O Blog e seu editor sentem-se lisonjeados com mais um registro do livro “Só Rindo, a política do bom humor do palanque aos bastidores”, na coluna Porandubas (edição 356), do jornalista, consultor político e de comunicação, além de professor da Universidade de São Paulo (USP), Gaudêncio Torquato.
Abaixo, reproduzimos o que ele escreveu e uma das histórias do nosso livro:
Chapa e perereca
Abro a coluna com mais um “causo” narrado pelo potiguar Carlos Santos em “Só Rindo”, um de seus livros.
A campanha rola solta e o velho costume do assistencialismo é posto em prática. Entre outras ferramentas, a doação de “pererecas”, ou seja, próteses dentárias, não perde o seu “charme”.
Um ancião, banguelo, assediado para trocar o seu voto por uma perereca, resolve fazer o negócio.
No dia da eleição ainda com uso de chapa impressa, ele aparece para votar, com a perereca no bolso. Vota e vai saindo com a cédula à mão, quando alguém da mesa receptora lhe avisa:
“Ei, o senhor tem que deixar a chapa aqui”, apontando para a urna.
Pensando tratar-se da perereca, o velhinho a retira do bolso e desabafa:
– Eu sabia que isso tinha enrolada!
Gaudêncio Torquato.