segunda-feira - 18/03/2013 - 18:24h
Com Sebrae

Prefeita participa de evento para empreendedor

A prefeita Cláudia Regina (DEM) participa nesta segunda-feira, 18, às 19h, da cerimônia de abertura da Oficina Sebrae Empreendedor (OSE), que será realizada  no Ginásio Municipal Pedro Ciarlini, desenvolvida para pequenos empreendedores, numa parceria da Prefeitura de Mossoró, através da Secretaria do Desenvolvimento Social e Juventude e a Subsecretaria do Trabalho, Turismo, Indústria, com o Sebrae.

A capacitação destinada aos pequenos empresários será ministrada no período de 18 a 22 de março.

De acordo com o subsecretário do Trabalho, Turismo, Indústria e Comércio, Segundo de Paulo, a parceria tem como proposta capacitar os que possuem negócio próprio, com conhecimentos na área de empreendedorismo.

“As oficinas contribuem para ampliar a visão empreendedora dos pequenos empresários que buscam adquirir conhecimento para melhor desenvolvimento de duas empresas”, frisa.

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segunda-feira - 18/03/2013 - 18:18h
Justiça Federal

Ex-prefeito é condenado a 28 anos de reclusão

A juíza federal substituta da 8ª Vara, Emanuela Mendonça Santos Brito, condenou o ex-prefeito de Baraúna Francisco Gilson de Oliveira, o “Gilson Professor” (gestão compreendida entre 1996 e 2004), a 28 anos de reclusão. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF).

A condenação de Gilson Professor advém de Crimes de Responsabilidade (DL 201/67; Lei 1.079/50 e Lei 5.249/67) – Crimes Previstos na Legislação Extravagante – Penal; 05.20.30 – Crimes da Lei de licitações(Lei 8.666/93) – Crimes Previstos na Legislação Extravagante – Penal.

O processo corresponde a este número: 0000948-73.2006.4.05.8400 (2006.84.00.000948-2). A sentença foi publicada no último dia 14.

Acusações

Narra a peça acusatória, em síntese, que o acusado, enquanto prefeito do Município de Baraúna/RN, praticou diversas irregularidades nos Convênios:

a) 172/2000 (Ministério da Integração Nacional) – não teria havido a execução da obra em conformidade com o Plano de Trabalho, porém houve, apesar disso, o integral pagamento à empresa contratada. Faltaria a instalação, nos banheiros, de um lavatório em louça e um chuveiro em PVC; na cozinha, de pia pré-fabricada; e, no exterior da casa, de lavanderia em concreto pré-moldada;

b) 1.026/2000 (Ministério da Integração Nacional) – contemplaria, parcialmente, o mesmo objeto do Contrato de Repasse 088893-54 (passagens molhadas de Pico Estreito e Serrote). Tais obras já haviam sido executadas neste e, portanto, haveria pagamento em duplicidade para as mesmas obras;

c) 352/2001 (Ministério da Integração Nacional) – haveria contratação irregular da empresa vencedora do certame, em razão de sua certidão de regularidade do FGTS estar vencida à época da contratação. Também não haveria sincronia entre a execução das obras e o pagamento, pois aquela era antecedida deste e não foram aplicadas penalidades administrativas em razão da mora.

Além disso, foi denunciada por ter realizado, com recursos destinados ao PROEJA – Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Jovens e Adultos – a aquisição de livros em valor superior ao de mercado (superfaturamento) e vício em licitação por inexistência de projeto básico, bem como movimentação financeira mediante transferência irregular, o que contraria a Resolução CD/FNDE 09/2002.

Foram ainda mencionados desajustes em recursos repassados pelo Ministério da Saúde (Programa de Atendimento Assistencial Básico à Parte Fixa do Piso de Atenção Básica; Programa Incentivo Financeiro a Municípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção Básica; Programa de Implantação de Melhorias Sanitárias Domiciliares para Controle de Agravos) e Ministério do Desenvolvimento Agrário (Contrato de Repasse 104977-99).

Punição

“(…) A pena final do condenado corresponde a 15 (quinze) anos de reclusão (art. 1º, I, do Decreto-lei 201/67 -três vezes) e 13 (treze) anos e 4 (quatro) meses de detenção (art. 89 da Lei 8.666/93 – duas vezes; art. 1º, III, do Decreto-lei 201/67 – três vezes; e art. 1º, VII, do Decreto-lei 201/67 – uma vez) e 233 (duzentos e trinta e três) dias-multa”, diz a sentença.

“Considerando que não há nos autos informações atualizadas acerca da situação econômica do réu, o valor do dia-multa corresponde a 1/30 (um trigésimo) do salário-mínimo em vigor na data do último fato (2002). O valor encontrado ficará sujeito à correção monetária, devendo ser liquidado por cálculo da Contadoria do Juízo, extraindo-se, após o trânsito em julgado desta decisão, certidão da sentença para fins de execução do valor devido nos termos da Lei de Execução Fiscal (art. 51 do Código Penal, com a redação determinada pela Lei 9.268, de 1º de abril de 1996)”, continua.

Quanto à fixação do regime inicial de cumprimento da pena, a juíza é ríspida: “Ante o disposto no art. 33, §2º, ‘a’, do CP e tendo em vista que o total da pena privativa de liberdade aplicada ao réu, determino que o regime inicial de cumprimento da pena seja o fechado.”

A magistrada destaca que está descartado “motivo da prisão preventiva, já que o acusado respondeu ao processo, até o presente momento, em liberdade.”

À decisão cabe recurso.

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segunda-feira - 18/03/2013 - 17:33h
Ibama

Multa milionária a salineiros une classe política

Em uma audiência realizada no início da tarde desta segunda-feira (18), a governadora Rosalba Ciarlini (DEM); o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB); o senador José Agripino Maia (DEM) e o deputado Federal João Maia (PR) se reuniram com representantes do Sindicato do Sal para debater a reversão da multa aplicada pelo Ibama ao setor.

Carlos, Agripino, Henrique e Rosalba em defesa de interesse comum (Elisa Elsie)

Do encontro realizado no auditório da Governadoria foi proposta pelo deputado Federal Henrique Alves uma audiência na próxima semana entre as partes com a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

A principal reivindicação que será apresentada à titular da pasta é a suspensão da multa de R$ 80 milhões aplicada pelo Ibama a 35 salinas potiguares.

A governadora Rosalba Ciarlini declarou que entende a dificuldade do setor e ressaltou a união da bancada federal para solucionar o problema.

O setor que é responsável por 96% de todo o sal brasileiro.

“Tenho certeza que vamos resolver essa questão com muita transparência e tranquilidade”, finalizou Henrique Alves.

Também participaram da audiência os secretários Chefe do Gabinete Civil, Carlos Augusto Rosado (DEM); do Desenvolvimento Econômico, Rogério Marinho (PSDB); do Turismo Renato Fernandes (PR); de Relação Institucionais, Esdras Alves; o consultor Geral do Estado, José Marcelo; diretor Geral do Idema, Jamir Fernandes e o presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ricardo Motta (PP).

Com informações do Governo do Estado.

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segunda-feira - 18/03/2013 - 17:17h
Livro

“Como se fosse letras”, por Paulo Araújo

O Museu Municipal Lauro da Escóssia recebe, na próxima quinta-feira (21), o lançamento do livro “Como se fosse letras”, do jornalista Paulo Araújo. O lançamento acontece a partir das 20h.

O livro, publicado pelo selo de não-ficção “Bons Costumes”, da editora Jovens Escribas, é uma coletânea de reportagens, entrevistas, perfis, ensaios e crônicas escritas e publicadas em diversos jornais, revistas e sites na última década.

Um dos capítulos do livro trata de reportagem sobre a cidade de Mossoró, produzida para a revista Glam.

Dividido em cinco capítulos, o livro, que foi lançado com sucesso em Natal no dia 7, traz um panorama com explicações didáticas e exemplos práticos de cinco gêneros jornalístico. Um dos blocos, o de reportagens, é todo dedicado a Mossoró com o texto “A Locomotiva do Oeste”, um grande panorama cultural, econômico e social do desenvolvimento de Mossoró, publicada originalmente na revista Glam, do colunista George Azevedo.

Paulo Araújo começou a carreira como repórter da TV Universitária da UFRN, onde se formou em Comunicação Social. Foi o primeiro potiguar a participar do Curso Abril de Jornalismo na revista Veja e trabalhou durante oito anos na Editora Abril, em São Paulo, com passagem pelas revistas Nova Escola, Veja na Sala de Aula, Ana Maria e Gloss.

Em 2008, foi colaborador da revista Época, da Editora Globo, e participou da equipe de consultores brasileiros que criou o Jornal de Economia e Finanças de Angola. De volta ao Brasil, em 2009, foi diretor de jornalismo da TV Ponta Negra (SBT) e da SIM TV (Rede TV).

Atualmente, colabora com as revistas da Livraria Cultura, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Glam e Versailles.

Recentemente, Paulo teve curta passagem como titular da Comunicação Social do Governo do Estado.


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segunda-feira - 18/03/2013 - 16:49h
Terceirizada pede rescisão

Hospital da Mulher pode ficar sem comando algum

O Instituto Nacional de Assistência à Saúde e à Educação (INASE) entrou com ação na 5ª Vara de Fazenda Pública de Natal requerendo a rescisão do contrato de gestão do Hospital da Mulher Parteira Maria Correia, sediado em Mossoró.

“A falta de repasses financeiros por parte da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) prejudica o funcionamento pleno da unidade, e inviabiliza a gestão do Hospital da Mulher com a excelência preconizada pelo Inase, visto que os pagamentos efetuados até o momento foram insuficientes para saldar os salários de todos os trabalhadores e demais prestadores de serviços”, diz comunicado à sociedade distribuído pela entidade.

“Os débitos com fornecedores já somam três meses, podendo acarretar na falta de insumos fundamentais para o trabalho das equipes”, acrescenta.

A ação judicial é legitimada nos artigos 78 e 79 da Lei 8.666, e artigos 273, 476 e 477 do Código de Processo Civil. O Inase requer ainda o deferimento de tutela de urgência, para que seja autorizado a se afastar, até o julgamento da ação, da gestão do Hospital da Mulher, responsabilidade que deverá ser assumida diretamente pela Sesap, ou outra Organização Social.

Desde que iniciou a administração do Hospital da Mulher, em 29 de outubro de 2012, o Inase recebeu apenas dois repasses financeiros, sendo o último depositado em juízo, e sem qualquer justificativa por parte da Sesap. Os pagamentos efetuados pela Sesap não ocorreram nas datas estipuladas, apesar de o Inase apresentar as prestações de contas dentro dos prazos legais.

“O Inase sempre reconheceu a importância dos órgãos de fiscalização e controle dos gastos públicos, em especial o Ministério Público Estadual, e sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos, receber orientações. A qualificação do Inase como Organização Social no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte ocorreu de forma absolutamente legal, após cumprir todas as exigências e apresentar os documentos exigidos pela legislação”, garante o Inase.

 

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segunda-feira - 18/03/2013 - 14:32h
Incoerência

Retrato da ficção denominada de Reforma Política

Só no Brasil um partido que dá apoio ao governo no plano federal, é o mesmo que apoia o principal adversário desse governo no plano estadual.

Isso é tão coerente quanto ser militante do Fatah na Faixa de Gaza e integrante da polícia secreta em Israel, a Mossad.

Mas no Brasil, esse contorcionismo ganha expressões pomposas como “apoio à governabilidade” e “aliança em defesa dos interesses maiores da comunidade”.

Tudo muito bonito, lindo e maravilhoso.

Depois, ainda tem quem acredite numa ficção denominada de “reforma política”.

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segunda-feira - 18/03/2013 - 09:43h
Só Pra Contrariar

Vulcano se eleva com maior furor

Ouvido ao chão como bom índio Sioux, Apache, Comanche, Cherokee ou Navajo.

O deus Vulcano eleva-se com furor maior do que no passado.

O que ele ouviu e viu está documentado, complicando sobremodo quem faz política e certos negócios…

Decifra-me ou te devoro.

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segunda-feira - 18/03/2013 - 08:49h
Futuro

O “mermo do mermo” no Rio Grande Sem Sorte

As perspectivas para o Rio Grande do Norte nos próximos anos são as mais sombrias possíveis.

Estamos sem opção, sem saída.

O “mermo” do “mermo”.

Mas tudo pode ficar ainda pior.

Pobre Rio Grande Sem Sorte!

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segunda-feira - 18/03/2013 - 06:38h
Novidade

Portal No Ar estreia hoje na Internet

Nesta segunda-feira (18), às 7h, o Rio Grande do Norte vai ter muito mais informação na Internet.

O “Portal No Ar” chega com o objetivo de se tornar um dos principais veículos de informação do Rio Grande do Norte.

Capitaneado pelos jornalistas Alex Medeiros, Aluisio Lacerda, Ricardo Rosado e o empresário Flávio Azevedo, é um projeto ousado, que “buscará a prática bom jornalismo e a relação respeitosa, ética e provocadora com as fontes”, diz release de apresentação do portal.

Com uma equipe de 12 jornalistas, além do conteúdo da agência de notícias Folhapress, o portal vai oferecer a seus leitores uma cobertura completa das notícias do Rio Grande do Norte, do Brasil e do mundo, nas áreas da polícia, política, esportes, economia e cultura, e ainda um cardápio variados de blogs sobre os mais diversos assuntos.

A mídia digital será completada ainda com TV e rádio, que entrarão no ar em breve, com mais equipamentos e profissionais.

Clique AQUI e conheça o novo portal.

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domingo - 17/03/2013 - 23:49h

Pensando bem…

“É tão absurdo dizer que um homem não pode amar a mesma mulher toda a vida, quanto dizer que um violinista precisa de diversos violinos para tocar a mesma música.”

Honoré de Balzac

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domingo - 17/03/2013 - 19:56h
Final de ano

Governo Rosalba tem prazo para funcionar

Por Cláudio Humberto

Entregue

A potiguar Rosalba Ciarlini entregou metade do governo ao PMDB de Henrique e Garibaldi Alves, para tentar salvar sua reeleição.

Se até o fim do ano não melhorar a imagem, Garibaldi será o candidato.

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domingo - 17/03/2013 - 19:33h
PMDB e DEM do RN

A sincera hipocrisia sobre uma ‘tábua de fojo’

A relação entre o PMDB e o Governo Rosalba Ciarlini (DEM) foi uma das coisas mais cínicas que já testemunhei na política do RN.

Quanta desfaçatez de ambos.

O que há de mais verdadeiro entre a cúpula do PMDB e a do Governo Rosalba, é uma “sincera hipocrisia”.

São mais falsos do que tábua de fojo.

Para quem não sabe, “tábua de fojo” é armadilha feita para capturar animais: um buraco profundo no chão, coberto com matos, galhos e outros tipos de camuflagem.

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domingo - 17/03/2013 - 15:07h
Impasse

Entre a aliança e a capitulação

Quem vai se submeter ao jugo de quem na política do RN?

Eis a questão.

Aliança nem sempre significa coalizão, mas capitulação.

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domingo - 17/03/2013 - 11:54h
Reunião governista

Aliados ficam no impasse; Carlos e Rosalba se ausentam

A esperada reunião da cúpula governista em Natal, no dia passado, começou e terminou no mesmo diapasão: sem nada de concreto quanto às chamadas “adequações” do Governo Rosalba Ciarlini (DEM). Ninguém – sondado – topa compor pastas da administração estadual.

Os participantes do encontro foram consensuais no que repetem há meses e meses: o governo precisa deixar de ser centralizador. O governo precisa ouvir mais e tratar aliado como aliado e não vassalo.

De novidades, duas que não acrescentaram nada à relação entre a cúpula do governismo e sobretudo o PMDB. Muito pelo contrário: agravaram o relacionamento.

Primeira: o casal Carlos Augusto Rosado (DEM)-governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não compareceu ao encontro marcado ainda em Brasília, à semana passada. Em seu apartamento em Morro Branco, o anfitrião foi o senador José Agripino (DEM), porta-voz de Carlos e Rosalba.

Segunda novidade: PMDB, PR e PP devem apresentar lista de sugestões de nomes para o secretariado e a governadora, logicamente com voz ativa de Carlos Augusto, secretário chefe do Gabinete Civil, diz “sim” ou “não”.

Participaram da reunião o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB), o senador José Agripino, o presidente da Assembleia Legislativa Ricardo Motta (PP) e o ministro Garibaldi Filho (PMDB), bem como o vice-presidente estadual do PMDB, ex-deputado estadual Elias Fernandes.

O presidente do PR, deputado federal João Maia, justificou ausência informando que estava em Apodi, em encontro regional de seu partido.

Blogs baseados em endereços físicos na capital, como das jornalistas Thaísa Galvão e Anna Ruth, atestam que o presidente da Associação Norte-rio-grandense dos Criadores (ANORC), Júnior Teixeira, foi apontado como opção para a Secretaria da Agricultura.

Por telefone, ele disse “não”. Está fora.

O “plano B” colocado à mesa foi de Orlando Procópio, atual delegado do Ministério da Agricultura. Está em aberto se aceitará ou não e se o casal dará endosso à indicação.

Na Saúde, outro impasse. O DEM pensou no ex-prefeito de Pau dos Ferros Leonardo Nogueira (DEM), que também quer distância dessa bronca insanável.

Nota do Blog – Rosalba e Carlos Augusto passaram a ter dificuldades de coabitação física com alguns de seus parceiros políticos, em especial do PMDB. A ausência do casal da reunião foi, no mínimo, deselegante. Porém é mais do que isso: é um recado.

Agripino precisou fazer uma acrobacia verbal, em argumentos, para justificar a ausência dos principais interessados no fortalecimento do governo.

A questão central não é cargo e mais cargo para aliados. PR, PP, PMDB desejam realmente participar das decisões, com iniciativa própria e mais flexibilidade para atuação da equipe de secretários.

O impasse é praticamente insanável.

Carlos Augusto precisará mudar um estilo que empina em toda sua trajetória política, que deu certo no nhe-nhe-nhm paroquial em Mossoró, mas não emplacou no Governo do Estado.

Ele topa ratear o poder? Não creio. Nem seria coerente à altura de tempo dessa gestão.

Nos intramuros do poder, em várias situações, Carlos tentou fragilizar e subjugar Henrique e Garibaldi. Os dois sabem disso.

Na gestão estadual, os indicados do peemedebismo apenas ocupam cadeiras. Não mandam em patavina nem vão mandar.

É o quadro atual. Será o quadro também adiante.

Anote, por favor.

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domingo - 17/03/2013 - 11:00h
Apodi

PR forma Núcleo de Decisão no Médio Oeste

Durante o Encontro Regional do Partido da República (PR), neste sábado (16) em Apodi, o deputado federal João Maia anunciou a criação do primeiro Núcleo de Decisão Regional do PR do Médio Oeste.

Formado por 11 membros, entre prefeitos, vereadores e lideranças políticas, os núcleos regionais atuarão em sintonia com o núcleo central, bem mais amplo com a participação de lideranças de todas as regiões do Estado. Os demais núcleos regionais serão criados durante os próximos encontros.

Formam o Núcleo do Médio Oeste os representantes das cidades de Janduís (Anne Fábia), Antônio Martins (Biô), Messias Targino (Juscelino Herculano), Caraúbas (Paulo Brasil), Felipe Guerra (Salomão Gomes), Rodolfo Fernandes (Monteiro Neto), Apodi (José Evangelista), Olho D’Água do Borges (Gilberto Dias), Umarizal (Elijane Paiva), Severiano Melo (Elano Gomes) e Riacho da Cruz (Adiel Régis).

“Estamos levando a sério o lema dos nossos encontros, que é mais perto das bases, mais perto do povo, pois entendo que a vida começa pelos municípios e não podemos tirar deles o direito de definir suas próprias posições partidárias”, disse João Maia ao anunciar a criação do primeiro núcleo regional de decisões.

Com informações do PR.

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domingo - 17/03/2013 - 10:37h

Um apólogo

Por Machado de Assis

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados…

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando…

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima…

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Machado de Assis (1839-1908) – Escritor, jornalista e cronista

* Texto extraído do livro “Para Gostar de Ler – Volume 9 – Contos”, Editora Ática – São Paulo, 1984, pág. 59.

P.S – “Apólogo” é narrativa em prosa ou verso, geralmente dialogada, que encerra uma lição moral, e em que figuram seres inanimados, imaginariamente dotados de palavra.

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domingo - 17/03/2013 - 10:15h

Os lados

Por Paulo Mendes Campos

Há um lado bom em mim.
O morto não é responsável
Nem o rumor de um jasmim.
Há um lado mau em mim,
Cordial como um costureiro,
Tocado de afetações delicadíssimas.

Há um lado triste em mim.
Em campo de palavra, folha branca.

Bois insolúveis, metafóricos, tartamudos,
Sois em mim o lado irreal.

Há um lado em mim que é mudo.
Costumo chegar sobraçando florilégios,
Visitando os frades, com saudades do colégio.

Um lado vulgar em mim,
Dispensando-me incessante de um cortejo.
Um lado lírico também:

Abelhas desordenadas de meu beijo;
Sei usar com delicadez um telefone,
Nâo me esqueço de mandar rosas a ninguém.

Um animal em mim,
Na solidão, cão,
No circo, urso estúpido, leão,
Em casa, homem, cavalo…

Há um lado lógico, certo, irreprimível, vazio
Como um discurso,
Um lado frágil, verde-úmido.
Há um lado comercial em mim,
Moeda falsa do que sou perante o mundo.

Há um lado em mim que está sempre no bar,
Bebendo sem parar.

Há um lado em mim que já morreu.
Às vezes penso se esse lado não sou eu.

Paulo Mendes Campos (1922-1991) – Escritor, jornalista e cronista mineiro

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domingo - 17/03/2013 - 06:08h

Tributo ao historiador Valter de Brito Guerra

Por Marcos Pinto

O município de Apodi é detentor da emblemática realidade de ser e ter sido berço de exponenciais figuras culturais e artísticas. Desnecessário elencar o vasto rol dessas personalidades do pretérito e do presente.

Analisando-se com acuidade todos os historiadores conterrâneos que perlustraram o venerando chão da pesquisa, delineando perfís personalísticos de pessoas que dignificaram os anais da história Apodiense, restará comprovado que todos eles foram detentores de hábitos recatados e estilos sóbrios, avessos à badalações e ao incenso.

O abnegado e profícuo historiador Valter de Brito Guerra foi uma dessas exponenciais figuras. Deus conferiu-lhe extraordinários dotes de espírito, evidenciados na suave conversação, no trato afável, na discrição sem malícia, no arrojo sem ruído, na singular constância do bem.

Quando investido em funções de mando sempre dispunha com suavidade. Cumpria sem estrondo e executava com acerto. Ao primeiro contato com ele, observava-se a mansuetude dos homens de bem como característica peculiar, intrínseca.

Não era um espírito simplesmente contemplativo, posto que ocupava-o o lado prático, a aplicação possível das metas a serem objeto de êxitos. A exemplo do intelectual conterrâneo José Matins de Vasconcelos, foi poeta, contista, romancista, historiador e genealogista, sendo certo que não chegou a publicar trabalhos de cunho genealógico.

Dotado de inteligência ímpar, com a tenra idade de dez anos foi o responsável pela elucidação da autoria material do assassinato do líder político Coronel Francisco Ferreira Pinto, trágico fato ocorrido às 20h30 do dia 02 de Maio de 1934.

Aos primeiros albores do dia seguinte, pessoas designadas pelo então Delegado de Polícia efetuaram serviços de rastejamento do cavalo utilizado pelo assassino, tendo sido apreendido o animal e conduzido para o terreno amurado do prédio da Intendência Municipal, que é o mesmo prédio da atual Prefeitura Municipal.

Ao ver o ajuntamento de pessoas defronte à Delegacia de Polícia, que procuravam descobrir a quem pertencia o cavalo, dirigiu-se para lá, onde reconheceu, de pronto, o cavalo do ex-guarda civil Roldão Maia, cujo animal ele sempre cuidava quando Roldão visitava Apodi, no que recebia gorjetas para banhá-lo na lagoa e colocá-lo para pastar na margem.

De forma sutil, o menino Valter chamou o Delegado para falar-lhe em particular, ocasião em que afirmou ter certeza do real dono do citado animal.

Informação importante que propiciou condições imediatas para início do competente Inquérito Policial.

Descendia de tradicionais famílias do Rio Grande do Norte – Pinto e Brito Guerra, e do Ceará, especificamente de Aracatí – Bezerra de Menezes, através do patriarca Joaquim Bezerra de Menezes (Aracati-1835/Apodi-13.04.1904).

Valter nasceu dentro desse manancial histórico, a 12 de Agosto de 1923, em uma residência vizinha à Casa Paroquial, na Rua N. Sra. da Conceição. Filho do Advogado Provisionado Carlos Borromeu de Brito Guerra e de Maria Bezerra Guerra.

Casou com sua prima Antônia Lopes, filha do líder político e farmacêutico Antonio Lopes Filho e de Armandina de Góis Lopes, deixando honrada e profícua prole.

A sua estirpe genealógica evidencia a particularidade de ter sido bisneto (Lado paterno) de dois Deputados Provinciais do RN (cargo atual de Deputado Estadual), os Coronéis patenteados da Guarda Nacional Antônio Ferreira Pinto (1832-1909) e Lino Constâncio de Brito Guerra (1846-1932).

Lino era casado com sua tia materna Maria Idalina de Oliveira, e era filho legítimo do Conselheiro do Império e Barão do Assu Luis Gonzaga de Brito Guerra e de Mafalda Gomes de Freitas.

Em uma incursão que fiz no livro “Alferes Teófilo Olegário de Brito Guerra – Um memorialista esquecido” – de autoria do renomado historiador Raimundo Soares de Brito – Coleção Mossoroense – Vol. CXXXII – Ano 1980 “, e andanças pelos meus alfarrábios, pude traçar o seguinte tratado genealógico dos “Brito Guerra”, até o nosso homenageado.

Vejamos: José Daniel de Lira – Casou com Olímpia de Menezes Correia da Cunha, e foram pais de: F.01- Manoel da Anunciação Lira – Casou com Ana Filgueira de Jesus, filha do Capitão Manoel Carneiro de Freitas e Delfina Filgueira de Jesus. Foram pais de: N.01- Simão Gomes de Brito (1790-1827) – Casou a 12.01.1814 com Maria Madalena de Medeiros (Do Seridó) filha de Manoel Antonio Dantas Corrêia (1769-1840) e Maria José de Medeiros.

Foram pais de: BN.01- Luis Gonzaga de Brito Guerra (1818-1896) – Casou em primeira núpcias com Maria Mafalda de Oliveira, filha do Tenente-Coronel Antonio Francisco de Oliveira (1772-1871) e de Mafalda Gomes de Freitas. Foram pais de: TN.01- LIino Constâncio de Brito Guerra (23.09.1846/13.05.1932) – Casou com Maria Idalina de Oliveira, filha do Tenente-Coronel Antonio Francisco de Oliveira e D. Quitéria Ferreira de São Luís (1822-1897).

Antonio e Quitéria (natural de Aracati-CE) são troncos genealógicos dos muitos Gurgel Guerra, Brito Guerra, Gurgel de Oliveira e Gurgel de Brito. Foram pais de: QN.01- Domingos Ernesto de Brito Guerra (1866-1912). Casou com d. Maria Clara Ferreira Pinto, filha do Coronel Antonio Ferreira Pinto e dona Claudina Pinto. Foram pais de: PN.01- Carlos Borromeu de Brito Guerra (Carlinho/Carrim – 1893-1965) – Casou com Maria Bezerra de Menezes, filha de Adrião Bezerra de Menezes e de Francisca Cândida de Noronha. Foram pais de: HN.01- Valter de Brito Guerra – Casou em primeira núpcias com Antonia Nair Lopes, filha de Antonio Lopes Filho e de Armandina de Góis Lopes. Casou em segunda núpcias com Zilmar Moura, e são pais de: (Dentre outros): SN.01- Djaíne Guerra – Funcionária Pública do Estado do Ceará.

Tem curso superior concluído em Mossoró-RN. A exemplo do pai, é dotada de vasto cabedal de inteligência.

Quando faleceu o renomado historiador Câmara Cascudo perguntaram: E Agora? A quem iremos perguntar sobre a vasta história do RN?

Nesse mesmo diapasão pergunto: E agora, que estão evolados os laboriosos e profícuos historiadores conterrâneos José Leite e Valter de Brito Guerra, a quem iremos perguntar sobre a densa historiografia da vetusta Ribeira do Apodi ?

Apodi de São João Batista e Nossa Senhora da Conceição, aos 16 de Março de 2013.

Marcos Pinto é advogado, pesquisador, historiador e escritor

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domingo - 17/03/2013 - 03:31h

A vida é líquida

Por Honório de Medeiros

“A vida é líquida”, diria Zygmunt Balman, aludindo à consistência das relações entre nós e os outros, ou entre nós e as coisas e/ou fenômenos.

Líquida, posto que essa consistência não tem forma definida, assume aquela que o recipiente (o contexto) impõe. Não somos estruturas rígidas que atravessam o tempo imutáveis ou pouco atingidos pelas circunstâncias, somos proteiformes, somos difusos, somos evanescentes.

Vivemos em uma época na qual as gerações mais novas escrevem tudo em uma linha. No máximo algumas poucas linhas. E somente lêem, e são treinadas pela realidade virtual com a qual convivem “full time” exatamente para isso, algumas linhas, umas poucas linhas.

Tal é o ser (e o dever-ser) que essa realidade virtual impõe: tudo é frenético, tudo é descartável, tudo é cambiante, imediato. É a maximização das potencialidades, negativas ou positivas, da nossa espécie sobrevivente e dominante, conforme descrito pela teoria da seleção natural.

O ensino, hoje, está em ruínas por vários motivos, mas desconfio que o modelo que ainda predomina está fadado ao fim, entre outras razões, mais ainda, em decorrência do descompasso com essa realidade que aos poucos se impõe, no qual não há mais espaço para uma educação que se estrutura a partir de livros, com textos pesados, longos e que exigem tempo e estudo profundo, e o tratamento do “pensar” típico dos escolásticos medievais que moldaram as bases do nosso ensino ocidental e cristão.

As gerações mais novas, que herdarão o mundo, ou o que restar dele, e sua forma de apreender e expressar a realidade, estão em processo de descompasso com aquela construída pelos nossos antepassados. Não se trata de estarmos certos e eles errados por não quererem ler livros como “Ulisses”, de Joyce, “Paidéia”, de Jaeger, ou “Em Busca do Tempo Perdido”, de Proust.

São elas, as gerações mais novas, mutações engendradas pelo meme que é a realidade virtual: caracterizam-se por viver em ritmo alucinante, pensar freneticamente, falar acelerado, em contraposição ao viver, pensar e falar arcaico, que vai sendo deixado para trás.

O livro de papel sobreviverá, claro, como sobreviveu o ritual do chá no Japão moderno que a restauração Meiji instaurou, e atirar com arco-e-flecha, algo excêntrico, típico de verdadeiros “outsiders”, a partir do qual hão de se criar seitas e seus inevitáveis rituais iniciáticos.

Livros em ambientes virtuais existirão cada vez mais, óbvio. Mas nunca serão consumidos como o foram os livros de papel após Gutemberg. Assim como os monges que salvaram a civilização como nós a conhecemos, na Alta Idade Média, copiando os textos antigos e os deixando para a posteridade, será em ambiente monacal que os iniciados lerão obras como as que foram citadas acima.

O velho mundo está morrendo, viva o novo mundo, do qual serei espectador privilegiado, posto que, quando menino, fui apresentado ao milagre da televisão já completamente cativado pelo livro de papel, e, agora, cinquentão, me maravilho com as infinitas possibilidades de uma realidade sequer possível de ser imaginada antes, domínio e prisão dos que, hoje, ainda são apenas adolescentes.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Estado do RN

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domingo - 17/03/2013 - 02:54h
Conversando com... Gilton Sampaio

Gilton Sampaio prega reforma em estatuto da Uern

O professor Gilton Sampaio é o nosso entrevistado de hoje, completando a série de pingue-pongue com candidatos a reitor da Universidade do Estado do RN (UERN). Ele possui graduação em LETRAS (UERN/Pau dos Ferros) e especialização em Didática do Ensino Superior, mestrado em Linguística Aplicada e doutorado em Linguística e Linguística Portuguesa. Desenvolveu estágio de pós-doutorado em Estudos Comparados pela Université Paris 8 Vincennes-Saint-Denis na França.

Gilton defende decisões em conjunto com setores acadêmicos na Uern

Exerceu liderança no Movimento Estudantil da UERN, de 1988 a 1992, sendo Representante do DCE em Pau dos Ferros e, por duas vezes seguidas, Presidente do CA de Letras naquele Campus. Em gestão acadêmica, exerceu as funções de Chefe do Departamento de Letras (2003-2007), Coordenador das Especializações em Linguística Aplicada e Língua Inglesa (2004-2005); Coordenador do Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Letras (2007-2008) e Diretor do Campus Avançado de Pau dos Ferros (2007-2011 e, em segundo mandato, desde 2012), sendo eleito democraticamente pelos pares para todas essas funções de gestão. Vamos à entrevista:

Blog Carlos Santos – Sua campanha é de clara oposição à atual gestão e ao modelo que ela representa. Sua postulação – com apoio do vice Lúcio Ney – é uma alternativa diferenciada e melhor por quê?

Gilton Sampaio – Sim, propomos um novo modelo de gestão, um modelo descentralizado, desburocratizado, funcional e acadêmico, no qual as decisões sejam tomadas em conjunto com as unidades acadêmicas, os campi avançados e os órgãos colegiados, e não em gabinetes fechados, tendo a caneta de um Pró-reitor mais poder que uma Unidade ou um Campus inteiro. Nossa proposta se torna diferenciada porque foi implantada e aprovada; implantamos em Pau dos Ferros, como diretor, um modelo descentralizado, tanto na parte administrativa como na parte acadêmica.

Na nossa gestão os departamentos acadêmicos ganharam poderes, matrículas, diários, declarações de alunos, assinatura de pontos dos professores. Antes centralizados na direção, passaram a ser de responsabilidade e acompanhamento dos departamentos; estabelecemos parcerias com instituições públicas e privadas em prol de melhorias para o CAMEAM e também como forma de contribuir para o desenvolvimento da região, como no caso da luta pelos Campi do IFRN e da UFERSA. Reforçamos ainda nosso espírito de luta e de mobilização que pode ser exemplificado na luta pela conclusão do Bloco Vertical com três pavimentos, o único da UERN que começou a ser construído em 2009 e está em pleno funcionamento desde 2010, os demais estão com obras paradas, em estado de deterioração.

BCS – O senhor tem uma experiência administrativa no Campi de Pau dos Ferros e larga vivência como docente da UERN, bem como no prélio sindical. Do outro lado da mesa, como reitor, como conciliar deveres institucionais com necessidades das categorias funcionais?

GS – Nossa experiência Administrativa e de participação nos movimentos discente e docente nos qualifica para assumirmos a reitoria e mudarmos a situação ‘anêmica’ em que a UERN se encontra. Um dos princípios da nossa gestão é a Indissociabilidade entre ensino pesquisa e extensão como pilar para termos uma Universidade de qualidade. Entretanto, para alcançarmos tal objetivo precisamos de profissionais bem remunerados, bem capacitados, além de um ambiente acadêmico e as condições de trabalho necessárias para que os docentes e os técnicos possam desenvolver suas atividades sem percalços e para que os alunos possam de fato ter acesso a um ensino de qualidade.

De modo que não há uma contradição entre os “deveres institucionais” e as “necessidades das categorias funcionais”; pelo contrário, existe sim uma complementariedade entre os dois. Ao sonharmos e buscarmos uma Universidade de qualidade precisamos antes de tudo valorizarmos nossos recursos humanos, tanto em termos de lutar pela implantação de um plano de cargos, carreiras e salários condizentes com sua atuação profissional, quanto em garantir a capacitação de docentes e técnicos.

BCS – O senhor prometeu – em encontro com estudantes – meios para apoio a residências universitárias, restaurantes, transportes, bolsas remuneradas etc. Como tornar isso factível numa universidade que não tem autonomia financeira?

GS – Vamos assumir esse compromisso com recursos do orçamento estadual e federal, com base num projeto estruturante para a UERN, articulado com os segmentos acadêmicos, com a sociedade civil e com os poderes públicos. Garantir o acesso e a permanência dos estudantes em nossa Universidade será questão de honra para nossa gestão. A luta dos nossos estudantes por Residências e Restaurantes Universitários, por transporte coletivo, por condições adequadas ao ensino aprendizagem é histórica, foi pauta inclusive das últimas greves. Não podemos ficar esperando apenas pelo Orçamento do Estado, que além de insuficiente é imprevisível, nunca se sabe de fato quanto de recursos teremos de fato, nem quando serão liberados.

É preciso captar recursos externos, existem recursos e editais disponíveis em diversos Ministérios, Órgãos públicos e outras Instituições, agora é preciso buscar. Já temos alguma experiência em captar recursos externos, apesar da burocracia uerniana, criar muitas vezes obstáculos para a efetiva utilização desses recursos. Dois exemplos recentes: o Museu de Cultura Sertaneja efetivado com recursos ganhos em edital do Ministério da Cultura, e os recursos do CT Infra para a construção da Biblioteca de três pavimentos no CAMEAM, edital de 2009, este ainda hoje esperando sua efetivação.

BCS – Caso seja eleito, o senhor pretende viabilizar a isonomia entre os segmentos no peso dos votos a reitor e vice, em relação ao próximo pleito? E como viabilizar a autonomia financeira da UERN? Em toda campanha a reitor esses são temas recorrentes e nunca materializados.

GS – Na verdade, não só esses, mas outros assuntos de interesse da comunidade ueniana têm sido postos sempre na campanha e os eleitos nunca os executam. E observe que são mais de 44 anos de continuísmos. Daí porque pretendemos mudar esse modelo de gestão na UERN. Em relação ao voto paritário, essa é uma luta histórica, faz parte da minha identidade enquanto estudante da UERN. E como professor sempre defendemos a isonomia entre os segmentos em todas as instâncias. Essa proporcionalidade é desigual e vergonhosa numa sociedade democrática. Inclusive articulamos junto a alunos e funcionários a aprovação do voto paritário no último processo estatuinte, tanto nos processos eleitorais, como na composição dos conselhos e demais órgãos colegiados da nossa instituição.

É compromisso nosso, de Gilton Sampaio e Lucio Ney, como Reitor e Vice-reitor, retomar logo na segunda reunião do CONSUNI, a reforma do Estatuto da UERN com base no último processo estatuinte. Quanto a Autonomia Financeira, também é um princípio da nossa carta-programa e será bandeira de luta da nossa gestão, não apenas a autonomia financeira, mas a autonomia plena (política, didático-científica, administrativa, financeira e de gestão) que obedeça ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão e atenda aos anseios da comunidade acadêmica. Como conseguir?

Através da articulação com os segmentos acadêmicos, com a classe política (independente de partidos e siglas) e com a sociedade civil organizada, a UERN está em todo o Rio Grande do Norte, seja através dos Campi ou dos Núcleos, precisamos unir forças em prol de uma UERN que proporcione um ensino de qualidade, que tenha projetos de pesquisa e extensão que atenda aos anseios da sociedade, para isso precisamos de uma Universidade Autônoma.

BCS – A Uern é muito criticada por não ter uma inserção social conforme às demandas da sociedade. Às vezes, parece ignorar o que acontece à sua porta. A instituição deixou de ser atuante, preocupada apenas com seu próprio “umbigo”?

GS – A UERN hoje está presente em todas as regiões do Rio Grande do Norte. Mas ela poderia ser mais presente também em termos de formulação de políticas públicas, por exemplo. Entretanto, problemas como a falta de autonomia das unidades, problemas de financiamento da pesquisa, da pós-graduação e da extensão, tem tornado a inserção da UERN na sociedade cada vez mais difícil. Acrescente a isso outras questões, como: qual é a política efetiva e o debate de questões centrais para educação básica, conduzidos pela UERN? Qual é a nossa política para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte?

Nós temos profissionais em diversas áreas que podem ser aproveitados e junto a outros, de outras instituições, pensarem, articularem e implementarem projetos diferentes para uma sociedade diferente, mais democrática, mais ética. É preciso atuar de forma mais concreta na construção de uma sociedade melhor para todos nós cidadãos. A UERN não é a-sociedade; ela não é anti-social. Pelo contrário. Ela é um espaço privilegiado de relações sociais, de projetos coletivos, de produção e de disseminação do conhecimento. E vamos dar maior visibilidade a essas questões também, que muito beneficiará a sociedade.

BCS – Na atual gestão do Governo do Estado, a UERN bateu recorde negativo: chegou à greve de maior duração, com 106 dias. Instituição e governadora Rosalba Ciarlini (DEM) estão longe de uma convivência serena. O senhor tem os meios para aplacar essa crise?

GS – Articulação dos segmentos acadêmicos em torno dos interesses da UERN e diálogo sério, transparente e aberto com o governo e com os demais poderes do estado é o caminho. Nosso Estado está vivenciando um momento muito difícil, o Governo que aí está não tem atendido às demandas da população, aos anseios da sociedade que o elegeu. Na UERN em particular, temos a histórica partidarização dos reitores, que são filiados a partidos políticos, e isso não tem trazido nenhum benefício para a Instituição; houve um Reitor que era amigo do Governo e saiu criando núcleos e campi sem estrutura nenhuma e sem discussão interna nos conselhos; outro reitor é inimigo do governo e por isso não dialoga, não busca soluções para os problemas da Universidade.

Gilton Sampaio e Lúcio Ney formam chapa de oposição

A UERN precisa de um Reitor que se coloque acima dos partidos políticos, um Reitor que tenha autonomia para lutar pelo melhor para a UERN. Essa será a nossa forma de gestão, nosso partido é a UERN, buscaremos unir todas as bandeiras, estabelecer amplos diálogos com todos os partidos a favor da Universidade.  Já fizemos isso diversas vezes, quando fomos coordenadores do Fórum para a implantação dos novos cursos no CAMEAM, quando participamos da luta para a implantação dos Campi do IFRN e da UFERSA em Pau dos Ferros.

BCS – Sua campanha tem apontado interveniência da Reitoria, com uso de meios da instituição, para desequilíbrio do pleito. A disputa está viciada e pode ter um resultado final comprometido?

GS – Lutar contra um grupo que vem se perpetuando no poder há décadas não é fácil. A propaganda institucional que durante meses elevou o seu nome à frente da Pró-reitoria de pesquisa e pós-graduação, mesmo que para isso fosse necessário apagar o brilho dos pesquisadores. Daqueles que são realmente os que elaboram os projetos de mestrado e doutorado, bem como os editais para a busca de recursos externos. Some-se a isso a campanha de calúnia e difamação a minha pessoa e a perseguição aos colaboradores da nossa campanha.

A despeito disso, os apoios e adesão são em grupo e diariamente; estamos confiantes na vitória, temos andado por todo o Estado e recebido apoios em todos os Campi, unidades e setores pelos quais temos passado. Sentimos que os professores, alunos e servidores técnicos e de apoio estão cansados de promessas não cumpridas; o sentimento de mudança é predominante, o sonho de uma UERN melhor, descentralizada, equitativa, mais democrática, mais acadêmica e funcional tem tomado conta de todos os segmentos.

A onda da nova UERN, descentralizada, democrática, funcional e transparente, que emergirá do Campus Central está tomando conta de Mossoró e de todo o estado. Será uma nova UERN dirigida por dois filhos seus. Fui aluno de Pau dos Ferros e do Campus Central. Sei o que é vir da zona rural para a UERN em carros desconfortáveis e sei o que é “pegar carona” na Cobal para poder chegar ao Campus Central. E isso me honra e nos dá elementos objetivos para entender melhor os que sentem os nossos alunos, abandonados em toda a história de nossa universidade. Então, como o dia da eleição, 20 de março, está chegando, conclamamos todos a juntar-se a Gilton Sampaio e a Lucio Ney para construirmos a “UERN do tamanho dos nossos sonhos”. Aproveito para agradecer-lhe pela atenção e pelo espaço.

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sábado - 16/03/2013 - 23:38h

Pensando bem…

“Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo.”

Eça de Queiróz

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sábado - 16/03/2013 - 22:37h
Na política...

Exército combatente nem sempre é o de ocupação

Máxima militar que vale à política:

“O exercito combatente nem sempre é o  de ocupação”.

Por isso tanta guerra por espaços e empregos após cada eleição.

Quem se sentir desprestigiado e excluído, não desista: vá à luta.

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