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terça-feira - 04/09/2018 - 20:12h
Opinião

Pátria Supérflua

Por François Silvestre

Quando assumi a presidência da Fundação José Augusto (FJA), decidi não ser apenas um traseiro numa cadeira confortável. Era confortável e suja aquela cadeira. Sujeira do tempo, do uso de esfregação de inúmeras nádegas antecessoras. A ficar nela, recebendo gratificação, sem nada fazer e sendo bajulado, sairia de lá sem nada ter feito e guardando no currículo o sossego que oferecem os órgãos de controle público do Estado a quem nada faz.

Abandonar não é improbidade.

Comecei visitando os próprios que hospedavam equipamentos culturais. Patrimônio entregue ao descaso. Começo por um desses próprios. A Pinacoteca do Estado, hospedada no Palácio Potengi.

Observei, com orientação técnica da própria Fundação, que ali estava um acampamento de risco. Ambiente com cavaletes de madeira, telas de pano e tintas inflamáveis. E o pior; uma linha do teto, de maçaranduba, posta e envergada, quase caindo, sobre o comando do ar condicionado geral.

Bastava uma piúba de cigarro, ou outra fagulha qualquer, após o contato da linha com a central de refrigeração, para tudo virar cinza. Sem salvação. Um barril de pólvora, exposto à incúria do poder público. Adiei até hoje o sinistro, mas não sei até quando.

Convoquei a Coordenação de Obras da Fundação e determinei a imediata solução do problema. Combinada com uma restauração completa do Palácio. E assim se fez. Ninguém reclamou ou cobrou “correção de rumos”.

Passado o tempo, os órgãos de controle, diga-se Ministério e Tribunal de Contas, me processaram por improbidade administrativa. Porque não fiz licitação com empreiteiras. Usei a Coordenação da Fundação José Augusto, no sistema de administração direta.

Imagino alguém, no Rio, ter feito o mesmo pra salvar o Museu Nacional. Seria processado pelo MP carioca e pelo Tribunal de Contas de lá. O gaiato é que o relatório do TC de lá teria de ser assinado por Conselheiros na cadeia, por corrupção.

No caso daqui, tanto o MP quanto o TCE argumentam que dispensa de licitação carece de emergência para sua configuração. E cuidar de cultura ou instrumento cultural não é uma emergência. É uma “bobagem supérflua”, como consta num dos processos.

Emergentes são os corredores dos hospitais, os quais também estão abandonados.

A diferença é que, na pátria supérflua, os humanos mortos nos hospitais são corpos novos sem apelo antropológico, e os equipamentos culturais são destruídos sem respeito histórico.

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terça-feira - 04/09/2018 - 12:46h
Eleições 2018

MPE faz denúncia contra uso indevido de propaganda

O Ministério Público Eleitoral ajuizou nessa segunda-feira, 3 de setembro, uma representação contra o candidato à reeleição Robinson Mesquita de Faria (PSD), contra o candidato a vice-governador, Tião Couto (PR), e contra o próprio Estado, em virtude da instalação de nove outdoors institucionais, afixados no anel viário que serve ao aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante.

A representação, protocolada junto Juiz (a) Eleitoral Auxiliar do Tribunal Regional Eleitoral, destaca que a propaganda institucional é vedada no período das eleições, além de enaltecer o atual governo com claro efeito de promoção pessoal, tendo ainda sido veiculada mediante outdoor, meio proibido pela legislação.

Além de pedir que os réus retirem os nove outdoors, a representação pede o pagamento de multa e a cassação do registro ou diploma, a depender do momento processual do julgamento.

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terça-feira - 04/09/2018 - 12:20h
PRIMEIRA MÃO

“Sal Grosso” será finalmente julgado no Tribunal de Justiça

A Apelação Criminal sob o número 2017.014286-7, que diz respeito a denúncia do Ministério Público do RN (MPRN) quanto à corrupção na Câmara Municipal de Mossoró, na conhecida “Operação Sal Grosso”, finalmente será julgada pelo Tribunal de Justiça do RN (TJRN).

Câmara Criminal do TJ irá julgar processo (Foto: Arquivo)

Magistrada convocada, a juíza Berenice Capuxu  concluiu com enorme agilidade sua tarefa como revisora do processo na Câmara Criminal. Ela substituiu o desembargador-revisor Glauber Rêgo, que assumiu a presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Ela recebeu o processo no dia 31 (sexta-feira), encaminhando-o nessa segunda-feira (3) ao desembargador-relator Saraiva Sobrinho. A matéria já foi pautada por Sobrinho às 11h18 de ontem para julgamento na Câmara Criminal no próximo dia 13 (quinta-feira).

Quarta-feira (29), o Blog Carlos Santos noticiou em primeira mão que Berenice Capuxu seria convocada extraordinariamente. Antecipamos ainda que o processo deveria ter maior agilidade, depois de muitas críticas e até denúncia de morosidade em sua tramitação (veja AQUI).

A “Operação Sal Grosso” eclodiu em 14 de novembro de 2007, portanto há quase 11 anos.

Conheça um pouco a história desse processo

Leia também: TJ deve convocar juíza para processo da ‘Sal Grosso’ não parar AQUI – 29 de Agosto de 2018;

Leia também: Operação Sal Grosso está nas mãos de desembargador-revisor AQUI – 20 de Agosto de 2018;

Leia também: Tribunal muda relator do processo da Operação Sal Grosso AQUI – 20 de Julho de 2018;

Leia também: CNJ cobra julgamento da ‘morosa’ Operação Sal Grosso AQUI – 17 de Julho de 2018;

Leia também: PGJ pede cassação de Izabel Montenegro e Manoel Bezerra AQUI – 27 de abril de 2018;

Leia também: “Sal Grosso” dá outra marcha à ré e decisão no TJ não avança AQUI – 27 de Outubro de 2017;

Leia também: Desembargador aguarda parecer do MP para julgar “Sal Grosso” AQUI– 24 de outubro de 2017;

Leia também: Juiz mantém condenações contra envolvidos na “Sal Grosso” AQUI – 27 de Abril de 2017;

Leia também: Juiz pune vereadores e ex-vereador em caso “Sal Grosso” AQUI – 19 de Novembro de 2016;

Leia também: Vereadores e ex-vereadores são condenados em Mossoró AQUI – 08 de Janeiro de 2014.

O MPRN denuncia os atuais vereadores Izabel Montenegro  (MDB), presidente da Câmara Municipal, e Manoel Bezerra de Maria (PRTB), por “formação de quadrilha e ordenação de despesa não autorizada”, entre outros crimes. Além de outras sanções, eles podem perder o mandato.

Os demais réus são ex-vereadores.

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terça-feira - 04/09/2018 - 11:10h
FM 98,9/Consult

Quarta rodada de pesquisa será divulgada segunda-feira

Será divulgada na próxima segunda-feira (10), a quarta rodada de Pesquisa FM 98.9/Instituto Consult com números da campanha eleitoral no Rio Grande do Norte.

A última sondagem teve seus números apresentados no último dia 27 de agosto.

Veja AQUI e AQUI os números das últimas três pesquisas ao Governo do RN;

Veja AQUI os números das últimas três pesquisas ao Senado;

Veja AQUI os números da avaliação do Governo do Estado.

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segunda-feira - 03/09/2018 - 23:58h

Pensando bem…

“Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram”.

Voltaire

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segunda-feira - 03/09/2018 - 23:44h
Rogério Marinho

Candidato tem passagem quase anônima por Mossoró

Marinho na CDL (Foto: cedida)

Em campanha à reeleição à Câmara Federal, o deputado Rogério Marinho (PSDB) passou quase despercebido pelo segundo maior colégio eleitoral do estado, Mossoró.

Ele esteve à noite desta segunda-feira (3) na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas de Mossoró (CDL).

Participou do projeto denominado de “Conversa Franca”.

Marinho foi o condutor do projeto de reforma trabalhista que está em vigor.

A pauta política da mídia local passou quase que inteiramente alheia à sua presença, inclusive esta página. Não foi possível identificar se foi intencional ou deslize de campanha, essa situação.

Representantes da Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM), Sindicato da Indústria da Construção Civil de Mossoró (SINDUSCON), Mossoró Convention Bureau e Sindicato do Comércio Varejista de Mossoró (SINDIVAREJO) promovem esse evento.

Entidades ouvem políticos diversos sobre temas relacionados à atividade produtiva.

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segunda-feira - 03/09/2018 - 23:30h
Jacó Jácome

Deputado tem bens bloqueados por decisão judicial

Jacó (Foto: cedida)

Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) obteve decisão judicial de bloqueio e sequestro de bens e valores do deputado estadual Jacó Jácome (PSD) e da ex-servidora da Câmara Municipal de Natal Renata Bezerra de Miranda até o valor de R$ 304 mil.

A determinação da 2ª Vara da Fazenda Pública de Natal defere pedido ministerial feito em ação civil de improbidade administrativa. Na ação, o MPRN demonstra que os demandados agiram de forma a se beneficiar dos cofres públicos, causando prejuízo ao Município de Natal através de atos ilegais operacionalizados no âmbito da Casa Legislativa.

O fato se deu à época em que Jacó Jácome era vereador na capital potiguar.

Nas investigações, o MPRN constatou que Renata Bezerra de Miranda, de janeiro de  2013 a janeiro de 2015, recebeu mensalmente a remuneração de R$ 4 mil pelo exercício do cargo de assessora parlamentar municipal.

Nesse mesmo período, ela cursava Medicina na Faculdade de Ciências Médicas de  Campina Grande, cidade paraibana distante 262,5 quilômetros de Natal.

Veja mais detalhes clicando AQUI.

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segunda-feira - 03/09/2018 - 23:10h
Brasil

A gente chega lá

Maioria dos brasileiros não conhecia nem sentirá falta do Museu Nacional.

Os que vão ao Rio de Janeiro conhecem bem o Maracanã e Copacabana.

A ignorância explica em boa parte o que somos como civilização.

Mas ainda temos muito a piorar.

Paciência.

A gente chega lá.

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segunda-feira - 03/09/2018 - 22:50h
Justiça

Juiz coloca fim à pensão graciosa de Agripino e Lavoisier

Em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), a Justiça potiguar determinou que seja cessado o pagamento de pensões vitalícias concedidas aos ex-governadores José Agripino Maia e Lavoisier Maia. Cabe recurso.

Juiz Bruno Montenegro (Foto: TJRN)

A decisão da 5ª vara da Fazenda Pública de Natal também anulou os atos praticados pelo governador Robinson Faria (PSD), expedidos em 2015, na tentativa de regulamentar as pensões concedidas indevidamente, com efeito retroativo. Lavoisier Maia Sobrinho passou a receber a quantia a partir de 16 de março de 1983, enquanto que José Agripino Maia (DEM) teve a concessão iniciada em 15 de maio de 1986.

O pagamento foi interrompido para exercício de segundo mandato de governador, entre 15 de março de 1991 e 30 de março de 1994, e posteriormente retomada em abril de 1994, após renúncia do referido mandato.

Gravíssimo

Na sentença, o juiz destaca que as pensões foram pagas sem que existisse no sistema qualquer base jurídica autorizando o pagamento. Mesmo no período anterior à Constituição Federal de 1988, não foi constatado qualquer ato de disposição determinador do pagamento desse benefício, o qual só fora corporificado no ano de 2015, em momento posterior ao ajuizamento da ação por parte do MPRN.

“Sequer existia, no âmbito da Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos do Rio Grande do Norte – Searh, processo administrativo ou qualquer a administrativo justificando o motivo de tais pagamentos, o que considero gravíssimo”, comentou o Bruno Montenegro Ribeiro Dantas.

Veja a íntegra da sentença clicando AQUI.

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segunda-feira - 03/09/2018 - 13:20h
COLUNA DO HERZOG

Os desafios e as ameaças que rondam o clã Rosado

Por Carlos Santos

Há forte possibilidade do clã Rosado sair mais destroçado em 2018 do que ocorreu, eleitoralmente, em 2014. A candidatura de Kadu Ciarlini (PP) a vice de Carlos Eduardo Alves (PDT) e o projeto de reeleição de Beto Rosado (PP) à Câmara Federal estão seriamente ameaçados.

Existe a “viabilidade” de novo mandato para Larissa Rosado (PSDB) à Assembleia Legislativa, o que não foi possível em 2014. Ela está no páreo.

A prefeita Rosalba Ciarlini abraçará sua candidatura com fervor messiânico na reta final, se tudo o mais estiver perdido? Provavelmente, não. Corre o perigo, assim, de se transformar em peça acessória do grupo da própria deputada Larissa e de sua mãe e vereadora Sandra Rosado (PSDB), ex-adversárias históricas.

Beto tem um dos braços do rosalbismo e do clã Rosado em Natal, com Nina Souza e Carlos Eduardo (Foto: redes sociais)

Larissa Rosado não é unanimidade no grupo de Rosalba, mãe de Kadu. A frágil união Rosado não resiste à realidade dos fatos, em superficial observação do que ocorre na campanha em andamento.

A candidatura da vereadora natalense licenciada Nina Souza (PDT) recebe “ajuda” considerável do Palácio da Resistência (sede da municipalidade), mesma faixa de disputa de Larissa. Em troca, Nina e o esquema de Carlos Eduardo dão uma força a Beto Rosado em Natal.

O ex-deputado federal Betinho Rosado (PP), pai de Beto, sequer esconde essa preferência. Defendeu voto para a vereadora natalense em pleno Sítio Cantópolis em Mossoró, à noite do dia 17 do mês passado, início da campanha eleitoral (veja AQUI). Larissa Rosado e Sandra estavam lá.

Apêndices do esquema da prefeita Rosalba Ciarlini (PP) desde as eleições municipais de 2016, após cerca de 30 anos de embates eleitorais, Larissa e Sandra sabem que o pleito atual é vencer ou vencer.

Se Larissa não tiver uma votação superlativa em Mossoró, com suporte do rosalbismo e da máquina municipal, fenecerá. Com ela, seu grupo. Restará tão somente o mandato da mãe vereadora.

Rosalba, sem a reeleição de Beto e a eleição de Kadu, terá o próprio mandato como último bastião rosalbista.

É, não está fácil!

PRIMEIRA PÁGINA

Ser ficha limpa atrai eleitor para voto em nomes ao Senado – Segundo a terceira Pesquisa Fiern/Certus divulgada no domingo (2), ter “história política limpa”, com 47,38%, é o principal predicado visto pelos entrevistados para escolha dos seus candidatos ao Senado. Ser “nome novo na política” pesa apenas 19,50%.

Styvenson tem partido, apesar de ser dono da própria candidatura – No dia 2 de agosto último, o Capitão Styvenson Valentim participou da Convenção Estadual do Rede Sustentabilidade, quando discursou em defesa de princípios éticos e comprometeu-se em lutar ao lado dos demais novos companheiros de partido. Sua independência foi garantida (veja AQUI), mas não a ponto de lhe assegurar todas as vontades, sem qualquer alinhamento partidário, fazendo do Rede uma “barriga de aluguel”. Daí a celeuma com nota oficial da legenda (veja AQUI), questionando posicionamentos seus pós-convenção. Leia também: Styvenson sobrevive como único “candidato avulso” do RN

Prefeito prefere apoiar João Maia em Caicó – Recém-empossado interinamente na Prefeitura do Caicó, o vice-prefeito Marcos José de Araújo (PP), “Marcos do Manhoso”, defendeu o nome do ex-deputado federal João Maia (PR) à Câmara Federal em ato político no último dia 29 em solo caicoense. Até antes de sua posse, com o afastamento e prisão do prefeito Robson Araújo (PSDB), o “Robson Batata”, Marcos estava afinado com Beto Rosado (PP). Em recente pesquisa, o prefeito recebeu importante apoio popular para permanecer no cargo (veja AQUI).

Cordões Encarnado e Azul marcam posição no pastoril mossoroense – As campanhas de Robinson Faria (PSD) e de Carlos Eduardo Alves (PDT) em Mossoró reproduzem a alegoria de um pastoril: azul contra encarnado. Seus protagonistas vivem num mundo à parte, cada um com seu vice local, respectivamente Tião Couto (PR) e Kadu Ciarlini (PP). Nessa tentativa de polarização, eles ignoram quem sobra na disputa sem sequer ter um palanque local: a candidata Fátima Bezerra (PT). Se não tirarem um “coelho” da cartola, os dois lados vão passar vergonha, reduzindo mais ainda o tamanho de Mossoró na tabuleiro político estadual. Bem, não foi por falta de alerta desta página. Ambos foram avisados abertamente.

Deputado Tomba Farias faz a diferença em sua área de influência – Deputado estadual dissidente do seu partido, o PSDB, Tomba Farias faz a diferença em sua região de influência, a partir de Santa Cruz, na defesa de seus candidatos majoritários. Tem dado demonstração de força em favor de Carlos Eduardo Alves (PDT), mas sem deixar de ouvir também uma voz influente desse grupo. Nesta segunda-feira (3) pela manhã, em Natal, ele bateu à porta de quem sabe muito da política potiguar.

A campanha não está decidida, mas está encaminhada – Sou abordado por vários webleitores e pessoas do próprio meio político ao final do anúncio de cada pesquisa. Em todas, a mesma pergunta: “A campanha ao governo está decidida?” Claro que não. Não está decidida. Está encaminhada em favor de Fátima Bezerra (PT), que pode levar no primeiro turno. Ela vence os adversários em todas as regiões e principais colégios eleitorais, dizem claramente as pesquisas. Na projeção para um eventual segundo turno, o quadro é o mesmo. Há tempo para uma “virada”. As campanhas em rádio/televisão e principalmente redes sociais deverão aumentar o tom. Aguarde o “vale-tudo”. Tape o nariz.

Adversários precisam crescer a qualquer custo – Em 2014, últimas eleições ao Governo do Estado que testemunhamos, Henrique Eduardo Alves (PMDB) somou 47,34% (702.196) dos votos, indo ao segundo turno. Robinson Faria (PSD) atingiu 42,04% (623.614), também chegando a esse estágio de disputa, onde terminou levando a melhor. Mas o principal fator determinante desse quadro foi a surpresa eleitoral do Professor Robério Paulino (PSOL), com 8,74% (129.616) dos votos. Para 2018, o que temos é uma dianteira de Fátima Bezerra (PT) com percentual de intenções de voto menor do que o ostentado por Henrique em toda a campanha de 2014, mas pode assim mesmo chegar à vitória logo no primeiro turno. É visível a esqualidez dos dois principais adversários – Robinson Faria (PSD) e Carlos Eduardo Alves (PDT) – veja recente pesquisa AQUI. Robinson e Carlos poderão crescer, mas até o momento não revelam forças para a ingente tarefa.

Lula no "andor" (Foto: Ricardo Stuckert)

Estratégia do PT de sustentar “andor” de Lula já deu certo – A estratégia do PT de carregar o “andor” do ex-presidente Lula até à porta das eleições 2018 já deu certo. Mais do que uma batalha judicial por sua candidatura, a campanha desenvolvida pelo partido com uma série de ações, sempre foi mesmo de marketing. A adoção do nome “Lula” como sobrenome parlamentar de seus políticos, vigílias à porta da Polícia Federal em Curitiba-PR, fomento de visitas ilustres ao preso, provocação de manifestações internacionais em favor dele e sustentação de candidatura até agora (mesmo com decisão desfavorável – veja AQUI) são estratégias de marketing.  A ideia sempre foi criar círculos concêntricos com esses fatos para levar ao máximo o poder de transfusão de votos de Lula para seus candidatos. Na cúpula do PT todos sabiam que ele não seria candidato.

Mais uma pesquisa do Ibope para o RN – A próxima pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), sob encomenda da Inter TV Cabugi, deverá ser apresentada ao final da próxima semana. Os números da anterior foram estes (veja AQUI) para governador e estes (veja AQUI) ao Senado, divulgados no dia 17 de agosto.

Dinheiro queimado no desperdício acabou com Museu Nacional – Vejo nas redes sociais a politicalha de sempre. São troca de ofensas e acusações, na busca de um culpado político para o incêndio no Museu Nacional no Rio de Janeiro, ocorrido domingo (2). Ninguém lembra de R$ 40 bilhões torrados com Copa do Mundo, cerca de R$ 30 bilhões com Olimpíadas, das sedes suntuosas dos poderes da República. São décadas e séculos de dinheiro queimado com o supérfluo. A culpa não é só de Temer, mas de Dilma, minha, de Pedro Álvares Cabral e até de Dom Sebastião, que desapareceu numa Cruzada quando defendia a fé cristã na África.

EM PAUTA

Livro no STJ – Nesta quarta-feira (5), a partir das 18h30, no Espaço Cultural do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília, o juiz federal cearense Marcos Mairton autografará o seu mais novo livro: “Breve anotações de um andarilho”. O magistrado atuou na Justiça Federal em Mossoró. Abraços e sucesso, meu caro.

Portugal – Quem anda fazendo planos para período de estudos e estada até longa em Portugal, é o engenheiro e advogado Weber Siqueira Chaves. Guarde um lugr para mim. Comecei a estocar massa de milho e farinha. Essa terra não vai cumprir seu ideal.

Carlinhos Maia – Nome exponencial nas redes sociais com milhões de seguidores, o alagoano Carlinhos Maia vai estar novamente em Mossoró. Fará pelo menos duas (ou três) apresentações no Teatro Dix-huit Rosado à noite do dia 15 de setembro.

Milton Marques terá homenagem da Prefeitura Municipal do Assu em UPA (Foto: divulgação)

Milton Marques – O prefeito assuense Gustavo Soares (PR) anunciou nesta segunda-feira (3) que homenageará o professor-médico-advogado e empresário Milton Marques (já falecido) denominando a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Alto São Francisco com o seu nome. (Do Blog Rabiscos do Samuel Júnior).

Carrinhos – O publicitário titular da Agência Ágape, Joselito Soares, tem um hobby eficiente para frear qualquer estresse: é colecionador de veículos em miniatura, compondo até confraria com outros amigos que possuem igual afeição.

Paula Fernandes – A cantora Paula Fernandes vai se apresentar no Teatro Riachuelo no Midway Mall em Natal, no próximo sábado (8). O show é o “Acústico – Voz e Violão”.

SÓ PRA CONTRARIAR

As pesquisas para consumo interno assustam mais do que as que estão sendo publicadas. Anote, por favor.

GERAIS… GERAIS… GERAIS…

O 9º Festival Internacional de Cinema de Baia Formosa (FINC) está confirmado para ocorrer entre os dias 30 de novembro e 1º de Dezembro de 2018. Em breve sairá a sua programação.

Obrigado à leitura do Nosso BlogHorlando Perez (Mossoró),  Carlos Alberto de Medeiros (Natal) e  Mariana Batista (Recife).

Veja a edição anterior da Coluna do Herzog (27/08) clicando AQUI.

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segunda-feira - 03/09/2018 - 08:12h
Ultimato

Partido ameaça tirar candidatura do Capitão Styvenson

REDE Sustentabilidade exige que candidato cumpra deveres elementares que estatutos apontam

O partido REDE Sustentabilidade do RN acaba de emitir uma “Carta Aberta”, em que trata da candidatura ao Senado do Capitão Styvenson Valentim (REDE) e sua relação e compromissos com a legenda.

Apesar de laudatória, leia a sua íntegra abaixo, em que o Rede esclarece que é preciso ele atender a exigências do próprio estatuto partidário. Não obstante a plena liberdade dada ao candidato, também se cobra uma postura de alinhamento partidário.

Deixa claro que “toda e qualquer candidatura dentro do partido precisa coadunar com o que foi exposto nesta carta, sob risco de ter a sua manutenção desabonada”. Simplificando: seu nome pode ser riscado da lista de candidatos.

Carta Aberta Rede Sustentabilidade

Diante do que vem sendo divulgado na mídia na última semana, sobre a candidatura do capitão Styvenson, a Rede Sustentabilidade do Rio Grande do Norte vem a público expor a verdade dos fatos.

No período de pré campanha eleitoral, o capitão Styvenson Valentim procurou a executiva da Rede Sustentabilidade para se filiar ao partido.

O militar optou pela candidatura cidadã: uma inovação política que permite a qualquer cidadão, membros de movimentos de renovação política, partidos sem registro na justiça eleitoral e figuras com atuação destacada na sociedade possam disputar um pleito eleitoral sem possuir militância partidária orgânica.

Entretanto, embora confira independência enquanto estratégia eleitoral, as diretrizes que regem a candidatura cívica, conforme o estatuto e as resoluções nacionais preveem, também estabelecem vínculo programático com o partido.

Tratam-se de alianças onde os candidatos assinam um termo de compromisso público com os princípios norteadores e inegociáveis da Rede, que são cláusulas pétreas, conforme se vê no Artigo 4º do Estatuto da Rede:

I – da pluralidade política;
II – da dignidade da pessoa humana;
III – da justiça social;
IV – defesa dos direitos das minorias;
V – do respeito à natureza e à vida em todas as suas formas de manifestação e da promoção e defesa do meio ambiente ecologicamente equilibrado;
VI – da função social da terra e dos conhecimentos tecnológicos e científicos; VII – da função social da propriedade; VIII – da solidariedade e da cooperação;
IX – respeito às convicções religiosas e à liberdade para professá-las; X – da transparência, eficiência e eficácia na gestão pública; XI – da impessoalidade e do interesse público;
XII – da legalidade;
XIII – do pleno respeito às diversidades, à coisa pública e ao bem comum;
XIV – na construção de consenso progressivo nas deliberações da REDE.

Ademais, especificamente sobre a Candidatura Cidadã, a Resolução Elo nº 09, de 2017 preceitua atuação coerente com os princípios e valores da sigla onde a militância orgânica não seja preterida, nem passada para trás.

“Queremos uma equação de soma positiva, uma corresponsabilidade entre militância orgânica e candidaturas cidadãs. Queremos candidaturas cidadãs que defendam causas coerentes aos nossos princípios, o que certamente se traduzirão por entusiasmo com nossas candidaturas partidárias. No caso das candidaturas cidadãs para cargos majoritários, a identidade programática e a afinidade com o projeto nacional e com as demais candidaturas majoritárias e proporcionais da REDE são essenciais. As candidaturas cidadãs proporcionais não podem manifestar críticas aos candidatos (as) da REDE nem apoiar candidatos(as) adversários(as), na forma da Lei”, diz trecho da Resolução.

Em entrevista ao programa Momento Metropolitano, exibida no Facebook e que foi ao ar no dia 29 de Agosto, o capitão Styvenson violou flagrantemente a Resolução Elo nº 09, de 2017 ao ressaltar seu descompromisso programático com os candidatos orgânicos da REDE. Postura que adotou logo após a convenção partidária da Rede e que se acentuou nas últimas semanas.

No programa, o militar afirma que sua candidatura é isolada e que recebeu (sic) liberdade para não subir em palanque, não dar apoio e nem falar em nome de político. “Político que aparecer ai falando que tá comigo é mentira, viu? Eu não tô com ninguém, eu tô só”. Ainda na entrevista, o capitão afirma que essa liberdade teve um preço e que ele foi alto: recusou dinheiro público, horário eleitoral na TV e estrutura partidária.

Sobre propaganda eleitoral na TV e Rádio, a executiva da Rede externa que, mesmo isso não tendo sido tratado nas discussões iniciais, destinou 50% do tempo que dispunha para o capitão Styvenson. A outra metade foi reservada para o sindicalista Napoleão, candidato orgânico do partido ao senado.

A assessoria do militar sugeriu o horário integral, deixando de fora o candidato orgânico do partido, o sindicalista Napoleão, por ter, segundo eles, menos expressividade eleitoral. A Rede manteve a oferta de metade do tempo para ambos, de forma igualitária, como procede em todas as suas questões internas e externas.

Outro ponto importante é que a Rede não disponibilizou nem estrutura nem recursos partidários para nenhum dos seus candidatos majoritários até agora, uma vez que tais verbas ainda não foram disponibilizadas pela executiva nacional. Portanto, não foram sequer oferecidas tais condições.

Cabe salientar que, em tempos sombrios em que conquistas sociais e a democracia estão em risco, a Rede Sustentabilidade não abre mão de discursos e práticas políticas que estejam alinhados com os ideais partidários, com a figura de Marina Silva – pessoa ética, sem qualquer envolvimento com escândalos de corrupção – e com os candidatos majoritários do partido: Freitas Júnior, candidato ao governo, Flávio Rebouças, candidato a vice-governador e Napoleão, candidato ao Senado.

Desse modo, a Rede Sustentabilidade repudia a deturpação da candidatura cidadã feita pelo militar, assim como sua omissão no que tange à gestão do governo de Robinson Faria.

Sobre ética, reitere-se que a Rede é o único partido que acolhe e apoia incondicionalmente a Lei da Ficha-Limpa. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é o partido que mais combate a corrupção no Brasil. Por sinal, é o único partido que exige que todos os seus filiados estejam enquadrados nas hipóteses da Lei de Ficha Limpa.

Credibilidade que o capitão Styvenson pôde atestar: após o ingresso dele na Rede, passou a liderar as pesquisas.

Considerando todos os princípios que norteiam a Rede, é incompatível qualquer candidatura, orgânica ou cidadã, que mantenha alinhamento duvidoso com posições políticas conflitantes. Seja com o personalismo, com o apoio ao governo do Estado, com oligarquias estabelecidas, com práticas que a Rede condena ou com a própria identidade política.

Desse modo, toda e qualquer candidatura dentro do partido precisa coadunar com o que foi exposto nesta carta, sob risco de ter a sua manutenção desabonada.

Cumpriremos o que foi acordado em todas as nossas discussões e esperamos que tais pontos expostos anteriormente também sejam respeitados.

Por último, é importante que se diga que, antes de qualquer vitória eleitoral ou cálculo eleitoreiro, a Rede prioriza sua identidade programática, protagonismo social e construções coletivas, fortalecendo nossas lutas por um Rio Grande do Norte e um Brasil justo e sustentável.

Nota do Blog – O Rede está absolutamente certo. Ou se enquadra ou saia. O Capitão Styvenson não está acima do bem e do mal, não é o dono do mundo. Mesmo que seja eleito de forma “independente”, precisará ouvir, conversar, prestar contas à própria sociedade despido de pelo menos parte desse personalismo doentio que revela possuir.

Eleito, no Senado, essa sua postura trará enormes prejuízos para o país e para o Estado do RN, a quem deve representar.

Terá dificuldades de aprovar simples emenda para construção de um chafariz em Bodó, sem dialogar com seus pares. A palavra “Parlamento” carrega em sua origem a essência do verbo, da conversação, que ele já disse não aceitar e não se interessar em promover.

Estranho é que o capitão, oriundo de uma instituição tão hierarquizada como a Polícia Militar, não tenha aprendido o elementar sobre hierarquia, respeito às normas, cumprimento de deveres e consciência sobre direitos individuais e coletivos.

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domingo - 02/09/2018 - 23:56h

Pensando bem…

“A escolha é possível, em certo sentido, porém o que não é possível é não escolher. Eu posso sempre escolher, mas devo estar ciente de que, se não escolher, assim mesmo estarei escolhendo.”

Jean-Paul Sartre

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domingo - 02/09/2018 - 12:20h
Pesquisa Fiern/Certus

Styvenson segue em alta, mas outros três lutam por Senado

Candidato do REDE tem ligeira vantagem numérica em relação aos principais contendores no estado

A disputa ao Senado da República este ano no Rio Grande do Norte continua estressante, com difícil prognóstico final. Os quatro principais nomes envolvidos na corrida eleitoral, por duas vagas, estão empatados tecnicamente.

Styvenson teve crescimento em relação à Zenaide, Garibaldi e Geraldo Melo (Fotomontagem Web)

A terceira Pesquisa Fiern/Instituto Certus mostra isso na soma dos dois votos.

O Capitão Styvenson Valentim (REDE) está com 10,85%. O candidato do Rede vem em nítido crescimento. O segundo colocado é o senador Garibaldi Filho (MDB), que aparece com 10,39%.

Zenaide Maia (PHS) surge em terceiro lugar com 8,48% e o ex-senador Geraldo Melo (PSDB) tem 7,41%.

Na pesquisa anterior, divulgada no dia 29 de julho, o resultado foi o seguinte na soma dos dois votos: Garibaldi Filho com 10,53%, Geraldo Melo obteve 8,58%, Capitão Styvenson Valentim (à época sem partido) somou 8,12% e Zenaide Maia (PHS) totalizou 7,52% (veja AQUI).

Primeiro Voto

Quando a pesquisa Estimulada pergunta pelo “Primeiro Voto” ao Senado ao eleitor, o Capitão Styvenson ganha maior musculatura e distância dos demais adversários. Ele tem 17,09% e aparece em primeiro lugar, enquanto a segunda posição fica com 14,33%.

Enquanto isso, Zenaide é a terceira com 10,28% e Geraldo Melo com 7,59% fica em quarto lugar.

Segundo Voto

Em relação ao “Segundo Voto” ao Senado, Garibaldi Filho e Geraldo Melo revelam nesse momento que estão com maior capacidade de capitalização. O senador emedebista tem 6,67%, enquando Geraldo é numericamente inferior com 6,60%.

Já o Capitão Styvenson aparece com 4,82%, igual percentual de Zenaide Maia.

A diferença entre os quatro, entretanto, estabelece um empate técnico.

Rejeição

No quesito Rejeição, Garibaldi Filho lidera com 15,49%, seguido por Geraldo com 11,39%. Os outros principais concorrentes estão bem abaixo, o que sinaliza com maior capacidade de crescimento. Capitão Styvenson tem apenas 1,72% e Zenaide Maia soma 2,91%.

A pesquisa foi encomendada pela Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN), ao Instituto Certus, que tem contrato de exclusividade com a entidade nesse período de campanha eleitoral. Foram ouvidas 1.410 pessoas entre os dias 24 e 27 de agosto com margem de erro 3% para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%.

Ela está registrada na Justiça Eleitoral sob os números RN-06196/2018 e BR-07862/2018.

Leia tambémFátima tem crescimento e adversários não se aproximam;

Leia também: Reprovação do Governo Robinson Faria se mantém ‘firme’.

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domingo - 02/09/2018 - 11:20h
Pesquisa Fiern/Certus

Reprovação do Governo Robinson Faria se mantém ‘firme’

Desaprovação chega a 79,08%; Aprovação atinge somente 14,04% na terceira sondagem divulgada hoje

O desgaste vivido pela gestão do governador Robinson Faria (PSD) segue até aqui insanável. A campanha eleitoral em que ele está envolvido, tentando à reeleição, não mostra maior fôlego dele para sair desse fosso.

É o que aponta a terceira Pesquisa Fiern/Instituto Certus divulgada neste domingo (2). Na soma de “Ruim” (14,04%) e “Péssimo” (52,91%) o total atinge 66,95%.

Quando a pergunta passa a ser se “Aprova” ou “Desaprova” a administração, os números são ainda mais eloquentes e catastróficos para a gestão Robinson Faria. A resposta Desaprova chega a 79,08% e Aprova atinge somente 14,04%.

Num comparativo com a pesquisa anterior do Instituto Certus, no dia 29 de julho, praticamente nada mudou: ele teve 80,92% de desaprovação. A “aprovação” foi de 13,55%.

Na primeira pesquisa no dia 6 de maio, os números da desaprovação chegaram a 82,34%. Foi aprovado por 11,35% dos entrevistados.

A pesquisa foi encomendada pela Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN), ao Instituto Certus, que tem contrato de exclusividade com a entidade nesse período de campanha eleitoral. Foram ouvidas 1.410 pessoas entre os dias 24 e 27 de agosto com margem de erro 3% para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%.

Ela está registrada na Justiça Eleitoral sob os números RN-06196/2018 e BR-07862/2018.

Leia também: Fátima tem crescimento e adversários não se aproximam.

Veja a pesquisa de Julho na íntegra clicando AQUI;

Veja a pesquisa de Maio clicando AQUI.

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domingo - 02/09/2018 - 10:10h
Pesquisa Fiern/Certus

Fátima tem crescimento e adversários não se aproximam

Mas números mostram que 70,35% dos entrevistados, na Espontânea, não definiram qualquer nome

A senadora Fátima Bezerra (PT) continua líder distante, sem qualquer reação dos seus principais adversários, na corrida ao Governo do Estado do RN. É o que mostra a terceira Pesquisa Fiern/Instituto Certus divulgada neste domingo (2).

Ela ganha nas perguntas Estimulada (quando o entrevistador apresenta os nomes dos pré-candidatos) e Espontânea (quando o entrevistador não mostra qualquer nome) dos seus adversários.

Ela conseguiu um crescimento numérico e acima da margem de erro na pergunta Estimulada, em relação à sondagem anterior, veiculada no dia 29 de julho. Subiu 3,69% (margem de erro é de 3 pontos percentuais).

Fátima Bezerra, Robinson Faria e Carlos Eduardo se destacam na disputa ao governo estadual (Foto: montagem)

Na pergunta Espontânea, ela quase dobrou o nível de “engorda”, saltando de 8,72% para 16,88%, ou seja, 8,16%.

Enquanto isso, Carlos Eduardo Alves (PDT) e Robinson Faria (PSD) patinham. Parecem se debater numa areia movediça, sem revelarem capacidade de reação.

Maioria

A maioria da senadora sobre Carlos Eduardo é de 17,1% e em relação a Robinson Faria chega a 24,47% na Estimulada.

Vale ser destacado que 38,94% dos ouvidos na pergunta Estimulada disseram não ter qualquer candidato previamente escolhido.

Na pergunta Espontânea os números são bem mais expressivos, atingindo 70,35%.

Rejeição

No item Rejeição, o governador Robinson Faria segue liderando o quesito, sem reduzir sequer numericamente esse elemento negativo. Saiu de 35,28% em 29 de Julho (pesquisa anterior), para 36,05%. Já Carlos Eduardo alcança que 10,17%, na segunda colocação. Possuía 7,17% em julho. Aumentou repulsa ao seu nome, mas dentro da margem de erro.

Fátima tinha marca de 6,73% e agora atinge 9,79%, na terceira posição, ocorrendo mesma situação que se verifica em relação a Carlos Eduardo.

Veja abaixo o comportamento dos três principais candidatos ao governo estadual, nas três pesquisas  – Pergunta Estimulada:

Estimulada (6 de Maio):

Fátima Bezerra (PT) – 26,06%

Carlos Eduardo Alves (PDT) – 14,54%

Robinson Faria (PSD) – 5,04%

Estimulada (29 de Julho):

Fátima Bezerra (PT) – 29,15%

Carlos Eduardo Alves (PDT) – 15,39%

Robinson Faria (PSD) – 6,31%

Estimulada (hoje, 2 de Setembro):

Fátima Bezerra (PT) – 32,84%

Carlos Eduardo Alves (PDT) – 15,74%

Robinson Faria (PSD) – 8,37%

Veja abaixo o comportamento dos três principais candidatos ao governo estadual, nas três pesquisas  – Pergunta Espontânea:

Espontânea (6 de Maio):

Fátima Bezerra (PT) – 5,89%

Carlos Eduardo Alves (PDT) – 4,33%

Robinson Faria (PSD) – 1,13%

Espontânea (29 de Julho):

Fátima Bezerra (PT) – 8,72%

Carlos Eduardo Alves (PDT) – 6,10%

Robinson Faria (PSD) – 2,91%

Espontânea (hoje, 2 de Setembro):

Fátima Bezerra (PT) – 16,88%

Carlos Eduardo Alves (PDT) – 7,16%

Robinson Faria (PSD) – 3,83%.

Veja abaixo o comportamento de todos os candidatos ao governo estadual na pergunta sobre Rejeição:

A pesquisa foi encomendada pela Federação das Indústrias do Estado do RN (FIERN), ao Instituto Certus, que tem contrato de exclusividade com a entidade nesse período de campanha eleitoral. Foram ouvidas 1.410 pessoas entre os dias 24 e 27 de agosto com margem de erro 3% para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%.

Ela está registrada na Justiça Eleitoral sob os números RN-06196/2018 e BR-07862/2018.

Veja AQUI a pesquisa em 6 de maio e AQUI em 29 de julho.

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domingo - 02/09/2018 - 08:20h
Conversando com... Adriana Negreiros

Livro conta história de Maria Bonita e mulheres no cangaço

Trabalho também tenta desmitificar Lampião como "Robin Hood do sertão", imagem muito disseminada

Por Luíza Franco (BBC News Brasil)

Dona de uma “personalidade espevitada”, Maria Bonita – que, em vida, era conhecida como Maria de Déa – era uma mulher empoderada , transgressora, bem-humorada e “um tipo meio canalha”. Mas apesar de estar “à frente do seu tempo”, não se incomodava com a opressão em que viviam suas colegas de cangaço e apoiava que mulheres adúlteras fossem assassinadas.

Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço é o livro lançado por Adriana Negreiros (Foto: Marcos Vilas Boas)

É assim que a jornalista Adriana Negreiros retrata a cangaceira, que acaba de biografar em Maria Bonita: Sexo, Violência e Mulheres no Cangaço (Objetiva). O livro conta a história do cangaço dando destaque às mulheres e aos relatos que fizeram sobre como era a vida no bando de Lampião. “Fui percebendo em conversas com pesquisadores do tema como as histórias delas eram desqualificadas”, diz Negreiros.

Maria Gomes de Oliveira (1910 – 1938) era uma dona de casa casada quando começou a namorar Lampião, em 1929, e decidiu juntar-se ao bando no ano seguinte, tornando-se a primeira mulher do grupo. Seria uma das poucas a tornar-se cangaceira por vontade própria – muitas foram raptadas.

Ela acabou morta junto com Lampião e outros membros do bando num ataque das forças de segurança a um acampamento onde pernoitavam. Foi decapitada e, assim como os demais, sua cabeça foi exposta diante da Prefeitura de Piranhas (AL).

O livro também se esforça para desfazer a imagem de Lampião como o “Robin Hood do sertão”, disseminada na mídia e por movimentos de esquerda da época.

Maria Bonita e o bando de Lampião em pose para Benjamin Abrahão; ela era considerada a "rainha" do cangaço

“Ele era aliado dos grandes latifundiários do Nordeste e era amigo de um interventor. O fato de ter passado impune tantos anos se deve à relação que tinha com o poder. Os grandes prejudicados eram os mais pobres”.

Adriana é jornalista e trabalhou nas revistas Veja, Cláudia e Playboy . A seguir, veja trechos da entrevista com a autora:

BBC News Brasil – Como surgiu a ideia de escrever uma biografia de Maria Bonita?

Adriana Negreiros – Sempre tive muito interesse no cangaço. Sou nordestina, do Ceará. Minha família é de Mossoró, a única cidade que conseguiu expulsar Lampião. Isso foi um marco na história do cangaço e é lembrado até hoje.

Assim como muitas mulheres, eu estava vivendo a onda feminista. Minha geração está muito acostumada a ver homens no poder. Muita coisa foi naturalizada e agora estamos questionando. Quis contar a história do cangaço da perspectiva das mulheres. Lampião é uma figura exuberante, mas tinha um monte de mulheres que participaram do cangaço e que foram totalmente ignoradas.

BBC News Brasil – A imagem que tinha dela antes de escrever o livro mudou?

Negreiros – Sim. Tinha uma visão muito mitificada. Quando pensamos nela, imaginamos uma mulher guerreira, que pega em armas. Não sabia que as cangaceiras não pegavam em armas. Havia uma diferença entre o espaço das mulheres e dos homens. Elas tinham uma função doméstica, ainda que não tivessem casa. Quem brilhava no espaço público eram os cangaceiros. Elas eram coadjuvantes. A maioria nem sabia atirar.

Maria Gomes de Oliveira, Maria Bonita (Foto: Benjamin Abrahão)

BBC News Brasil – Em que sentido diria que ela foi uma mulher transgressora?

Negreiros – Diferentemente da maioria das cangaceiras, ela entrou para o bando porque quis. Era empoderada para seu tempo e para aquele lugar. Vivia no sertão, nos anos 1920. Era uma mulher casada, de quem se esperava obediência ao marido. O Código Civil da época previa isso – a mulher precisava de autorização do marido para trabalhar. No entanto, ela era muito infeliz no casamento. O marido era um fanfarrão, não era presente, nem muito viril. Ela se sentia sexualmente insatisfeita com ele. Há indícios de que ela tinha um amante.

Quando ficava de saco cheio do marido, não ia chorar pelos cantos, ia para o forró, dançar. Tinha uma personalidade mais espevitada mesmo. Ela era transgressora do ponto de vista do comportamento, era corajosa nesse aspecto. Era muito bem-humorada, não estava nem aí para o pensassem dela. Não se levava a sério. Se quisessem caçoar dela, ela estava pouco se lixando. (…) Ela falava alto, ria muito, era um tipo meio canalha, gosto disso nela.

Dadá (a cangaceira Sérgia Ribeiro da Silva) também é muito interessante. Foi raptada (pelo cangaceiro Corisco), mas mais tarde disse que o amava. Acho que era uma estratégia de sobrevivência. Se adaptou à situação. Isso deu a ela um papel de protagonismo. Os homens a obedeciam, mas não achavam aquilo muito certo. Mas ela foi uma sobrevivente.

BBC News Brasil – Por um lado, Maria Bonita agiu a favor da própria liberdade. Por outro lado reproduzia o machismo violento dos homens. Dá para dizer que ela era feminista?

Negreiros – Não. Era transgressora, à frente do seu tempo, mas não tinha consciência política, de gênero. Não se mostrava incomodada com a situação de opressão contra as mulheres. O conceito de sororidade passava longe ali. As mulheres não protegiam umas às outras.

O código de conduta era totalmente machista. Uma mulher que cometesse um adultério era morta; o homem, não. As mulheres até incentivavam que as outras fossem punidas. Havia suspeita de que (a cangaceira) Cristina, por exemplo, tivesse um caso com outro cangaceiro. Maria foi uma das que mais apoiou que ela fosse morta, como ela de fato foi.

Corisco e Dadá: A cangaceira foi raptada e estuprada por ele. No bando ela ganhou maior espaço (Foto Benjamin Abrahão)

BBC News Brasil – A imagem que se tem dela é que entrou para o cangaço por amor a Lampião. Acha que foi isso mesmo que a motivou?

Negreiros – Amor é demais. Nem conhecia bem ele. Mas ele era a grande celebridade naquela época. Era um astro, um machão, tinha dinheiro, era um valentão. Do lado dele ela se sentiria segura. Isso tudo a atraiu.

(O escritor) Ariano Suassuna fala que eram figuras extraordinárias, almas grandes. Ele tem admiração especialmente pela Maria. Ele fala que acha que ela se apaixonou por um cara que era um rei, um homem que iria salvar ela daquela vidinha pequena, de um marido que não dava conta do recado, que não dava atenção a ela. Uma vida à mercê de uma série de violências. Viu a possibilidade de segurança e notoriedade ao lado dele. Isso foi virando um sentimento que podemos chamar de amor. Era uma relação afetuosa.

BBC News Brasil – Você diz no livro que, durante a pesquisa, viu que os relatos das mulheres sobre o cangaço eram constantemente questionados. Como era isso?

Negreiros – Isso me chocou muito. Fui percebendo em conversas com pesquisadores do tema que as histórias delas eram desqualificadas. Muitas delas entraram no cangaço não porque quiseram, mas porque foram obrigadas. Foram raptadas. Não foi uma opção. Eu comentava com as pessoas essas questões que muito me chocavam – de abandono dos filhos, por exemplo (após darem à luz, mulheres do cangaço eram obrigadas a entregar os filhos para outras famílias) – e ouvia as pessoas relativizando, dizendo “será que foi isso mesmo”?

Maria Bonita penteando cabelos de Lampião, durante documentário sobre o cangaço (Foto Benjamin Abrahão)

Dadá, por exemplo, foi raptada pelo Corisco, mas as pessoas diziam que não era bem assim. Eu pensava “como uma menina de 12 anos vai escolher ser raptada, estuprada e ir morar no mato, passando fome e sede, sem nunca mais ver os pais?”.

Quer dizer, mesmo quando elas têm voz (Dadá deu muitas entrevistas depois de deixar a prisão), a voz delas é silenciada, sobretudo quando diz respeito a violências que sofreram. Essa é uma lógica que persiste até hoje.

BBC News Brasil – E muitas delas eram ignoradas nas narrativas da época…

Negreiros – Sim. Li praticamente tudo que foi publicado sobre o cangaço. Tem muita coisa escrita por pessoas que viveram o cangaço. Nos relatos, as mulheres sempre são tratadas de uma forma meio escrota. Fui juntando tudo, um trabalho de garimpo, mesmo.

BBC News Brasil – Deve ter sido difícil juntar tudo e fazer um retrato da Maria. Fez uma interpretação própria?

Cristina foi morta por suspeita de traição; Maria Bonita defendia execução sumária dela (Foto: Benjamin Abrahão)

Negreiros – Sim. As questões que me incomodaram acabaram conduzindo o trabalho, especialmente essa questão do descrédito. Resolvi assumir a versão delas.

BBC News Brasil – É isso que quer dizer quando fala que o livro é feminista?

Negreiros – Sim, quis olhar pelos olhos das mulheres, acreditar na versão delas. Também tentei deixar muito claro as estruturas de opressão que atuavam no cangaço.

BBC News Brasil – No imaginário coletivo, cangaceiros são vistos como Robin Hoods do sertão. O livro faz questão de desmontar isso.

Negreiros – Movimentos sociais tentaram vê-los como revolucionários, como se tivessem consciência da distribuição equivocada da propriedade privada, mas não tinham. Lampião queria ser coronel. Ele falava nas entrevistas “quero ser fazendeiro, governador”. Não queria organizar um movimento de camponeses oprimidos. Essa é uma ideia equivocada.

OS POBRES FICAVAM NO MEIO DO FOGO CRUZADO. Eram vítimas dos cangaceiros e das forças volantes (polícia). Não tinham para onde correr. Uma pessoa que tivesse sua casa visitada por cangaceiros tinha que obedecer e depois passaria a sofrer represália da polícia porque era “amiga de cangaceiro”. Não tinha isso de que distribuíam dinheiro. Eventualmente, Lampião fazia agrados porque era um gênio das relações públicas, mas era para ter simpatia de determinada região e ser protegido.

Nos filmes há imagens deles entrando nas cidades e jogando coisas para o alto. Eles podiam até fazer isso, entrar tirando coisas do corpo, mas era pra se livrar de peso. Lampião não tinha a menor consciência de classe. Não tenho dúvida de que, se tivesse um aliado que fosse um grande latifundiário e que tivesse um problema com um pequeno produtor, ficaria do lado do latifundiário. Não diria (vou ficar do lado dos) “meus colegas pobres, oprimidos”. Além disso, era um cara racista. Odiava negros.

As cangaceiras Nenê, Maria Jovina e Durvinha em foto de Benjamin Abrahão

BBC News Brasil – Por que a esquerda não via isso?

Negreiros – Não é tão preto no branco. Apesar de Lampião ser aliado dos latifundiários, de o cangaço ser um banditismo rural, é um movimento de insurreição.

Hoje, o sertão é região esquecida. Imagine naquela época. Ninguém tinha olhos para o sertão. A vida do sertanejo não era fácil. A perspectiva era ter uma plantação, torcer para que chovesse. Uma vida condenada àquilo. Ou (a pessoa) se conformava de que aquela era sua sina ou se rebelava contra isso. De alguma maneira, o cangaço tem na sua gênese certo componente de insurreição.

Frederico Pernambucano de Mello (pesquisador do cangaço) chama de “irredentismo”. A coisa do “vou ser meu próprio rei, farei meu próprio destino”. Isso não torna as coisas muito claras. Não é fácil perceber onde começa a questão social e termina a necessidade de ficar rico ou o desejo de ser maioral do sertão.

BBC News Brasil – No livro, você narra estupros, mulheres que eram marcadas como vacas só por usarem cabelos curtos, assassinatos por motivos fúteis, capação. O grau de violência que eles cometiam te surpreendeu?

Negreiros – Sim, surpreendeu. Era uma coisa patológica. A região é muito violenta e era uma coisa muito naturalizada. Em relação às mulheres, eram tratadas como propriedade, como se fossem vacas. Teve uma cangaceira que depois de morta teve a vagina arrancada. O cangaceiro ficou carregando aquilo na bolsa.

"Apesar de Lampião ser aliado dos latifundiários, é um movimento de insurreição", diz autora (Foto: Benjamin Abrahão)

BBC News Brasil – Viu paralelos com o Brasil de hoje?

Negreiros – Me parece ter certa semelhança com tráfico de drogas no Rio. A política do terror inspira confiança por meio do medo. Ao mesmo tempo, espalha o terror. E na ostentação também. Não faziam questão de se esconder. Traficantes também estão sempre muito armados, com ouro. É um poder paralelo. E as pessoas recorriam aos cangaceiros para resolver conflitos, às vezes até antes de procurar a polícia. A corrupção policial – os policiais vendiam armas para cangaceiros.

P.S do Blog Carlos Santos – Adriana Negreiros é de origem mossoroense e casada com o também jornalista e escritor cearense Lira Neto, autor de livros como a trilogia “Getúlio” (sobre Getúlio Vargas).

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domingo - 02/09/2018 - 07:30h

O Cristo e a pedra

Por François Silvestre

Essas mal traçadas linhas, no bico de pena do computador, olhando para a Pedra Rajada. A mesma que avistei ainda menino na primeira vez que subi a Serra, com noção sub rudimentar das coisas.

Na garupa do cavalo Petróleo, preto mesclado de branco, sob o comando do padre Alexandrino Suassuna de Alencar. Nem lembro qual era o meu tempo de vida. Com certeza, antes dos oito anos. Pois que com essa idade, eu vi seu corpo inerte, estirado num velório improvisado na casa da minha avó.

Minha avó. A memória mais suave, alegre, feliz, vestida de flores, banhada de vida, que o regresso à infância consegue me levar.

A lembrança do padre, tio e pai adotivo, é confusa. Misto de admiração, afeto e medo. Relação de uma criança peralta com um pai ciclotímico. Ora, de agasalho afetuoso. Ora, de rigorosa punição. Havia na parede da sua biblioteca uma palmatória, chamada Vitória, que impunha pavor.

A casa da minha avó era o paraíso. E eu o Adão inexpulsável. Um quintal de frutas e flores. Uma casa vasta, que ela imitava, em Martins, sua casa de jovem em Maranguape.

Filha de um Juiz do Exu, João Antunes de Alencar, aqui ficada por acerto de casamento com um filho de Bisinha Suassuna. Juntava-se aí o sertão de Pernambuco, do Exu; o da Paraíba, de Catolé do Rocha; com a Chapada do Apodi, Gomes e Pintos espalhados pelas Serras do Martins e Portalegre.

Mas não é de genealogia que esse texto trata. Tenta tratar, se possível, desta tarde daqui defronte da Pedra Rajada.

Não defronte do Promontório da Lucárnia onde, nas águas de Antemusa, reinavam Agláope, Teossíope e Partênope, as líderes Sereias encantadoras dos navegantes.

Apenas no amparo de uma tarde modorrenta, como assim definiu Cláudio Santos, ao dizer do medo de enfrentar as tardes. Para quem não teme tormentas, acho que foi uma desculpa para descer a Serra.

Pois bem. Estou defronte da Pedra Rajada. Vista do Mirante Mãe-Guilé, cujo nome tenta aproximar pela paisagem a inimitável figura da avó. A inapagável imagem resistente de uma criança esperneante da memória.

NA PEDRA CHAPADA SOBRE A GROTA VEEM-SE DUAS FIGURAS DE COMPLEIÇÃO HUMANA. Uma de perfil, serena, cuja mancha preta das águas, ao longo dos séculos, lhe ornamenta uma vasta cabeleira. Outra, acima e à direita, mostra um rosto sofrido, com olhos macerados, parecendo tortura.

A imaginação popular diz que são figuras do Cristo. E que a dificuldade de identificá-las acusa impureza no observador. Muitos se apressam na identificação, como os conselheiros daquele rei que exigia admiração por uma roupa inexistente.

O Cristo visto ou não de qualquer pedra continua a saga de ser pregado na cruz. E quem o prega é ateu? Não. São os nominados cristãos que O penduram e O pregam na cruz. Quando vendem milagres, quando O evocam para justificar mentiras, quando prometem o que não cumprem.

Nesse ano de eleições e julgamentos, de mentiras expostas nos templos, das igrejas e tribunais, o Cristo é o expulso. Debaixo de chicotadas da mais fina hipocrisia.

Não há Pilatos, posto que nem água com sabão, mexido de soda cáustica, consegue lavar as mãos dos centuriões romanos dessa Roma devastada, posta no hemisfério latino da sul América.

Nessa escrita, chega gente de longe. Uma família de Cajazeiras, com parentes de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. O chefe do clã fala alto: “Quero ver se daqui se vê luzes de treze cidades. E comer galinha caipira com arroz de puta-rica”.  Té mais.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 02/09/2018 - 06:18h

A crítica é o pressuposto do conhecimento

Por Honório de Medeiros

Um dos maiores, senão o maior, mal do qual padece a Educação, é a crença – o termo correto é esse – no aprendizado por informação. Por essa crença nosso cérebro seria como um recipiente vazio que deve ser preenchido com informações que nos forem fornecidas.

Popper denominou essa crença de “Teoria do Balde Vazio”, e ela depende, fundamentalmente, da suposição de que conhecemos por que observamos, o que nos conduz a um empirismo ingênuo, no qual a observação do que somos e do que nos cerca é possível graças ao raciocínio indutivo.

Este não é o espaço apropriado para analises acerca dessas teorias. Convém lembrar, de forma parafraseada, entretanto, um “blague” que Popper, em tom irônico, apresentou em uma de suas obras dedicadas à Teoria do Conhecimento: se solicitarmos a algumas pessoas que durante certo tempo cronometrado apenas observem, e, em seguida, nos digam o que aprenderam com essa observação, provavelmente todas elas indagarão: “em relação ao quê?”

Pois parece óbvio que somente é possível o conhecimento de algo a partir de um conhecimento pré-existente, o que situa a observação no seu devido lugar, qual seja o de comprovar, ou negar, nossas hipóteses teóricas. Não por outra razão a informação (conhecimento) que não é precedida de um conhecimento criticado, que nos permita compreender aquilo acerca do qual que se está sendo informado, resulta em nada.

E, também, não por outra razão, lê-se sem que se compreenda, participa-se dos fatos enquanto manipulados, fala-se e escreve-se o que não tem sentido, concretizando a imagem fiel da alienação intelectual que descreve tão bem o mundo em que vivemos.

Para que se estabeleça o processo de aquisição do conhecimento é preciso que algo deflagre, em nós, a angústia criativa de sobreviver a uma realidade que não mais é apreendida como o era até então. Ocorre em situações críticas, deliberadamente, como ocorre independentes de nossa vontade.

O senso comum diz isso de forma brilhante: “a necessidade é a mãe da invenção”.

Podemos, claro, gerar esse processo de conhecimento. Se formos estimulados a criticar (no sentido de buscar falhas, contradições, desarmonias) na informação que nos é fornecida, com certeza avançaremos.

A crítica, portanto, é o pressuposto do conhecimento consciente. Não por outra razão Bachelard, o poeta/filósofo, afirmou: “O conhecimento é sempre a reforma de uma ilusão”. E não por outra razão o pensador dinamarquês Soren Kiekergaard nos impelia a “duvidar de tudo”.

Muito mais recentemente Karl Popper propôs que o conhecimento novo – não apenas a filosofia – começasse sempre por problemas. Esses problemas surgiriam do contraste entre o conhecimento antigo, a expectativa de que regularidades, padrões, se mantivessem, inclusive em relação a nós mesmos, e a fragmentação dessas expectativas.

Ao nos depararmos com algo que esse conhecimento antigo não explicasse, haveria uma fragmentação nas nossas expectativas e surgiria, então, o problema a ser solucionado. Observe-se que tal teoria pressupõe a existência do conhecimento inato adquirido geneticamente, no que é referendada pela teoria da seleção natural de Darwin.

A técnica mais banal para o exercício da crítica é o uso do contra-argumento (contraexemplo). Uma vez tendo recebido alguma informação, submetamo-la à crítica argumentando contra, na medida de nossas possibilidades. Ou seja, “dialetizemos” (no sentido de Bachelard e sua “Filosofia do Não”) a informação.

Se a informação sobreviver à crítica, teremos avançado. Nada teremos a perder, muito teremos a ganhar em utilizando tal técnica.

Outra técnica simples é indagar, dialogar com a informação. Para tanto cabe usar o que nos ensina a técnica jornalística, indagando a nós mesmos e também respondendo: Quem? Quando? Como? Onde? O quê? Por quê?

Uma vez que o espírito da crítica pedagógica, a vigilância epistemológica que pode conduzir à ruptura epistemológica, à “reforma das ilusões”, se estabeleça como “Paideia”, padrão cultural, ideal civilizatório, o avanço será inexorável.

Para que se tenha ideia de como não evoluímos ao longo desses anos, em discurso na solenidade de formatura de todas as turmas concluintes do ano de 1982, representando os alunos, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tive a oportunidade de dizer:

– “Como entender, por exemplo, que no âmbito da Universidade, onde o sonho e a crítica deveriam caminhar de mãos dadas, permeando a efígie do futuro de esperança e conhecimento, nada mais se encontre do que o imediatismo, o pragmatismo solerte e a mera repetição anacrônica de informações? Como aceitar a inacreditável relação professor-aluno, completamente abstraída da consciência do saber, que conjuntamente com a preocupação de suscitar dialéticas, referendar críticas e debates livres, numa ontologia da ideia ensinada e na aplicação do racionalismo docente, constitui a preocupação básica de Gaston Bachelard, exposta em sua obra “Racionalismo Aplicado”, onde nos lembra: “De fato, numa educação de racionalismo aplicado, de racionalismo em ação de cultura, o mestre apresenta-se como negador de aparências, como freio a convicções rápidas. Ele deve tornar mediato o que a percepção proporciona imediatamente. De modo geral, ele deve entrosar o aluno na luta das ideias e dos fatos, fazendo-o observar bem a inadequação primitiva de ideia com o fato”.

– “Se na observação do problema limitamo-nos ao componente psicológico da relação professor-aluno, necessário se faz observar os próprios problemas estruturais em torno dos quais gravitam os específicos. Precisamos ir ao encontro do espírito mais geral que preside os fatos e as idéias no âmbito da Universidade. Fundamental é retornar à consciência crítica e política no sentido socrático-aristotélico, que é seu pressuposto maior. Fundamental é acreditar que quimera e contestação, a discussão, a livre manifestação de idéias – alicerce do conhecimento – caminham ou caminharão nos corredores da Universidade.”

Portanto precisamos ensinar a criticar, para que seja possível conhecer, afastando, de vez, essa perspectiva ideologicamente equivocada e intelectualmente ultrapassada de informar para formar.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN

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domingo - 02/09/2018 - 05:24h

Recessão democrática

Por Odemirton Filho

Desde o tempo de Atenas, na Grécia antiga, que se busca a democracia como uma forma de participação popular.

Apesar de sua seletividade, pois nem todos os habitantes eram considerados cidadãos, a democracia ateniense foi o início do regime de governo que hoje se adota em vários países.

A democracia é uma forma de participação de todos, sejam homens, mulheres, ricos ou pobres na construção de um Estado.

Há, basicamente, três espécies de democracia: a direta, a indireta e a semidireta.

A democracia direta é aquela na qual os cidadãos, sem intermédio de representantes, discutem e aprovam as leis e encaminham resoluções em favor de toda a coletividade.

Por outro lado, a democracia indireta é aquela que a sociedade delega aos seus representantes a aprovação de leis ou resolução de seus problemas.

Diz-se democracia semidireta aquela na qual os cidadãos têm seus representantes eleitos, mas em algumas questões relevantes decidem diretamente, como no caso de plebiscito, referendo e iniciativa popular.

O art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal brasileira adota a democracia semidireta:  “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”.

Destaque-se que, atualmente, a democracia deliberativa tem sido abraçada por alguns doutrinadores, sendo que, nessa espécie, a sociedade participa de forma mais ativa na tomada de decisões, dentro de determinada esfera pública.

Para se chegar ao que conhecemos foi longo e doloroso o caminho de algumas sociedades hoje democráticas.

O poder, concentrado nas mãos de poucos, era um entrave à participação popular.

Sabe-se que é preciso um limite ao poder e a participação da coletividade é de vital importância para o amadurecimento das instituições e do próprio Estado.

No Brasil, como sabemos, a experiência ditatorial nos despiu de todo e qualquer direito fundamental. Os atos ditatoriais, plasmados em Atos Institucionais, foram amplamente utilizados em desfavor da sociedade.

Não somente no país, mas em boa parte do mundo e, sobretudo, na América Latina, o poder foi centralizado em um grupo que tolhia o livre viver das pessoas.

Após muita luta e sofrimento para restabelecer o direito de manifestação e, principalmente, o direito ao voto, foi conquistado o regime democrático, tendo como sustentáculo uma Constituição.

Agora, em uma guinada, esses valores estão sob ameaça.

Em razão disso, o termo recessão democrática, criado pelo cientista político Larry Diamond, é uma forma de alertar os cidadãos que suas democracias estão a fenecer.

Aquilo que parecia consolidado poderá começar a ruir se a sociedade não entender que a democracia tem que ser constantemente defendida contra qualquer ataque que venha a minar suas bases.

O poder talvez não seja mais assaltado por meio de um golpe de Estado. Há em andamento várias formas de se tomar o poder, usando a própria democracia para surrupiar os valores mais caros à sociedade.

Segundo analistas, o desmonte de direitos sociais, ideias retrógradas, ataques a grupos minoritários, intolerância, incitação à violência, enfraquecimento de sindicatos e de movimentos populares, entre outras atitudes, denotam que a sociedade precisa ficar alerta.

Não se nega que a democracia tem os seus defeitos.

A corrupção, apurada pela operação Lava – Jato, mostrou ao país uma cadeia de mal feitos que incomodam o cidadão de bem e o faz ficar descrente nas Instituições democraticamente constituídas.

Os serviços sociais básicos estão à deriva e o cidadão ver a montanha de impostos que paga ser desviada para fins obscuros.

A retomada do crescimento econômico, como fundamental para fazer a roda da economia girar, parece que ainda irá demanda um bom tempo, pois a expectativa do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) está aquém do esperado.

Com isso, estamos com mais de treze milhões de pessoas sem emprego e outra parcela expressiva sobrevivendo de atividades informais.

Vivemos, é certo, uma recessão econômico-social. Não se vislumbra no horizonte mudanças significativas.

Todavia, a recessão democrática de direitos e valores que conquistamos ao longo do tempo parece evidente.

Nas palavras de Daniel Sarmento e Madeira Pontes: “a eleição de um presidente com ideias e projetos radicalmente contrários à democracia traduz perigo muito maior para a sobrevivência da empreitada democrática do que a mera aceitação da presença de um partido autoritário na cena política”.

Assim, não podemos coadunar com qualquer espécie de conduta que queira desestabilizar à democracia e suprimir direitos fundamentais.

É através dela, democracia, e de nossas Instituições, que devemos buscar a solução para o caos que estamos vivendo. Não podemos transigir os nossos direitos, eles são irrenunciáveis e inegociáveis.

Teremos, novamente, a singular oportunidade de escolher os nossos representantes para o Executivo e para o Legislativo. Vejamos os candidatos que defendam à democracia e que não tenham a mácula da corrupção.

É imprescindível que os candidatos abandonem a retórica e a demagogia de sempre e apresentem, de forma concreta, propostas para a educação, saúde e segurança, os principais problemas nacionais.

E que apontem, com clareza, de onde virão os recursos para se promover os investimentos que essas áreas exigem.

É certo que reformas precisam ser feitas, todavia é preciso saber equacionar o problema a fim de não penalizar, ainda mais, a sociedade brasileira e, principalmente, que se preserve o Estado Democrático de Direito.

Odemirton Filho é professor e oficial de Justiça

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sábado - 01/09/2018 - 23:58h

Pensando bem…

“O homem que sofre antes de ser necessário, sofre mais que o necessário.”

Sêneca

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sábado - 01/09/2018 - 18:30h
Sexta-feira

Candidatos fazem boas movimentações políticas

Os candidatos Carlos Eduardo Alves (PDT) e Robinson Faria (PSD) fizeram expressivas movimentações políticas na sexta-feira (31).

Carlos em Santa Cruz, sob comando do deputado estadual Tomba Farias (PSDB).

Já Robinson Faria (PSD) em Areia Branca, sob a batuta da prefeita Iraneide Rebouças (PSD).

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sábado - 01/09/2018 - 08:20h
Sabadão

Fest Bossa & Jazz tem segunda prévia no “Birra Nordestina”

A Birra Nordestina (Rua Amaro Duarte, Nova Betânia em Mossoró, ao lado da Praça do Rotary) tem noitada de prévia do Fest Bossa & Jazz neste sábado (1º).

Começa às 20 horas.

As atrações são Dayanne Nunes e Day Jazz.

Boa música, que se diga.

Essa será a segunda prévia do Fest Bossa & Jazz, que acontecerá em Mossoró de 13 a 15 deste mês de setembro, na Estação das Artes Elizeu Ventania (veja AQUI e AQUI).

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Categoria(s): Cultura
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