avanço tecnológico ou modernização social.

Ao se referir à expansão das liberdades reais Amartya Sen se refere, por exemplo, aos serviços de educação e saúde – e aqui eu acrescento segurança pública – e aos direitos civis (a possibilidade de participar efetivamente do governo e das discussões e averiguações públicas em relação ao dinheiro do povo).

Aceitar esse ideário como premissa implica em compreender que somente podemos considerar desenvolvido ou em desenvolvimento um País, Estado ou Município no qual, à título de esclarecimento, e em termos bastante simplificados, o dispêndio com obras públicas, tais como calçamentos, praças, ruas, estradas, asfaltamento, prédios, pontes, açudes, barragens, estádios de futebol, somente ocorra como conseqüência necessária e comprovada da implantação de políticas públicas voltadas para o avanço em áreas como educação, saúde e segurança.

Políticas públicas essas estabelecidas claramente através de programas e projetos que tenham metas, prazos, alocação de recursos humanos e financeiros delineados claramente e possam ser acompanhados e questionados pela sociedade como um todo.

Óbvio que, no Brasil, a lógica é outra.

As obras públicas são sempre “vendidas” à sociedade como sendo essenciais para o desenvolvimento “sustentável”. Essa lógica, consciente ou inconscientemente, busca privilegiar quem há de se beneficiar direta e imediatamente com ela, ou seja, aqueles que detêm o capital em suas mãos e querem o retorno imediato do investimento realizado: comprova essa afirmação a relação estreitíssima, no Brasil, entre os governos, sejam estes federais, estaduais e municipais, e empreiteiros, construtores, empresários da construção civil, enfim, os quais, depois de realizadas as eleições, pressionam os candidatos aos quais apoiaram financeiramente a investirem em obras.

A constatação, também, daquilo que se afirma aqui pode ser feita por qualquer um: basta que nos perguntemos se com todo o investimento em obras ocorrido no Brasil, digamos, desde Fernando Henrique Cardoso, passando por Lula, até hoje, houve diminuição sensível na miséria, e melhoria significativa na educação, saúde, e segurança pública.

Façamos o mesmo quanto ao Rio Grande do Norte, Natal e/ou Mossoró. É claro que não. Muito ao contrário.

O que nós percebemos, nitidamente, é que o avanço, se é que houve, é um verniz que não resiste a uma visita individual ou coletiva a postos de saúde ou hospitais, escolas públicas e delegacias de polícia. Portanto a conclusão é óbvia: desconfiemos de qualquer obra que não esteja atrelada, comprovadamente, a uma política pública na área de educação, saúde ou segurança.

Uma comprovação que salte aos olhos, indiscutível. Para começo de assunto.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Estado do RN

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Categoria(s): Artigo
domingo - 13/11/2011 - 03:43h

Morte de Ulisses

Por Márcio Dantas

Para os que têm pendor à errância
e a curiosidade pelo desconhecido,
nunca o farne de sair de casa cessa.
Para os que herdaram a maldição
de não quedar-se num canto,
de querer interagir e aprender,
cultivando a vinha ou consertando calçados,
em dias e trabalhos iguais, mesmos sóis e luas,
mesmos rostos que envelhecem aos poucos,
fica difícil se comprazer com o tédio
de constelações no firmamento, pálidas,
dizendo de uma garantia doméstica.
Nem filho amado ou esposa ditosa,
muito menos velhice de pai,
impedem o impulso maior de uma
nova jornada ao ignoto.
Navegando pelo então conhecido,
quer dizer, o que não mete medo,
o que diz de uma segurança (nem sempre certa),
o que o lenho palmilha sobre terras e águas,
da costa de Espanha até sua antípoda Ceuta,
cruzaram a estreita porta de Gibraltar,
para, açulado pela atávica vontade
de conhecer, sentir o sabor, experimentar o novo,
ouvir ritmos diferentes de vozes,
Para os que têm pendor à errância
e a curiosidade pelo desconhecido,
nunca o farne de sair de casa cessa.
Para os que herdaram a maldição,
adentram por imenso oceano desconhecido,
aceirando a recortada linha da África.
Eis que o preço do desejo irrequieto
pelo insólito, a paga e a purga de uma hybris
subjetiva buscando não os dois lados ditos naturais,
mas as ilhargas ignoradas das pessoas e coisas,
furnas onde, talvez, o mais precioso se resguarde.
Acontece que tudo tem seu fim.
Uma tempestade marítima afundou
o barco com seus tripulantes.
A sepultura, como não poderia deixar de ser,
foi as águas escuras do fundo do mar.

Márcio Dantas é poeta e professor do Departamento de Letras da Universidade Federal do RN (UFRN)

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Categoria(s): Poesia
  • Art&C - PMM - Sal & Luz - Julho de 2025
sábado - 12/11/2011 - 23:54h

Pensando bem…

“Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é …um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.”

Mario Quintana

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Categoria(s): Pensando bem...
sábado - 12/11/2011 - 19:50h
Pra Mossoró

Chapa dos sonhos ou dos pesadê-los?

Vejo em setores da imprensa que estaria tudo acertado para uma chapa DEM-PV, como sempre caseira, à sucessão municipal mossoroense.

O nome a prefeito seria da vice-prefeita Ruth Ciarlini (DEM), que vem a ser irmã da governadora Rosalba Ciarlini. O vice, Gustavo Rosado (PV), irmão da prefeita de direito Fátima Rosado (DEM), a “Fafá”, seu atual chefe de Gabinete.

Fafá renunciaria para ganhar vaga como conselheira vitalícia do Tribunal de Contas do Estado (TCE); seu marido – Leonardo Nogueira (DEM) – ganharia plena segurança para se reeleger a deputado estadual e todos seriam felizes para sempre.

Êita Rio Grande do Norte e Mossoró bonitos, de mãe preta e pai João!

É pra rir ou pra chorar?

Depois, quem seria o prefeito ou prefeita de fato?

Ah, combinaram tudinho com o “gado”, digo, o povo?

É uma chapa dos sonhos dos donos da cidade ou do pesadê-lo da massa ignara?

Risível, risível!

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Categoria(s): Blog
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