A disputa municipal de Pau dos Ferros está decidida? Pelos números da pesquisa do Instituto Consult, divulgados em primeira mão por este Blog, no dia passado, a resposta é “não”.
Há um nítido favoritismo e destaque para o candidato governista Fabrício Torquato (DEM), atual vice-prefeito, que tem o apoio do prefeito Leonardo Rego (DEM).
Entretanto, o desempenho de Bráulio Figueiredo (PMDB), concorrente da oposição, tem pujança e com certeza tornará muito emocionante a reta final dessa campanha.
Na pergunta Estimulada, por exemplo, a maioria de Fabrício Torquato (DEM) sobre Bráulio Figueiredo (PMDB) é de 10 pontos percentuais. Na Espontânea, a supremacia do candidato governista e atual vice-prefeito é de 7,58 pontos percentuais.
A sondagem realizada no dia 21 deste mês, no início da propaganda eleitoral em rádio, apontou Fabrício com 51,11 pontos percentuais, contra 41,11 pontos percentuais de Bráulio, na modalidade Estimulada (quando os nomes dos candidatos são apresentados ao entrevistado, para ele fazer sua opção).
Acirramento
Quem conhece a política de Pau dos Ferros sabe que há uma tradição de acirramento dos pleitos municipais. De 1988 para os dias atuais, só para tomarmos como exemplo um período específico, as eleições em sua maioria foram apertadas.
Em 1988, Nilton Figueiredo (pai de Bráulio) suplantou Aliatá Chaves por menos de 90 votos de maioria. Vale ser assinalado que o eleito tinha apoio do então prefeito José Fernandes de Melo.
Já em 1992, novamente o médico Aliatá Chaves foi à disputa. Dessa feita ele derrotou o também médico Etelânio Vieira. Sua maioria passou dos 1.400 votos.
Veio 1996. A eleição municipal colocou frente à frente duas lideranças: de um lado, Nilton Figueiredo; na outra extremidade, Maria Rego (mãe de Fabrício Torquato). Quem levou a melhor foi Nilton, vitorioso com vantagem de mais de 600 votos.
Em 2000, Nilton Figueiredo e Maria Rego fizeram uma composição. A chapa Nilton/Maria atropelou o adversário Getúlio Rego (DEM), deputado estadual e pai do atual prefeito Leonardo Rego (DEM).
É importante sublinhar, que nessa campanha municipal Nilton e Maria pegaram um contendor praticamente ausente. Getúlio passava vários dias sem fazer sequer uma mobilização de rua. A derrota era cantada em prosa e verso e aconteceu com maioria acima dos 2 mil votos.
Mas em 2004, Maria Rego – apoiada pelo prefeito Nilton – não conseguiu manter a hegemonia do grupo na prefeitura. Ela foi derrotada por Leonardo Rego, que empalmou superioridade de apenas 398 votos.
Em 2008, Nilton retornou à corrida eleitoral tentando retomar o poder de Leonardo. Deu-se mal. O prefeito obteve reeleição com 324 votos de maioria.
Pesquisas
Na atual campanha de Pau dos Ferros foram divulgadas três pesquisas. Nas anteriores, Fabrício Torquato revelou muita robustez. Mesmo assim, com vantagens decrescentes. Chegou a levantar quase 30% de maioria para seu desafiante.
Na verdade, esse é um comportamento esperado e compreensível para quem despontava como candidato governista. Com o passar dos dias e semanas, houve uma acomodação de intenções de voto e uma esperada aproximação de Bráulio.
Nos últimos dias de campanha, o movimento de rua e programas em rádio vão moldando a vontade popular. Será lapidado o formato final dos números de uma concorrência eleitoral que outra vez deve apresentar maioria de porte modesto.
Os dois candidatos, que possuem pesquisas internas para monitoramento de campanha, sabem que Pau dos Ferros é sempre um espaço geopolítico com forças divididas. O pêndulo vai se inclinar para um dos lados, mas sem gigantismo.
Essa é a leitura que pode ser feita da contenda, nesse momento, com base na pesquisa Consult e no histórico de lutas eleitorais da encantadora Pau dos Ferros.