Por Gutemberg Dias
Passado o Carnaval, a maior festa popular brasileira, diz o ditado “que o ano começa”. Nessa linha de pensamento, muita coisa tende a acontecer após esse período, principalmente, a retomada das ações governamentais que, geralmente, ficam em letargia até o período carnavalesco, sobretudo, em ano pós-eleitoral.
Para os que foram eleitos em 2016, dois meses de mandato já foram consumidos. A maioria usou o período pré-carnaval para enfatizar o momento de crise e passar, por vezes, desapercebido no meio do caos político que vive o Brasil.
Mas, o Carnaval passou e o povo já não tem mais a expectativa de uma grande festa para esquecer os problemas do cotidiano. Agora é hora dos gestores públicos colocarem suas equipes para pensar, bem como, aproveitar o batalhão de comissionados e servidores para trabalhar dentro de um planejamento que gere resultados concretos à sociedade.
Não cabe a partir de agora o discurso do “retrovisor”, ou seja, quem está dirigindo a máquina administrativa no momento foi eleito no pleito passado. Dessa forma, ao assumirem os respectivos mandatos, também, assumiram o passivo das gestões passadas e as resoluções dos problemas passaram a ser deles.
No Brasil, se tornou comum o gestor que assume o executivo debitar as dívidas herdadas ao seu antecessor e, simplesmente, fazer de conta que o passado não faz parte do presente. Nessa batida, inicia a gestão tentando pagar “em dia” os salários dos servidores e tentando arrumações que deem maior visibilidade.
Porém, esquece, o astuto gestor, que a prefeitura é impessoal e os problemas herdados passam a ser da nova gestão.
Claro que isso não é uma regra geral. Têm gestores que encaram os problemas e imprimem um ritmo administrativo que, às vezes, o caos do passado é engolido pelas ações proativas posta em marcha na nova gestão. Esses são os verdadeiros executivos, pessoas que pensam o público com visão estratégica e forte convicção no cuidado da coisa pública.
Os bons gestores não fazem pirotecnia de suas façanhas. Geralmente, mostram o que fazem de forma natural e deixam o povo decidir se foram ações corretas e de resultado para a coletividade.
Hoje com a velocidade da informação, que é mais ágil que rastilho de pólvora no mundo das redes sociais, a fama ou a desgraça de um gestor público toma rumos inacreditáveis se comparado ao passado recente.
Com tudo o que estamos passando, está chegando a hora do “político gestor” assumir o papel no lugar do “político” nesse novo mundo que vivemos. Os problemas são recorrentes, assim como muitos gestores, que infelizmente reassumem mandatos que já nascem fadados à mesmice.
A sociedade quer ação efetiva que se reverta em melhoria palpável nos serviços públicos que são acessados pela grande massa de gente. Nesse compasso é que os novos gestores precisam ter consciência que antes de serem políticos precisam ser “políticos gestores”.
O que posso dizer, aos que usaram parte de seu precioso tempo para ler esse artigo, é que não têm segredo em gerir quando se tem propósito e, sobretudo, convicção que sua contribuição é mais um tijolo na estrutura do processo construtivo de uma máquina publica eternamente em construção.
Gutemberg Dias é dirigente da Redepetro e ex-candidato a prefeito de Mossoró
































