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segunda-feira - 04/03/2019 - 19:14h
Carnaval

Um velho ou quase…

Por François Silvestre

..na Segunda do carnaval. Após o pirão de carne na casa de Geraldo e Maria, pais do meu genro Daniel Rocha, voltei à casa de mim mesmo.

Não à casa paterna dos versos românticos de tantos poetas.

Pois bem. Voltei. E das músicas que tanto me moviam e empolgavam tempos atrás ou das troças e blocos passantes, senti enfado. Abri o computador e procurei Carmina Burana, de Carl Orff.Dele a compilação e melodia dos versos “perdidos” de séculos medievais, com a abertura fantástica da busca da fortuna. E o fracasso dessa procura.

Depois, a beleza minimalista em acordes e repetições do Bolero de Ravel. O Maurice celebrizado por este bolero. Cuja empolgação melódica vai num crescendo lento, rítmico, suave e repetitivo que consegue ganhar até meus ouvidos rombudos.

Sou péssimo absorvente de música, do ponto de vista da reprodução, mas possuo um ouvido razoável para deleite e descoberta da boa melodia.

Aí fui à quinta dança húngara de Johannes Brahms, um sossego nostálgico. Que se não me trai a memória é um dos compositores preferidos de Laurence Nóbrega. Ou de Florentino Vereda.

Se eu estiver errado é culpa dessa Segunda de carnaval, ou desse carnaval de segunda. Sei lá…

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Categoria(s): Crônica
segunda-feira - 04/03/2019 - 17:10h
Em Natal

Morre o médico e ex-deputado Pedro Lucena

Lucena: uma bela história (Foto: divulgação)

O ex-deputado federal e estadual, médico Dr. Pedro Lucena, morreu nesta segunda-feira (04), em Natal, aos 97 anos. Ele estava doente deste dezembro de 2017 com problemas renais e respiratórios, com várias idas ao hospital durante esse período. Faleceu dormindo devido ao quadro de profunda debilidade físico-clínica.

O velório ocorre começou às 16h, desta segunda-feira (4) e segue até às 8h30 da manhã do dia 05, no Centro de Velório Vila Flor, capela central (Av. Xavier da Silveira, 1743, Morro Branco). O sepultamento será às 9h, terça-feira, 05, no Cemitério Parque Nova Descoberta, Rua da Saudade.

O ex-deputado era viúvo, deixa cinco filhos, treze netos e nove bisnetos. Foi casado com Maria das Neves Andrade de Lucena, Dona Nevinha, que também teve uma atuação marcante na política do RN, sendo a primeira mulher suplente no Senado do Brasil.

Biografia

Nascido em Pirpirituba (PB), em 23 de outubro de 1921, Dr. Pedro Lucena morava na capital potiguar desde a década de 50. Foi deputado estadual por duas legislaturas, de 1963 a 1970 e deputado federal por três, de 1971 a 1982.

Aos dezessete anos, por iniciativa própria, ingressou na Marinha como aprendiz de Marinheiro. Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, tinha apenas dezoito anos, e já como Marinheiro, participou dela desde seu início até o final. Na Marinha, ocupou várias funções como combatente, entre elas: telemetrista, artilheiro e chefe de canhão, telefonista de combate, rádio telegrafista.

Antes de entrar para a política foi na medicina que ele encontrou sua paixão. Formou-se pela Universidade Federal de Pernambuco e foi médico dos correios e telégrafos. Também foi um dos pioneiros do corpo docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Em setembro de 2015, lançou seu último livro contendo sua autobiografia: “Eu, Pedro Lucena – O homem é o que quer ser”.

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Categoria(s): Política
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segunda-feira - 04/03/2019 - 09:26h
Futebol

Potiguar vence e é líder, mas revelação sofre séria contusão

Do site F9

O domingo de carnaval foi de futebol e a folia ficou por conta do Potiguar, que jogando no estádio Frasqueirão, em Natal, venceu o Força e Luz, por 2×0, e assumiu provisoriamente a liderança do segundo turno do Estadual.

Time alvirrubro de Mossoró comemorou gols e vitória, mas saiu abalado com agressão a Wilson (Foto: F9)

Ricardinho, aos 22 minutos da primeira etapa e Jefinho, aos 50 da segunda etapa, fizeram os gols que garantiu mais um triunfo alvirrubro na competição.

A equipe do técnico Emanoel Sacramento chegou aos seis pontos, empatando com o América, mas leva vantagens no critério de saldo de gols: 5 contra 4 da equipe da capital.

A equipe mossoroense volta à campo no dia 10 de março, quando enfrenta, no estádio Nogueirão, a equipe do ASSU, às 16h. Já o Força e Luz recebe, na Arena das Dunas, às 15h, a equipe do Globo, na sexta-feira, 08 de março.

Entrada criminosa, contusão séria.

Na segunda etapa do confronto, após entrada criminosa do zagueiro André, do Força e Luz, que acabou sendo expulso, o meio-campista Wilson, destaque e camisa 10 do Potiguar, teve que ser encaminhado a um hospital da cidade de Natal, com suspeita de fraturas na fíbula e tíbia da perna esquerda.

Nota do Blog – Jogador que caminha para ser a revelação do campeonato, Wilson é de origem humilde em Mossoró, tem 22 anos. Sem ter passado por formação de base, acabou surgindo no plantel do Potiguar este ano, ganhando logo titularidade por sua habilidade, visão de jogo e objetividade.

Vários clubes já monitoram o jogador, que agora tem sua carreira comprometida por esse tipo de gente que entra numa competição sem qualquer compromisso com o profissionalismo. Daqui a alguns jogos, o agressor estará novamente em campo, para vitimar mais gente. Wilson não tem previsão de volta. Se voltar. Deus ilumine-o.

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Categoria(s): Esporte
segunda-feira - 04/03/2019 - 08:44h
Hoje

Falece em Mossoró o médico e pesquisador Paulo Gastão

Paulo: grande perda (Foto: Web)

O farmacêutico-bioquímico, escritor e pesquisador Paulo de Medeiros Gastão, 80, pernambucano de origem que se tornou mossoroense por inteiro, faleceu nesta segunda-feira (4). O óbito ocorreu em Mossoró, pela madrugada.

Tinha câncer e estava internado na antiga Casa de Saúde Santa Luzia, unidade da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC).

O velório acontece na capela do Seminário Santa Terezinha. Seu sepultamento ocorrerá às 16h no Cemitério São Sebastião, em Mossoró.

Criador e primeiro presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), ele escreveu importantes livros sobre o banditismo rural fermentado no Nordeste entre o século XIX e século XX, como “Quem é quem no cangaço”, “Lampião de A a Z”, “O cangaço e a imprensa”, “Jararaca – o cabra valente do Moxotó” e “Geografia do cangaço – nomenclatura”.

Compôs também outras entidades e movimentos culturais, como Fundação Vingt-un Rosado e o Cariri Cangaço.

Nota do Blog – Paulo era uma figura adorável. Inesquecível uma viagem que fizemos juntos há alguns anos, para participação no Cariri Cangaço, entre Crato, Juazeiro, Barbalha e outros municípios cearenses.

Que descanse em paz, meu caro.

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Categoria(s): Cultura / Gerais
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segunda-feira - 04/03/2019 - 07:38h
Legislativo

Regimento Interno passará por atualização após 22 anos

Plenário deverá receber anteprojeto no máximo em oito meses (Foto: Edilberto Barros)

A Câmara Municipal de Mossoró terá uma Comissão Especial para Elaborar Proposta de Reforma do Regimento Interno da Casa. O próximo passo, após sua criação à semana passada (quarta-feira, 27), será indicação dos sete vereadores do colegiado.

Esse grupo terá até oito meses para produzir um anteprojeto.

Datado de 1997 (22 anos), o Regimento Interno (RI), que rege o processo legislativo, como o rito de votações, está em desacordo aos padrões dos principais regimentos, como os do Congresso Nacional, segundo o advogado Breno Góis, servidor efetivo da Câmara Municipal de Mossoró, lotado no Setor de Comissões da Casa.

O projeto de resolução que criou a Comissão é de autoria dos vereadores Sandra Rosado (PSDB), Alex Moacir (MDB), Genilson Alves (PMN) e Aline Couto (sem partido), membros da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Câmara Municipal.

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Categoria(s): Política
domingo - 03/03/2019 - 23:56h

Pensando bem…

“A melhor definição que posso dar de um homem é a de um ser que se habitua a tudo.”

Fiodor Dostoievski

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Categoria(s): Pensando bem...
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domingo - 03/03/2019 - 12:43h
Stalin

A tragédia calculada para dizimar gente

A política da fome premeditada por Stalin para subjugar população que viveu genocídio muito cruel

Por Mario Vargas Llosa (El Pais)

Em 1928, Josef Stalin fez uma viagem pela Sibéria que durou três semanas. Tinha derrotado seus adversários dentro do Partido Comunista e já era o amo supremo da União Soviética. Os cereais começavam a escassear no imenso território e, depois do que viu e ouviu naquela viagem, Stalin tirou as conclusões ideológicas pertinentes.

Segundo a doutrina marxista, a culpa era dos camponeses retrógrados, que, graças à expropriação dos latifúndios e à liquidação dos kulaks, tinham se tornado pequenos proprietários de terra e contraído as taras características da burguesia. A solução? Obrigá-los a ceder suas granjas e a se incorporar às fazendas coletivas que os tornariam proletários, a força poderosa e renovadora que substituiria sua mentalidade burguesa pelo fervor solidário dos bolcheviques.

Essa é a origem, segundo Anne Applebaum, em seu extraordinário livro Red Famine: Stalin’s War on Ukraine (fome vermelha: a guerra de Stalin contra a Ucrânia), do colapso da agricultura em todos os domínios da URSS, mas que golpearia principalmente, com ferocidade inigualável, a Ucrânia, causando, nos anos de 1932 e 1933, vários milhões de mortes e cenas arrepiantes de suicídios, assassinatos de crianças, saques e canibalismo.

A pesquisa realizada pela autora revela ao mundo, em sua dimensão apocalíptica, um acontecimento que, pelo menos em suas características reais, tinha sido ocultado pela censura stalinista, apesar dos esforços isolados de alguns historiadores como Robert Conquest, em The Harvest of Sorrow (a colheita do sofrimento), para divulgá-lo. Mas só agora, com a independência da Ucrânia, os documentos e testemunhos relativos àquele holocausto podem ser consultados e Anne Applebaum, que domina plenamente o russo e o ucraniano, tem feito isso com meticulosidade e objetividade escrupulosa.

Segundo ela, a fome foi premeditada por Stalin e seu séquito de cúmplices – Molotov, Kaganovich, Voroshilov, Postishev, Kosior e alguns outros − para subjugar a Ucrânia, frear qualquer tentativa de nacionalismo em seu seio e liquidar as organizações que resistiam a integrá-la à URSS sob o açoite de Moscou. Ela cita como prova o fato de que, naqueles mesmos anos, o Politburo soviético reduziu drasticamente a publicação de livros e jornais em ucraniano, assim como o ensino dessa língua nas escolas e universidades, e impôs o russo como idioma oficial do país.

Holocausto ucraniano levou muitos camponeses à morte pela fome nas cidades, em fuga do campo (Foto: Web)

Seja como for, em 1929 é iniciada a dissolução das pequenas propriedades agrícolas a fim de incorporá-las às fazendas coletivas. Os camponeses, que tinham visto com simpatia a revolução, resistem a entregar suas terras e seu gado, e a se associar às enormes empresas coletivas que, dirigidas por burocratas do partido, costumam ser pouco eficientes. As instruções de Stalin são rigorosas: aquela resistência só pode vir dos inimigos de classe que querem acabar com o socialismo, e deve ser esmagada sem piedade pelos revolucionários.

As brigadas comunistas percorrem os campos confiscando propriedades, gado, ferramentas agrícolas e sementes, e mandando para a prisão quem não colabora. Um dos chefes do Gulag, na Sibéria, envia um telegrama a Moscou pedindo que não lhe enviem mais detidos porque já não tem como alimentá-los. Ao mesmo tempo, um prisioneiro escreve para sua família: “Que maravilha! Eles me dão um pãozinho por dia!”

Entre 1932 e 1933,  há milhões de mortes e cenas arrepiantes de suicídios, assassinatos de crianças, saques e canibalismo

As colheitas começam a encolher, os roubos e ocultação de alimentos se multiplicam por todo lugar, Stalin insiste que o partido deve ser “implacável” em sua luta contra os sabotadores da revolução, e a fome entra em cena com suas terríveis sequelas: roubos, assassinatos, suicídios, aldeias que desaparecem porque todos os seus habitantes fugiram para as cidades na esperança de encontrar trabalho e alimentos. Os cadáveres já são tão numerosos que ficam estendidos nas ruas e estradas porque não há gente suficiente para enterrá-los.

Os testemunhos reunidos por Anne Applebaum são de arrepiar: há pais que matam seus filhos com as próprias mãos para que não sofram mais e, os mais desesperados, para se alimentar com eles.

Já comeram todos os cães, cavalos, porcos, gatos e até ratos que conseguiam pegar, e os comunicados que chegam à Ucrânia vindos de Moscou são cada dia mais urgentes: negar a fome e, principalmente, o canibalismo e os suicídios, e punir sem dó os verdadeiros causadores dessa catástrofe: os inimigos de classe, os fascistas, os kulaks, os responsáveis reais pelas calamidades que se abatem sobre a Ucrânia.

As instruções de Stalin são rigorosas: aquela resistência só pode vir dos inimigos de classe que querem acabar com o socialismo, e deve ser esmagada

Quantos morreram? Cerca de cinco milhões de ucranianos, pelo menos. Mas não há como saber com exatidão, porque as estatísticas eram forjadas pela disciplina partidária que assim exigia ou pelo medo dos burocratas do partido de ser punidos como responsáveis pela fome.

O Kremlin impôs, além disso, uma versão oficial dos acontecimentos que era reproduzida não só pela imprensa comunista, mas também pela capitalista, que fazia isso por meio de jornalistas vendidos ou covardes, como o repulsivo Walter Duranty, então correspondente do jornal The New York Times, que, comprado com casas e banquetes por Stalin, dava um jeito, em artigos que pareciam redigidos por um Pôncio Pilatos moderno, de apresentar um quadro de normalidade e desmentir os exageros de certos testemunhos que conseguiam vazar para o exterior sobre o que realmente ocorria na URSS e, principalmente, na Ucrânia.

Fome fabricada gerou milhões de vítimas (Foto: Web)

Uma das exceções foi o britânico Gareth Jones, quem conseguiu percorrer a pé o coração da fome durante várias semanas e contar aos leitores ingleses do jornal The Evening Standard os horrores vividos na Ucrânia.

Ler um livro como o de Anne Applebaum não é um prazer, e sim um sacrifício. Mas obrigatório, se queremos conhecer os extremos a que podem levar o fanatismo ideológico, a cegueira e a imbecilidade que o acompanham, e a irremediável violência que, mais cedo ou mais tarde, vem como consequência. A fome e as mortes na Ucrânia ajudam a entender melhor o terrorismo jihadista e a bestialidade irracional que consiste em se tornar uma bomba humana e explodir em um supermercado ou uma discoteca, pulverizando dezenas de inocentes.

“Ninguém é inocente!” era um dos gritos do terror anarquista segundo Joseph Conrad, que descreveu melhor do que ninguém essa mentalidade em O Agente Secreto.

Se ler o livro de Anne Applebaum provoca calafrios, como terão sido os anos que sua autora levou para escrevê-lo? Posso imaginá-la muito bem, imersa horas e horas em arquivos empoeirados, lendo informes, cartas de suicidas, sermões, e descobrindo de repente que está com o rosto encharcado de lágrimas ou que está tremendo da cabeça aos pés, como uma folha de papel, transubstanciada por aquele apocalipse.

Ela deve ter sentido mil e uma vezes a tentação de abandonar essa tarefa terrível. No entanto, continuou até o fim, e agora esse testemunho atroz está ao alcance de todos. Aconteceu há quase um século lá na Ucrânia, mas não nos enganemos: não é coisa do passado, continua ocorrendo, está ao nosso redor. Basta ter a coragem da Anne Applebaum para ver e enfrentar isso.

Saiba mais sobre o holocausto ucraniano (Holomodor) clicando AQUI.

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Categoria(s): Política / Reportagem Especial
domingo - 03/03/2019 - 11:19h

O Carnaval de cada um

Por Odemirton Filho

Nesses dias de carnaval cada um “brinca” ao seu estilo. Quem não é afeito à folia é o momento propício para refrear a correria do dia a dia.

Em tempos pretéritos, no junho da minha vida, o carnaval era intenso, que traz saudosa lembrança. Com o passar dos dias, e as responsabilidades do cotidiano, o carnaval já não é prioridade.

O carnaval, para alguns, é momento participar de um retiro espiritual, viajar ou descansar. Para outros, são dias de trabalho, como outro qualquer.

O fato é que o carnaval faz parte de nossa cultura e, ao longo do tempo, passa por mudanças de ritmos. Das marchinhas de carnaval, ao antigo carnaval de clube, ao frevo de Pernambuco ou ao axé da Bahia. Sem esquecer, é claro, dos desfiles das escolas de samba.

Pode até parecer surreal, mas o sertanejo e o forró também são ritmos que embalam os atuais dias de momo. Não importa, para o folião o que vale é a festa.

De todo modo, o carnaval pode ser um momento para se desintoxicar das redes sociais.

Como se sabe, as redes sociais são um palco de embates, sobretudo, sobre política, onde não há, muitas vezes, limite, nem respeito. Acham que é uma terra sem lei.

Assim, encontrar algo que nos faça sair desse ambiente inóspito pode ser bom para alma e para estreitar laços com quem estar ao nosso lado.

Em artigo publicado na revista Veja, o articulista José Francisco Botelho asseverou: “não me entendam mal; não sou um ludista (contrário ao avanço tecnológico), nem pretendo deletar minhas redes sociais. Mas toda ressaca precisa de um antídoto. (…) meia hora de leitura concentrada todos os dias é o suficiente para salvar nossa alma” (…).

Com efeito, debruçar-se sobre uma boa leitura pode ser um remédio para atacar esse vício virtual.

Portanto, como no Brasil o ano somente começa após o carnaval, de acordo com o ditado popular, aproveitemos para recarregar as baterias, ao ritmo de cada folião.

Que tenhamos um carnaval de paz.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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domingo - 03/03/2019 - 10:50h

Dizer não

Por Honório de Medeiros

Seu Antônio de Luzia uma vez me disse que os homens são tangidos por aqueles que dizem não. Ele não me disse assim, essa é uma “transcriação” minha, nem mesmo sei se ele a aprovaria.

Homem de muito poucas palavras, diz apenas o suficiente, quando fala é quase como um corte seco e definitivo de navalha.

Graciliano Ramos aplaudiria entusiasmado sua sisudez verbal.

O certo é que fiquei a pensar: ao longo do tempo parece que as coisas acontecem mesmo como Seu Antônio de Luzia me disse.

Uma longa lista de homens e mulheres notáveis, em certo momento histórico, nadou contra a correnteza do rio. E, de uma forma ou outra, fez a diferença.

Sócrates, Platão, Jesus, Buda, Freud, Marx, Einstein, Darwin… Eu os chamo de “outsiders“.

Os outsiders são muito interessantes. De forma alegórica estão presentes em um romance famoso na segunda metade do século passado, “Demian”, de Hermann Hesse.

Em “Demian”, Hesse nos apresenta a um adolescente que fica fascinado por seu colega de escola principalmente graças a mãe dele, mulher bela e misteriosa, iniciada em uma seita religiosa denominada “Cainismo”.

O que seria esse “Cainismo”? Quando essa questão aparece na convivência entre “Demian”, e seu interlocutor, aquele lhe apresenta, como ponto-de-partida para o conhecimento do Cainismo, uma longa relação de personagens condenados pela história oficial: é o caso de Caim, o irmão de Abel, cujo nome batiza a seita; é o caso de Eva; é o caso de Judas Iscariotes.

Vale ressaltar que o “Cainismo” foi resgatado da total obscuridade, no século XIX, por Lord Byron, e é possível que somente exista, enquanto referência histórica, em obras emboloradas de historiadores praticamente desconhecidos, a grande maioria existente apenas no “Cemitério das Obras Esquecidas”, que fica em Barcelona, segundo Szafón.

A pergunta que “Demian” faz a seu interlocutor durante todo o transcorrer da trama é se haveria Abel sem Caim; o Homem, sem Eva; Jesus, sem Judas.

Evidentemente, a pergunta implícita e fundamental por trás de sua doutrinação, é se haveria Luz sem Trevas; se haveria o Ser, sem o Nada. O que nos remete, cada vez mais longe no tempo, até o Maniqueismo do qual foi seguidor, por um bom tempo, ninguém mais, ninguém menos, que Santo Agostinho.

E que não se livrou de sua doutrinação inicial: que é a “Civitas Dei” senão a contraposição à “Civitas Terrena”, Deus versus Demônio? Luz versus Trevas?

Não seria essa percepção dualística da realidade o cerne do Catarismo, professado pelos Perfeitos, que a Inquisição, no Século XIII, varreu da face da França mandando matá-los todos naquela que seria a Primeira Cruzada e que foi liderada por ninguém menos que São Luis?

Voltando ao ponto de partida, e a Seu Antônio de Luzia: ele está certo, penso eu.

Todos esses homens disseram “não”, em algum momento da história. E esse “não” fez a diferença.

E cá para nós, somente é livre quem pode dizer não.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e Governo do RN

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domingo - 03/03/2019 - 10:24h

Uma viagem para resgate da genealogia indígena

Por Marcos Pinto

A fantástica  história  da  etnia  tapuia  paiacu  remonta  a  tempos  imemoriais.  O  celebrado  historiador  cearense  Guilherme  Studart  afirma serem  oriundos  da  Colômbia.  A  pesquisa  e  as  publicações  da  temática indígena  tem  sido  escassa  e  resumida  no  que  consiste  ao processo  investigativo da  genealogia  dessa  gente.

Vez  por  outra  encontramos  referenciais  dispersos   cujos  liames  levam  a apontamentos  dispersos  com  vínculo  à  ancestralidade indígena,  sem  o  vínculo  com  apontamentos  existentes  nos  documentos  oficias dos   Séculos   XVI,  XVII    e  XVIII.

Os  historiadores  e genealogistas  potiguares  são  omissos  quando  se  trata   do  resgate  da  genealogia indígena.A  invisibilidade  na historiografia   coloca  os   índios  presos  a  etnônimos, podendo-se  citar   alguns  tapuias  paiacus  da  Ribeira do  Apodi como  João do Pêga, Cantofa, Jandí, Itáu, Jenipapuassu,  chegando-se  ao  crime  de  pseudo-identidade  étnica, quando  batizaram indígenas   com  nomes  dos seus  supostos  pais biológicos, outorgando-lhes  até   elevada  patente  de  Capitão-Mór, como o  caso  do  índio Martinho Pereira  Homem,  da lagoa  do  Apodi, aldeado  em  Portalegre  no  ano  de  1760.

Seus  lugares  na  história  são negados  pela ausência  de  referenciais  a  eles em  boa parte  das fontes. Em termos  da  bibliografia  de  cunho   indígena, o  nosso  modesto  Rio  Grande do  Norte  assume  considerável  destaque, sobressaindo-se os renomados dores  Valdeci  dos  Santos Júnior (Professor  da  UERN)  in  ” Os índios  tapuias  do  Rio Grande  do  Norte”; Fátima  Martins  Lopes   in  ” Índios, Colonos  e Missionários na  Colonização  da  Capitania  do Rio  Grande  do  Norte”;  e  Helder Alexandre Macedo  de  Medeiros In  “Populações  indígenas  no  Sertão do Rio Grande  do  Norte.

Esse consagrado Helder  Medeiros emblematiza esse  asqueroso  processo  de  apagamento  da  presença   indígena adotado   por historiadores oficiais  e  genealogistas  potiguares.  Nesse contexto  a  historiografia    se  resumiu  a  meros  lampejos  quanto ao apagamento indígena via genocídio, enquanto  agentes  históricos.

Varridos  do  espaço,  os  indígenas   potiguares  foram,  também, expulsos do  tempo. Há uma ligeira referência  genealógica  indígena  feita pelo  historiador  cearense  Kennedy  Diógenes, em  seu  artigo  publicado com o  título “O Patriarca  da família  Diógenes”.

Informa  que  o Coronel  Domingos  Diógenes  Paes  Botão  Jr. teve  um  caso  com  uma índia  do  Ceará de nome  Narcisa  Dias, tendo  nascido um  filho  de nome  Quirino  Oliveira, que  veio  a  casar    com  a  índia  tapuia  paiacu Albina  Veira  de Oliveira, com  quem  teve  uma  prole de  07 filhos, mas  nenhum  herdou  o  sobrenome  paterno.

Compete  aos genealogista fazerem  uma profunda pesquisa  em  documentos oficiais, possibilitando  a  montagem  de  um  esboço  genealógico da  etnia  indígena  de Narcisa  Dias, que  com  certeza  tinha  um  nome indígena. Após árdua  pesquisa  feita  em  vasta  bibliografia com enfoque indígena, em que sobressai-se mais uma  vez  a  vultosa  obra “Aconteceu na Capitania  do  Rio  Grande” –  Olavo de   Medeiros  Filho, pude chegar  a  vários indicadores  de etnicidade  encoberta, oriunda da  presença militar  opressora  do  Terço  dos  Paulistas  na  então  Aldeia do  Lago  Podi, durante  o  período 1699/1710.

Há  uma trilogia Genocídio/ Colonização/ Concessão  de  Datas   de  Sesmarias. Na  citada  obra, consta  a relação dos militares  que compunham este Regimento.  À  página  124  consta  o nome  de  Antonio  Nunes.

Pesquisando no Instituto  Histórico  e Geográfico  do  Rio Grande  do Norte (IHGRN)  encontrei  o  livro  de  Registro  de  Assento  de  Praças da  Fortaleza   da Barra  do  Rio Grande  do  Norte – Ano 1698-1710, e lá estava  o  assento:  “Antonio  Nunes, natural  da  Aldeia  do Podi, da Missão  do Reverendo  Padre Philipe  Bourel, filho  de Antonio Nunes, Assistente  na  dita  Aldeia, da  nação  Paiacu, de  idade  16  anos, senta Praça nesta  Companhia  de Soldado  desde  hoje, 30 de Outubro de 1705  e  vence  mil  e  oitocentos  e  setenta    e  seis  Réis  de  Soldo  por mês, na  forma  do  assento do  Conselho da  Fazenda, lançado  à  fls. 9/V; e  não  vencerá  mais  coisa  alguma. – Manoel  Rodrigues  Maciel.  À margem:  fugiu  da Fortaleza  donde  estava  de Guarnição  a  10  de Abril  de  1710.  Tinha  recebido  os  mesmos  soldos”.

Eis, aí, a  certeza da etnia  indígena  da família  Nunes, do  Apodi.

Em 1689  Pedro  de  Albuquerque  Câmara, ao  mesmo  tempo  que  Valentim  Tavares  Cabral, Bernardo  Vieira  de Melo  e  Agostinho  César   de Andrade  tomaram  parte  na  Marcha  que  se  fez  do  Olho  D’água (Assu-RN)   aos  rios  Paneminha  e  Panema Grande, até  a  Lagoa Pody.

No combate  do  Apodi  que  durou  três  dias  com  três  noites  estiveram  outros  soldados  com  João  do  Monte (Pág. 409)  e  Luiz  da Silveira  Pimentel (Pág. 269). FONTE: “As  Guerras  nos  Palmares –  Ernesto  Enes.  1º  V./Vol. 127  da  Coleção Brasiliana. Vingt-Un  Rosado in  “Gente  do  Século   XVII  na  Ribeira  de  Mossoró –  Jornal  “O  Mossoroense” –  Edição  de  01.12.1946.

Sabe-se,  por  exemplo,  que  todos os  anos o  Reverendo  Padre   Jesuíta   Philipe  Bourel, administrador  espiritual dos  índios  Aldeados, enviava  minuciosa  relação  dos  índios catequizados   para  conhecimento  do  então  Capitão-Mór.

Sabe-se, ainda,   da  existência  da  relação dos  100  casais  de Índios enviados pelo Padre Philipe Bourel, da Missão Jesuíta da Aldeia do lago Pody, no ano de 1705, para povoamento de. Niterói -RJ. (Fonte: História da Companhia de Jesus no Brasil – Tomo V).

Marcos Pinto é advogado e escritor

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domingo - 03/03/2019 - 09:20h
Frasqueirão

ABC vence de goleada na Copa do Nordeste

Após três jogos sem vitória na Copa do Nordeste, o ABC se recuperou e goleou o Salgueiro por 4 a 1 na noite deste sábado (2) de carnaval, no Frasqueirão. Com o resultado, a equipe alvinegra deixou a lanterna e assumiu a quarta posição do Grupo B, com oito pontos.

O time pernambucano, com cinco, é o terceiro colocado da chave A.

Na próxima quinta-feira, mais quatro jogos fecham a quinta rodada do Nordestão.

Foi um primeiro tempo bem sonolento e de pouca criatividade dos dois lados. O ABC acabou sendo mais feliz por ter um pênalti a seu favor. Neto cobrou bem e abriu o placar no Frasqueirão. A vantagem alvinegra foi ampliada logo aos seis minutos da segunda etapa, em jogada individual de Éder, que ganhou da defesa do Carcará e só tocou na saída do goleiro Luciano.

Quando o Salgueiro tentava reagir e já havia acertado a trave de Edson com Muller Fernandes, o ABC chegou ao terceiro com Peu. O chute de fora da área do garoto de 17 anos foi “aceito” por Luciano. Falha feia. Os pernambucanos conseguiram diminuir em cobrança de falta de Guilherme, que desviou na barreira e enganou Edson. E ainda deu tempo do Alvinegro marcar o quarto nos acréscimos, com Maurício, de cabeça, após escanteio batido por Peu.

Estadual

Pelo Campeonato Estadual 2019, no segundo turno, o Globo venceu o Santa Cruz de Natal por 1 x 0 jogando em seu estádio, o Barretão, nesse sábado.

O gol do time local foi de Lucas, aos 20  minutos do primeiro tempo.

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Categoria(s): Esporte
domingo - 03/03/2019 - 08:40h
Deus não perdoará!

A era da insensatez e o caso do neto de Lula

Por Lenio Luiz Streck

Duas frases marcaram a semana: a blogueira Alessandra Strutzel (sim, temos de dar nome aos bois e bois aos nomes!) disse, ao saber da trágica morte do neto de Lula, de 7 anos: “Pelo menos, uma notícia boa”. E a do deputado Eduardo Bolsonaro (Deus acima de todos – eis o slogan da moda): A ida de Lula ao enterro “só deixa o larápio em voga posando de coitado”!

Houve ainda muitos outros “pronunciamentos” de ódio e regozijo pela morte do menino de 7 anos.Até onde chegamos? É o fundo do poço? O que Deus diria disso, ele que, conforme o slogan, “está acima de todos?”

Confesso a vocês – e Rosane, minha esposa e Gilberto, um de meus assistentes, são testemunhas – que esse episódio me abalou profundamente. Embarguei a voz. Triste pela morte da criança e estupefacto e magoado com a raça humana e com a reação das pessoas nas neocarvernas que são as redes sociais. Ah, blogueiros e influenciadores, coachings e quejandos, ah, quantos justos haverá em Sodoma? Abraão será um advogado que lhes conseguirá um HC?

Peço paciência para me seguirem no que vou dizer. No auge do macartismo, em audiência no Senado, o advogado Joseph Welch teve a coragem de perguntar ao senador McCarthy, o homem que deu nome à prática de ver comunismo em tudo:

Senhor, você perdeu, afinal, todo senso de decência?” Pergunto aos odiadores que comemoraram ou trataram com raiva de Lula o episódio fatídico:Senhores e senhoras, parlamentares, blogueiros, twuiteiros, whatsapianos e faceboqueanos: vocês perderam, afinal, todo senso de decência?”

Em tempos de hinos nas escolas, na era das acusações de marxismo cultural (sic), eu poderia muito bem falar aqui sobre o macartismo à brasileira. Não vou. Falo, hoje, sobre nosso senso de decência. Ou melhor, tento falar sobre o senso de decência que perdemos.

Também não vou falar — não diretamente — sobre aquilo que, agora, todos já sabem ter acontecido. Lamentavelmente, morreu o neto, de sete anos, do ex-Presidente Lula. Sobre isso, não há o que falar. É o zero total. É Timon de Atenas, de Shakespeare, propondo o fim da linguagem. Shakespeare, logo ele, que bem sabia que a linguagem é a casa do Ser (Heidegger).

Sou um hermeneuta. Bem sei que a linguagem é, como dizia Ortega y Gasset, um sacramento que exige administração muito delicada. Da palavra não se abusa; não se pode colocá-la em risco de desprestígio. É precisamente por isso que sei que sobre a morte de uma criança não se fala; lamenta-se. Chora-se.

Vou (tentar) falar, portanto, repito, sobre o senso de decência que perdemos. Confesso, é difícil: às vezes, a degradação e a desumanidade são tão grandes que também parecem impor o silêncio. Mas como Auberon Waugh dizia sabiamente, se é verdade que o mundo é um lugar horrível com pessoas horríveis, temos o dever sagrado de incomodá-los sempre que possível.

Eis a minha tarefa: incomodar as pessoas horríveis. O que dizer em tempos nos quais uma legião de imbecis, para usar as palavras de Eco, aproveita-se da morte de uma criança e utiliza as redes sociais para destilar ódio e externar a própria baixeza? É hora do grito de Schönberg: Palavra, oh Palavra, que falta me faz!!!!

O que dizer quando se torna normal que um deputado — o mais votado da história do país — vai às redes sociais, sempre as redes sociais, para dizer que “cogitar” a saída de Lula para o enterro do neto (saída que está prevista na lei, diga-se) “só deixa o larápio [sicem voga posando de coitado“?

Perdemos, afinal, todo senso de decência? Não, não tenho raiva. Sinto é…pena.

O que Deus, que está “acima de todos”, diria? Ou dirá? Deus, que disse que nunca mais inundaria a terra:

nunca mais será ceifada nenhuma forma de vida pelas águas de um dilúvio; nunca mais haverá dilúvio para destruir a terra”.

Deus disse também que sempre que houvesse nuvens sobre a terra, e o arco aparecesse nas nuvens, lembrar-se-ia “da eterna aliança entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies sobre a terra”.

E se o Altíssimo mudasse de ideia? E se Deus dissesse que, afinal, a humanidade deu tão errado que é hora de um novo dilúvio?

E se o critério de seleção para o dilúvio fosse aquilo que se diz, espalha, compartilha, no WhatsApp? Já pensaram? Como falei na coluna passada (ler aqui), que tal se Deus fizer uma PEC e alterar o estatuto do purgatório? Então, a partir de agora, o juízo final será feito por Ele a partir do exame do WhatsApp de cada um (e também do twitter e face). Uma olhadinha e Deus manda para o inferno.

Platão foi o primeiro a denunciar as fake news. Platão mostrou que dizer aos néscios que as sombras são sombras é uma coisa perigosa. Pode ser apedrejado. Como o sujeito que saiu da caverna o foi.

Dizer hoje, a quem está mergulhado nas redes e pensa que o mundo são as redes, que esse mundo é imundo, em que o joio fez fagocitose ruim no trigo, pode também ser perigoso. Denunciar isso pode dar apedrejamento. Por isso, Deus acertou em fazer essa PEC alterando o regulamento do purgatório. O critério é simples: uma olhadinha no whatts e face. E, bingo. Vai para o fogo do inferno!

George Steiner bem dizia: tornamo-nos a civilização pós-verbo. A banalização da linguagem, por meio das redes sociais, corrompe a ideia da verdade. O limite do que é socialmente aceito é colocado cada vez mais longe. O que é verdadeiro? Não há mais critérios. O que se pode dizer? Tudo, porque limites já não há.

A era da técnica e das redes sociais, que prometiam a democratização da informação, desenvolveram um vocabulário próprio; estabeleceu-se um novo jogo de linguagem. No lugar do paraíso da horizontalidade, o inferno da barbárie interior que se exterioriza. (“Hipocrisia, que falta você faz”, diz Hélio Schwartsman.)

Será que a blogueira que comemorou a morte do neto de Lula externaria o pensamento na fila do banco?

No princípio era o Verbo. E no fim, o que será? No final era o whattsapp? O facebook?

Nenhum homem é uma ilha. A morte de todo ser humano diminui a nós, que somos parte da humanidade. Talvez as palavras, sempre as palavras, de John Donne nunca tenham sido tão urgentes.

Mas um alerta: não pergunte, afinal, por quem os sinos dobram. A resposta pode vir pelo WhatsApp.

(Pergunto mais uma vez aos macartistas que recusam as regras do jogo de linguagem da decência e aderem ao jogo das redes, e já têm – sempre – comentários prontos: senhoras e senhores, perdemos todo senso de decência?)

Post scriptum: gesto humano foi, dentre outros, o demonstrado por Gilmar Mendes, conforme noticiou Mônica Bergamo (aqui). Também me emocionei quando li a matéria de Mônica. E entendi melhor ainda a minha emoção anterior.

Lenio Luiz Streck é jurista, professor de Direito Constitucional e pós-doutor em Direito

* Artigo publicado originalmente no site Conjur.

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sábado - 02/03/2019 - 23:56h

Pensando bem…

“O jogo só acaba quando termina.”

Vicente Matheus

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sábado - 02/03/2019 - 05:48h
MPRN

Carnaval de Macau é suspenso por decisão judicial

A Justiça potiguar atendeu o pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) e determinou a suspensão imediata do Carnaval de Macau 2019, a partir desta sexta-feira (1º).

A ação civil pública com pedido de liminar ajuizada pela Promotoria de Justiça da cidade alega que o Corpo de Bombeiros não identificou o protocolamento de qualquer documento para vistoria e autorização de funcionamento.

Em caso de descumprimento da decisão, será imposta multa no valor de R$ 100 mil por dia a ser aplicada ao prefeito de Macau. A suspensão estará em vigor até que a organização do evento apresente ao Juízo da comarca de plantão o Atestado de Vistoria e aprovação do Corpo de Bombeiros.

Para o MPRN, a realização do evento sem a devida vistoria e autorização acarreta risco a integridade física dos participantes, considerando a existência de estruturas de palcos e trios elétricos, itens que exigem critérios específicos do Corpo de Bombeiros.

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sábado - 02/03/2019 - 04:56h
Descanse em paz

O adeus de Cleodon Bezerra, um mestre das amizades

Por Luciano Oliveira (Costa Branca News)

Faleceu por volta das 22h de sexta-feira, 1º de março, no Hospital Wilson Rosado (HWR), em Mossoró, o ex-vereador e empresário areia-branquense Cleodon Bezerra de Oliveira (MDB), 77 anos (completaria 78 anos em 3 de agosto).

Cleodon Bezerra é uma perda considerável para Areia Branca, família e tantos amigos que fez na vida (Foto: rede social)

O empresário estava internado há dois meses na unidade hospitalar de Mossoró com uma série de complicações no seu estado de saúde, que era considerado grave. Na noite passada, infelizmente, ele veio a óbito.

A notícia da morte de Cleodon Bezerra logo se espalhou na cidade e ganhou espaço nas redes sociais. Empresário bem-sucedido no ramo da navegação, ele deixa como legado uma interminável folha de serviços prestados ao município, merecendo destaque sua atuação na política areia-branquense.

Mantendo a palavra

No seu currículo que passará a ilustrar a galeria dos grandes vultos areia-branquenses, constam quatro mandatos legislativos, tendo sido presidente da Câmara Municipal de Areia Branca por duas vezes.

Admirado pelos areia-branquenses por levar a sério o slogan “mantendo a palavra”, Cleodon Bezerra mesmo quando não estava no exercício do mandato continuava sendo uma figura influente. Abriu portas para muita gente no mercado de trabalho.

No seu escritório, diariamente, era um entra e sai de pessoas. Uns para saber das últimas do cenário político, das novidades do setor marítimo e a maioria em busca de ajuda para resolver problemas de saúde e até casos mais simples, como pedir uns trocados “para tomar uma” (dose de cachaça).

Rádio, uma paixão

Apesar do apego aos afazeres na área marítima, Cleodon Bezerra era um apaixonado pelo rádio. É tanto que se tornou sócio majoritário e diretor da Rádio Costa Branca (FM 104,3) de Areia Branca, onde também apresentava o programa diário “Costa Branca em Debate”, ao lado do radialista Jailton Rodrigues e convidados.

Também foi secretário municipal de Articulação Política e de Serviços Públicos da Prefeitura de Areia Branca, em gestões passadas.

Veja matéria completa clicando AQUI.

Nota do Blog Carlos Santos – Que perda. Cleodon foi uma pessoa que justificou o slogan adotado na política. Gente de compromisso, meu amigo há longo tempo.

Amante do rádio, do jornalismo, apaixonado pela política e família. Encantado com a boa música e poesia. Quantas vezes proseamos e quantas vezes foi agente moderador, articulador de reaproximações. Era um mestre das amizades.

Meu caro, vá em paz. Abraços e um beijo.

VELÓRIO E SEPULTAMENTO – O velório acontece na residência da família à Rua Coronel Fausto, Centro de Areia Branca. O sepultamento ocorrerá às 10h deste sábado (2), no cemitério local.

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sexta-feira - 01/03/2019 - 23:58h

Pensando bem…

“Cuidado para não chamar de inteligentes apenas aqueles que pensam como você.”

Ugo Ojetti

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sexta-feira - 01/03/2019 - 17:50h
Estado

Governo derruba liminar que bloqueava conta única

Rebouças: decisão (Foto: TN)

A liminar concedida dia passado, que determinava o bloqueio de recursos mensais da conta única do Estado (veja AQUI) para a segurança pública, foi suspensa pelo Tribunal e Justiça do RN (TJRN) nesta sexta-feira, 1º de março.

A nova determinação assegura que o Governo do Estado do Rio Grande do Norte deve cumprir a destinação de recursos para a segurança em conformidade com o que for aprovado na Lei Orçamentária Anual (LOA), para o exercício do ano de 2019.

A sentença, proferida pelo desembargador João Rebouças, compreendeu que, diante da grave situação econômica do Estado, comprovada por meio do Decreto nº 28.689 de calamidade financeira fiscal, o bloqueio comprometeria a ordem e economia pública, já que a pasta da segurança pública é custeada quase em totalidade por recursos ordinários, originários exclusivamente da conta única do Tesouro estadual.

A Ação Civil que ensejou a liminar tinha sido provocada pelo Ministério Público do RN (MPRN), bloqueando o valor de R$ 9.539.083,33 da conta única do Estado do Rio Grande do Norte.

Com informações do Governo do RN.

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sexta-feira - 01/03/2019 - 16:44h
Em Natal

Morre Jota Gomes, nome do jornalismo policial do RN

Do OP9

Morreu na manhã desta sexta-feira (1º) após meses de luta pela vida, o repórter Jota Gomes, Josimar Gomes da Silva, 61. ele foi foi durante anos repórter do programa Aqui e Agora, da TV Ponta Negra.

Estava internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Potengi, Zona Norte de Natal.

O radialista teve um infarto e lesão na medula em 2018 e passava por sérios problemas desde então. Jota Gomes passou meses no Hospital Universitário Onofre Lopes, na Zona Leste de Natal e há cerca de uma semana foi internado na UPA do Potengi com um quadro grave de infecção.

Ele morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos.

Com o cabelo grande, paletó e com gestos peculiares, Jota Gomes marcou gerações na crônica policial do estado. O corpo do radialista será velado na tarde desta sexta-feira no Centro de Velório Morada da Paz, na Avenida São José, em Lagoa Seca, Zona Leste de Natal.

O sepultamento deverá acontecer em Mossoró.

P.S – 4h12 – 02/03 – Corpo de Jota Gomes será sepultado em Mossoró neste sábado (3). Deverá chegar por volta de meio-dia ao Centro de Velório Sempre (Rua Melo Franco, em frente ao Tiro de Guerra). O sepultamento ocorrerá às 16h desse mesmo dia, no Cemitério São Sebastião.

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sexta-feira - 01/03/2019 - 16:02h
Estado do RN

Mais uma categoria anuncia greve na atual gestão

Os escrivães de Polícia Civil do estado irão paralisar as atividades a partir do próximo dia 13.

A decisão segue a mesma posição dos agentes de polícia, em assembleia ocorrida nesta quinta-feira (28) – veja AQUI.

Os policiais só suspenderão o movimento quando forem recebidos pela governadora Fátima Bezerra.

O objetivo da categoria é o compromisso da chefe do executivo de que não haverá perda salarial na resolução da ação judicial que visa a retirada dos adicionais por tempo de serviço (ADTS).

Para a Associação dos Escrivães de Polícia Civil do RN (Assesp/RN) é inadmissível que o servidor pague sozinho a conta da calamidade.

Desde o dia 5 de fevereiro que está em andamento a primeira greve na gestão da governadora Fátima Bezerra (PT), protagonizada pelo pessoal da Saúde.

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Categoria(s): Administração Pública / Gerais
sexta-feira - 01/03/2019 - 15:26h
Perda

Nem discuto sobre o Lula político, preso, presunção de inocência, culpado etc.

Falo sobre o Lula avô.

Arthur Araújo e o avô Lula: morte ocorreu hoje em decorrência de uma meningite meningocócica (Foto: web)

Comentar sobre quem desdenha sua perda, não.

Vibrar com a morte de uma criança, não.

Falo sobre o desumano: pai enterrar filho, avô sepultar neto.

Lula é vô ferido.

Leia também: Neto do ex-presidente Lula morre aos 7 anos com meningite.

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Categoria(s): Crônica / Política
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sexta-feira - 01/03/2019 - 11:28h
Estado do RN

Governo promete ação para fortalecer setor de petróleo e gás

Integrantes da diretoria da Associação Redepetro/RN saíram otimista de audiência nessa tarde de quinta-feira (28), em Natal, na Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico (SEDEC), com o titular da pasta, Jaime Calado.

Reunião da Redepetro e representantes da Sedec do RN aconteceu nessa quinta-feira (Foto: cedida)

Governo sinalizou presença em missão empresarial nos EUA em maio próximo, a feira de petróleo OTC – Offshore Technology Conference em Houston. Também assegurou apoio ao IV Fórum Onshore Potiguar que vai acontecer em Novembro deste ano em Mossoró, promovido pela Redepetro/RN e outras entidades.

A Redepetro/RN, presidida pelo professor e empresário Gutemberg Dias, recebeu pedido para que entidade que congrega a cadeia produtiva do petróleo e gás no estado, apresente um plano de ação que contemple intervenção do Governo Fátima Bezerra (PT) para o fortalecimento do segmento.

O setor é responsável por algo próximo de 30% do Produto Interno Bruto PIB industrial do RN.

Participaram ainda da reunião, o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB), Pedro Lima (assessor técnico da Sedec), Silvio Torquato (Adjunto da Sedec). Pela Redepetro/RN, além de Gutemberg Dias, Costa Barros e Daniel Silva.

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Categoria(s): Administração Pública / Política
sexta-feira - 01/03/2019 - 10:24h
Fátima Bezerra

Categorias querem ser recebidas por “ex-sindicalista”

Fátima: Do sindicato à Governadoria (Foto: arquivo)

Duas categorias, pelo menos, cobram e esperam diálogo com a governadora Fátima Bezerra (PT).

Pessoal da Saúde, em greve desde o último dia 5 de fevereiro.

Desde ontem, policiais civis, que preparam paralisação para o dia 13 próximo.

Até aqui, sem retorno.

Problemas salariais estão na pauta.

A governadora sabe bem o que é isso: já foi sindicalista.

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Categoria(s): Administração Pública / Política
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