As duas principais bandas do clã Rosado enveredaram por uma perigosa estratégia: o “se colar, colou”.
Duas candidaturas a prefeito de alto risco…
No caso da postulação de Cláudia Regina (DEM), apoiada pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e seu marido-chefe de Gabinete Civil Carlos Augusto Rosado (DEM), é caso perdido desde muito antes. Aventura louca.
Quanto à candidatura de Larissa Rosado (PSB), filha da deputada federal Sandra Rosado (PSB), a sobrevivência é muito difícil, mas com fio de esperança.
Cláudia Regina está impedida de fazer campanha, conforme decisão tomada hoje pela Justiça.
Larissa pode ter igual despacho amanhã.
Fafá Rosado
E aí?
Por enquanto, quem surfa numa boa é o ramo familiar da ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB), que abriu o “compasso” e instalou-se nas duas principais coligações. O palanque de Cláudia e Rosalba está sem qualquer atrativo.
Quem vencer, terá Fafá direta ou indiretamente por perto.
Na Coligação Liderados pelo Povo, do prefeito provisório Francisco José Júnior (PSD), Fafá apresentou-se na infantaria da campanha. Por lá estão seu marido e deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM) e o secretário municipal da Cultura – Gustavo Rosado (PV).
Com Larissa – da Coligação Unidos por Mossoró – estão outros irmãos da ex-prefeita. Podem ser citados o ex-senador Tasso Rosado e o ex-secretário municipal da Controladoria Noguchi Rosado.
Tudo em casa
Não falta ainda outro nome em posição de peso, o vereador e presidente provisório da Câmara Municipal, Alex Moacir (PMDB), genro de Noguchi. Ele é o vice de Larissa.
Enfim, tudo em casa.
O pequeno inconveniente para a facção de Fafá, é ser novamente liderada por outrem, sem conseguir ser uma força de expressão própria, como teve oportunidade e não conseguiu, durante oito anos de governo.
Dos males, o menor. Terá sua sobrevida.
É preciso lembrar, também, que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e a própria Larissa estão inelegíveis por oito anos. Precisam reverter isso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Já imaginou: Rosalba e Larissa, maiores expressões políticas da família, fora de cena por tanto tempo? Sem Governo do Estado, sem espaço na Assembleia Legislativa e sem Prefeitura de Mossoró?
Políticos emergentes como Cláudia Regina e Francisco José Júnior, que não são Rosado, vivem situações distintas. A primeira, em declínio e sob um banimento eleitoral que pode durar oito anos. O segundo, na prefeitura e em condições de ter futuro diametralmente oposto ao que ela começa a experimentar.
Mas o que acontecerá com eles depois do pleito suplementar, nem uma bola de cristal pode antecipar.
“O imponderável de almeida”
Nesse contexto, há uma história de quase 70 anos de poder local dos Rosado, numa sequência iniciada em 1948, com a eleição de Dix-sept Rosado à prefeitura e seu irmão Vingt Rosado a vereador. Um pouco antes, Dix-huit Rosado, irmão de ambos, elegera-se deputado estadual constituinte.
Os Rosado, como sistema político, separaram-se na década de 80 e podem, adiante, se juntar outra vez.
Tudo é uma questão de sobrevivência.
Cláudia Regina e Francisco José Júnior não estavam no script. Da mesma forma que emergiram, podem ser vomitados rapidamente.
Eles são o “imponderável” agindo na política. Cláudia, em 2012; Francisco José Júnior, agora.
São “o imponderável de almeida”, expressão que o dramaturgo e comentarista esportivo Nelson Rodrigues criou para o futebol, para falar sobre a força do que era considerado improvável.
Ah, mas por favor! Não tome essa história como concluída. Os Rosado não ostentam esse império por acaso ou sob a balela do discurso da “democracia”, sempre pelo voto. É caso típico de competência, talento para se adaptar às mais complexas situações, utilizando os mais variados meios disponíveis para alcance do fim.
Eles continuam no jogo.