• Repet - material para campanha eleitoral - 16 de maio de 2024
terça-feira - 11/10/2016 - 08:38h
Segurança Pública

Rosalba deverá dar outro destino às BIC’s em Mossoró

Gerada originalmente na episódica gestão da prefeita Cláudia Regina (DEM), como uma panaceia para a Segurança Pública em Mossoró, a iniciativa denominada de Base Integrada Cidadã (BIC) virou a queridinha do prefeito Francisco José Júnior (PSD), que a sucedeu. Hoje, a cidade possui 11 unidades dessas espalhadas do centro à periferia.

Como peça de propaganda e foco eleitoreiro, sem maior critério técnico à instalação da grande maioria, a BIC sorveu recursos consideráveis do erário, para um resultado discutível.

BIC's têm custo alto para Prefeitura (Foto: PMM)

Na prática, a Prefeitura não tem meios e amparo legal para substituir a força policial estadual, nem é esse seu propósito. Mas mesmo essa ideia suplementar está se desmanchando.

É bem provável que seja reduzida a pó na gestão da prefeita eleita Rosalba Ciarlini (PP). As BIC’s que estão instaladas em contâiners (podem ser deslocadas para pontos distintos), tendem a ser aproveitadas.

Governador não dá apoio

A Prefeitura orçamentariamente estabeleceu cerca de R$ 16 milhões para a Segurança Pública em 2016. BIC’s, Guarda Civil Municipal, aluguel de veículos e outras iniciativas drenam os recursos, numa tarefa que deveria ser suplementar à ação do Estado, que simplesmente deixou Mossoró à própria sorte há tempos.

É verdade, que não se pode tirar do prefeito Francisco José Júnior também o aplauso pelo ímpeto de querer contribuir à tarefa. Apesar de utilizar a BIC como produto de propaganda, ele também investiu numa área delicada e que angustia a população. Esperava que seu então aliado, o governador Robinson Faria (PSD), desse reforço à proposta. Terminou praticamente sozinho.

Com escassez de recursos, em que erário aparece praticamente insolvente, os investimentos na área começaram a ser desmobilizados agora no final de sua gestão. Para a sucessora Rosalba, deverá sobrar a obrigação de dar destino ao restante. E o destino tende a ser enxugar drasticamente as despesas. Ou simplesmente não governará.

Os dois batalhões de Polícia Militar instalados em Mossoró têm déficit de cerca de 700 homens. Desaparelhados, com dificuldades de recursos para a própria manutenção básica interna, seus comandantes fazem o que podem para cobrir uma cidade de difícil atenção.

Mossoró tem quase 300 mil habitantes, população flutuante que em muitos dias passa de 20 mil pessoas e uma localização entre duas capitais – com mais de 50 vias de acesso (pavimentadas e carroçáveis). Acrescente-se a isso, o fato de ser o maior território físico do RN com 2 099,36 km², enquanto Natal possui apenas 167,3 km².

Violência

As BIC’s em sua ideia original se assemelham às UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora) implantadas no Rio de Janeiro. Mas como lá, os recursos também não são suficientes para que funcionem a contento e à plenitude dos seus propósitos.

O Atlas da Violência 2016, divulgado na segunda-feira, 21 de março, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou Mossoró como a 9ª cidade mais violenta do Brasil, com taxa de 71,5 homicídios para cada 100 mil habitantes.

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terça-feira - 11/10/2016 - 07:37h
Finanças do Estado

Devo, não nego, pago quando puder

Do Blog de Honório de Medeiros

Li atentamente a Nota do Governo do RN (veja AQUI) explicando atrasos nos pagamentos aos servidores. Em síntese é o seguinte: “devo, não nego, pago quando puder”.

Muito mais interessantes foram as postagens no Twitter feitas pela Secretária-Chefe do Gabinete do Governador, Tatiana Mendes Cunha.

Transparecendo indignação com o tratamento recebido pelo RN e outros Estados do Nordeste por parte do Governo Federal, a Secretária, renomada administrativista, diz: “Sempre fomos politicamente fracos, ao ponto de não criarmos condições nem para contrair dívidas”.

E remata: “O alicerce do Pacto Federativo é o tratamento igual e proporcional para todos os entes federados. Manter a harmonia entre os Estados”.

Essa indignação vem a calhar. Afinal o Governo Federal, para ajudar o Rio de Janeiro, editou a Medida Provisória 734/2016, pela qual lhe concedeu um apoio financeiro de R$ 2,9 bilhões.

Tais recursos foram liberados desprovidos de necessidade de restituição e em parcela única. De novo: liberados em parcela única e sem necessidade de restituição.

Não basta, entretanto, esse blá-blá-blá.

Aos poucos que entendem do assunto, é desnecessário; para os muitos que não entendem, é conversa jogada fora. Em tempos extraordinários, medidas extraordinárias: por que não judicializar a questão?

Por que os Governadores diretamente atingidos por esse tratamento injusto e, como deixa transparecer a Secretária-Chefe do Gabinete Civil, até mesmo ilegal, não procuram a Justiça, após Decreto de Calamidade Pública?

Sem o pagamento da remuneração dos servidores a economia do Estado do RN não funciona.

Isso é básico, elementar. E os resultados do não-pagamento são danosos em curto prazo, mas perversos, terríveis, a médio e longo prazos.

Então é preciso atitude. Mais que nunca. Antes que seja tarde.

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terça-feira - 11/10/2016 - 00:37h
RN hoje

Empresário tenta pagar tributo e burocracia não deixa

Prezado amigo Carlos Santos:

Sempre atento ao seu Blog, gostaria de fazer uma consideração sobre o assunto do déficit do Governo do Estado (veja nota do Governo do Estado clicando AQUI).

O amigo sabe que além do jornalismo dou minhas braçadas no mundo do comércio. Diante da crise econômica que graça desde o ano passado, precisei apertar os cintos em nossa empresa.

E acabamos ficando com alguns débitos também junto ao Estado do RN. Vou te dizer: a burocracia também emperra muita coisa. Eu fui umas três ou quatro vezes na URT (Unidade Regional da Tributação) de Mossoró para tentar regularizar minha situação. E pasmem! Não consegui.

Estava lá dizendo que devia, e que queria pagar, acertar o que devia para regularizar a situação da minha empresa, e levei uma portada na cara todas as vezes.

Quero pagar, e o Estado coloca muitos senões para receber!

Assim como eu tem muito comerciante de bem, honesto, querendo resolver suas pendências.

Mas a pesada burocracia emperra tudo!

Marcello Benévolo – Empresário e Jornalista

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segunda-feira - 10/10/2016 - 23:59h

Pensando bem…

“Civilização é, antes de mais nada, vontade de convivência.”

José Ortega y Gasset

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segunda-feira - 10/10/2016 - 23:56h
Teatro Municipal Dix-huit Rosado

“Semana Espírita de Mossoró” fará sua 28ª Edição esse mês

O Movimento Espírita de Mossoró promoverá esse mês a 28ª edição da “Semana Espírita de Mossoró”, cujo tema principal é “Um desafio chamado família”.  O evento, que reunirá centenas de pessoas, será realizado no Teatro Municipal Dix-huit Rosado, entre os dias 23 e 29 de outubro.

Esse ano, a Semana Espírita trará reflexões sobre as questões que envolvem o núcleo familiar, o novo modelo de família, além de fazer uma análise, sob a ótica espírita, dos motivos para cada pessoa nascer em sua família.

“Falar do termo família é tentar preparar a sociedade para essa nova era que já estamos vivenciando e que precisa da transformação das pessoas. Necessitamos compreender qual o propósito de Deus nas nossas vidas dentro desse contexto familiar que precisa ser reeducado e reestruturado afim de fortalecer nossos laços espirituais imortais”, esclareceu Mirella Ciarlini, coordenadora de comunicação da Semana Espírita de Mossoró.

Sete dias

Serão 7 dias de evento. A abertura acontecerá no domingo, 23, com a apresentação do filme “Nos passos do mestre”, às 19h30.

As palestras seguem da segunda, 24, ao sábado, 29, com a participação dos palestrantes Listz Rangel (PE), Rossandro Klinjey (PB), Sandra Borba (RN) e Pedro Camilo (BA). A entrada da 28ª Semana Espírita de Mossoró é gratuita e aberta ao público.

O evento conta com o apoio da Federação Espírita do Rio Grande do Norte (FERN), do Conselho Federativo Estadual (CFE) e da Comissão Regional Espírita do Oeste Potiguar (CREOESTE).

Outras informações podem ser adquiridas através dos telefones: (84) 98190-5757 ou (84) 99972-1312.

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segunda-feira - 10/10/2016 - 23:48h
Mossoró

Faculdade promoverá a sua V Semana Teológica

Com o tema “Protagonismo Laical: da profecia do Vaticano II ao magistério do Papa Francisco”, a Faculdade Diocesana de Mossoró promove a sua V Semana Teológica, entre os dias 24 e 27 de outubro de 2016.

O evento também inclui a II Mostra de Iniciação Científica da instituição, além de compreender minicursos, Grupos de Trabalhos (GTs) e conferências com os palestrantes César Kuzma e Jair Rodrigues.

Inscrições abertas no site: www.fdm.edu.br

Mais informações: (84) 3318.7648(84) 98786.6466.

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segunda-feira - 10/10/2016 - 23:38h
Saúde

Governadora trata de federalização de hospitais do RN

O governador Robinson Faria (PSD) reuniu-se na tarde desta segunda-feira, 10, com o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Kleber de Melo Morais, em Brasília.

Reunião aconteceu hoje à tarde (Foto: Assecom)

O objetivo do encontro foi tratar do processo de federalização dos hospitais regionais de Caicó, Currais Novos e Santa Cruz, que passariam a funcionar nos moldes do Hospital Universitário Onofre Lopes, referência nacional.

“Ainda serão realizados alguns estudos para viabilizar a federalização destas unidades. E é muito importante frisar que esta mudança não implicará em nenhum prejuízo para a população da região. Muito pelo contrário. São previstas várias melhorias”, salientou o governador.

Residências médicas

Durante a reunião, foram apresentadas as ações de ensino na saúde já desenvolvidas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Nos três hospitais, já funcionam residências médicas.

Do encontro, ainda participaram a subsecretaria de Saúde Ederlinda Dias e a reitora da UFRN Ângela Paiva.

Com informações da Assecom do Governo do Estado.

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segunda-feira - 10/10/2016 - 23:14h
RN

FPM fica zerado para 59 municípios no início de outubro

A primeira cota do mês de outubro de 2016 do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), repasse de recursos financeiros da União para os municípios, foi zerado para 59 cidades do Rio Grande do Norte.

O repasse com saldo zero tem ocorrido constantemente nos municípios do RN, prejudicando o investimento dos gestores na realização de obras e em pagamentos a fornecedores e servidores.

O presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (FEMURN), Ivan Júnior, faz um alerta para a situação: “O quadro é cada vez pior, e a situação tem se tornado cada vez mais crítica.

As prefeituras já enxugaram o número de funcionários e até mesmo pararam o funcionamento de serviços públicos pela falta de dinheiro. Agora, já não conseguimos fazer qualquer planejamento, e ainda somos surpreendidos com este alto número de prefeituras sem recursos”, lamenta Ivan Júnior.

Municípios com FPM Zerado (1ª Cota de Outubro/2016):

AFONSO BEZERRA

ALTO DO RODRIGUES

ANTÔNIO MARTINS

AREIA BRANCA

ARES

BARAÚNA

CAIÇARA DO NORTE

CANGUARETAMA

CARAUBAS

CARNAÚBA DOS DANTAS

CARNAUBAIS

CORONEL EZEQUIEL

ENCANTO

EQUADOR

EXTREMOZ

FELIPE GUERRA

FERNANDO PEDROZA

FLORÂNIA

GOV. DIX-SEPT ROSADO

GROSSOS

GUAMARÉ

IELMO MARINHO

ITAJÁ

JANDAÍRA

JANDUIS

JARDIM DO SERIDÓ

JOÃO CÂMARA

JUNDIÁ

LAGOA D ANTA

LAGOA DE VELHOS

MARCELINO VIEIRA

MARTINS

MAXARANGUAPE

MONTANHAS

MOSSORÓ

PARANÁ

PARAZINHO

PARNAMIRIM

PASSAGEM

PEDRA GRANDE

PEDRO AVELINO

PEDRO VELHO

PENDÊNCIAS

POÇO BRANCO

PUREZA

RIO DO FOGO

SANTANA DO MATOS

SÃO BENTO DO NORTE

SANTO ANTÔNIO

SÃO JOSÉ DE MIPIBÚ

SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE

SÃO MIGUEL DO GOSTOSO

SÍTIO NOVO

TAIPU

TIBAU

TIBAU DO SUL

TOUROS

VÁRZEA

VENHA VER.

Municípios que ficaram com menores valores na conta FPM:

CAMPO REDONDO – R$ 1.829,79

RIACHO SANTANA – R$ 3.351,20

SÃO BENTO DO TRAIRI – R$ 5.881,47

TRIUNFO POTIGUAR – R$ 4.142,96.

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segunda-feira - 10/10/2016 - 22:51h
Mossoró

Teto de escola estadual desaba e fere vários estudantes

Por pouco uma tragédia não vitimou estudantes da Escola Estadual Manoel Justiniano de Melo localizada no bairro Belo Horizonte, em Mossoró.  Na manhã  desta Segunda-feira dia (10) parte da cobertura de um dos corredores da escola veio abaixo  ferindo sete estudantes.

Por sorte, os ferimentos não foram tão graves, segundo nos informou a diretora da unidade escolar,  professora Ivonete Holanda.

A Diretora contou que já previa o desabamento e por medida de segurança a direção dividiu o intervalo dos alunos para evitar aglomeração nos corredores.

Desabamento feriu sete alunos e temor de tragédia já existia na escola estadual (Foto: cedida)

“Foi a nossa sorte porque os estudantes já estavam retornando do recreio e como o fluxo  de alunos era pequeno por causa da divisão do intervalo,  não tivemos uma tragédia com danos maiores”, disse.

Os estudantes atingidos no desabamento são do 4º e 5º ano, estão entre 10 e 12 anos idade. Eles foram socorridos para o Hospital Regional Tarcisio Maia (HRTM) e após o atendimento foram liberados.  Um dos alunos sofreu corte na cabeça  e ainda está em observação, mas o quadro não é grave, segundo informações do serviço social do HRTM.

Ainda de acordo com a Diretora, já foram enviados vários ofícios à 12ª Diretoria Regional de Educação (DIRED), solicitando melhorias  na estrutura do colégio, mas que ainda não obtiveram resposta.

“A escola está precária precisando de reforma há anos. Já conversamos com a direção da Dired e nos foi confirmado que a escola entrará num programa de reformas do governo, mas sem fixarem quando”, disse Ivonete. “Precisamos na verdade de uma ampla reforma”, reforçou ela.

Interdição

A diretora em exercício da Dired, Márcia Oliveira,  informou que  a Secretaria de Educação já realizou um estudo técnico  para reforma e ampliação de seis escolas da Rede Estadual em Mossoró, entre elas a Escola Justiniano de Melo.

A diretora não soube informar o montante e a origem dos recursos para o serviço. Ela acredita que a reforma deve começar imediatamente, dado o caráter de urgência, após o desabamento desta segunda-feira (10)

A direção da Escola aguarda o laudo do corpo de bombeiros para anunciar a interdição de todo o setor onde ocorreu o desabamento.

Segundo a Dired, nessa terça-feira (11), o engenheiro da Secretaria de Educação do Governo, Lenilson Nunes, estará em Mossoró para avaliar o dano causado na estrutura da escola. O laudo só sairá após averiguação do engenheiro. Por enquanto, a área que sofreu o desabamento está isolada e as aulas estão suspensas por tempo indeterminado.

A Escola Estadual Manoel Justiniano de Melo atende 562 alunos do fundamental I e II em três turnos de ensino.

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segunda-feira - 10/10/2016 - 14:00h
Mossoró

Defensoria vê conflito envolvendo o Hospital da Mulher

A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte acionou a Justiça na Vara da Infância e Juventude em Mossoró, para se pronunciar sobre o que considera ser um “conflito” existente no campo do Judiciário. Envolveria uma decisão judicial e um acordo que envolve o Hospital da Mulher Parteira Maria Correia.

A decisão judicial proferida no último dia 17 de agosto, na Ação Civil Pública nº 0105142-75.2016.8.20.0106, que determinou a manutenção do funcionamento dos leitos de UTI Neonatal e dos serviços de obstetrícia, e o acordo firmado nos autos da Ação Civil Pública nº 0800637-65.2014.8.4.05.8401, que tramita na Justiça Federal e diz respeito à intervenção na Associação de Assistência e Proteção à Maternidade de Mossoró (APAMIM), não incluindo o Hospital da Mulher.

Hospital da Mulher é objeto de conflito (foto Carlos Costa)

O Governo do Estado começou transferência de equipamento e pessoal do Hospital da Mulher para a Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR) – veja AQUI – que é da alçada da Apamim.

Veja a nota abaixo:

A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte comunica à população que, diante do fechamento do Hospital da Mulher de Mossoró, solicitou ao juiz da Vara da Infância e Juventude da Comarca daquele município que se manifeste sobre o conflito existente entre a decisão judicial proferida no último dia 17 de agosto, na Ação Civil Pública nº 0105142-75.2016.8.20.0106, que determinou a manutenção do funcionamento dos leitos de UTI Neonatal e dos serviços de obstetrícia, e o acordo firmado nos autos da Ação Civil Pública nº 0800637-65.2014.8.4.05.8401, que tramita na Justiça Federal e diz respeito à intervenção na Associação de Assistência e Proteção à Maternidade de Mossoró (APAMIM), não incluindo o Hospital da Mulher.

É importante ressaltar que a Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP) tinha ciência da decisão prolatada em 17 de agosto pela Justiça Estadual, de forma que, ao participar de audiência perante a Justiça Federal, deveria ter comunicado a existência da Ação Civil Pública proposta por esta Defensoria Pública, bem como a existência de decisão judicial determinando o funcionamento regular do Hospital da Mulher, especialmente porque o Estado não recorreu da decisão proferida pela Justiça Estadual.

Ainda diante do acordo firmado, precisamos salientar que os processos que foram reunidos para julgamento em cooperação técnica pela Justiça Estadual, Federal e do Trabalho, não se referiam ao Hospital da Mulher de Mossoró, vez que em todos se discutia, única e exclusivamente, a gestão e situação da APAMIM.

A Defensoria Pública do Estado entende, sem adentrar no mérito do acordo firmado durante a audiência cooperação técnica, que a decisão sobre a transferência integral de serviços do Hospital da Mulher para o Hospital Maternidade Almeida Castro (administrado pela APAMIM), ou para qualquer outro hospital, deveria ser precedida de estudo técnico comprovando a demanda real e efetiva das unidades, a estrutura física para instalação de equipamentos oriundos do Hospital da Mulher e o número de servidores para atendimento humanitário e adequado à população, sem redução dos serviços prestados por qualquer desses Hospitais.

Em nota divulgada no sábado (8), a SESAP informa que, com a transferência da UTI Neonatal do Hospital da Mulher para a APAMIM, “os leitos de UTI Neonatal passarão dos atuais dez para 17 leitos equipados adequadamente e assistidos por profissionais em número suficiente e altamente qualificado”. Todavia, é importante esclarecer que na APAMIM já funcionam 10 leitos e que no Hospital da Mulher funcionavam 08 leitos e 02 estavam inativos apenas porque o Estado não providenciou o conserto dos equipamentos, o que foi, inclusive, solicitado na Ação Civil Pública proposta pela Defensoria Pública, de forma que não haverá ampliação do número de leitos, mas sim redução, uma vez que, ao invés da população contar com 20 leitos de UTI Neonatal, contará com 17.

Outro fato a ser considerado é que os dez leitos existentes no Almeida Castro são de UTI Pediátrica, conforme afirmou, em matérias veiculadas na imprensa, a coordenadora da Junta Interventora da unidade, Larizza Queiroz. Sendo assim, a UTI Pediátrica terá que ser transformada em UTI Neonatal e Mossoró perderá os leitos pediátricos que já existiam na unidade, deixando toda a região desassistida, tendo em vista que, a partir da mudança, os únicos leitos de UTI Pediátrica da rede pública de saúde (11 ao todo) estarão concentrados em hospitais de Natal.

Por tais razões, a Defensoria Pública do Estado solicitou ao Juízo de Direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Mossoró que adote as providências cabíveis, comunicando ao Juízo de Direito da Seção Judiciária Federal de Mossoró sobre a existência da Ação Civil Pública proposta em proposta no último mês de agosto e com decisão judicial em vigor determinando a manutenção dos serviços no Hospital da Mulher de Mossoró.

Renata Alves Maia

Defensora Pública Geral do Estado

Suyane Iasnaya Bezerra de Góis Saldanha

Coordenadora do Núcleo da Defensoria Pública em Mossoró

Cláudia Carvalho Queiroz

Coordenadora do Núcleo de Tutelas Coletivas

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segunda-feira - 10/10/2016 - 13:22h
Governo Robinson Faria

Estado emite nota mostrando a sua situação financeira

O Governo Robinson Faria (PSD) emitiu uma “Nota à População Norte-rio-grandense” dando detalhes sobre a situação financeira do Estado. Mostra os efeitos da crise financeira do país no erário estadual e medidas que têm tomada para atenuar o impacto na vida dos potiguares.

Leia abaixo:

O Rio Grande do Norte, a exemplo dos outros estados brasileiros, sofre os efeitos da maior crise financeira já enfrentada pelo país.

As finanças do Estado são compostas pela arrecadação própria e por repasses do Governo Federal. De janeiro de 2015 a setembro de 2016 o Rio Grande do Norte já deixou de receber R$ 980 milhões previstos nos orçamentos para os dois anos. Somente em transferências federais, a frustração chega a R$ 691 milhões em relação à previsão orçamentária. Além disso, as receitas dos royalties do petróleo apresentaram redução em mais de 61% em comparação a 2014.

Destes recursos, o Governo do Estado repassa obrigatoriamente, todos os meses, o dinheiro para a manutenção dos poderes Legislativo, Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas. No mês de setembro, esse valor somou R$ 126,5 milhões.

O Executivo age em diversas frentes para contornar a situação: renegocia contratos, reduz drasticamente despesas de custeio, realizou auditoria na folha e censo do servidor corrigindo possíveis distorções e trabalha com uma máquina mais enxuta e mais eficiente. Encaminhou projeto à Assembleia para vender ativos imóveis do Estado e tem realizado ações para crescer a arrecadação estadual.

O governador Robinson Faria está coordenando as negociações com o Governo Federal para garantir compensações financeiras diante das perdas milionárias que prejudicam pelo menos 20 dos 26 estados da federação. A expectativa é que o RN receba recursos federais para reequilibrar as finanças.

Apesar dos esforços na redução de despesas em todas as áreas e de um controle mais rigoroso na aplicação dos recursos, a crise ainda impede o pagamento em dia dos compromissos com os servidores.

O RN tem hoje 103.866 servidores entre ativos, inativos e pensionistas, que geram uma folha salarial em torno de R$ 420 milhões. Os cargos comissionados representam apenas 0.5% dessa folha, o segundo menor percentual do país.

Para garantir a total transparência, foram instituídas, pela primeira vez, reuniões periódicas com um fórum de servidores para, junto deles, deliberar sobre o calendário de pagamento.

O atraso na folha do servidor não é uma escolha do Governo. A prioridade do governador Robinson Faria é honrar o compromisso com o servidor. Para isso, não tem medido esforços para diminuir os impactos negativos da crise que afeta os estados ao mesmo tempo em que busca caminhos para amenizar, de maneira mais rápida, essa grave situação.

É importante que a população acompanhe de perto as finanças e as ações que estão sendo conduzidas. Com determinação, transparência e o apoio do povo potiguar sairemos desta situação fortalecidos e prontos para retomar o crescimento do Rio Grande do Norte.

Governo do Estado do RN

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segunda-feira - 10/10/2016 - 11:36h
Pós-eleições 2016 II

Voto se revela um ativo de alto risco na política de Mossoró

Francisco José Jr. teve votos expressivos e perdeu tudo; Rosalba e Tião têm alto capital a ser cuidado

Tratássemos do “voto” pelo ótica das Ciências Econômicas, poderíamos afirmar com segurança que é o caso típico de um “ativo” frágil. Seria uma “moeda” flutuante, sujeita às volatilidades de riscos, conforme o momento ou externalidades referentes às eleições e à dinâmica da própria política.

Como investimento que pode se dissipar rapidamente, em questão de poucos anos ou mesmo dias, ninguém pode afirmar com segurança que é “dono” desse capital. Albergar-se nele com nariz empinado, tratando-o por “meu”, é como dormir com o inimigo.

Em 2014, Francisco José Júnior se capitalizou com votação expressiva que depois foi sumindo até virar pó (Foto: arquivo)

Os casos de falta de liquidez desse ativo tem-se tornado comum na política brasileira. Muitos se capitalizam numa eleição e às vezes não chegam à próxima em condições de bancar novo investimento.

Talvez o caso mais emblemático e próximo que temos a narrar seja do ex-vereador, prefeito interino e depois prefeito eleito em disputa suplementar Francisco José Júnior (PSD). Em pouco mais de dois anos, ele viu seu ativo de 68.915 (53,31%) votos simplesmente desaparecer.

Eleito à Prefeitura de Mossoró no dia 4 de maio de 2014, quase dois anos e 5 meses depois chegou às eleições deste ano sem sequer sustentar candidatura à reeleição.

Eleições de 2014 (Pleito Suplementar):

– Francisco José Júnior (PSD) – 68.915 (53,31%);
– Larissa Rosado (PSB) – 37.053 (27,55%);
– Raimundo Nonato Sobrinho, “Cinquentinha” (Psol) – 3.825 (4,90%);
– Josué Moreira (PSDC) – 3.025 (3,88%);
– Gutemberg Dias (PCdoB) – 2.265 (2,90%);
– Brancos – 4.428 (3,29%);
– Nulos – 15.000 (11,15%)
– Abstenção – 30.429 (18,45%);
– Maioria pró-Francisco José Júnior de 31.862 (25,76%).

Espécie de “ativo flutuante”, o voto maciço que “Francisco” (como passou a ser denominado na campanha eleitoral deste ano) empalmou em 2014, paulatinamente foi sendo perdido. A evaporação vinha sendo constatada há tempos por pessoas com o mínimo de bom senso, distanciamento crítico e conhecimento dos primados da política eleitoral de Mossoró.

Micarla: drama na Justiça (Foto: G1/RN)

Cego diante do espelho do seu ego, cercado por espertalhões que lhe incensavam e conselheiros estúpidos, Francisco empobreceu a ponto de não ficar com um níquel de votos. Nunca antes na história de Mossoró e em raras ocasiões na política.

Similar, próximo, temos em Natal com a ex-prefeita Micarla de Sousa (eleita pelo PV) que em 2008 foi consagrada nas urnas e em 2012 ganhou título de governante mais rejeitada do país, com mais de 90% de reprovação. Foi catapultada do cargo antes do fim do mandato e hoje vive às voltas com a Justiça.

Milionário e sem votos

Francisco José Júnior é o “investidor” que não estava atento ao “mercado”. Empavonou-se. Ignorou sinais claros de tempestades e insistiu em aplicações erradas, comprometendo o bem primário adquirido em maio de 2014.

Contabilista por formação, tornou-se milionário na vida privada (veja AQUI) em pouco mais de dois anos na Prefeitura, mas na política se revelou um desastre, com déficit superlativo de votos.

O Blog tratou desse assunto com visão premonitória, o alertando através de matéria especial publicada no dia 6 de maio de 2014. Porém o prefeito recém-eleito preferiu se considerar um líder ungido pela maioria dos eleitores. Para ele, os votos eram apenas seus. Ledo engano. Era um crédito pré-fixado, não um salvo-conduto para tantas aberrações administrativas e políticas.

Novo prefeito ganha para dividir história ou confirmar os Rosado” (veja AQUI), assinalamos na matéria que explicava o significado da vitória de Francisco José Júnior, até então um humilde prefeito, que ouvia a todos, valorizava o servidor e prometia atender aos anseios populares.

Novo prefeito ganha para divir história ou confirma os Rosado –  06/05/2014 – 11:51h

A votação de Silveira (Francisco José Júnior) tem DNA multifacetado, onde se incluem – ainda – até consideráveis votos de seguidores de Rosalba Ciarlini e Cláudia Regina (DEM), que enxergaram no palanque de Larissa Eosado (PSB) “um mal maior”. Ambas declararam “neutralidade” no pleito. A maioria dos seus eleitores captaram a mensagem subliminar.

Em tese, a vitória de um não-Rosado causaria menor estrago a ambas do que a entronização do ramo familiar comandado por Sandra Rosado, legítima herdeira do “doutor Vingt”, Vingt Rosado, seu pai.

Ao mesmo tempo, a vitória espelha sentimento de mudança, mas não de seis para meia dúzia, de uma oligarquia multidecenal para outra emergente – o “Silveirismo” (!!).

Entender o significado de uma vitória ou mesmo saber fazer leitura de uma derrota, é como funciona a cabeça de um investidor competente. Seus ativos podem se volatizar num piscar de olhos ou se robustecer. Preservar o básico para sobreviver e tentar novos saltos, também faz parte do jogo.

Nas eleições de 2016, Silveira acabou sendo o principal cabo-eleitoral de quem ele pretendia banir da política: a ex-governadora e ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP).

Sua gestão caótica, serviu para que a candidata produzisse um marketing de comparação e escondesse a passagem sofrível pelo Governo do Estado. De lá, a propósito, sequer conseguiu meios à tentativa de reeleição por estar soterrada com mais de 80% de rejeição.

O prefeito teve que desistir da própria candidatura (veja AQUI) à reeleição por falta de ativo elementar: voto.

Eleições 2016

– Rosalba Ciarlini (PP) – 67.476 (51,12%)
– Tião Couto (PSDB) – 51.990 (39,39%)
– Gutemberg Dias (PCdoB) – 11.152 (8,45%)
– Josué Moreira (PSDC) –  1.370 (1,04%)
– Francisco José Júnior (PSD) – 602 (Votos inválidos)
– Branco – 2.974 (2,06%)
– Nulo – 9.416 (6,54%)
– Válidos – 131.988 (91,40%)
– Eleitores Aptos – 167.120
– Abstenção – 22.683 (13,59%)
– Maioria pró-Rosalba Ciarlini de 15.486 (11,73%).

Rosalba capitalizou-se com votação – 67.476 (51,12%) votos  – consagradora, mesmo que paralelamente visse nascer um nome que surpreendeu com 51.990 (39,39%) votos na estreia nas urnas, o empresário Tião Couto (PSDB).

Rosalba e Tião: muito ativo a ser administrado (Foto: montagem)

Os dois, vencedora e vencido, têm um bom exemplo a não seguir: Francisco José Júnior, Francisco, Silveira ou seja lá que nome venha a adotar adiante – se conseguir sobreviver à própria tsunami que provocou em sua vida política.

O farto capital de hoje pode se esgarçar adiante. Não ficará disperso. Tende a mudar de mão e de mãos. O que foi de Francisco José Júnior já não lhe pertence mais. Na verdade, era um ativo que exigia muito zelo em seu investimento.

O voto  não some. Como todo ativo de alto risco, exige muita habilidade para não mudar de mão.

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segunda-feira - 10/10/2016 - 08:32h
Hospital da Mulher

O silêncio que não inocenta em Mossoró

Estou sentindo falta de pronunciamento de algumas lideranças políticas de Mossoró, na defesa do Hospital da Mulher Parteira Maria Correia.

Vou continuar aguardando.

Sentado, claro.

Risível!!!

* Veja AQUI posicionamento do Governo do Estado.

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domingo - 09/10/2016 - 23:58h

Pensando bem…

“O importante é não parar de questionar.”

Albert Einstein

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domingo - 09/10/2016 - 19:14h
Economia

Rosalba precisará correr contra prejuízo causado por Francisco

A prefeita Rosalba Ciarlini (PP), eleita no último dia 2, certamente vai realizar um trabalho instantâneo e que precisará ser ainda lapidado ao longo dos anos, para reconquistar quem o prefeito Francisco José Júnior (PSD) espantou.

Refiro-me aos responsáveis por despejarem na cidade a maior parte da população flutuante de Mossoró: táxis intermunicipais, alternativos etc.

Eles são os modernos comboieiros, os tropeiros dos séculos coloniais e das primeiras décadas da República. Eles ajudaram a construir nossa identidade como civilização, uma comuna acolhedora e terra de oportunidades para todos.

Eles contribuíram de forma decisiva para que Mossoró ganhasse essa dimensão de entreposto comercial, miscigenada, capaz de receber gente das mais diversas plagas para compra, reabastecimento de víveres, busca de serviços e aquisição de bens imóveis, estudos etc.

Meio circulante

Desde a “Grande Seca” de 1877/1878/1789 que Mossoró definitivamente virou cidade polo, de esperança, de oportunidade, quando sua população saltou de pouco mais de 6 mil pessoas para mais de 24 mil.

Em sua gestão caótica, Francisco espantou milhares de pessoas vindas do Vale do Açu, Costa Branca, região Central, Oeste, Vale do Jaguaribe e até sertão paraibano. Produziu uma antipatia generalizada, além de enormes prejuízos financeiros para o município.

Criou impedimentos à circulação dos alternativos e táxis intermunicipais; tratou quem irrigava o meio circulante local como se fosse fora-da-lei. O propósito nuclear seria “organizar o trânsito” no centro da cidade, viabilizando o transporte coletivo urbano. Nem uma coisa nem outra conseguiu.

Chegamos a ponto de testemunhar integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) “invadindo” Governador Dix-sept Rosado para hostilizar taxistas e alternativos (veja AQUI e no vídeo acima).

Os reflexos dessas estupidezes podem ser sentidos no comércio mossoroense.

A população flutuante de Mossoró encolheu drasticamente pela própria conjuntura econômica, além dessa “colaboração” da Prefeitura de Mossoró, que restringiu circulação de quem pretendia desembarcar na cidade.

Segundo pesquisa realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (FECOMÉRCIO/RN), mais de 90 municípios da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e outros estados da Federação irrigavam densamente a economia de Mossoró (veja AQUI).

Os próprios segmentos empresariais reagiram às medidas do prefeito, mas não foram ouvidos e chegaram a ficar cerca de dois meses esperando uma simples audiência com o governante. Ficaram com a maior parte do prejuízo e o próprio erário, que tem redução em sua arrecadação direta.

Correr atrás desse enorme prejuízo é urgentíssimo.

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domingo - 09/10/2016 - 17:34h

O princípio da presunção de inocência e a decisão do STF

Por José Herval Sampaio Júnior

STF golpeou a Constituição? E existe terceiro e quarto grau de jurisdição? A presunção de inocência é princípio absoluto? E o direito fundamental da sociedade como fica?

As perguntas supra são questionamentos que precisam ser feitos nesse momento e a primeira delas, fiz de propósito nesse sentido pitoresco, justamente porque a moda agora é falar em golpe quando não se concorda com uma dada posição. Meu Deus aonde vamos parar desse jeito?

E responderei uma a uma, trazendo ainda mais fundamentos para a legitimidade e pertinência total da decisão do último dia 05 de outubro, que em boa hora interpretou a nossa Constituição, assegurando ao mesmo tempo a presunção de inocência ou não culpabilidade [1] com outros valores constitucionais de igual jaez, logo o que mais o intérprete deve fazer quando se depara com textos normativos constitucionais é justamente buscar o equilíbrio entre valores contrapostos, que indiscutivelmente foram introduzidos a partir da complexidade dos temas e até mesmo pluralidade de nossa sociedade à época da elaboração e que talvez hoje tenha até aumentado.

Sem embargo do possível acerto das críticas técnicas quanto ao erro na forma feita pelo STF, apontado por Lênio Streck //www.conjur.com.br/2016-out-07/streck-stf-presuncao-inocencia-interpretacao-conforme , entendemos que a decisão ora analisada, no aspecto meritório, interpretou os dispositivos constitucionais de modo plausível e que mesmo podendo assumir a posição de outrora, também plausível, o fez dentro de suas atribuições e em momento algum extrapolou a sua função primordial de dar a última palavra sobre como deve ser compreendida a Carta Magna, sendo absurdo enunciar que tivemos um golpe à Constituição.

Isso, afinal, tem de ser compreendido, pois bem ou mal, cabe ao STF dizer como devemos compreender dado texto normativo e por mais que a doutrina possa não concordar e isso é positivo para a construção do Direito, que nunca deve ser tido como imutável, pelo contrário, deverá sempre estar aberto a dinamicidade da sociedade, não se pode chamar de golpe uma decisão de nossa Suprema Corte.

Não concordar com a mesma e trazer possíveis contradições, até mesmo em um caso em que cinco ministros adotam posição distinta faz parte do exercício normal de crítica, contudo bradar, em um momento de plena evolução democrática de nossas instituições, de forma desrespeitosa contra uma decisão que restabeleceu uma jurisprudência remansosa até então, pois não podemos olvidar que mesmo depois da Constituição de 1988, a decisão ora combatida ferozmente prevaleceu por mais de vinte anos e só foi reformada em 2009, prevalecendo por mais ou menos seis anos e agora retomada, daí a pergunta os ministros que compunham a Corte até a reforma passada também golpearam a Constituição? [2]

A decisão do último dia de 05 de outubro que ratificou a decisão de 17 de fevereiro deste ano, com a mudança de posicionamento de Dias Toffoli é uma das posições possíveis dentro do que estabelece os textos normativos da CF, pois em momento algum a mesma enuncia textualmente que não se pode iniciar a execução de uma pena depois de confirmada a condenação por Tribunal de Apelação. E acaso tivéssemos dessa forma, aí sim talvez as críticas, nessa linha tão deselegante, fizesse algum sentido. Aonde encontramos essa clareza solar de que há vedação ao início do cumprimento da pena, depois de duas decisões de mérito confirmando a materialidade do crime e autoria?

O resumo dos votos dados na decisão que ora analisamos pode ser visto aqui //papini.jusbrasil.com.br/noticias/392447668/stf-admite-execucao-da-pena-apos-condenacao-em-segunda-instancia e tive o cuidado de rever na TV Justiça todos os detalhes e não encontro essa discrepância toda que, por exemplo, se trouxe nessa matéria //www.conjur.com.br/2016-out-06/moro-aplaude-lenio-lamenta-veja-repercussao-decisao-stf .

Com todo respeito à matéria supra e fiz questão de trazê-la justamente para que os leitores percebam que não estamos falando sem o devido contraditório, vê-se claramente que os entrevistados são em sua grande maioria advogados criminalistas e mesmo tendo outro profissionais, não espelha a devida divisão que o tema suscita, dando a impressão de há uma maioria considerável dentre os juristas que não concordam com a decisão.

É obvio que existem juízes que também pensam da forma trazida pela maioria na matéria, por exemplo, inclusive dos dois ouvidos, um para cada lado, contudo o que interessa espelhar aqui é que estamos frente a uma decisão que indiscutivelmente é polêmica e que com certeza voltará a ser analisada pela Corte, porém não se pode tê-la como teratológica e falo com propriedade de quem analisa o tema prisão há algum tempo e que inclusive se posiciona como garantista frente ao indispensável cumprimento dos direitos e garantias fundamentais por todos os operários de Direito. [3]

Além de dois livros citados em nota de rodapé que confirmam a nossa posição de total respeito aos direitos e garantias fundamentais do cidadão, coração de nosso constitucionalismo contemporâneo, ainda menciono um curso recente nosso, inclusive que pode ser assistido pelos leitores de forma gratuita a partir desse link//institutonovoeleitoral.com.br/ead/index.php/curso/guruPrograms/10-gratuitos/18-processo-penal ,que de modo indiscutível comprova nossa posição quanto à necessária justificação plausível e concreta quanto a cautelaridade que se exige para conformação da prisão provisória/processual.

Entretanto, o assunto ora em debate assume outro viés, pois estamos falando agora da culpabilidade já assentada em dois julgamentos a partir de uma cognição exauriente e que deve se presumir que houve obediência ao devido processo legal em sua acepção substancial. Não podemos presumir nunca a má-fé e não cumprimento das garantias constitucionais processuais, estas devem ser comprovadas e acaso tenham efetivamente ocorridas podem e devem ser suscitadas por Habeas Corpus, remédio constitucional expedito e eficaz para essas situações e que não foram vedados na decisão ora analisada. Plagiando meu amigo Lênio Streck, Bingo.

Antes mesmo de responder ao segundo questionamento, enfrentarei esse detalhe importantíssimo, em momento algum, se fecha a possibilidade de que até mesmo o mérito em caso de serem as decisões de condenação teratológicas, possa chegar ao controle dos Tribunais Superiores como sempre o foi e continuará sendo, pois o manejo do Habeas Corpus sempre foi mais utilizado do que os recursos excepcionais e sempre o será, logo permitir o início do cumprimento da pena não obstará tais direitos, bem como a sua possível suspensão.

Esse fato é facilmente comprovado pela análise estática trazida pelo Ministro Teori, a qual enuncia que em apenas 1,7% dos processos houve assentimento da tese da defesa quanto aos recursos apresentados e até mesmo Habeas Corpus, que sequer foi contraditada pelos votos vencidos.

Na realidade, os votos vencidos, com todo respeito aos mesmos, em momento algum enfrentaram os vencedores e estes, pelo contrário, fizeram questão de ratificar a presunção de inocência na linha dos vencidos, somente não os dando a mesma força. Ainda retomaremos essa temática.

Entretanto, vamos agora à pergunta chave em nosso sentir, existe um direito do condenado a um terceiro e quarto grau de jurisdição?

A resposta, com todo respeito a quem pensa em contrário, é um categoricamente não e vale para toda situação e não só para o processo penal, pois como temos dito em nossas aulas e palestras, essa compreensão equivocada de nosso sistema jurídico é um dos problemas crônicos e que para nós se constitui como um dos pontos de estrangulamento de nossa Justiça, já que as pessoas insistem em querer submeter, por exemplo, ao STJ,TSE, TST, STM e STF o acerto ou desacerto das decisões, ou melhor, a justiça do caso concreto, ou então, querer revisitar os fatos. Isso não existe juridicamente falando.

As decisões dos Juízes e Tribunais desse país precisam ser respeitadas. E a Constituição foi mais do que categórica nesse sentido e só deu aos Tribunais Superiores a reanálise dos fatos quando de suas competências originária e recursal ordinária e não na função excepcional e tanto é verdade que os demais recursos assumem claramente a peculiaridade de serem diferentes, justamente porque têm a função política na acepção do termo, definindo a pertinente tese jurídica da competência particular de cada Tribunal Superior, uniformizando objetivamente o direito nessa via restrita e não tendo o poder de reapreciar tudo como querem alguns, na realidade muitos e porque será isso?

Portanto, querer dar aos condenados o direito de reapreciar o mérito das decisões dos Juízes e Tribunais de forma ampla e irrestrita vai de confronto á nossa Constituição e, por conseguinte, não é corolário do princípio da presunção de inocência, este tem a sua conotação no sentido de que quem tem de provar o culpa do investigado, denunciado e condenado duas vezes se for o caso é o Estado e nesse peculiar caso o fez, duas vezes. Logo, a presunção de inocência perde a sua força inicial, cedendo a outros valores, como muito bem pontou Luís Roberto Barroso e logo após Teori chamando atenção a necessidade de que o sistema penal seja efetivo, justamente porque protege outros valores também e não só o do réu.

A presunção de inocência e na realidade qualquer outro direito e garantia fundamental não é absoluta e nem podia o ser, com todo respeito a quem pensa em contrário, pois a nossa Constituição tem no próprio corpo do capítulo que assegura a referida presunção outros valores, como a vida propriedade e em especial nesse momento a moralidade administrativa, logo porque só prestigiar a presunção de inocência?

Esta presunção é respeitada sim pela decisão ora analisada e guerreada, tão somente não se pode se dá a ela toda essa dimensão, justamente porque houve duas condenações que afirmaram categoricamente a culpa e materialidade do crime, logo razoável que o condenado dê início ao cumprimento da pena, não pela cautelaridade que sempre defendemos como elemento indispensável a prisão processual, mas como elemento fático autorizador de uma situação em que a presunção não mais se afirma como razoável, devendo se inverter a situação, tudo sem prejuízo de que alguma possível violação a direito do acusado/condenado seja reapreciada pelos Tribunais Superiores, contudo sem efeito suspensivo e muito menos cognição ampla.

Mais uma pergunta ainda se se faz pertinente, os recursos excepcionais tiveram em algum momento efeito suspensivo automático como, por exemplo, ocorre com a apelação? [4]

Não, nunca tiveram, logo o momento do trânsito em julgado segundo os vencidos é que se encontra o problema, pois para estes se faz necessário que não tenham mais nenhum recurso que possa ser aviado e o que é que vemos na prática, o uso infindável desses recursos para obstar o cumprimento da pena e o pior para conseguir, por incrível que pareça, a prescrição da pretensão punitiva. Parece brincadeira, mas não é.

Ou seja, o réu condenado duas vezes pode recorrer quantas vezes o próprio ordenamento permite, mesmo sem que tais recursos tenham efeito suspensivo, mas não se pode dá início ao cumprimento da pena, contudo a prescrição não é interrompida. Isso é razoável? Na linha da moda agora, não soa a golpe?

E por mais que se diga que nem sempre vai ocorrer casos em que haja duplo juízo de mérito, pois existem as competências originárias dos Tribunais, isso foi uma escolha da própria Constituição em algumas situações e tem que ser respeitada, logo a análise expeccional tem que ser sempre expeccional e não servir como instrumento de postergação do cumprimento das normas penais e por conseguinte da própria Justiça.

Ora, se utiliza de todo tipo de recurso e detalhe quem se utiliza mais é quem tem dinheiro para bancar bons advogados, que saibam deduzir esses recursos excepcionais junto aos Tribunais Superiores em Brasília, contudo nesse interstício não se tem mais nenhuma causa interruptiva. Se for para prevalecer a tese de outrora, que pelo menos se traga de algum modo, mesmo que por interpretação como se condena a atual, uma solução para essa incongruência.

Não temos a menor dúvida a partir de inúmeros casos concretos que se utiliza de um número infindável de recursos, muitas vezes sequer questionando a possível inocência do condenado, tão somente para evitar que se dê início ao cumprimento da pena e o pior na busca da ocorrência da prescrição, logo como explicar ao povo que alguém, por exemplo, condenado por homicídio duas vezes, sem questionar junto ao STJ e STF, sendo réu confesso, como já vimos, fique mais de dez anos solto normalmente como se não tivesse cometido crime algum?

Ou então alguém condenado por crime de desvio de dinheiro público em duas diversas facetas, consiga depois de condenado duas vezes, que não se opere o início e sequer se cumpra a condenação por prescrição, tudo isso em ambos os casos, sem enfrentar o mérito?

Os ministros que acabaram vencendo com a tese mais que plausível que agora se ratificou chamaram atenção a esse peculiar fato e em momento algum, os vencidos enfrentaram tais aspectos, e a doutrina agora o máximo que enuncia é no sentido de que a decisão foi política e não poderia o STF ter agido assim.

Ora a decisão com todo respeito foi jurídica e tão somente respondeu aos aspectos que ora repassamos e quanto ao penúltimo questionamento, temos a resposta quase que automática, pois a presunção de inocência e nem um outro direito pode ser absoluto, inclusive o da sociedade, que a partir desse ultimo questionamento respondemos, fica sendo prestigiado como deve ser, ou seja, a partir das peculiaridades tem que ser respeitado e nesse caso em que temos duas condenações quanto ao acusado, nos parece que deve ser intensificado.

Ou vamos continuar com um sistema em que as pessoas cometem crime e não se têm a devida eficácia de nossa Justiça. Ou então esta só vale, com todo respeito, aos Três P, e que aqui para não ser ousado demais ficarei só com o primeiro, pobres, que sempre sentem a força de nossa Justiça e abarrotam os nossos presídios, tanto provisoriamente quanto de forma definitiva e sequer têm o direito, por não terem condições, de ir aos Tribunais Superiores, com raríssimas exceções, por trabalho árduo e operoso de algumas defensorias públicas.

E serei que também serei acusado no presente texto de utilizar a decisão como instrumento de nossa luta pessoal contra a corrupção, e já estou acostumado, contudo quero pelo menos não ser chamado de golpista, pois na linha dos votos vencedores, por enquanto, trouxemos fundamentos jurídicos e não políticos para a plausibilidade da retomada da posição, tudo com a esperança de que a partir de agora os criminosos desse país, independentemente de sua condição social, possam cumprir as suas penas e não se beneficiem da prescrição, através de recursos infindáveis, que sequer podiam analisar o mérito em si dos fatos.

Tudo isso sem obstaculizar que possíveis violações ao devido processo legal pelas instâncias inferiores, o que realmente pode vir a acontecer. Contudo, indiscutivelmente, como exceção, possam ser analisadas pelos Tribunais Superiores tanto pela via do Habeas Corpus como sempre fizemos, bem como pela possibilidade de se conseguir o efeito suspensivo com pleitos cautelares, só não podendo continuar esse estado de impunidade que vimos atualmente: os poderosos, desse país, no mais sentido amplo do termo continuam a zombar de nossa Justiça Penal, pois esta só vem sendo sentida pela outra parte da população, diferente do que acontece em todas as outras sociedades democráticas, que mesmo respeitando a presunção de inocência, como aqui defendemos, tem o início do cumprimento da pena logo após dois julgamentos de mérito em seu desfavor, o que é mais do que razoável, bem como nos casos de competência originária por escolha do constituinte.

Por fim ainda reforço o nosso entendimento com a ponderação de que não existe conceito na Constituição do que seja trânsito em julgado como deixei entender no texto, logo a interpretação trazida na decisão tão somente trouxe o marco deste a partir da jurisdição ordinária, com a peculiaridade de haver na maioria dos casos o duplo juízo meritório, o que se coaduna com a sistemática e principalmente a necessidade de termos uma Justiça mais efetiva, em especial quanto ao cumprimento dos textos normativos de caráter penal, que encontram muito problemas justamente na parte processual.

Uma pergunta final sem resposta, até quando continuaremos com uma Justiça Penal sem efetividade e a quem isso interessa?

José Herval Sampaio Júnior é professor, juiz de Direito, escritor forense e palestrante

* Veja artigo completo (com referências bibliográficas) clicando AQUI.

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domingo - 09/10/2016 - 16:12h
Revelação

Robinson afirma que apoiou nome de Rosalba em Mossoró

Governador diz que faltou "humildade" a "Francisco" e seu interesse era aliança com ex-governadora

A decisão do prefeito mossoroense Francisco José Júnior (PSD), o “Francisco”, de ser candidato à reeleição este ano não tinha e não teve o endosso do governador Robinson Faria (PSD), seu líder político. A preferência de Robinson foi a ex-governadora Rosalba Ciarlini (PP), vencedora do pleito no domingo (2) passado.

Ele chegou até mesmo a estimular o voto nela, em contatos com eleitores e liderados em Mossoró, contrariando o projeto pessoal de Francisco, que em sua ótica não teve humildade, pois “as pesquisas mostravam que ele não tinha nenhuma chance de reeleição.”

Robinson fez essas confissões e revelou outros detalhes de bastidores relativos à sucessão municipal 2016, no programa “Diógenes Dantas Entrevista” (veja boxe acima, a partir dos 20 minutos de gravação), exibido hoje pela TV Tropical, afiliada da Rede Record de Televisão.

Robinson afirmou que após se reunir em Natal com o prefeito no período da pré-campanha (sem precisar o tempo), “ele tomou uma posição em Mossoró sem me consultar. Sem consultar o governador. Apoiou o candidato Tião da Prest (Tião Couto-PSDB), levou o PSD, sem consultar o governador. Então eu não tenho motivo de ir a Mossoró” (sic).

O governador deixou claro que se desembarcasse na cidade não seria para defender a candidatura do prefeito do seu partido, mas para “apoiar o nome de Rosalba. Rosalba era o nome que eu desejaria que o PSD apoiasse em Mossoró”.

Conversas com Carlos Augusto

Informou que chegou a conversar com várias vezes com o líder do rosalbismo (Carlos Augusto Rosado), marido de Rosalba, e adiantar para “alguns amigos meus: você vote em Rosalba.”

Sobre as relações político-administrativas, com eleitos em outubro deste ano, deixou patente que não adotará seletividade com base em afinidades partidárias ou não. “Eu sou o governador de todos os partidos, tenho que governar com as cidades”.

Disse que já telefonou para Carlos Eduardo Alves (PDT), vislumbrando uma parceria administrativa necessária e importante para a capital entre Prefeitura e Estado.

As relações com o prefeito mossoroense que está nos últimos meses de gestão, é que parecem esgarçadas. “Eu disse a ele, aqui, que o nome dele não tinha nenhuma viabilidade para reeleição”, destacou o governador, relembrando reunião no primeiro semestre do ano, com Francisco.

– Falei que ele pensasse, tivesse humildade, que as pesquisas mostravam que ele não tinha nenhuma chance de reeleição. E depois ele desapareceu, lançou-se candidato, sem conversar comigo (…), botou o bloco nas ruas – disse a Diógenes Dantas.

Rosalba cumprimenta o sucessor Robinson pela vitória, no dia 31 de outubro de 2014, ao lado do marido Carlos (Foto: arquivo)

Amélia Ciarlini

O que Robinson Faria parece não ter digerido mais ainda nesse enredo da sucessão mossoroense, conforme expôs na entrevista, foi a forma como o prefeito e sua mulher Amélia Ciarlini tentaram satanizá-lo, num episódio burlesco (veja AQUI e AQUI):

– Ele foi para as redes sociais com a primeira-dama, querer questionar o governador, querer cobrar uma conta que não era minha. Além de renunciar a candidatura, teve aquela questão de sua esposa, da rede social que eu nem respondi, nem ia responder – isolou.

Quem terminou se envolvendo na polêmica à ocasião foi a primeira-dama do Estado, Juliane Faria (veja AQUI), que tratou Amélia como farsante, precipitando dias depois a desistência da candidatura do próprio Francisco José Júnior  (veja AQUI).

Robinson e Rosalba foram eleitos governador e vice em 2010, após ele romper com o grupo da então governadora Wilma de Faria (PSB), insatisfeito com inclinação dela a apoio à sua própria sucessão, ao vice-governador Iberê Ferreira (PSB).

Com menos de um ano de mandato, ele rompeu com Rosalba e começou a pavimentar caminho à sua sucessão em 2014. Foi eleito e Rosalba sequer conseguiu se viabilizar à reeleição, devido estrondosa reprovação popular.

Rosalba e Robinson estão ‘juntos’

Nesse espaço de tempo, os dois não chegaram a alimentar um fosso político entre si. Muito pelo contrário. Em 2014, Rosalba orientou seu eleitorado a votar em Robinson em Mossoró, na disputa ao Governo do Estado entre ele e Henrique Alves (PMDB), seu ex-aliado.

Meses antes, fizera o mesmo na eleição suplementar à Prefeitura de Mossoró: insuflou seus eleitores a descarregarem votos em Francisco José Júnior, para frustrar possibilidade de vitória da adversária (hoje aliada) e então deputada estadual Larissa Rosado (PSB).

Ainda em 2014, a transição de governo foi pacífica e alimentada por interesses de parte a parte. Robinson não criou dificuldades para que Rosalba aprovasse matéria para uso do Fundo Previdenciário do Estado (FUNFIR), para completar folha de pessoal. Ela sabia que precisaria pegar quadro menos dramático em relação aos servidores.

Robinson também deu sinal verde para que Rosalba nomeasse a sua secretária de Infra-estrutura, engenheira Kátia Pinto, como diretora Agência Reguladora de Serviços Públicos do Rio Grande do Norte (ARSEP), em dezembro de 2014. O cargo tem mandato de quatro anos, dentro justamente da administração do seu sucessor.

Vale ser anotado, que além de Kátia Pinto, a professora Isaura Amélia (cunhada da ex-governadora) é titular da Fundação José Augusto (FJA), órgão da cultura do Estado.

Um vice para Rosalba

O PP, partido controlado no RN pelo ex-deputado federal Betinho Rosado, cunhado de Rosalba, é da base aliada do governador.

Na campanha municipal, o marketing de Rosalba poupou a gestão de Robinson e procurou exaltar a passagem dela pela prefeitura em três mandatos, num contraponto com a administração de Francisco José Júnior.

Em Natal, o Blog ouviu ainda no final do primeiro semestre deste ano, em várias oportunidades, que o Governo alimentava hipótese de indicar um vice de Rosalba, mas sem influência direta ou indireta do prefeito Francisco José.

Sua entrevista de hoje confirma o que era notícia corrente entre auxiliares próximios de Robinson, que ele não acreditava em candidatura à reeleição do prefeito. Não estimulava essa aventura e teve que engolir o delírio do aliado, que realmente não teve humildade.

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domingo - 09/10/2016 - 12:43h

A eternidade em um segundo

Por Francisco Edilson Leite Pinto Júnior

“O professor que sabe expor suas ideias com vida, com amor, com alegria, é insubstituível”.

(Gabriel Perissé)

Recentemente, na aula inaugural de oncologia da UFRN, a aluna Cinthia me perguntou: “Professor, por que o senhor resolveu fazer medicina?”. Parei alguns minutos para refletir. Em questão de segundos, veio o poema de T.S. Eliot em minha mente:

O tempo presente e o tempo passado. Talvez estejam ambos presentes no tempo futuro, E o tempo futuro no tempo passado”.

Pois bem, essa resposta que eu teria de dar no segundo próximo, para a aluna, sua explicação estava no passado.

“Perdi meu pai quando tinha três meses de idade. Aí resolvi fazer medicina para combater a morte. Para lutar contra ela, dia após dia. Para que ela nunca mais seja capaz de tirar o pai de alguém tão cedo…”, foi assim que eu respondi para a minha curiosa aluna. Tentei continuar dando a aula, mas, a cada segundo, surgia em minha mente fatos do passado, influenciando o futuro da minha exposição (o passado presente no futuro, como lembrou T. S. Eliot).

E como foi difícil falar do paciente oncológico, lembrando-me dos terríveis dias dos pais que passei na minha infância sem tê-lo ao meu lado. Lembrei-me de que certa vez, indagado por um colega de classe sobre o que eu daria de presente no dia dos pais, a minha resposta foi: “uma passagem de volta!”. Ele não entendeu nada e nem muito menos eu entendia porque o destino tinha selado a sua sentença e contra ela não haveria recurso nenhum a ser impetrado…

Pois bem! Vinte anos buscando lutar contra a morte. Mais precisamente, no dia 03 de março de 1986, às 13:30h, já cursando medicina, eis que me entra um coração enorme, vestido de branco, com uns óculos fundo de garrafa, abre um sorriso cativante e diz: “Boa tarde! Sejam bem vindos à Disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental da UFRN. Meu nome é Ernani Rosado”.

Depois de apresentar cada um dos outros professores da disciplina, iniciou a sua aula sobre história da cirurgia. Logo me apaixonei por aquela disciplina. Logo me apaixonei por aquele professor. Nas entrelinhas dos seus ensinamentos, o amor estava presente em tudo.

Ali, a carne se fazia verbo e o verbo era sempre o mesmo: amar! Amar o paciente sobre todas as coisas. Amar a missão. E nunca, jamais vender a sua alma ao diab o se alinhando com interesses escusos para ganhar benesses de laboratórios e indústrias farmacêuticas.

Saí daquela aula radiante. E com um desejo enorme no meu coração: como eu queria que aquele homem fosse meu pai, afinal, poderíamos lutar juntos contra a morte… Rainer Maria Rilke, na sua “Carta a um jovem poeta”, nos alertou: “Há de se reconhecer, aos poucos, que aquilo a que chamamos destino sai de dentro dos homens em vez de entrar nele. Muitas pessoas não percebem o que dela saiu, porque não absorveram o seu destino enquanto o viviam, nem transformaram em si mesma”…

Logo, de forma impetuosa – atitude incomum para quem tinha a timidez como algo a vencer tanto quanto a morte-, passei a frequentar a enfermaria da 1aDCC. E de tanto insistir, eis que um dia, o professor Ernani perguntou o meu nome, e ao respondê-lo, vi o seu olhar assustado: “Você é de Mossoró? Filho de Edilson Pinto?!”. No dia seguinte, às 07:00h, entendi o motivo daquele espanto. O professor Ernani entrava na enfermaria, carregando debaixo do braço um livro gasto pelo tempo. Era o diário de sua mãe, onde estava escrito: “Ernani ontem, brincou com fulano, beltrano e com Edilson Pinto”.

– Pois é, meu caro, seu pai foi um grande amigo meu de infância. E eu lamentei muito a sua morte.

Após dito isso, colocou o diário debaixo do braço direito e o meu ombro debaixo do seu braço esquerdo, e nunca mais me deixou longe dele. Estava concretizada a adoção feita no mais importante de todos os tribunais, o do coração… Realmente, não foi à toa que Lucas, no seu Evangelho (11: 10-11), diz: “Por que qualquer um que pede, recebe; e quem busca, acha… E qual é o Pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?”.

Tem razão Vinícius de Morais, quando diz que a vida é a arte do encontro. Encontrei e ganhei ali um pai, um professor, um mestre, um amigo, um parceiro de futebol (Flamengo e ABC). Eram tantas as coisas em comuns, que ficava nítida a interferência divina. Resolvi fazer cirurgia e segui a docência. Eu precisava do meu pai adotivo para lutar contra a morte. E foi assim, durante trinta anos.

Inúmeras foram às vezes que operávamos juntos. Algumas me marcaram, como no dia que estávamos operando um caso extremamente difícil e chegou uma hora em que nem eu e nem ele sabíamos o que fazer, diante de tanto envolvimento e por estarmos tão perto da solução, na qual não conseguíamos enxergar… Aí uma voz, de fora do campo cirúrgico de um aluno do quinto período de medicina, disse: “Professores, que tal irem por aqui? Acho que vai facilitar a retirada desse tumor”.

Dr. Ernani, ao invés de mandar o aluno se calar – atitude bastante comum nesse mundo cirúrgico de tanta empáfia e soberba – olhou para mim e rindo disse: “Boa, garoto! Vamos por aqui mesmo, Dr. Edilson! Como é o seu nome? Flaubert Sena, você será um grande cirurgião”. O professor Ernani também era um grande profeta, viu naquele aluno, o que o futuro nos confirmou (o tempo presente no futuro, como lembrou T. S. Eliot).

Ele nunca perdia a capacidade de ensinar. Quando escrevi o meu primeiro artigo “Medicina no fundo do posso: o preço da desunião”, logo cedo recebi o seu telefonema: “Grande artigo, Dr. Edilson! Só um adendo: eu não teria colocado aquela parte”.

Ele se referia a uma crítica que eu tinha feito a uma determinada pessoa. Eu o indaguei: “Mas professor, não é verdade o que eu escrevi?!”. Aí veio a sua lição: “É, Edilson, é verdade. Mas existem verdades que a gente não deve dizer nem para nós mesmos!”. Ali estava outra qualidade do professor Ernani: lealdade aos amigos. Defendê-los sempre.

Outro momento mágico que vivi com o professor Ernani foi na aula da saudade da turma de medicina da UnP, no dia 14/07/2014. Fui escolhido orador daquela solenidade e resolvi fazer o discurso esclarecendo o porquê de ter escolhido a docência como missão de vida. Falei que, na infância, eu achava que minha mãe tinha enlouquecido por sair de casa tão cedo para trabalhar como professora em três turnos e era feliz mesmo ganhando pouco.

Depois, disse que passei a entender que essa “loucura” era contagiante, pois tinha visto esses mesmos sinais e sintomas em outros professores meus, como: Coquinho (história), Fernando Suassuna (biologia), Luiz Alberto (infectologia) Marcos Leão (hematologia), Aldo Medeiros (cirurgia), Celso Matias (clínica Médica), Francisco de Lima (clínica Médica)… Até chegar ao mais “louco” de todos: o professor Ernani Rosado, já que o melhor dos vinhos deve ser servido no final…

Quando escrevi o discurso, nunca imaginei que o professor Ernani Rosado estivesse na plateia. Não havia, a meu ver, motivos para ele estar ali. Mas ele estava. Ele e a sua inseparável companheira, D. Madalena – o ser humano mais simpático e educado que eu já conheci.

Quando entrei no auditório da UnP e vi Dr. Ernani sentado lá, o coração beta-bloqueado disparou… Mais uma vez Deus tinha aprontado das suas… Pois bem! Eis o trecho do discurso que li, naquele dia, chorando, como é comum quando o coração fica pequeno demais para aguentar tanta emoção:

“Meus queridos e eternos alunos,

Permitam-me falar daquele que mais me influenciou com a sua ‘loucura’, com a sua paixão: Prof. Ernani Rosado. O mestre de todos os mestres desse Estado. Com ele, aprendi filosofia, futebol, artes, cirurgia, enfim, muita coisa mesmo. Mas a maior lição aprendida foi a humildade.

Numa manhã de janeiro de 2010, recebo o convite para auxiliá-lo em uma cirurgia de hérnia inguinal. Tudo ocorreu sem problemas. E na sala de estar médico, após prescrever o paciente, ele olhou para mim e disse: ‘missão cumprida, Dr. Edilson! Esta foi a minha última cirurgia. Vamos para casa. E muito obrigado pela sua ajuda’. Terminava ali, uma das maiores carreiras cirúrgicas do nosso Estado e por que não dizer do nosso país. E de forma simples e humilde. Sem alardes, sem pompas. Apenas com a sensação de dever cumprido! Nunca esquecerei esse momento…

O professor Ernani tinha a maior característica dos grandes homens: a humildade.

No dia em que soube da sua cirurgia de urgência e da gravidade do seu caso, fiquei desnorteado. Vi que, mais uma vez, perderia meu pai… Corri para a UTI, onde ele estava internado. Ainda não tinham proibido visitas. Mesmo assim, falei com o médico de plantão, um ex-aluno meu, que disse: “Professor, na UTI em que eu estiver dando plantão, as portas estarão sempre abertas para o senhor”.

Agradeci. Fiquei parado, sem coragem de me aproximar. Meu ex-aluno, percebendo a minha insegurança – afinal, não queria me despedir dele assim, com a frieza das máquinas- disse: “Vá lá, professor. A sedação está bem superficial e se o senhor falar, ele vai ouvir”.

Tremendo, me dirigi ao leito e disse: “Prof. Ernani, eis um flamenguista que veio visitá-lo!”. Ele abriu os olhos, mesmo com um tubo na garganta, deu um sorriso. O sorriso de sempre. O sorriso alegre e tranquilo. O sorriso de um guerreiro que não estava perdendo a batalha para a sua doença, mas sim, que tinha vencido a guerra contra a insensibilidade, contra a desumanidade e a falta de carinho tão comum hoje em dia na profissão médica.

Ontem, meu mestre/pai descansou. Depois de lutar o bom combate. Semeando o sonho de lutar desesperadamente para mudar o caráter de um menino, através da educação, para mudar, assim, o seu destino e, consequentemente, o destino do mundo…

Quanto a mim, resta a tristeza da sua partida e também a alegria de ter convivido com alguém tão grande, que viveu muito à frente do seu tempo… E por falar em tempo, recorro-me agora a Wiliam Blake que, certa vez, escreveu: “Ver o mundo em um grão de areia/ E um paraíso numa flor selvagem. Segure o infinito na palma da sua mão/ E a eternidade em uma hora”.

Aquele último sorriso, de alguns segundos que ganhei naquela UTI, estará eternizado para sempre dentro do meu coração, pois “o que a memória ama, fica eterno!”.

Vá em paz, querido professor e pai, Ernani Rosado!

Francisco Edilson Leite Pinto Junior – Aluno do segundo período do curso de Direito da UnP, professor, médico e escritor. E agora, definitivamente, órfão de pai.

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Categoria(s): Artigo
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domingo - 09/10/2016 - 11:38h

Poucos sabem viver sozinhos

Por Honório de Medeiros

Houve um tempo no qual eu morei em uma cidade pequena. Sentia tédio, principalmente aos domingos, quando tudo parava e as pessoas se recolhiam as suas casas.

Um dia me perguntaram: “como suporta viver aqui? Não há nada para se fazer.”

Depois fui para a cidade grande. Às vezes também sentia tédio, principalmente aos domingos. Menos, entretanto, pois perambulava por lugares onde pessoas se encontravam, falavam, riam, cantavam, brigavam, se deslocavam em vaivém incessante.

Tentando compreender, eu pensava com meus botões: “deve ser porque, aqui, há movimento, pois lá também existiam coisas para se fazer, embora a sós.”

“Mas não, não é o movimento, o bulício, o frenesi, uma vez que, mesmo assim, sinto tédio, embora em menor quantidade.”

“Então não é algo que está fora de mim, ao contrário, está dentro.”

“É minha alma inquieta, que se entorpece, em alguns momentos, com a aparência do algo-sendo-feito fora de mim.”

Pois a noção de que não nos sentimos entediados em lugares onde muitos estão em atividade, de que sempre há algo para se fazer, típica da e na cidade grande, é uma ilusão, entorpece nossa alma inquieta, e nos permite sobreviver à rotina.

Na verdade o tédio é uma consequência de nossa alma inquieta, viciada em não ficar a sós. Queremos movimento, cores, sons, sentir que estamos participando.

Mas quem não parou em alguma festa, por um momento, e se perguntou: “o que faço eu aqui?”.

Como somos empurrados, algumas vezes sutilmente, outras brutalmente, para participar desse convescote que é a vida comum, somos eternos inadaptados.

Poucos sabem viver sozinhos.

Poucos têm serenidade na alma.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN.

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Categoria(s): Crônica
domingo - 09/10/2016 - 10:48h
Entrevista

Estado pode decretar “estado de calamidade”, admite Robinson

No programa Diógenes Dantas Entrevista, da TV Tropical, afiliada da Rede Record de Televisão, o bate-papo deste domingo é com o governador Robinson Faria (PSD).

Na conversa com Diógenes Dantas, Robinson admite que tem perdido noites de sono com a gestão pública estadual, com perdas de receitas em larga escala, o que tem comprometido o simples custeio da máquina.

As contas do Estado não fecham. O governador conta os trocados para pagar servidores e fornecedores/prestadores de serviço do governo estadual.

O governador admite que o RN caminha para decretar calamidade nas finanças públicas, ao lado de outros estados.

A propósito, ele afirma que o Estado do RN é o que menos deve no país ao lado do Tocantins.

Garante que o RN tem a menor percentual de cargos comissionados do país, cerca de 0,5% da folha estadual.

Mesmo assim, precisa de socorro e aponta possibilidade de que entre 18 e 20 estados decretem esse estado de calamidade.

Veja a entrevista clicando no boxe contido nesta postagem.

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Categoria(s): Administração Pública / Política
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domingo - 09/10/2016 - 08:44h
"Governador da Segurança"

Robinson é destaque negativo em Cláudio Humberto

O governador Robinson Faria (PSD) é destaque negativo, hoje, na coluna Diário do Poder do jornalista Cláudio Humberto.

A página mostra uma marca que começa a estigmatizar Robinson, o epíteto que vendeu em campanha como “O Governador da Segurança”.

A realidade confrontada com a promessa é dilacerante, como reitera Cláudio Humberto.

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Categoria(s): Administração Pública / Política
domingo - 09/10/2016 - 07:52h

O gigante apequenado

Por François Silvestre

O Brasil é grandioso na geografia, na exuberância da natureza, na cultura popular. É grandioso na arte. No festivo e nos folguedos. Mais ou menos no esporte, menos que mais no futebol. É um dos maiores, na hipocrisia.

Porém, entretanto, mas porém, como dizia Zé Limeira, é o Brasil um país institucionalmente apequenado. Historicamente duvidoso, juridicamente inseguro, socialmente injusto, culturalmente abandonado.

Acabamos de sair de uma eleição municipal, no meio de uma crise quase sem precedentes. Falência do erário e quebradeira empresarial. Promiscuidade nas relações do poder público com a atividade empresarial.

Eleições livres? Sim e não. Livres na forma da Lei. No aparato formal, na lisura da apuração. Não se nega. Mas a liberdade é muito mais do que isso.

Eleição realmente livre não se atrela ao poder econômico. Não depende de quem detém o poder, principalmente nos municípios, onde a dependência da população é quase insuperável.

Há exceções? Sim. Porém, o raciocínio analítico sustenta-se na regra. Mesmo reconhecendo as exceções.

E é com o arrazoado do excepcional que temos visto e lido todo tipo de constatação sobre o resultado dos pleitos. Das constatações pueris aos argumentos mais fronteiriços da asneira.

Uma coisa é certa: O Brasil vive um dos seus momentos históricos de maior pobreza. Aqui a palavra pobreza sai do campo da exceção generosa para a regra generalizada.

Pobreza política, institucional, social, econômica. Saímos de uma vasta mentira de inclusão social. Esmola sob a farsa dessa “generosidade”, que era apenas um projeto de poder. No processo de esmolar, só o doador se sai bem. Pois faz a catarse de consciência e aquieta o necessitado

Quando cessa o efeito da esmola, o “status quo” anterior retorna com mais violência e mais pobreza.

Abstenção, voto branco ou nulo, conscientemente, tem a força da contestação. Infelizmente, num país nivelado pela mediocridade de cidadania, fica difícil aquilatar o nível dessa consciência.

O voto obrigatório é uma demonstração de que nem os políticos nem a Justiça Eleitoral confiam no próprio taco. Na Democracia respeitável, o voto é direito e não dever.

Mediocridade política e institucional; na vida pública e privada, onde o que é privado se locupleta na teta pública, e o que é público se completa na privada. Com todos os sentidos.

Exemplo dessa promiscuidade deu-se no quase assassinato da nossa maior empresa. Um orgulho acabrunhado. A Petrobrás foi assaltada com uma brutalidade que a corrupção superou a si mesma. Caiu o mito da eficiência privada, com a constatação da roubalheira praticada por grandes empresas, cooptadas pelo poder público larápio.

É esse o nosso tempo. Sem segurança, sem saúde, sem educação. Sobra a ideologia da estultice e da mediocridade!

Té mais.

François Silvestre é escritor

* Texto originalmente publicado no Novo Jornal.

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Categoria(s): Artigo
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