segunda-feira - 05/03/2018 - 22:50h
Rádio Rural de Mossoró

Blog Carlos Santos no Jornal da Tarde nessa terça-feira

Nessa terça-feira (6) o editor do Blog Carlos Santos outra vez vai conversar sobre política no programa “Jornal da Tarde” da Rádio Rural de Mossoró.

A audição começará às 12h10.

A apresentação é do jornalista Saulo Vale.

Encontro marcado.

Você pode acompanhar a emissora em vastíssima região no prefixo 990 Mhz.

Pela Net, basta clicar AQUI para ter programação ao vivo.

Até lá!

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segunda-feira - 05/03/2018 - 22:30h
Eleições 2018

MDB aguarda o “sim” de Carlos Eduardo Alves ao governo

Do Agora RN

“Para o MDB, a situação do estado ainda está indefinida. Estamos dependendo de Carlos Eduardo (PDT) para reiterar a candidatura”. O comentário foi feito hoje (segunda-feira, 5) em Natal, pelo senador Garibaldi Alves Filho (MDB).

"Estamos dependendo de Carlos Eduardo para reiterar a candidatura”, diz Garibaldi Alves (José Aldenir / Agora Imagens)

Segundo ele, o MDB acredita na renúncia do prefeito de Natal – que é, por sinal, primo legítimo do senador.

O senador defendeu, também, a candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (filiado ao PSD), à Presidência. “Ele [Henrique] tem condições de fazer avançar a candidatura. O fortalecimento do nome dele está condicionado à recuperação econômica do país”, diz.

Vale lembrar que o PSD é o partido do atual governador Robinson Faria.

Meirelles esteve hoje em Natal participando do Motores do Desenvolvimento do RN, em que falou sobre o tema “Crise e recuperação, construindo um novo Brasil”. Outro palestrante foi o CEO do Grupo Riachuelo, Flávio Rocha, que depois voou para Mossoró, onde lançou o “Movimento Brasil 200”.

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segunda-feira - 05/03/2018 - 22:22h
Inverno

Chuvas recente pouco acrescentam a reservatórios do RN

O Relatório da Situação Volumétrica dos principais reservatórios do Estado, divulgado pelo Instituto de Gestão das Águas do RN (IGARN), nesta segunda-feira (5), aponta que a Barragem Armando Ribeiro Gonçalves (ARG) saiu do volume morto com as recentes recargas de água recebidas após as chuvas.

Apesar da boa notícia, a cota mínima de água do manancial antes de entrar no chamado volume morto é de 35m e atualmente ela se encontra com 35,03m, ou seja, a diferença é de apenas 3 centímetros, como o consumo médio é de 2cm por dia no reservatório, se não houver reposição de águas, ele poderá voltar ao nível crítico ainda esta semana.

Com relação aos outros dois maiores reservatórios estaduais, a situação permanece estável, já que mesmo com a utilização de suas águas, seus índices permaneceram muito parecidos. Segundo maior reservatório do Estado, a barragem Santa Cruz do Apodi praticamente não teve mudança no seu volume e está com 13,84%, o que corresponde a 82,978 milhões de metros cúbicos dos 599 milhões que acumula quando cheia.

A barragem de Umari, em Upanema, também seguiu o mesmo cenário, permanecendo com 13% de sua capacidade, 39,230 milhões de m³ dos 292 milhões que acumula no seu volume total.

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segunda-feira - 05/03/2018 - 21:52h
Vapt-vupt

Governador tem outra passagem ‘às escondidas’ por Mossoró

Robinson esteve em Caraúbas (Foto: Governo do RN)

Outra vez o governador Robinson Faria (PSD), em ano eleitoral, passou vapt-vupt por Mossoró. Desembarcou, saiu; voltou, embarcou.

Tudo num flash.

Foi hoje (segunda-feira, 5), sem qualquer anúncio prévio de agenda de sua Assessoria de Comunicação.

No dia 30 de janeiro, com compromisso em Baraúna, também foi assim (às escondidas). Leia: Robinson Faria tem passagem ‘vapt-vupt’ por Mossoró.

Seu compromisso foi em Caraúbas, para assinar ordem de serviço para construção de Escola Assentamento 1º de Maio, num volume financeiro de R$ 4,6 milhões (Projeto RN Sustentável/ Projeto Cidadão).

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segunda-feira - 05/03/2018 - 21:20h
'Destá'

Compositor Dorgival Dantas é sondado para disputa eleitoral

O cantor-compositor e músico Dorgival Dantas, nome de expressão nacional na música brasileira e originário de Olho D’água do Borges, participou hoje (segunda-feira, 5) em Mossoró da apresentação do “Movimento Brasil 200”, pelo empresário Flávio Rocha, CEO do Grupo Riachuelo.

À saída do evento no Garbos Recepções e Eventos, conversou com o Blog Carlos Santos.

“Talvez sim, talvez não”. Suas palavras parecem refrão de algum xote, mas é uma resposta evasiva quanto a uma pergunta inicial direta e contundente:

– Você vai ingressar na política este ano como candidato?

Dorgival (na mesa oficial) admite participar de um projeto de mudança, mas freia qualquer decisão (Foto: Blog Carlos Santos)

Ele admitiu, confirmando informação coletada por esta página, que o deputado estadual Kelps Lima do Partido Solidariedade andou o sondando para ser candidato ao Senado, numa dobradinha com a ex-atleta olímpica Magnólia Figueiredo (que já é pré-candidata).

– A gente conversou – disse.

Também revelou que outros partidos já o sondaram com a mesma intenção de cooptá-lo à disputa eleitoral, mas o artista apesar de já ter cogitado entrar na política, segue reticente, refreando o apetite. Não há obsessão, que fique claro.

Destá

– A gente pensa em fazer algo, em colaborar com a terra da gente, com a cidade, com o estado, mas também pensa nas consequências, nas mudanças que a vida passa a ter – destacou.

Amigo do empresário Tião Couto (PSDB), ex-candidato a prefeito de Mossoró em 2016, atendeu convite para participar da apresentação do Movimento Brasil 200. Chegou a ser aplaudido pela numerosa plateia presente ao evento, compondo a mesa de “autoridades”.

Por enquanto, a política é um aspiração que pode se tornar uma inspiração na vida de Dorgival. Não uma vontade explícita de participar de algum projeto de mudança.

“Destá! A vida é isso e o mundo dá muitas voltas (…)”, diz um de seus grandes sucessos (veja AQUI). Quem sabe?

P.S – “Destá” é uma expressão popular cearense que é a aglutinação da expressão “deixe estar”.

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segunda-feira - 05/03/2018 - 14:40h
Mossoró

Secretário faz visita a Hospital Regional

Secretário de Estado da Saúde Pública (SESAP), George Antunes, está agora em visita ao Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM).

Ele inspeciona obras que vão oportunizar mais 20 leitos de UTI.

Também conversa sobre aquisição de novos equipamentos.

Oficializa entrega de monitores e 15 respiradores para UTI, além de climatização de enfermarias

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segunda-feira - 05/03/2018 - 11:42h
Eleições 2018

Briga por partido pode levar deputado e prefeita para fora do PP

Do Blog Thaísa Galvão

O grupo da prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini, pode perder o PP.

Ouvido ao chão: caciques sofrem

O que se sabe é que, via presidente nacional, senador piauiense Ciro Nogueira e deputado potiguar Fábio Faria (PSD), o partido sairá de Mossoró com um propósito: inviabilizar a formação da chapa do governadorável Fábio Dantas (sairá do PCdoB para o PSB).

Fábio estaria articulando com Rosalba e com o deputado federal Beto Rosado (PP), a indicação de um vice.

A tomada de partido faz parte da articulação contra a formação dessa chapa.

Ciro e Faria são amigos.

PTB

Os dois Fábios também eram.

A primeira investida seria para tomar o PSB, partido ao qual Fábio Dantas se filiará, mas a possibilidade ficou só no bate boca.

Caso perca o PP para o deputado federal Fábio Faria (PSD), o PTB poderá ser o caminho do grupo da prefeita Rosalba Ciarlini.

O deputado e vice-presidente Benito Gama já teria sido acionado.

Nota do Blog Carlos Santos – É, os tempos são outros…

Tanta gente poderosa tendo que correr atrás de partido, lutando para não perder o que possui, buscando a sobrevivência ou subsistência.

E tudo isso ocorre num tempo em que se fala tanto em mudança de hábito na política. Tudo poderá mudar para continuar do mesmo jeito.

Ouvido ao chão como bom índio Apache, Sioux, Comanche, Navajo, Cherokee ou Cheyenne. As novidades estão mais abaixo. Anote.

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segunda-feira - 05/03/2018 - 09:37h
Mossoró

Prefeitura promove mais uma milionária dispensa de licitação

A Prefeitura Municipal de Mossoró publica na nova edição do Jornal Oficial do Municipal, sob o número 449, mais uma “dispensa de licitação” milionária. A justificativa é que será realizado serviço “emergencial”

O valor chega a R$ 2.985,691,19 (Dois milhões novecentos e oitenta e cinco mil seiscentos e noventa e hum reais e dezenove centavos).

A empresa contratada é a Conceito Serviços Técnicos Eirelle – ME, de Euzébio (CE), representada na assinatura de contrato por Murilo Gonçalves Costa (procurador).

Essa terceirizada vai oferecer mão-de-obra (motorista, auxiliar de cozinha e auxiliar de serviços gerais) “em caráter emergencial, em razão do início das aulas do ano letivo de 2018”.

Em resumo: a dispensa decorre de algo previsto e corriqueiro e, não, de uma excepcionalidade. Todo ano tem início de ano letivo. Ou não?

A Conceito teve registro de abertura no dia 25 de maio de 2017 (ou seja, tem menos de um ano de vida), com o CNPJ 27.814.736/0001-50.

Em 1º de novembro do ano passado, a Conceito Serviços Técnicos Eirelle – ME já tinha ganho uma licitação no valor de R$ 428.196,48 (Quatrocentos e vinte oito mil cento e noventa e seis reais e quarenta e oito centavos) no âmbito da Câmara Municipal de Mossoró.

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segunda-feira - 05/03/2018 - 08:58h
Mossoró

Flávio Rocha apresenta Movimento Brasil 200 hoje

O “Movimento Brasil 200” será apresentado hoje (segunda-feira, 5) em mossoró.

O empresário Flávio Rocha fará palestra às 15hs no auditório do Garbos Recepções e Eventos, explicando a ideologia dessa mobilização da qual é  um dos artífices.

Ele defende propostas liberais para economia e política do Brasil.

A presença de Flávio em Mossoró foi desencadeada pelos empresários Tião Couto (PSDB) e Jorge do Rosário (PR).

Eles foram candidatos a prefeito e vice de Mossoró em 2016.

* Hoje pela manhã, Flávio e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles participam do evento Motores do Desenvolvimento do RN (veja AQUI) em Natal.

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segunda-feira - 05/03/2018 - 08:28h
Estadual 2018

Potiguar vence e empurra Baraúnas à porta do rebaixamento

Por Edinaldo Moreno

Até que os torcedores do Baraúnas ficaram esperançosos no primeiro tempo quando o time saiu na frente do Potiguar, mas no segundo tempo o fantasma do rebaixamento ficou mais presente e o caminho do Leão do Oeste deve ser mesmo a segunda divisão do Campeonato Estadual neste ano de 2018.

Baraúnas saiu na frente, mas maior volume e eficiência do Potiguar levaram alvirrubro à virada (Foto: Allan Phablo)

Na tarde/noite deste domingo, 4, o alvirrubro mossoroense venceu o tricolor por 3 a 1, de virada e afastou o risco de rebaixamento que ainda rondava o clube e deixou o rival com chances remotas de permanecer na elite do Estadual.

Em grande parte do jogo o Time Macho foi melhor do que o Baraúnas, mas saiu atrás do placar logo no início da etapa inicial.  O lateral-direito Everaldo cobrou falta o goleiro Jaime falhou e o zagueiro Selso mandou para o gol.

Os visitantes no clássico até que tentaram empatar ainda no primeiro tempo, mas só conseguiram igualar o placar aos 16 minutos do segundo tempo. Gilsinho arriscou de longe e fez um belo gol para empatar o clássico.

Virada e placar final

Melhor em campo o alvirrubro mossoroense chegou a virada aos 28 minutos. Após bela jogada de Romeu pelo lado direito, ele cruzou para a área e Sorriso mandou para o gol para delírio dos torcedores alvirrubros que começaram a gritar segunda divisão provocando a torcida rival.

O terceiro gol do Potiguar era somente questão de tempo e veio aos 37 minutos com outro golaço. Gabriel Maia arriscou de longe e acertou o ângulo direito da meta de Yuri.

O resultado deixa o Potiguar com quatro pontos ganhos no segundo turno da competição e 11 pontos na classificação geral. Do outro lado, o Baraúnas caminha célere para a segunda divisão do Estadual. O clube chega a terceira derrota seguida na Copa Rio Grande do Norte e tem somente um ponto no cômputo geral. O rebaixamento, agora, é uma questão de tempo.

A campanha tricolor neste certame é vexatória. Somando os dois turnos são dez jogos com nove derrotas e um empate, justamente contra o Potiguar no primeiro turno do Estadual.

As equipes voltam a campo na quinta-feira, 8. O Potiguar enfrenta o Força e Luz na Arena das Dunas, às 15 horas. No mesmo dia, só que às 20 horas, o Baraúnas recebe o Santa Cruz ainda sonhando em reverter o iminente rebaixamento.

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domingo - 04/03/2018 - 23:58h

Pensando bem…

“O melhor espelho é um velho amigo”.

George Herbet

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domingo - 04/03/2018 - 19:32h
Paraú

Chapa derrotada em 2016 vence eleições neste domingo

Olímpia e Márcio Harlan saíram vencedores (Foto: Clip Viip)

Por Maricélio Almeida e Blog Carlos Santos

A candidata Maria Olímpia (PP) venceu neste domingo (4), a eleição suplementar realizada no município de Paraú, na região Médio Oeste do Rio Grande do Norte. Com 100% das urnas apuradas, a progressista superou o adversário Flávio Nunes, o “Flavinho de Chico Sabiá” (PMDB) em 604 votos.

Conforme os dados disponibilizados pelo sistema Divulga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Olímpia e o seu companheiro de chapa, Márcio Harlan, o “Doutor Márcio” (DEM), da Coligação “Muda Paraú”, receberam no total, 2.091 votos, o que representa 58,44% do total de votos válidos. Já Flávio Nunes e Antônia Rozineide, a “Neide” (PSD), da Coligação “A Vontade do Povo”, foram votados por 1.487 eleitores (41,56%).

Votos brancos totalizaram 19 (0,52%), nulos 53 (1,45%) e abstenção no pleito suplementar alcançou 5,81%, ou seja, 225 eleitores.

A eleição em Paraú neste domingo foi realizada em virtude da cassação do prefeito Antonio Carlos Peixoto Nunes, o “Antônio de Narcísio” (PSD) e de sua vice Antônia de Oliveira (PR), condenados por abuso de poder econômico no pleito de 2016.

Volta por cima

A chapa vencedora de hoje teve 1.942 votos em 2016, ficando com 48,98% dos votos válidos. Foi engolida pela chapa Antônio de Narcísio-Antônia que somou 2.023 (51,02%) à ocasião.

No pleito deste domingo, o prefeito cassado estava no palanque adversário.

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domingo - 04/03/2018 - 17:22h
COLUNA DO HERZOG

O inimigo sem rosto do senador José Agripino

Por Carlos Santos

Tem-se divulgado como tese insofismável, que as eleições deste ano são divisoras de águas. E, ao mesmo tempo, o juízo final para uma manada de políticos da esquerda à direita e vice-versa.

No Rio Grande do Norte, quase nenhum político está tranquilo quanto ao pleito que se avizinha. Há tensão quanto ao chamado “veredicto das urnas”.

"Jô-sé", como soletradamente o tratava seu pai Tarcísio Maia, é um dos políticos mais influentes do país (Foto: arquivo DEM)

Na verdade, urna não julga. Nem pune nem inocenta. Isso é pura retórica; coisa de falastrão politiqueiro que nomeia a massa-gente inorgânica para prolatar sentença que não lhe cabe.

Mas é visível que o pleito que se aproxima é a luta por um mandato de sobrevida ou a morte severina para muito figurão. Não há meio-termo à vista.

O senador José Agripino (DEM), 72 anos (23 de maio de 1945), está no índex dos nomes mais questionados e a perigo de não-reeleição. Nem assim está fora do páreo. Quem quiser que corra atrás.

Sua sobrevivência até aqui é por si só um feito. A projeção nacional como um dos políticos mais articulados e influentes do país, supera em muito o que se preconizava para ele no final dos anos 70, quando ascendeu como prefeito indireto do Natal.

Agripino, de uma linhagem familiar com história no Rio Grande do Norte e Paraíba, é um espécime que escapou da era PT-Lula. Foi um rara liderança do PFL (hoje, DEM) a sobreviver à feroz poda petista.

Agora, o desafio não é contra PT, Alves (antigos e ex-antagonistas) ou qualquer “novidade”. Enfrenta um inimigo sem rosto e revoltado, que prega mudança, parece querer algo diferente, mas até aqui não passa de um espectro.

Seu maior inimigo é um só: o povo.

PRIMEIRA PÁGINA

A migração do vice-governador dissidente Fábio Dantas do PCdoB para o PSB é comemorado pelo grupo da ex-deputada federal e vereadora Sandra Rosado (PSB) e da deputada estadual Larissa Rosado (PSB). Luz no fim do túnel para sobrevivência política do rosadismo. Há tempos que ambas retrocederam de desembarque no MDB, como era compromisso firmado desde a pré-campanha de 2016. A prisão do líder Henrique Alves e outros fatores pesaram no freio.

Conseguir informações no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF), em Recife-PE, sobre processos relacionados a políticos potiguares, é uma tarefa hercúlea. Além do Labirinto de Creta do seu portal, também existem outras barreiras. Temos que recorrer a advogados até de outros estados, como intermediários, na busca de dados mais seguros.

Gustavo prestigiou Izabel no evento da "Rosa" (Foto: Web)

O deputado estadual Gustavo Fernandes (MDB) apareceu na Câmara Municipal de Mossoró na quarta-feira (28) à tarde, para leitura da mensagem anual da prefeita Rosalba Ciarlini (PP). Ninguém imagine que tenha sido para prestigiá-la. Na verdade, o parlamentar é um nome que pode ser apoiado em Mossoró à reeleição pelo grupo da presidente da Casa, Izabel Montenegro (MDB), em detrimento do escolhido pela prefeita. A vereadora já mandou recado ao rosalbismo no inicio do ano (Leia: Prioridade de Izabel é o MDB e não Rosalba).

O governador Robinson Faria (PSD) não pode ficar amuado com a escapulida do seu vice Fábio Dantas (PCdoB) para a oposição e com o projeto que anuncia, de se candidatar ao governo. Robinson fez o mesmo em relação à então governadora Rosalba Ciarlini (DEM) em 2014. Quatro anos antes (2010), a “vítima” já tinha sido Wilma de Faria (PSB), que não o escolheu para sucedê-la, mas optou por Iberê Ferreira (PSB). Presidente da Assembleia, ele passou a travar matérias do interesse do final das gestões Wilma-Iberê, além de compor chapa com Rosalba ao governo estadual, na condição de vice. A história se repete, como farsa ou como tragédia, mas se repete.

A ex-primeira dama do estado e secretária de Estado do Trabalho e Ação Social (SETHAS) Julianne Faria (sem partido) teve sua imagem falseada em redes sociais. Criaram um endereço utilizando sua foto e nome, criminosamente.

A prefeita mossoroense Rosalba Ciarlini (PP) superou-se na quarta-feira (28), ao admitir ter o dom da onisciência, algo divino. Fitou olhos na direção de vereadores da oposição, em especial Petras Vinícius (DEM), e passou o ‘batido’ nos parlamentares. Avisou que não havia necessidade de eles fiscalizarem equipamentos públicos da saúde, escola e de outros setores. Segundo a prefeita, nada lhe escapa. “Eu sei de tudo!” Torcer para que ao aparecer outra denúncia, ela não encarne o ex-presidente Lula da Silva (PT) e sua defesa-clichê: “Eu não sabia de nada!”

Rosalba: poder divino. "Sabe de tudo" (Foto: Web)

A vereadora grossense Clorisa Linhares (PSDB), prefeito natalense Carlos Eduardo Alves (PDT), governador Robinson Faria (PSD), vice-governador Fábio Dantas (a caminho do PSB) e senadora Fátima Bezerra (PT) são pré-candidatos “certos” à disputa ao governo do RN em 2018. Outros virão, provavelmente. Mas não estranhe que tenhamos desistência (as) antes das convenções partidárias até 5 de agosto. Anote, por favor.

O anúncio (veja AQUI) no sábado (3) da candidatura do ex-candidato a prefeito de Mossoró Gutemberg Dias (PCdoB), à Assembleia Legislativa, antecipa que será ainda mais pulverizada a votação no município nessa faixa de disputa. Em 2014, o nome mais votado foi Larissa Rosado (PSB), que empalmou 24.585 (23,38%) votos, algo difícil de se repetir com ela ou outro disputante em 2018. Em 2014, Mossoró não teve um único candidato nativo eleito ou reeleito à Assembleia Legislativa. Nessa mesma eleição, 209 candidatos a deputado estadual foram votados em Mossoró. De Larissa (campeã de votos) a 25 ‘concorrentes’ que obtiveram apenas “um voto”. Leia tambémVários fatores pesam para frear votações expressivas que publicamos dia 20 de novembro do ano passado.

Em 2014, o senador José Agripino (DEM) precisou priorizar a chapa proporcional (em especial a reeleição do filho Felipe Maia-DEM à Câmara Federal), em detrimento do projeto de reeleição (dificílima) da então governadora Rosalba Ciarlini (DEM, hoje no PP). Agora em 2018, o governador Robinson Faria (PSD) também vive a dificuldade de levar o filho Fábio Faria (PSD) à reeleição à Câmara Federal. Ser ou não ser candidato a reeleição? Eis a questão.

Apesar de estar preso na Academia da Polícia Militar do RN desde 6 de junho do ano passado, o ex-deputado federal Henrique Alves (MDB) não está distante e sem ser ouvido em relação à campanha eleitoral 2018. Ele continua sendo a maior liderança do seu grupo, mesmo que manietado em boa parte por essa situação delicada.

EM PAUTA

Arcanjo – A sexta-feira (2) à noite foi um momento mágico na vida do escritor Clauder Arcanjo. Infelizmente não pude prestigiá-lo pessoalmente, mas reitero meu aplauso por sua posse na Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL). Parabéns, meu caro. Leia: Clauder Arcanjo na Academia.

Academia Norte-rio-grandense de Letras recebeu Clauder Arcanjo na última sexta-feira (Foto: cedida)

Gentil – O Grupo Gentil de Natal, que é controlador da rede O Boticário em Mossoró e outros municípios na região, vai inaugurar na próxima quinta-feira (8), às 16h, sua loja-âncora na cidade, à Praça Rodolfo Fernandes. O Sexteto do Instituto Gentil e o grupo de dança Diocecena vão abrilhantar o evento. Obrigado pelo convite.

Vinho – A Festa do Vinho de São Miguel está definida em mais uma versão. Acontecerá no Vila Nova Club no dia 29 de março.

Carnapau – Está no ar o site do Carnapau 2018, em sua 13ª edição, que acontecerá de 6 a 8 de julho. Pode acessar clicando AQUI. O evento promete ser um dos mais marcantes de sua história.

Valéria Oliveira – A cantora natalense Valéria Oliveira vai se apresentar em Parnamirim e Caicó. Os shows vão acontecer respectivamente nos dias 16 e 23. “Mirá” é o título do espetáculo musical.

Valéria: boa música (Foto: Web)

Palavras – O projeto da trupe Casa das Palavras estará em Caicó nos dias 15 e 16 deste mês. É o terceiro ano consecutivo. Oficinas de Teatro, Mamulengo e Grafite farão parte da programação no Teatro Adjuto Dias. Tudo gratuito e com inscrições no próprio teatro.

Serras – As cidades de Martins e Portalegre estão dividindo as atenções na região Oeste nesse inicio de ano, em meio à expectativa de bom inverno. Chuvas e clima suíço atraem públicos numerosos. Tem melhorado também programações diversas, que agregam valor, além do sistema hoteleiro. Quantas às belezas naturais, elas estão ainda mais encantadoras nesse período.

Uern do Brasil – Você sabia que 89% dos estudantes da Universidade do Estado do RN (UERN) são oriundos de escolas públicas? Você sabia que 92% de seus pais não tiveram acesso ao ensino superior? Não saber ajuda a formar um juízo de valor depreciativo da Uern do Brasil.

SÓ PRA CONTRARIAR

Escrever é o meu lazer. Se fosse para escrever o que interessa ao status quo, seria a diversão deles.

GERAIS…GERAIS…GERAIS

A impressão que fica, circulando de carro em Natal, é de maior dificuldade de tráfego à medida que são feitas obras justamente com o propósito de melhorá-lo. Coisa de louco.

Até quando os banheiros da Praça da Convivência serão tratados como a latrina da cidade de Mossoró? Por mais que alguns permissionários desse logradouro invistam, a municipalidade precisa saber que esse equipamento é público e referência da boa ou má gestão estatal. Se lá tudo fede, fede muito mais a gestão municipal. Argh!

Obrigado à leitura do Nosso BlogGlauber Diniz (Natal), Teresa Almeida (Currais Novos) e Francisco Nóbrega (Mossoró).

Veja a Coluna do Herzog do domingo (25/02) passado, clicando AQUI.

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domingo - 04/03/2018 - 11:42h

O poder é inebriante

Por Odemirton Filho

Desde sempre o homem busca o poder.

Nas suas múltiplas relações sociais há um desejo imanente de impor sua vontade. Por conseguinte, em perfeita simbiose, o sabor dos privilégios conjuga-se ao poder como se fossem parte da natureza humana.

Sob vários aspectos podemos discorrer sobre o poder. Em clássica lição Max Weber assim o conceitua:

“A probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo que contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade”.

Por seu turno, privilégio pode ser conceituado como uma “condição de vantagem atribuída à uma pessoa ou grupo em comparação aos demais”.No Brasil, de ontem e hoje, grupos dominantes se revezam no Poder, em uma clara demonstração que a manutenção dessa situação lhes é cara.

Não há alternância. Deste modo, a perpetuação de grupos políticos se revela nada republicana. Se fecham para evitar que novos nomes apareçam no cenário eleitoral.

Diz Raymundo Faoro em ‘Os donos do poder’, sua obra de maior fôlego:

“Sobre a sociedade, acima das classes, uma camada social, comunitária, articulada, amorfa muitas vezes, impera, rege e governa, em nome próprio, num círculo impermeável de comando”.

Assim, chegam a confundir o público e o privado.  Usam das benesses do Poder para satisfazer sua vontade.  A impunidade, para eles, são favas contadas.

É certo, todavia, que há aqueles que possuem espírito público e que conduzem a “res publica” com denodo. Mas o sistema os impede de implementar mudanças estruturais.

Na República brasileira existem aqueles que agem como se estivesse sobre a lei, com privilégios e vantagens que não querem abrir mão. Para isso fazem toda espécie de contorcionismos jurídicos e interpretações para colocar o sistema jurídico em seu favor.

De se acrescentar que a sociedade tem sua parcela de culpa. Fica, no mais das vezes, apática diante do que acontece. Nas palavras de Lima Barreto: “o Brasil não tem povo, tem público”.

O “jeitinho brasileiro” é sinônimo de esperteza no dia a dia. Muitos não votam por propostas ou ideologia, exigem como condição uma dádiva ou um favor. O escambo eleitoral torna-se lugar-comum.

Assim, há muito tempo caminhamos da seguinte forma: uma minoria inebria-se com o poder, regado a inúmeros privilégios, com a cumplicidade de todos nós, sociedade.

Odemirton Filho é professor e oficial de Justiça

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domingo - 04/03/2018 - 10:38h
"Paz Pública"

Primeiro “acordão” Alves-Maias completa 40 anos em 2018

Aliança entre os grupos de Tarcísio Maia e Aluízio Alves mudou rumo político e pode se repetir este ano

Acordos e desacordos marcaram Aluízio Alves, Tarcísio Maia, Dinarte Mariz e Lavoisier Maia na "Paz Pública" (Foto: reprodução)

Por Tiago Rebolo (Do Agora RN)

As duas famílias políticas mais tradicionais do Rio Grande do Norte deverão repetir nas eleições deste ano uma aliança nada original. Juntos mais uma vez, os Alves e os Maia – desta vez, representados pelos senadores Garibaldi Filho e José Agripino, além do prefeito Carlos Eduardo, que pretendem ser candidatos – planejam reeditar no pleito de outubro (ver box) uma prática que tem origem em quatro décadas atrás.

Há exatos 40 anos, as duas famílias decidiam convergir pela primeira vez os interesses, mudando a configuração política do estado dali em diante.

Conhecido como “Paz Pública”, o fenômeno chama a atenção de cientistas políticos e historiadores. É o caso do professor Sérgio Trindade, que se debruça sobre o tema há vinte anos. O pesquisador conta que a união entre as famílias Alves e Maia em 1978 provocou alterações significativas no quadro político.

“Com o resultado das eleições, houve uma reformulação na política estadual, tendo em vista que ‘novas’ lideranças políticas surgiram, outras decaíram e outras, ainda, ‘ressurgiram’ após anos de ostracismo”, conta o historiador, lembrando ainda que a “Paz Pública” coincidiu com a abertura democrática do país.

Entenda a história

Em 1978, conta Trindade, com o sistema bipartidário, as principais lideranças políticas do estado estavam na Arena (Aliança Renovadora Nacional) e no MDB (Movimento Democrático Brasileiro). O MDB, que fazia oposição ao governo militar, era o reduto da família Alves; enquanto que a Arena tinha o senador Dinarte Mariz, que dominava a política potiguar até então, e a emergente família Maia.

Naquele ano, percebendo o avanço do MDB principalmente em Natal, o governador arenista Tarcísio Maia decidiu arquitetar uma manobra para evitar surpresas na eleição para o Senado, já que quatro anos antes o feirante Agenor Maria havia derrotado o candidato da Arena, Djalma Marinho, refletindo uma tendência nacional, que era de perda de capital político dos adeptos ao regime militar.

Sérgio Trindade mostra mudanças (Foto: José Aldenir - Agora Imagens)

Apenas uma vaga para o Senado estava em disputa em 1978, já que Dinarte Mariz, mais alinhado com o governo central, seria nomeado “senador biônico” (eleito indiretamente) e Agenor Maria tinha mandato até 1983.

A Arena, que vinha de uma cisão interna gerada nas eleições indiretas de 1974 (que resultou na nomeação de Tarcísio Maia para o Governo do Estado, para a insatisfação de Dinarte Mariz), não tinha consenso em torno de um nome. O empresário Jessé Freire era a preferência do governador Tarcísio, mas Dinarte não o apoiava. Foi então que o governador foi buscar o apoio da família Alves, rival de Mariz, para vencer a disputa.

“Tarcísio se aproximou de Aluízio e conseguiu fazer com que a família Alves apoiasse Jessé. Isso é a Paz Pública”, registra o professor.

O historiador lembra que Aluízio Alves (que foi governador até 1969, quando foi cassado pelo regime militar) decidiu aderir à candidatura de Jessé Freire em detrimento do candidato do seu próprio partido (MDB), o também empresário Radir Pereira. Em troca, os Alves puderam indicar o vice do futuro governador Lavoisier Maia: o empresário Geraldo Melo.

O curioso na história é que Radir Pereira também recebeu apoio dos “adversários”. Setores da Arena ligados a Dinarte Mariz descontentes com a candidatura de Jessé Freire decidiram apoiar o nome do MDB. Além de Jessé, esses arenistas não engoliam a vitória de Tarcísio Maia na indicação do sucessor para o Governo, que acabou sendo Lavoisier Maia, em detrimento de Dix-Huit Rosado, apoiado por Mariz.

A estratégia de Tarcísio, no final das contas, após uma campanha agressiva, foi vitoriosa. No dia 15 de novembro de 1978, aproximadamente 710 mil eleitores foram às urnas no Rio Grande do Norte, e Jessé Freire venceu Radir Pereira com 76 mil votos de maioria. O professor Sérgio Trindade frisa que, após isso, Tarcísio ganhou mais protagonismo, e Dinarte Mariz (que viria a morrer em 1984, durante mandato de senador) começou a declinar.

“Quem emerge como força política após a eleição de Jessé Freire é Tarcísio Maia, já que a estratégia eleitoral foi dele. E, além disso, temos a volta de Aluízio Alves à vida pública, dez anos após sua cassação pelo regime militar. Foi a maior aliança política feita no RN desde 1954, quando a UDN e o PSD se uniram para eleger Dinarte Mariz e Georgino Avelino. Combinou as forças da Arena no interior e a liderança de Aluízio na capital”, completa o professor.

União desfeita em 1982

Pesquisador do assunto, o professor Sérgio Trindade registra que a “Paz Pública” articulada por Tarcísio Maia (vide página ao lado) tinha, além da eleição de Jessé Freire em 1978, outro objetivo que acabou prejudicando a aliança com os Alves nos anos seguintes. Tarcísio queria, na verdade, diminuir a influência da família “aliada” em Natal e se tornar a grande força política do estado, ocupando o espaço deixado por Dinarte Mariz.

O historiador relata que Tarcísio havia indicado Lavoisier para sua sucessão desde que o novo governante nomeasse o engenheiro José Agripino Maia para o cargo de prefeito de Natal. “Por que Natal? Porque, para os Maia, era necessário obter um determinado número de votos na capital para cobrir a diferença que existia em relação à liderança dos Alves. Daí, José Agripino acaba sendo nomeado, faz uma gestão na Prefeitura com apoio do Governo do Estado e se fortalece para ser candidato a governador em 1982”.

É neste momento em que a aliança entre os Alves e Maia feita quatro anos antes se enfraquece.

Campanha de 1982- Carlos Alberto de Sousa, Lavoisier Maia, Tarcísio Maia e José Agripino Maia em comício (Foto: reprodução)

“Agripino disputa contra Aluízio em 1982 e é eleito. Os Alves, então, foram traídos ao firmarem a aliança lá atrás. Agnelo Alves (ex-prefeito de Natal e Parnamirim) dizia que, não fosse Tancredo Neves, a família Alves tinha se acabado politicamente. Isso porque Tancredo, quando eleito governador de Minas Gerais, chamou Aluízio para trabalhar como secretário. Depois, quando Tancredo se elegeu presidente, Aluízio se tornou ministro”, diz o professor, acrescentando que, a partir disso, outros membros da família Alves conseguiram ter êxito na política.

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domingo - 04/03/2018 - 09:34h

Clauder Arcanjo na Academia

Por David Leite

“Como Pedro por su casa” é um adágio popular espanhol. Emprega-se quando se quer dizer que alguém mostra muita familiaridade em um lugar ou situação com que se depara. E é assim que vemos a chegada do escritor Clauder Arcanjo à Academia Norte-rio-grandense de Letras (ANL).

Alguns predicados nos marcam, ou, dito de outra forma, alguns matizes delineiam nossa silhueta. Arrisco dizer que três características esboçam o perfil de Clauder Arcanjo: a família, a vida profissional e a literatura.

No aspecto familiar, além das constantes referências aos ensinamentos dos pais e irmãos, sabemos, sobejamente, o amor que ele devota à sua Biscuí e aos três queridos filhos. No campo profissional, a sólida e profícua carreira na Petrobras denota o esmero e a determinação que lhe movem. E a literatura? Como escrever acerca de Clauder e a literatura? Multifacetado, Clauder escreve prosa e poesia.

Sua estreia deu-se como resenhista, sob o pseudônimo de Carlos Meireles. E, nessa condição, sustentou coluna-resenha tanto na revista de humor e cultura Papangu como nos jornais locais. Por sinal, tão vasto material ainda se tornará livro. Aguardemos, pois.

Na qualidade de contista, estreou, em livro, com Licânia (Sarau das Letras, 2007). Para Clauder, Licânia é uma espécie de Macondo ou Pasárgada, de onde ele extrai os melhores caldos para as suas fabulações. Abrolham personagens e enredos que já renderam outros livros no mesmo gênero.

Na crônica, Clauder Arcanjo também deita e rola. O estimado Manoel Onofre Jr., sempre que possível, comenta o seu apreço por Uma garça no asfalto (Letra-Selvagem, 2014), considerando-o uma referência. E, dito por Manoel Onofre, nem carece dizer que qualquer comentário é revestido de forte embasamento e análise acurada. Outras obras se seguiram: Lápis nas veias (pequenos contos), Novenário de espinhos (poemas), Pílulas para o silêncio (aforismos, obra bilíngue), Cambono (romance), Separação (contos). Sem mencionar as obras em participação.

Poderíamos abordar outras tantas facetas de Clauder e sua relação com a literatura: o programa Pedagogia da Gestão; a confraria literária Café & Poesia, os Bibliófilos de Licânia, etc. Porém, tenho que confessar a “parcialidade” em priorizar comentário sobre a editora Sarau das Letras.

A aparição da Sarau das Letras deu-se em 2005, fruto do sonho de dotar a cidade de mais um instrumento de apoio aos novos escritores que desejavam publicar as suas obras. E, diga-se de passagem, abraçamos a “causa editorial”, sem largamos as nossas atividades profissionais, considerando que nossas ações eram (e são) sem fins lucrativos, movidos tão só pelo sonho de fomentar e incentivar o segmento literário local.

A Sarau das Letras que, de início, pensávamos que iria atuar junto aos escritores mossoroenses, logo alargou seu campo de atuação por todo o Rio Grande do Norte. E, numa etapa posterior, começou a ser procurada por escritores de outros estados brasileiros, desejosos de publicar pela editora potiguar.

Vale destacar que, com doze anos de existência, a Sarau já ultrapassou a marca de 210 (duzentos e dez) títulos publicados; sem contar com nenhum recurso público, como gostamos de frisar. Merece destaque o fato da editora ter ultrapassado as fronteiras brasileiras e firmado parceria com a Trilce Ediciones, editora espanhola, onde lançou obras bilíngues de escritores potiguares. Como, também, já conta com publicação bilíngue em solo argentino.

Em 2015, quando das festividades de dez anos da Sarau das Letras, tomamos duas iniciativas: lançamos um livro comemorativo, intitulado Sarau das Letras: Entrevistas com Escritores, e deliberamos a formação de um Conselho Editorial, assim composto: Alfredo Pérez Alencart, Ângela Maria Rodrigues de Oliveira Pereira Gurgel, David de Medeiros Leite, Kalliane Sibelli de Amorim Oliveira, Lilia Maria Machado Souza, Manoel Onofre Júnior e Raimundo Antonio de Souza Lopes. Ficando Clauder Arcanjo responsável pela diretoria-executiva da Sarau das Letras.

Por tudo isso, Clauder Arcanjo – detentor de uma linguagem “revestida de muitos elementos do imaginário poético”, segundo o escritor, professor e crítico literário Paulo de Tarso Pardal – toma assento, com méritos, na Cadeira Nº 12, da Academia Norte-rio-grandense de Letras. Cadeira essa que tem como patrono o jurista Amaro Cavalcanti, sendo seu primeiro ocupante o ex-governador Juvenal Lamartine. Sequencialmente ocupada por Veríssimo de Melo, Oswaldo Lamartine de Faria e Paulo Bezerra, nosso saudoso Paulo Balá.

Com a posse de Clauder Arcanjo na Casa de Cascudo, a literatura sente-se valorizada e a cultura potiguar enaltecida.

David Leite é professor da Uern, escritor e membro da Academia Mossoroense de Letras (AMOL)

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domingo - 04/03/2018 - 09:04h

Federação sem descarga

Por François Silvestre

“Como se define o Brasil, de sistema e regime político”? Respondi: “Denomina-se República Federativa do Brasil”. Foi Paulo Macedo quem me fez essa pergunta e questionou minha resposta. “Essa conceituação guarda sintonia com a realidade”?

“Não guarda”! Foi minha resposta. Aí ele me provocou: “Então escreva sobre isso”. Fá-lo-ei, como diria Jânio.

O que significa “república”? Coisa de todos. Nesse sentido não há repúblicas no mundo. Nenhum país do mundo é propriedade do seu povo. E “povo” é apenas uma abstração retórica. O que há são populações desapropriadas das suas pátrias. Umas mais, outras menos. O Brasil é escancaradamente uma propriedade de pouquíssimos.

Basta observar os principais “bens públicos”. Educação, saúde e segurança. No caso da segurança nem os pouquíssimos proprietários a possuem. Pois vez ou outra precisam sair das casas protegidas ou dos carros blindados.

O Brasil só é república na desgraça. Na vida social, econômica, salarial, de laser e cultura, de serviços públicos, o país é uma reprivada. Coisa de poucos. República? Nem teórica.

Federativa? Nunca foi. O que é uma federação? É uma União politicamente organizada, com entes federados constitucionalmente autônomos, os Estados, divididos em Municípios administrativamente independentes, com dignidade financeira.

Em qual desses tópicos se enquadra o Brasil? Nenhum. As constituições estaduais não são sequer citadas nas Ações em que os Estados figuram, ativa ou passivamente. Acima da legislação estadual há inúmeras instâncias federais, todas com competência reformadora.

Sem Estados autônomos não há federação. O Senado, inútil, representa o inexistente.

E os Municípios? Possuem independência administrativa e dignidade financeira? Pobres mendigos de porta de mercados. Com sua baciazinha de queijo do reino, que foi comido por algum desconhecido, de cujo gosto o mendicante nem sente o cheiro. Dependentes e lisos.

A única federação que o Brasil conheceu foi num intervalo da primeira república. Federação de dois Estados, que por força da aristocracia agropecuária fez de São Paulo e Minas Gerais os donos da União.

Reprivada sem descarga e desfederada é o que somos; com todos os sentidos que a expressão comporta. Do nome, sobra a homenagem à tintura do pau: Brasil.

Saída? Uma Constituinte originária e exclusiva, sem qualquer amarra com a desordem vigente. Recepcionando apenas as conquistas libertárias e sociais, que não saíram do papel.

Ou então se repristine a Constituição de 1946, acrescida do artigo 5º da carta de 88. Sem medo de enfrentar as castas estabelecidas e calcificadas. Essa bagunça institucional serve ao corporativismo e ignora a sociedade, que as corporações dizem defender. Só dizem, e defendem-se a si mesmas.

Té mais.

François Silvestre é escritor

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domingo - 04/03/2018 - 08:28h

Brasília – a dança das cadeiras

Por Paulo Linhares

Um estouro de boiada ou, mais precisamente, um velho caminhão sem freio a desembestar ladeira abaixo, são as imagens mais aproximadas que vêm à mente quando o assunto é o governo Temer. No entanto, enquanto chão de vivência do poder, o cotidiano dos gabinetes brasiliense segue o ritmo daquela brincadeira infantil chamada “dança das cadeiras”.

Para reavivar as lembranças da infância, esse jogo  consiste na formação  de uma roda de cadeiras e outra de pessoas, em que o número de cadeiras deve ser sempre um a menos. Toca-se uma música animada. Quando a música parar, todos devem sentar em alguma cadeira. Quem não conseguir sentar, é eliminado e tira-se mais uma cadeira. Ganha quem sentar na última cadeira disponível.

Na realidade de Brasília, as cadeiras são os postos de comando da alta burocracia federal e as pessoas os tantos pretendentes a cargos que se aboletam em azeitadas máquinas partidárias.

A música variada, tanto pode ser o circunspecto Hino Nacional, o ‘Moonwalker’ de Michael Jackson, uma ária de Puccini, o ‘Que Tiro Foi Esse?’ da funkeira Jojo Todynho ou, em derradeiríssima hipótese, valem mesmo essas coisas da moda que são as politicamente corretas ‘ladainhas’ da Lava Jato, recheadas de delações premiadas e outras atrocidades do ramo, seja na versão da banda do STF ou no ritmo curitibano do califa Sérgio Moro e seus dellagnolzinhos amestrados. Pode nem sempre ser assim tão animado, mas, que dá ‘rolo’ isso dá…

A última rodada de acontecências brasilienses (algo a ver com aquela estrofe da Acontecência, de Jorge Vercillo: “Não importa a hora que terei de acordar amanhã/Tudo é ver seu respirar, acelerar, desenfreado/Seu discurso em meu ouvido vai arrebatar qualquer eleição…”), o dernier cri nos jornalões e netuorques tupiniquins, é a criação do decantado Ministério da Segurança Pública.  Aí, sem menor sombra de dúvida, o mordomo do soturno Palácio da Alvorada, ‘seo’ Michel Temer, se superou.

Embora acossado por um rosário de fiascos políticos e econômicos, além de uma avalanche de processos judiciais, Temer ensaia a pretensão de ser candidato à eleição presidencial deste 2018. Em especial porque sabe – e ele é um político muito ladino – que se Lula for impedido de disputar, o que restar é tudo ‘japonês’, tudo igual, de modo que aumentam exponencialmente as suas chances de manter, por mais quatro anos, os seus velhos glúteos chantados na curul presidencial.

Para isso, contudo, algo relevante – e bem visível político-eleitoralmente! – precisava ser feito. Para que o ‘efeito de demonstração’ fosse completo, com a produção de um fenômeno das influências recíprocas entre meios distantes, Temer, com primeiro movimento, decretou uma polêmica intervenção parcial no combalido Estado do Rio de Janeiro, focada no caótico segmento da segurança pública; num segundo movimento, sacou do bolso do colete à criação  de mais um desses mastodontes da Administração federal: nasce o Ministério Extraordinário da Segurança Pública, que engloba o DPF (Departamento de Polícia Federal) a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), o Conasp (Conselho Nacional de Segurança Pública), o CNPCP (Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária) e a Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública). Estranho é que todos esses organismos existem e estavam congregados já no Ministério da Justiça.

O novel Ministério, segundo a letra de Medida Provisória que o instituiu, tem como competência “coordenar e promover a integração da segurança pública em todo o território nacional em cooperação com os demais entes federativos“.

Apesar do mortal esvaziamento do Ministério da Justiça e Cidadania (MJC), literalmente reduzido. “Extrato de pó de traque”, um resignado dr. Torquato Jardim, atual titular da pasta, disse que  “continuará trabalhando 14 horas por dia“. Em que mesmo não se sabe ao certo. Ora, para ele rigorosamente apenas restou o imponente Palácio Raimundo Faoro, aquela estrutura moderno-gótica desenhada pelo genial Niemayer, cuja fachada se caracteriza pelo desalinhado conjunto de cascatas artificiais que correm por calhas de concreto e caem num vistoso espelho d’água.

Brincadeira à parte – afinal, trata-se aqui de ‘danças das cadeiras’… – o MJC ainda ficou com a Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), Secretaria Nacional de Justiça (SNJ) e o Arquivo Nacional. Poucas e não menos bolorentas emoções para o operoso dr. Jardim. Aliás, à exceção do Senad e do SNJ, todos os outros têm estruturas e funcionamentos autônomos em face do MJC.

A gestão do novo rebento incrustado no gigantesco organograma do Governo Federal ficou a cargo de Raul Belens Jungmann Pinto, pernambucano e de ascendência germânica pelo lado paterno, deputado federal e ex-ocupante de várias pastas ministeriais, inclusive, o Ministério da Defesa no atual governo Temer, com inegável êxito.

A tarefa de Jungmann, todavia, não será assim tão simples, a começar pelo clima de guerra civil que se observa em quase todos os grandes centros urbanos brasileiros, a exemplo do Rio de Janeiro, aliado às dificuldades materiais de seu enfrentamento decorrentes da grave crise fiscal por que passam os Estados e Municípios deste país. Falta dinheiro para quase tudo, inclusive, para segurança pública.

Por fim, essa dança de cadeiras do governo Temer, todavia, afigura-se mesmo com um exercício de inutilidades. Ora, sem dúvida foi desnecessária a criação de mais um ministério: bastaria transformar o Ministério da Justiça e Cidadania em Ministério da Justiça e Segurança Pública, a ser gerido por Raul Jungmann. E se Torquato Jardim não fosse ‘encaixável’ no Ministério da Defesa, e não parece ser, ficaria sem cadeira nessa dança do poder, nestes tempos bicudos.

Simples assim.

Paulo Linhares é professor e advogado

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domingo - 04/03/2018 - 04:10h

Controlar ou ser controlado

Por Honório de Medeiros

Não é fácil compreender que o capitalismo é um subsistema (um fato), e o socialismo uma ideologia. A outra face ideológica do socialismo é o liberalismo, mas ambos são produto do subsistema que é o capitalismo.

O capitalismo, que é um fato, como dito acima, engendra soluções adaptativas para se manter e/ou ampliar seu espaço. Uma delas é a criação de instrumentos ideológicos, como o Estado, por intermédio dos quais os homens são manipulados em suas circunstâncias de vida específicas.

Tampouco é fácil compreender a ontologia de um sistema.

Desde a “Teoria Geral dos Sistemas”, de Ludwig von Bertanlaffy, que “a besta”, como ele a denomina, preenche o tempo dos estudiosos de todos os campos do conhecimento, desde a virologia à linguagem de programação dos computadores quânticos, passando pelas ciências ditas sociais. Embora compreender o que é um sistema não seja fácil, não é tão difícil perceber que tudo quanto nos cerca é uma realidade em processo, um sistema dinâmico.

Basta ler, por exemplo, “Emergence (The Connected Lives of Ants, Brains, Cities and Software)” de Steven Johnson, que a tradutora optou por traduzir como “Emergência (A dinâmica de rede em formigas, cérebros, cidades e softwares).

Do quê trata Johnson em seu livro?

Em síntese: do surgimento de complexos sistemas adaptativos, tais como formigueiros, cérebros, cidades, softwares, e assim por diante.

“O que une esses diferentes fenômenos é uma forma e um padrão recorrentes: uma rede de auto-organização, de agentes dessemelhantes que inadvertidamente criam uma ordem de nível mais alto”, diz ele. Leia De formigas, cérebros, cidades e softwares, no qual faço um resumo da obra de Johnson.

Ele chama esse tipo de “surgimento”, no qual um organismo complexo pode se aparecer sem que haja um líder para planejar e dar ordens, sem hierarquia e comando, via a “mão invisível e fantasmagórica da auto-organização”, de “comportamento emergente”.

As raízes dessa densa teoria repousa no solo fértil do pensamento de Adam Smith, Charles Darwin, Alan Turing e, embora não citado pelo autor, Ilya Prigogine e sua teoria do caos e do atractor. E, claro, Richard Dawkins e seu antológico último capítulo de “O Gene Egoísta”, no qual propõe a teoria do “meme” que, por si só, é um “meme”, esse inesperado momento zero do surgimento de um novo subsistema cultural dentro de outro maior.

Pois bem, enquanto tais discussões ocupam o tempo e o pensamento da vanguarda da ciência, os homens ainda se ocupam em tentar firmar um debate de natureza ideológica entre socialismo e capitalismo. Nada mais arcaico.

Aliás, nada tão arcaico quanto a produção intelectual na área de ciências sociais. Ou ciências humanas.

Mal sabem eles que a apropriação da mais-valia produzida pelo homem, esse fato inerente ao subsistema capitalista, existe sob qualquer ideologia, sob qualquer bandeira, sob qualquer credo.

O que difere, de um para o outro, é o conto-da-carochinha com o homem que será enganado por aqueles que pensam controlar as circunstâncias, a realidade, quando na verdade por elas são controlados.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN

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domingo - 04/03/2018 - 03:30h

Uma mensagem com foco no passado, sem pautar o futuro

Por Gutemberg Dias

No último dia 28 de fevereiro a prefeita Rosalba Ciarlini (PP), diga-se de passagem, atrasando em mais de uma semana o início do ano legislativo na Câmara Municipal de Mossoró, fez a leitura da mensagem anual do executivo aos vereadores e, também, à sociedade.

A mensagem não trouxe nada de novo do que a prefeita vem alardeando nos meios de comunicação. Na verdade, não trouxe nada. É um vácuo, inclusive muito distante do seu Programa de Governo apresentado em campanha

Se pararmos para analisar bem a mensagem, dá para enxergar uma sequência de três blocos de argumentação. No primeiro, a prefeita centra o olhar no retrovisor; o segundo, faz uma apresentação do que teria executado no primeiro ano de governo; o terceiro, ensaia expor algumas ações para 2018.

O olho no retrovisor mostra claramente que a prefeita e sua equipe, ainda, não têm luz própria. Isso fica claro em várias passagens da mensagem. A prefeita se remete à gestão passada logo no início do discurso quando diz: “Os problemas recebidos da administração anterior tornaram-se problemas da cidade, que estamos enfrentando. Todos lembram o caos que tomou conta de Mossoró. Encontramos servidores com salários atrasados, direitos desrespeitados”.

Em outros trechos da mensagem ela novamente se remete a gestão anterior, como quando trata dos terceirizados.

Prefeita usa números equivocados sobre a Saúde – Um fato que me chamou atenção na mensagem, foi que a prefeita trouxe um dado sobre a saúde no que se refere ao seu orçamento. Na ocasião ela disse – “Assumimos a gestão com um orçamento extremamente baixo, subdimensionado, da ordem de R$ 48 milhões. Para esse ano, o montante será de R$ 189 milhões.”

Creio que foi um equivoco, para não dizer outra coisa, informar que o orçamento da saúde era de apenas R$ 48 milhões.

O orçamento da saúde em Mossoró no ano de 2016 era aproximadamente de R$ 163 milhões, como pode ter encolhido em 2017 quase quatro vezes? Impossível! Só para se ter uma ideia os repasses federais superam em mais R$ 100 milhões, logo o orçamento jamais poderia ser inferior a esse montante.

Saindo do retrovisor, a prefeita elenca um rol de obras ou ações que estariam sendo implantadas pela sua gestão. Na realidade as obras são frutos de projetos que já vinham se arrastando de gestões anteriores, como o saneamento no bairro Abolição, o Centro Especializado em Reabilitação (CER), a reforma dos mercados públicos, entre outras.

Em determinado momento da mensagem, a prefeita traz a baila a importância do Mossoró Cidade Junina. Diga-se de passagem, é um evento relevante para o calendário de eventos de Mossoró e do Rio Grande do Norte. Ela traz dados de uma pesquisa da Universidade do Estado do RN (UERN) e ratifica a relevância com outra pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), órgão auxiliar da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do RN (FECOMÉRCIO/RN).

Há uma meia-verdade quando afirma que para cada R$ 1 (um real) investido são gerados R$ 4 (quatro) na economia. Esqueceu de admitir que o MCJ 2016 foi o mais organizado e esvaziado dos últimos anos, uma tendência que vem se verificando há mais tempo. Já não atrai turistas de outras plagas, mas um público doméstico.

O Blog Carlos Santos dissecou o assunto à época, mostrando o que de verdade estava apontado na pesquisa da Fecomércio (Apesar de forte potencial, Cidade Junina virou festa “caseira”). Gente da periferia e de outros bairros prestigiou a programação e, pontualmente, algum público de municípios vizinhos, interessado em show de atração nacional. O evento encolheu, está bem menor. É irreal a propaganda que se promove dele.

A maior parte (74%) dos entrevistados que esteve no Mossoró Cidade Junina era da própria cidade. A pesquisa apontou ainda que 73,1% dos ‘turistas’ ficaram em casas de amigos ou parentes, em vez de usarem rede hoteleira. O público participante da festa é predominantemente do Rio Grande do Norte (90%), com os moradores de Mossoró, Natal e municípios da região Oeste aparecendo em destaque.

A mensagem lida pela prefeita Rosalba Cialini minimamente apresentou um balanço do seu primeiro ano de gestão e não pontuou metas claras para o ano de 2018, ou seja, foi superficial em quase tudo que apresentou e sempre com os olhos no retrovisor.

Apenas cinco parágrafos para 2018 – Na mensagem a prefeita destinou apenas cinco parágrafos para falar do planejamento para o seu segundo ano de gestão. As ações que foram citadas tratam do desenvolvimento de drenagens nos bairros Nova Betânia, Abolição, Santa Delmira, Santo Antonio e Barrocas, bem como, Pousada do Thermas, Cidade Nova e João Vinte e Três, Conjuntos Márcio Marinho, Santa Helena e áreas adjacentes; recuperação dos mercados públicos; retomada do projeto da ponte no prolongamento da rua General Péricles e; reordenação do Corredor Cultural Professor Antonio Gonzaga Chimbinho.

A propósito, esse projeto da reordenação do Corredor Cultural não é de sua gestão, mas começou na administração de Fafá Rosado (MDB) e esteve a ponto de ser viabilizada por Francisco José Júnior, que não conseguiu recursos para tal. Não há nada de novo, mas uma “herança bendita”.

O que todos nós estávamos esperando era uma mensagem que pudesse traçar os rumos para a retomada econômica do município com forte viés à atração de investimentos que pudessem girar o economia local e gerar emprego e renda; que houvesse ações efetivas com foco na modernização da máquina administrativa; que apresentasse metas claras relacionadas à mobilidade urbana, saúde e educação e; que tivesse apresentado parte das ações que estão no plano de governo.

Diante do que foi apresentado na mensagem, podemos dizer que “Mossoró Merece Mais!” Abra os links no boxe abaixo e veja a distância entre o prometido em campanha e o que está ocorrendo.

Leia também: O que está no Programa de Governo e não aparece na gestão:

Leia também: O que está no Programa de Governo e não aparece na gestão II.

Gutemberg Dias é licenciado em geografia, professor da UERN, empresário e ex-candidato a prefeito de Mossoró

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domingo - 04/03/2018 - 02:12h

Uma proposta pro Rio de Janeiro que pode servir ao RN

Por Josivan Barbosa

Está nas mãos da Associação Comercial do Rio de Janeiro um plano simples e barato para conter o crime organizado na cidade. O documento é uma contribuição voluntária de policiais federais aposentados.

O documento converge com a tropa do general Braga Neto na percepção de que sem integração entre as forças policiais e de segurança não se vai a lugar algum, mas faz propostas ainda não contempladas naquilo que foi tornado público da intervenção militar.

A começar do efetivo policial. A ONU recomenda uma média de um policial militar para cada 450 habitantes. O Rio tem um para cada 355. Parece suficiente. Só que não. O interventor anunciou que já está em curso a volta de policiais cedidos a outros órgãos da administração. Mas a medida terá pouca eficácia se os policiais continuarem a cumprir dupla jornada.

O plano apresentado pelos ex-policiais federais prevê um regime de dedicação exclusiva para policiais civis e militares. Do jeito que está hoje, o emprego de policial no Rio virou um bico. Na melhor das hipóteses, os policiais trabalham em empresas de segurança privada ou delas são proprietários.

São contratados por muitos dos sócios das associações comerciais.

Na pior, são empregados e empresários do crime. Não é uma norma estadual que coibirá a segunda hipótese mas a existência de policiais que dormem na viatura ou largam missões mais longas para bater o ponto em outro serviço não é um bom começo.

Para ter a mesma dedicação exclusiva que um PF, está todo mundo de acordo que o policial militar precisa ser gratificado. Isso tem um custo, mas a manutenção de tropas militares também o tem. A logística das Forças Armadas impõe comandos mais hierarquizados e deslocamentos mais numerosos do que a mobilidade tática de operações urbanas exige.

Senado aprova MP que pode beneficiar o RN

A MP 801 dispensa os governos estaduais e municipais de parte das exigências para renegociar dívidas com a União e, se não fosse apreciada de imediato, perderia a validade. A MP determinou que os Estados, nos contratos de renegociação assinados com a União, sejam dispensados de apresentar certidões de regularidade junto ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e ao Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin). A medida também libera os Estados de apresentarem certidão de regularidade com os tributos federais (exceto contribuições previdenciárias) e com a Dívida Ativa da União. Os Estados também estarão dispensados do cumprimento das regras relativas ao funcionamento dos regimes próprios de Previdência, do comprometimento máximo da receita corrente líquida com despesas referentes a parcerias público-privadas e do atendimento de obrigações previstas em contratos de refinanciamento de dívidas com a União.

O vizinho Ceará pode voltar a competir com o RN na produção de frutas

Com chuvas acima da média registrada nos últimos anos, para os meses de janeiro e fevereiro, e com o nível dos reservatórios ligeiramente superior ao de igual período do ano passado, a expectativa para alguns segmentos da agricultura no Estado do Ceará, como o da fruticultura, é de crescimento da área plantada, da produção e, consequentemente, da oferta de empregos gerados pelo setor.

De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado mensalmente pelo IBGE, a produção esperada de frutas no Estado é de 866,1 mil toneladas, o que representa um crescimento de 8,64% em relação à safra obtida em 2017 (792,2 mil toneladas).

Com forte dependência da água dos reservatórios, empresas do segmento da fruticultura irrigada, que nos últimos anos acabou levando parte da produção para outros estados, como o RN,  devido à escassez hídrica no Ceará, deve voltar a produzir no Estado se o volume de chuvas seguir no ritmo atual, o que deve repercutir diretamente na geração de empregos. Estima-se que o setor gere, em média, pouco mais de um emprego por hectare.

Plano de fruticultura do MAPA não chegará ao RN

Apesar do forte marketing do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento)  no lançamento pelo ministro Blairo Maggi do Plano Nacional do Desenvolvimento da Fruticultura (PNDF) em parceria com entidades do setor privado dificilmente os produtores de agricultura irrigada do polo RN-CE não se beneficiarão do programa. O plano mostra-se sem objetividade e está parecido com uma forma de marcar espaço do ministro com o setor, já que o MAPA, por tradição, se aproxima mais do negócio rural voltado para a produção de carnes e grãos.

Certificação da OCDE não trará impacto para as nossas frutas

Os produtores brasileiros de frutas e hortaliças começaram o ano com maior segurança para destinar parte de sua produção ao mercado internacional. Desde dezembro, o Brasil passou a integrar o sistema de frutas e hortaliças da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico da ONU (OCDE). Foi o primeiro país da América Latina a fazê-lo. Esta é a versão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que não traz qualquer impacto para os nossos produtores de frutas destinadas ao mercado externo.

Durante a semana conversamos com alguns exportadores de frutas da região e percebemos que, apesar do Brasil ter se beneficiado do programa da OCDE desde o final do ano passado, eles ainda não tinham qualquer informação. Isto é facilmente explicado, pois o exportador de frutas da região atende a padrões internacionais aceitos pelas redes de supermercados da Europa os quais são garantidos por certificações internacionais e que já estão consolidados dentro da cadeia de produção de frutas da região.

FIES mais longe de quem precisa

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou resolução para regulamentar a modalidade do Programa de Financiamento Estudantil (FIES) 2, cujos recursos são provenientes de fundos constitucionais (Nordeste, Centro-Oeste e Norte) e de desenvolvimento (Nordeste, Centro-Oeste e Amazônia). Além disso, foi feito um alinhamento dos encargos financeiros dos dois tipos de fundos.

Segundo o Ministério da Fazenda, as taxas de financiamento do Fies com recursos dos dois fundos terão como referência a Taxa de Longo Prazo (TLP), ajustada pelos coeficientes de desenvolvimento regional, conforme sistemática similar às demais operações de financiamento com recursos desses fundos. Além disso, as resoluções estabeleceram o prazo no qual os agentes operadores dos financiamentos terão que devolver os recursos aos fundos. Em fevereiro, a TLP foi fixada em 4,81%.

As taxas finais dos financiamentos com recursos dos fundos de desenvolvimento ficaram maiores do que aquelas aplicadas nos empréstimos com recursos dos fundos constitucionais, em que a remuneração dos agentes operadores dos empréstimos é arcada pelos próprios fundos.

Josivan Barbosa é professor e ex-reitor da Universidade Federal do RN (UFERSA)

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Categoria(s): Artigo
sábado - 03/03/2018 - 23:50h

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