Reeleito pelo bloco oposicionista, o vereador Jório Nogueira (PSD) pode ser o “elemento surpresa” na corrida para eleição da mesa diretora da Câmara de Mossoró, que tende a ser antecipada.
Em vias de alinhamento com o governismo, Jório entra na mesma faixa de disputa da vereadora licenciada Izabel Montenegro (PMDB), atual secretária do Desenvolvimento Econômico do Município. Ela nega (veja AQUI) interesse ou mesmo qualquer articulação nesse sentido. Ah, tá!
O diferencial de Jório, é que além de se deslocar para o bloco governista, onde Izabel já está, enfraqueceria a oposição – a impedindo numericamente de instalar qualquer Comissão Especial de Inquérito (CEI), que precisa de sete votos para ser instalada.
No momento, a oposição “teria” sete vereadores. Nessa contabilidade ainda está o nome de Jório. Sem ele, são apenas seis.
Ascensão dele asseguraria uma sucessão à caráter pro atual presidente da Casa, Francisco José Júnior (PSD), que esteve recentemente como prefeito provisório e pode retornar ao cargo. Numa eventual cassação em definitivo da prefeita Cláudia Regina (DEM) e vice Wellington Filho (PMDB), Francisco será o prefeito, em condições de ser candidato à prefeitura numa eleição suplementar.
Doenças oportunistas
Jório compõe grupo que Francisco José Júnior começou a formar na Câmara Municipal desde a legislatura passada. Muito próximo do presidente, ele fez parte de uma vitória célebre na história do Legislativo, quando Francisco José Júnior ganhou a presidência surpreendendo o Governo Fafá Rosado, do qual era adversário até então.
Cláudia deixou um vácuo de poder quando desapareceu física e politicamente após afastada da prefeitura, em decisão prolatada no dia 1º de outubro. Sua “tropa” ficou órfão.
Sumiu e permitiu que as mais diversas conspirações e costuras políticas ocorressem à sua ausência. Se fosse fosse objeto de um diagnóstico médico, poder-se-ia afirmar que “doenças oportunistas” ocuparam o corpo frágil do governo.
Cometeu um pecado mortal para quem se propõe a liderar.
Nesse ínterim, por exemplo, dentro do governo e na Câmara Municipal passaram a existir conversações e avanço na montagem de uma chapa para suceder Francisco José Júnior. A antecipação do pleito interno na Casa estava praticamente fechada.
Por uma questão de poucas horas e alguns desencontros, não ocorreu o desfecho como planejado e trabalhado.
Se Cláudia demorasse mais um pouco a reentrar no Palácio da Resistência, sede do Governo Municipal, conheceria quem substituiria Francisco José a partir de janeiro de 2015.
As costuras, conspirações e fragilização do governo seguem em marcha batida. Estão incontroláveis e alimentadas por enormes queixas de sua bancada na Câmara Municipal.
É nesse cenário que Jório e Izabel Montenegro movimentam-se dentro e fora do governismo, com ou sem a influência de Cláudia Regina.