• Cachaça San Valle - Topo - Nilton Baresi
segunda-feira - 30/11/2015 - 23:22h

Pensando bem…

“É a mente que faz a bondade e a maldade, a tristeza ou a felicidade, a riqueza e a pobreza.”

Edmund Spencer

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segunda-feira - 30/11/2015 - 21:11h
Inversão de valores

A prioridade que não atende ao interesse público

“Governar é eleger prioridades”.

Essa frase atribuída ao presidente Juscelino Kubitschek tem vários outros pais.

Sua origem, realmente não sei.

Mas ela é uma daquelas obviedades que muitas vezes termina esquecida ou servindo de mera peça de retórica, para encobrir justamente o inverso quanto ao interesse público.

Não pagar UTI Pediátrica e pagar R$ 1,3 milhão em tapumes é uma prioridade, sem dúvidas.

Infelizmente, não atende ao interesse público, mas é uma prioridade.

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Categoria(s): Política
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segunda-feira - 30/11/2015 - 18:29h
Corte orçamentário

Decreto de Dilma Rousseff reflete negativamente no RN

O Governo Dilma Rousseff baixou novo decreto que tem efeito e reflexo no Rio Grande do Norte. Ele determina corte de R$ 10,7 bilhões do Orçamento da União deste ano.

O Ministério das Cidades, comandado por Gilberto Kassab (PSD), aliado do governador Robinson Faria (PSD) e do prefeito local Francisco José Júnior (PSD), é o que perde mais recursos, com R$ 1,6 bilhão.

Kassab sempre foi tratado como um trunfo de Robinson e Francisco José Júnior em Brasilia, para obtenção de recursos.

Veja matéria completa AQUI.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 18:19h
Aduern

Abaixo-assinado é entregue para obtenção de auxílio transporte

Foi entregue hoje à Associação dos Docentes da Universidade do Estado do RN (ADUERN), um abaixo-assinado com 199 assinaturas, solicitando à entidade que seja feita uma nova assembleia da categoria.

Os endossantes do documento querem abertura de discussão quanto ao pedido de isonomia para a concessão do auxílio transporte também para os Docentes.

A Aduern já se posicionou contra (veja AQUI), mas os dissidentes querem o benefício aceito pelos técnicos administrativos no encerramento da greve recorde de 147 dias na Uern.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 17:54h
O outro lado

Prefeitura contesta denúncia de bloqueio de contas

A Caixa Econômica Federal (CEF) emitiu “Nota de Esclarecimento” passada à Prefeitura de Mossoró, contestando notícias em redes sociais e imprensa de que cartões estariam sendo bloqueados por falta de repasse de pagamento de empréstimos consignados.

Garante que o “ente público” está “adimplente quantos aos repasses referentes aos empréstimos consignados de todos os seus servidores ativos”.

Cópia

A Secretaria de Comunicação da Prefeitura distribuiu cópia do ofício, sob o número 290/2015, assinados por Thyciane Kelly de Freitas Xavier (Assistente de Agência) e Árthemis Luís Nogueira de Morais (gerente geral da Agência Mossoró).

A notícia do bloqueio foi disseminada por servidores, que esbravejaram em redes sociais, como Fátima Queiroz, denominada de “Fatinha Queiroz”, que disparou uma catilinária contra a gestão municipal e queixas (veja AQUI).

Nota do Blog – Aguardamos a tréplica da senhora Fatinha Queiroz e outros servidores.

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Categoria(s): Administração Pública
segunda-feira - 30/11/2015 - 17:46h
Retorno ao passado

Eleições podem voltar à era impressa e do “mapismo”

A exumação do voto impresso – com contagem nas “mesas escrutinadoras”, que muita gente não conheceu, é o substrato do atraso. Mas pode ser o futuro das eleições no Brasil, em 2016.

“Mapismo” de volta?

Será?

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz beiço e diz que não terá recursos para fazer eleições com urna eletrônica, devido cortes orçamentários profundos (veja AQUI).

“O contingenciamento imposto à Justiça Eleitoral inviabilizará as eleições de 2016 por meio eletrônico”, diz o texto publicado hoje através de portaria, assinada pelos presidentes dos tribunais superiores do país.

Nota do Blog – Mapismo era um tipo de fraude na contabilização de votos, em que um candidato era beneficiado com votação de outro ou outros, na hora da contabilização dos sufrágios, feito nos mapas eleitorais.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 17:27h
Seminário

Governo apresentará iniciativas de Planejamento do Estado

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Planejamento e das Finanças – SEPLAN, promove nesta quarta-feira (2), a partir das 8h, no Hotel Holiday Inn, em Lagoa Nova, o Seminário de Práticas de Planejamento do Rio Grande do Norte.

O evento vai apresentar as iniciativas da área em curso no Estado coordenadas pelas secretarias de Saúde, Turismo, Agricultura e Desenvolvimento Econômico. Os representantes de cada órgão vão explicar detalhes da metodologia utilizada, além de divulgar os primeiros resultados alcançados.

Durante o Seminário, a SEPLAN também vai apresentar as ações do Governança Inovadora realizadas de agosto a novembro, projeto que envolve as 55 secretarias e órgãos da Administração Direta e Indireta do Estado.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 17:02h
Izabel Montenegro

Vereadora contesta queixas de oposicionistas sobre sessão

A vereadora governista mossoroense Izabel Montenegro (PMDB) dá sua versão sobre bate-boca e encerramento abrupto de audiência pública na sexta-feira (27), em que foi apresentado relatório sobre a Saúde Pública de Mossoró (veja AQUI).

Izabel dá sua versão (Foto: Valmir Alves)

Veja íntegra de sua réplica:

O Vereador Genivan Vale (PROS) falta com a verdade quando diz que não recebeu os relatórios, recebeu sim! As cópias foram providenciadas enquanto era feita a prestação de contas no data show. O Vereador Tomaz Neto (PDT) que tanto gritou exigindo um relatório, em suas mãos, quando os recebeu sequer olhou, passou adiante para a imprensa.

O objetivo da confusão foi chamar a atenção, tumultuar a audiência pública, tirar do sério a minha pessoa e a Secretária Leodise Cruz. O Estado Islâmico teria feito menos terror.

O Vereador Tomaz só falava comigo aos gritos, sem o menor decoro parlamentar. Ainda bem que temos a gravação da audiência. No Congresso Nacional o som é cortado para Deputados e Senadores, por que a Câmara de Mossoró, para manter a ordem, não pode? Qual o crime? A LC 141/2012 que regulamentou o art 198 parágrafo terceiro da CF, manda que sejam feitas prestações de contas dos recursos da saúde a cada quadrimestre, determina ainda no Art. 41 que o gestor de saúde enviará, para aprovação, o relatório de prestação de contas quadrimestralmente para o Conselho Municipal de Saúde e também passa pelo crivo dos auditores da saúde, portanto a prestação de contas é feita amplamente.

Em outras gestões teve quadrimestre que sequer houve audiência pública para a prestação de contas. A Secretária Leodise esperou que todos fizessem seus questionamentos, não interrompeu ninguém, nem o Vereador Tomaz que se dirigiu a ela aos gritos e murros na tribuna.

Ao iniciar suas explanações a Secretária pediu para não ser interrompida, não queria fugir a sua linha de raciocínio, e que depois todos poderiam voltar a lhe fazer questionamentos, mesmo assim o Vereador Genivan, deselegantemente, a interrompeu várias vezes.

Infelizmente a eleição de 2016 está prejudicando sobremaneira os trabalho da Câmara Municipal, isso é péssimo para um Município que passa por problemas econômicos financeiros sem precedentes na nossa história. Os erros existem, como sempre existiram e existirão em todas as gestões, mais precisamos nos unir para tentarmos minimizar os problemas.

Em nenhuma Câmara Municipal, pelo que pesquisei, essa audiência pública causou a guerra que vimos na Câmara de Mossoró.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 16:45h
TJRN

Concurso para juiz terá homologação nessa quarta-feira

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, desembargador Claudio Santos, confirmou, na manhã desta segunda-feira (30), que a homologação do resultado do concurso para ingresso na magistratura do RN deverá ocorrer nesta quarta-feira (2).

A data foi divulgada durante visita de cortesia por uma comissão dos aprovados no certame, cujo edital foi publicado no ano de 2012 e que contou, inicialmente, com 4.462 candidatos inscritos.

Nomeações

A visita aconteceu no gabinete da Presidência do TJRN e contou com a participação dos juízes auxiliares da Corte potiguar, Ticiana Nobre e Seráphico da Nóbrega, que enfatizaram a necessidade e a importância do reforço no quadro de juízes no Estado.

Atualmente, a Justiça Estadual enfrenta um déficit de 100 magistrados e 30 das 65 comarcas no RN se encontram sem um juiz titular. O concurso para ingresso na magistratura do RN ofereceu 40 vagas para o cargo de juiz de Direito substituto.

Nomeações vão começar em janeiro de 2016.

Com informações do TJRN.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 16:20h
Rosalba Ciarlini

Depois de demitir 932 servidores, muitas vitórias

Recorrendo à memória do Blog, lembro que no início de sua segunda gestão como prefeito de Mossoró, em 1997, Rosalba Ciarlini (DEM) exonerou 932 servidores da Prefeitura.

Rosalba em campanha: 2010 (reprodução)

O mundo quase veio abaixo.

Muito choro e revolta, que se diga.

O “mal” feito de uma vez.

Depois, ela ainda foi reeleita à Prefeitura em 2000, além de bancar a eleição de Fafá Rosado (DEM, hoje no PMDB) em 2004 e sua reeleição em 2008.

Em 2006 ganhou eleição ao Senado e ao Governo do Estado em 2010.

Hoje, saçarica para voltar à Prefeitura em pleito no próximo ano.

Então, tá!

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segunda-feira - 30/11/2015 - 14:44h
Efeito retardado

Prefeito perdeu chance de enxugar Prefeitura ano passado

A Prefeitura de Mossoró caminha para demitir cerca de 2 mil terceirizados no próximo ano. O prefeito Francisco José Júnior (PSD), comprimido pelos números do erário que encolhem, vai tomar uma decisão que poderia ter assumido no primeiro semestre do ano passado.

Maquiavel: mal de uma vez (Reprodução)

Eleito prefeito efetivo em maio de 2014, após período de interinidade, com escassos compromissos com grupos políticos e aliados, Francisco José Júnior optou apenas por converter a máquina ‘engordada’ por quem lhe antecedeu – Rosalba Ciarlini (DEM), Fafá Rosado (DEM, hoje PMDB) e Cláudia Regina (DEM) – numa engrenagem em benefício próprio.

Hoje, paga o preço da imprudência. Assumiu o ‘rebanho’ para si para negociar apoios sobretudo na Câmara Municipal e se capitalizar para futuras eleições, sem medir as consequências.

A saída dessa multidão dificilmente comprometará operacionalmente a máquina pública, haja vista ser a maioria ocupante de postos por “QI” (quem indica) e não por critério técnico e necessidade do serviço público.

Sorte

Politicamente, não. Vai colocar no olho da rua uma infantaria de cabos eleitorais adversários e manterá outra leva de insatisfeitos, que não o perdoará por tantas humilhações.

Não pode reclamar da sorte nem ficar culpando queda em arrecadação pela reprovação de sua gestão e governo pífio.

Com medo de desgaste, deixou essa bolha se formar e ficar incontrolável. Agora, as demissões vão aliviar o caixa, mas não o deixará menos desgastado.

Em “O príncipe”, o cortesão Nicolau Maquiavel já recomendava séculos atrás:

Quando for fazer o bem, faça-o aos poucos; quando for praticar o mal, é fazê-lo de uma vez só.

O prefeito não leu O Principe. Autossuficiente, também não ouve a ninguém.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 14:26h
Bye bye, 2015

Prefeito diz que não pagará todo débito com terceirizadas

O prefeito Francisco José Júnior (PSD) se reuniu na manhã desta segunda-feira (30), com diretores das empresas terceirizadas que prestam serviço ao Município e com representantes do Sindicato que representa os trabalhadores, para discutir questões referentes aos repasses financeiros para as empresas.

O chefe do Executivo local detalhou aos presentes a atual situação financeira da Prefeitura de Mossoró, que mês a mês vem registrando quedas nos repasses constitucionais.

Diante do grave cenário, o prefeito explicou que só será possível quitar parte do débito em aberto até o dia 11 de dezembro, a partir de repasses extras previstos pelo Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Saiba mais AQUI.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 12:29h
Pobre Mossoró!

Desviar dinheiro vira método oficial e regular em Prefeitura

A Prefeitura de Mossoró consegue o feito de atrasar seu “calendário de pagamento atrasado”.

Antes, já se apropriara de dinheiro recolhido do servidor à sua Previdência.

Agora, também mete a mão em valores dos consignados (veja AQUI).

Falta o quê?

Pobre Mossoró!

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segunda-feira - 30/11/2015 - 12:16h
Sírio Libanês

Wilma de Faria segue internada após cirurgia em SP

A vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), passa bem, em São Paulo, depois de ter passado por um procedimento cirúrgico, no sábado passado (28), no Hospital Sírio Libanês.

A ex-governadora foi submetida a uma desobstrução duodenal e a previsão é que ainda hoje ela saia da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e vá para a unidade semi-intensiva, onde ficará para continuar o tratamento para a sua recuperação.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 11:57h
Prefeitura de Mossoró

Servidor tem conta bloqueda; consignados não são repassados

Vários servidores da Prefeitura de Mossoró estão com conta bloqueada no agente financeiro pagador.

Motivo: o não-repasse de recursos de empréstimo consignado, apesar de recolhidos na fonte pela municipalidade, de cada um servidor que fez essa modalidade de negócio financeiro.

O problema causa embaraços e revolta que chegam às redes sociais.

“Chorando de ódio diante de tanta humilhação. A pessoa ter seu salário bloqueado, pois seu consignado está sendo descontado e o prefeito não está repassando o dinheiro pra CEF (Caixa Econômica Federal)”, vocifera uma servidora em seu endereço no Facebook. E complementa: “Ai vocês ainda querem que a população engula um prefeito desse que está humilhando a cidade em todos os seus setores com sua irresponsabilidade administrativa.E agora como como vou pagar minhas contas?”

O pagamento dos servidores efetivos foi anunciado pela Prefeitura através de nota oficial (veja AQUI) para o sábado (28).

Os detentores de cargos comissionados estão agendados para o dia 3 de dezembro.

Quem foi sacar dinheiro no caixa eletrônico, sem êxito, leu a seguinte mensagem: “Cartão bloqueado. Procure seu gerente.”

Nota do Blog – Vamos apurar mais detalhes e ouvirmos a versão “oficial” da Prefeitura de Mossoró.

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segunda-feira - 30/11/2015 - 10:02h
Cultura

Editora Sarau das Letras vai comemorar 10 anos de atividades

A Editora Sarau das Letras – originária de Mossoró – e com mais de 100 títulos lançados, vai marcar seus dez anos de existência com eventos em Natal e Mossoró. Seus editores, David Leite e Clauder Arcanjo, anunciam a programação.

Logo, no dia 7 de dezembro de 2015, às 18h, em Natal, na sede da Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL), situada à Rua Mipibu, 443; e, no dia 14 de dezembro de 2015, às 9h, num ato solene promovido pela Câmara de Vereadores de Mossoró, vão ocorrer sessões comemorativas da data.

“Na ocasião, lançaremos a obra Sarau das Letras: entrevistas com escritores, organizada por nós, Clauder Arcanjo e David Leite”, diz notícia oficial da editora.

“Uma belíssima edição com dezenove nomes da cultura e da literatura mossoroense, potiguar e brasileira marcam esse título”, afirma David. “Entrevistas originalmente publicadas nas revistas Papangu e Oeste (ICOP) e, a partir de agora, reunidas em livro”, ressalta Clauder.

Nota do Blog – Espero comparecer pelo menos a um dos eventos ou a ambos. Assim espero.

E, daqui, meu agradecimento ao apoio no lançamento do meu segundo livro, o “Só Rindo II – A política do bom humor do palanque aos bastidores”, em 2011.

Como  um escritor ‘mundialmente desconhecido’, sei da importância do selo Sarau das Letras na projeção do meu trabalho.

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domingo - 29/11/2015 - 23:56h

Pensando bem…

“Quem elegeu a busca, não pode recusar a travessia…”

Guimarães Rosa

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domingo - 29/11/2015 - 20:20h

Cangaço – forma transfigurada de fazer pollítica

Por Gilson Ricardo de Medeiros Pereira

É possível dizer algo novo sobre o Cangaço e sobre o Coronelismo, tão exaustivamente estudados? O que justifica debruçar-se sobre um assunto aparentemente tão esgotado? É possível acrescentar uma informação crucial, uma perspectiva diferente, fazer algum avanço nas análises até aqui feitas?

Parece que, pelo menos em relação ao material empírico, não se pode esperar muita coisa, visto que, exceto por um ou outro documento, uma foto, uma carta, que ainda eventualmente possa aparecer, tudo já foi muito esmiuçado. Se isso estiver correto, então não é no âmbito do protocolo que se pode ampliar o que se conhece sobre cangaceiros e coronéis, porém nos métodos e nas análises do material disponível e esta é a contribuição de Histórias de Cangaceiros e Coronéis, Editora Sebo Vermelho, de autoria de Honório de Medeiros, recentemente lançado.

O que faz de Histórias de Cangaceiros e Coronéis um marco, um determinante simultaneamente teórico e prático nos estudos sobre o coronelismo e o cangaço, é a mobilização, em objetos precisos, do modo de análise estrutural. Sintetizando, e sem antecipar o conteúdo do livro, o autor, de forma novidadeira, submete o cangaço e o coronelismo a um método de análise que privilegia as relações entre os agentes e as instituições como princípio de conhecimento do real, quer dizer, como princípio de inteligibilidade da particularidade de um mundo social situado e datado.

Para isto, Honório se apropria do conceito de “campo social”, formulado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, e o aciona a fim compreender e dar a compreender a teia de relações que faz de cangaceiros e coronéis opostos e complementares no proto-campo político do Nordeste brasileiro no período do final do Segundo Império à década de 1930. Digo proto-campo político, pois neste período o campo político ainda não havia se autonomizado e estava imerso numa totalidade social, difusa e parcialmente diferenciada, que anexava a política à economia, à tradição e à religião.

O credo metodológico de Histórias de Cangaceiros e Coronéis não é formalizado no livro, e nem seria preciso, mas é esboçado às páginas 225-226. Assim, o vetor epistemológico adotado é claro: vai do racional ao real, de acordo com a máxima sociológica segundo a qual é o mundo social – cientificamente construído – que explica os indivíduos e não o contrário.

E para lançar luz nas práticas e representações de cangaceiros e coronéis, Honório recorre não a um vago “contexto social”, nem aos imprecisos “determinantes em última instância da economia”, mas ao campo, ainda não inteiramente estruturado, é bem verdade, no qual se disputavam os móveis e interesses políticos da época.

Assim sendo, esse poderoso recurso analítico permite a Honório de Medeiros ver mais longe e dizer coisas não sabidas sobre fatos já conhecidos. As práticas de cangaceiros e coronéis, desse modo, saem do arbitrário, do acaso, do irracional e se encaixam, ainda que na forma de conjecturas, como reconhece o autor, num cenário interpretativo que tem a força da razoabilidade.

Na construção deste cenário explicativo, é particularmente interessante o uso das genealogias, recurso fartamente utilizado pelo autor. A garimpagem das relações familiares, dos compadrios e das linhagens não é no texto um mero exercício de erudição e virtuose investigativa, mas um modo de reconstruir a trama das interdependências capazes de conferir sentido aos atos aparentemente mais díspares.

Embora pareça extenuante ao leitor desatento, as genealogias auxiliam na construção da economia das trocas materiais e simbólicas entre as famílias, os clãs, os grupos e as facções em disputa pelo poder, em luta pela honra e pela posse de recursos escassos. Assim, é lícito afirmar que em Histórias de Cangaceiros e Coronéis o autor não é tão somente um genealogista inspirado, mas um topógrafo empenhado em descrever a topologia do já mencionado proto-campo político.

Cangaceiro Massilon: (Foto: reprodução)

Ao fazê-lo, ao minuciar a teia de relações familiares, de compadrio e de amizade (e de inimizade), o autor repõe ao mesmo tempo as posições relativas ocupadas pelos diversos agentes no estado do proto-campo político à época. Neste caso, o desafio enfrentado pelo autor foi o de mostrar o funcionamento da lógica prática – esta lógica sem lógicos – capaz de fazer compreender o que os agentes fazem e como e porque o fazem.

Em Histórias de Cangaceiros e Coronéis, coronéis e cangaceiros partilham do mesmo ethos e do mesmo pathos, pois possuem os mesmos esquemas de pensamento e ação. Isso não significa juntá-los indistintamente num único cesto informe: a análise estrutural separa o que o vulgo junta e junta o que o vulgo separa. O que Honório junta (e o vulgo separa): cangaceiros e coronéis na mesma trama do poder; o que Honório separa (e o vulgo junta): os cangaceiros dos marginais de feira (vide as referências quer à situação econômica de relativa folga das famílias de alguns cangaceiros ou mesmo à estirpe nobre de outros).

Mas unir coronéis a cangaceiros não seria muito expressivo do ponto de vista analítico, pois ainda seria preciso identificar as distinções nas semelhanças. E, mais uma vez de forma adequada, Honório procura o princípio explicativo das distinções na hierarquia do proto-campo político de então, ou seja, na legitimidade que coronéis possuíam e cangaceiros, não. As alianças conjunturais – de interesses, de ódios, de intrigas, inimizades e amizades – unem o cangaço a frações do coronelismo, mas a legitimidade deste último o demarca do primeiro. É bom lembrar que os cangaceiros não foram indiferentes à legitimidade, a exemplo da “patente” de capitão de Virgulino Ferreira, sempre anunciada com orgulho.

O capital de legitimidade dos coronéis e o déficit de legitimidade dos cangaceiros pesarão na reprodução posterior dessas duas experiências políticas típicas do Nordeste brasileiro no já mencionado período do final do Segundo Império à década de 1930. O coronelismo, em razão dos trunfos materiais e simbólicos que dispunha e da legitimidade amparada nos poderes do Estado, encontrará, como o autor menciona, formas de sobrevivência, ou seja, de reprodução ampliada quando da modernização do País. As modernas oligarquias e as linhagens familiares que, atualmente, dominam a política no Nordeste descendem do coronelismo.

Os cangaceiros, por sua vez, justamente em razão da posição subalterna que ocupavam no proto-campo político durante o mesmo período e da ausência de legitimidade, sucumbiram e foram extintos. Assim, é apenas por um abuso terminológico que hoje se fala em “novo cangaço” ao mencionar os bandos de facínoras que roubam bancos e aterrorizam as pequenas cidades do interior. Não há nenhuma semelhança tanto na forma como no conteúdo.

Cangaceiros e coronéis não emergem das 285 páginas de Histórias de Cangaceiros e Coronéis inteiriços como se saídos dos mitos e dos contos de fadas, porém contraditórios, dilacerados, ora heroicos, ora pusilânimes, quase sempre horríveis e sombrios.

São os vitoriosos e os vencidos de um mundo caracterizado, para usar a expressão de Johan Huizinga a propósito do declínio da idade média, pelo “teor violento da vida”. Afinal, Histórias de Cangaceiros e Coronéis é um livro cheio de atrocidades (“matou, emboscou, decapitou, deflorou, ultrajou, espancou cruelmente” são palavras amiúde encontradas).

Contudo, restituí-los – os ofendidos e os ofensores – em sua humanidade, sem preconceitos, eis um inegável mérito da análise estrutural empreendia por Honório de Medeiros. Em razão do alcance analítico dos resultados e do manejo modelar do método, penso que, doravante, qualquer ensaio que pretenda fazer avançar o conhecimento sobre o coronelismo e o cangaço deverá, necessariamente, interpelar Histórias de Cangaceiros e Coronéis.

Gilson Ricardo de Medeiros Pereira é professor-doutor dos quadros da Universidade do Estado do RN (UERN)

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domingo - 29/11/2015 - 19:52h
Governo mossoroense

Governo caminha para ter baixa importante

Esta semana, o Governo Francisco José Júnior (PSD) pode ter uma baixa emblemática em sua composição.

Decisão de racha parece definida.

Faltaria apenas anúncio formal.

Aguardemos.

Ouvido ao chão como bom índio Sioux, Apache, Cherokee, Comanche, Navajo ou Cheyenne.

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domingo - 29/11/2015 - 19:30h
Em Mossoró

Partido vai realizar palestra sobre Direito Eleitoral

O comando municipal do PHS em Mossoró vai realizar nessa segunda-feira (30), no Hotel VillaOeste, uma palestra sobre Direito Eleitoral.

Ocorrerá às 19h.

Será dirigida a filiados e interessados no tema.

A palestra será ministrada por Márcio Oliveira, integrante da equipe técnica da Justiça Eleitoral em Mossoró e integrante do site Novo Eleitoral.

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domingo - 29/11/2015 - 19:12h
Estado do RN

Exercício financeiro chegou ao final

O exercício financeiro do Estado, neste primeiro ano do Governo Robinson Faria (PSD), está fechado.

Ninguém espere mais nada dele.

O que deu para fazer, deu.

O que não deu, paciência.

Ainda bem que tem conseguido um grande feito: pagar salário do funcionalismo.

Tudo seria muito pior se esse dever não fosse coberto.

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domingo - 29/11/2015 - 18:34h

A janela de Jacinta

Por François Silvestre

(Para Rubinho Lemos)

Januário nunca se conformou. Depois de dez anos de namoro, dois de noivado e quarenta e cinco de casamento, no que lá se vão quase sessenta anos, ele não conseguiu acostumar-se.

No começo do namoro, anos Cinquenta, era até um bom arranjo. Não fosse aquela mania, mais difícil teria sido conhecer ou aproximar-se de Jacinta.

O pai da moça, coletor de rendas, não dava trela. Sua mãe, dona Fátima, tinha a língua mais temida do lugar. Chegar perto de Jacinta era sonho de muitos daqueles rapazes.

Januário, vulgo Jojoba, era beque da Seleção da Cidade. Domingo com futebol virava festa, se o time recebesse o visitante. Quando a Cidade ia jogar fora, os Domingos ficavam sem graça.

Não havia campeonatos. Só amistosos, que quase sempre terminavam com muito bofete e olhos roxos. O árbitro voltava do campo, quase sempre, mancando ou desfeitado.

Juiz da comarca ganhava pouco e promotor menos ainda. Vereador não tinha salário e prefeitura não era viúva alegre. Polícia impunha respeito e bandido era minoria.

À tarde, o jogo. Porém, desde cedo os jogadores já se vestiam a caráter. Terminada a missa do Domingo, a praça enchia-se. Os titulares desfilavam de bicicleta, ao redor da praça, de camiseta, calção, meiões e chuteiras.

Se aparecia na Cidade um visitante, a serviço ou de férias, e soubesse jogar, seria escalado. Mas era segredo absoluto. Pois um time enxertado não legitimava a vitória. “Só ganhou porque tinha enxerto”, diziam os adversários.

Um desses enxertos, Vicente de Macaíba, trazido por Zé de Ossian, fez sucesso da Cidade. Até Jacinta andou de quebrantos por ele. Um galego alto, lazarino, andava sem tocar os calcanhares no chão. Goleador.

“O time deles tava enxertado”. Disse o treinador de Alexandria, após sofrer uma goleada de três a zero.

Para sorte de Jojoba, um dia Vicente se mandou. Jacinta voltou os olhares para o craque de casa, que não faz milagre nem gol, mas está à mão.

Da janela, Jacinta fez sinal. O primeiro encontro deu-se na quermesse da barraca do Azul, apesar de Januário ser torcedor do Encarnado. Sua emoção foi tal, que o azul avermelhou-se. Ao toque das mãos o tremelico em cima e o tição de fogo embaixo.

Em Jojoba, até hoje, foi sempre paixão. Esmorecida é verdade, mas suficiente para disputar com a janela a preferência de Jacinta. Nesses anos todos, desde o namoro, Jacinta passa suas tardes ali, com os braços na soleira, de olhos na praça.

O nome foi homenagem da mãe, Fátima, a uma das crianças que viram a virgem na Cova da Iria, no Concelho de Ourém. Contrário dela, Jacinta nunca se teceu da vida alheia. Mesmo sendo vítima das línguas enciumadas. Desde os tempos de Vicente de Macaíba.

A janela inferniza o ciúme de Januário. Toda noite, espera pacientemente o sono hospedar Jacinta.

Té mais.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica
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