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segunda-feira - 15/06/2020 - 19:26h
Urgência

Prefeita vai deixar de pagar previdência até fim do mandato

Rosalba: depois de 2014, 2020 em Mossoró (Foto: Reprodução BCS)

A Prefeitura de Mossoró encaminhou projeto de Lei à Câmara Municipal solicitando a suspensão do recolhimento das contribuições patronais do município devidas ao regime próprio da previdência; a contribuição dos servidores continua.

A Câmara Municipal deverá votar a matéria em regime de urgência nessa terça-feira (16). Com maioria folgada, o governismo não deve ter trabalho para avalizar a decisão.

O projeto está fundamentado na Lei Complementar Nacional nº 173, de 27 de maio de 2020, que permite que os Poderes Executivos e Legislativos possam suspender o pagamento das contribuições com vencimento entre 01 de março e 31 de dezembro deste ano. Ou seja, até o fim do mandato da prefeita Rosalba Ciarlini (PP).

“O Poder Executivo ressalta que a aprovação do projeto é de fundamental importância para a adoção de medidas durante essa pandemia, uma vez que houve queda significativa na receita do município – em torno de R$ 10 milhões/mês – especialmente para manter salários dos servidores municipais em dia”, relata texto oficial da gestão da prefeita Rosalba Ciarlini (PP).

Riscos

Pelo projeto, o Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores de Mossoró (PREVI­-MOSSORÓ) fará a apuração dos valores devidos, que serão pagos em até 60 meses, sem a incidência de encargos, observado o futuro regulamento da Lei Complementar nacional. O Previ tem 818 aposentados e pensionistas e um patrimônio líquido de R$ 72 milhões. A folha mensal é de R$ 3,5 milhões.

“Não há risco de atraso do pagamento dos benefícios”, assegura o presidente do Previ, Elviro Rebouças.

Por outro lado, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (SINDISERPUM) e bancada da oposição posicionam-se contrários à medida.

Nota do Blog – A questão vai além de eventuais perdas do erário. Infelizmente, o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) virou uma botija para socorro de prefeito atrás de prefeito. Bomba-relógio que vai pipocar. A experiência do que foi feito no Estado está aí. Começou no último mês da gestão Rosalba Ciarlini (DEM, à época), em dezembro de 2014.

Voltaremos ao assunto e com bastidores. Aguarde.

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segunda-feira - 15/06/2020 - 17:38h
PV

Webinário discutirá “Natal Cidade Sustentável”

O professor Carlos Alberto Medeiros, com o Partido Verde-RN e a Fundação Verde Herbert Daniel, vai promover o Webinário Natal Cidade Sustentável.

Ocorrerá todas as terças e quintas feiras, às 16 horas.

“Tem como intuito discutir e planejar a cidade dos sonhos”, justifica Carlos Alberto, que foi candidato a governador do RN em 2018 pelo Psol e é nome cotado para concorrer à sucessão municipal natalense.

“Será uma série de 9 lives com convidados especializados em diferentes áreas de atuação como educação, saúde, urbanismo e tudo o que precisamos para construir a nossa cidade ideal”, assinala.

O Webinário acontecerá em endereço de Carlos Alberto Medeiros no Facebook – AQUI.

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segunda-feira - 15/06/2020 - 14:48h
Mossoró

MP investiga suposto superfaturamento em prefeitura

Do Portal do Oeste

O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) instaurou inquérito civil para apurar possível superfaturamento na obra de reforma da Praça Cícero Dias, no Corredor Cultural de Mossoró.

A Prefeitura de Mossoró contratou, em 31 de julho de 2019, a empresa Forma Engenharia, Construção, Serviços e Comércio Eireli para executar a obra ao preço inicial de R$ 182.296,76. Veja na imagem abaixo:

Valor inicial deu um salto, o que é regra (Reprodução)

No entanto, de acordo com o site www.jusbrasil.com.br, o contrato recebeu um aditivo, em 13 de abril de 2020, no valor de R$ 42.532,80 (23,33% do valor inicial), saltando para R$ 224.829,59.

O inquérito foi instaurado pela Promotora de Justiça Patrícia Antunes Martins, da 19ª Promotoria da Comarca de Mossoró.

Nota do Blog Carlos Santos – O aditivo de ‘apenas’ 23,33% é percentual de ponta de lenço, mixaria, num comparativo com outras obras/serviços aditivados e incontáveis contratos com dispensa de licitação – desde o primeiro ano da administração.

O Blog Carlos Santos já publicou várias matérias sobre o assunto. Leia: Rosalba faz reforma há quase 2 anos e valores sobem 62,94%.

Mas existe caso em que a ‘engorda’ é bem maior. Temos obra com 447% de elevação do primeiro contrato à conclusão. Repetindo: 447%.

Injustificável o que ocorre em Mossoró. Aditivo é regra, não exceção. Empresa ganha licitação com preço supostamente baixo, sem que concorrentes consigam enfrentar, pois sabe que adiante o aditivo cobre tudo.

Dispensa de licitação é o comum, não um ato excepcional, como prevê a legislação. O rombo no erário é difícil de ser dimensionado, tudo como método e não deslize contábil ou eventual desorganização.

Lamentavelmente, tudo continuará assim mesmo, sabe-se lá por que. Infelizmente.

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segunda-feira - 15/06/2020 - 13:52h
Mossoró

Setor produtivo espera e trabalha por flexibilização comercial

O seto produtivo organizado de Mossoró trabalha e aguarda que a prefeita Rosalba Ciarlini (PP) recue quanto a medidas restritivas da atividade comercial no município.

O decreto em vigo terá vigência até amanhã, terça-feira (16).

Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação Comercial e Industrial de Mossoró (ACIM) e Sindicato do Comércio Varejista de Mossoró (SINDIVAREJO) frustraram com o decreto em vigor.

Em conversas reservadas e reuniões virtuais davam como certa a flexibilização.

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segunda-feira - 15/06/2020 - 13:02h
Liderança

Deputado tenta ocupar espaço no campo da oposição

Escolhido para assumir o Ministério (recriado) das Comunicações, o deputado federal Fábio Faria (PSD) coloca em andamento planos que vão além das políticas públicas para o setor. No caso específico do RN, ele tenta ocupar um vácuo.

Ex-aliados, Fábio e Fátima estão em campos opostos e num momento delicado (Foto: arquivo/2013)

Ser referência na oposição ao Governo Fátima Bezerra (PT) é um projeto que Faria trabalha na prática desde os primeiros meses do governo petista, mas com repercussão tímida. Agora, com a retaguarda do bolsonarismo, eleva a voz para galvanizar a atenção do antipetismo e do bolsonarismo.

Fátima Bezerra não tem do que reclamar da oposição. Na verdade, esse campo político quase não a incomodou em quase um ano e meio de sua administração. Ocorreram escaramuças normais na Assembleia Legislativa e fora desse poder, mas nada significativo.

Adversário derrotado nas urnas por Fátima na campanha de 2018, o ex-prefeito natalense Carlos Eduardo Alves (PDT) esboçou críticas com uso de redes sociais e imprensa convencional, mas sequer provocou uma marolinha.

Preencher espaço

Mais recentemente, o prefeito e sucessor de Carlos Eduardo na Prefeitura do Natal, Álvaro Dias (PSDB), partiu para o ataque com severas declarações contra a governadora. Mas sua postura não foi de quem pretende preencher esse espaço. Sua intenção foi se imunizar de desgastes no enfrentamento da pandemia da Covid-19, transferindo-os à própria governadora.

O olhar de Álvaro é 2020, a sua reeleição.

Antigas lideranças Alves e Maia silenciaram, sumiram e não demonstram interesse no protagonismo no campo político oposicionista. Pelo visto, ainda não se refizeram dos insucessos nas urnas, caso do ex-senador Garibaldi Filho (MDB) e José Agripino (DEM).

Daí, mais uma razão para Fábio Faria avançar, seguir em marcha.

A própria falta de referências do bolsonarismo no estado, que demonstrem poder de liderança e articulação com outras forças, o ajuda a pensar grande. De outro lado, o governo Fátima Bezerra por si atrofia diante de missões complexas, como a pandemia e a herança recebida de outro Faria, Robinson Faria (PSD), seu antecessor e pai de Fábio, de quem já foi aliada.

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Categoria(s): Política
segunda-feira - 15/06/2020 - 12:18h
Pandemia

Mais 813 profissionais de Saúde são convocados

Profissionais vão pro front de luta (Foto ilustrativa)

O Governo do Estado convocou mais 813 profissionais para reforçar o quadro de pessoal da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP), durante o período de combate à pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Os convocados foram aprovados no Recrutamento para Contratação Temporária de Excepcional Interesse Público em atendimento ao Plano de Contingência Hospitalar para o enfrentamento da Covid-19.

A convocação foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial do Estado (DOE) deste domingo (14), regido pelo Edital nº 001/2020 SESAP/RN, publicado no DOE de 02 de abril de 2020.

Os profissionais irão atuar nas oito Regionais de Saúde em todo o Rio Grande do Norte. Entre os convocados estão médicos plantonistas (38), enfermeiros (79), fisioterapeutas (61), farmacêuticos- bioquímicos (26), técnicos em enfermagem (228), em radiologia (13) e em laboratório (57), auxiliares de cozinha (48), copeiros (100), cozinheiros (6), higienistas hospitalares (68) e maqueiros (56).

Os convocados deverão apresentar-se no período de cinco dias úteis contados da data da publicação. O candidato será atendido exclusivamente por meio virtual, tendo que enviar a documentação exigida no prazo entre a data de publicação.

Confira a convocação completa clicando AQUI.

Com informações do Governo do RN.

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segunda-feira - 15/06/2020 - 08:30h
Acari-RN

Um bom dia com o marzão do Gargalheiras

A gente começa o dia com uma imagem belíssima.

É o Açude Gargalheiras em Acari, região Seridó do Rio Grande do Norte.

Gargalheiras tinha apenas 0,59% de sua capacidade de armazenamento em junho de 2019; hoje outra realidade

A foto é de Heráclito Patrício.

Segundo dados mais recentes do Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (IGARN), o Açude Marechal Dutra, também conhecido como Gargalheiras, represa 15.355.157 m³, correspondentes a 34,57% da sua capacidade total que é de 44.421.480 m³. No mesmo período de 2019, o manancial estava com 262.087 m³, percentualmente, 0,59% do seu volume máximo.

Ele foi concluído em 1959 e fica a 4,5 km do centro de Acari.

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domingo - 14/06/2020 - 23:59h

Pensando bem…

“Se você não pode fazer grandes coisas, faça pequenas coisas de forma grandiosa.”

Napoleon Hill

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domingo - 14/06/2020 - 11:46h
Inverno 2020

Uma peinha de nada para Umari esborrotar

A Barragem de Umari em Upanema, região Oeste do RN, está um mundão de água e quase chegando à sua capacidade de quase 300 milhões de metros cúbicos de armazenamento.

Faltam poucos centímetros para transbordar.

Como se diz nesse nosso sertão, “é uma peinha de nada para esborrotar”.

Localizada em Upanema, com capacidade para 292.813.650 m³, a barragem Umari acumula 258.120.744 m³, percentualmente, 88,15%, segundo dados do início da semana passada. No mesmo período do ano passado o manancial represava 120.328.062 m³, que correspondiam a 41,09% da sua capacidade total.

Haja água.

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* Não identificamos a autoria do vídeo. Mas o autor, por favor faça contato para podermos dar o crédito.

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domingo - 14/06/2020 - 10:49h

Comunicado de Falecimento

Por Francisco Edilson Leite Pinto Júnior

Comunico que estou morrendo! E agradeço a Deus que o meu fim se aproxima… Aliás, isso já deveria ter acontecido há tempos. Uma vez que eu já causei mais sofrimento na história da humanidade do que as duas grandes guerras juntas, mais do que todas as catástrofes naturais – tsunamis, desabamentos, incêndios, peste bubônica, etc. etc-, acontecidas até hoje…

Assim, a minha morte será um alívio! A minha morte será uma benção! Por isso que eu sempre acreditei (e como é difícil ter consciência da sua própria miséria) que eu já deveria ter sido condenado a morte… Aliás, eu deveria ter sido um natimorto!

Não! Por favor, não me entendam como um defensor da cadeira elétrica, do paredão das ditaduras, do aborto, etc. etc. Longe de mim isso! Mas vocês hão de convir de que a minha morte só causará benefício. Por isso, vejo até que, mesmo antes do meu caixão descer ao túmulo, haverá um delírio coletivo! (e nem sei se vou ter direito a ser enterrado, pois vai que alguém resolva me recriar, pegar os meus restos mortais, meus genes e fazer vários clones meus… Ave Maria, só de pensar nisso me causa até um calafrio!).

A felicidade será tão grande que todas as pessoas sairão às ruas, se abraçarão umas as outras – ora chorando, ora sorrindo-, e tudo isso apenas por causa da minha morte. Soube até que no Brasil, onde “o brasileiro é um feriado”, será decretado 180 (ou 360? Agora fiquei em duvida!) dias de folia.

A festa do carnaval, nem de longe, se comparará com as comemorações pela minha morte… Ah! Mas nem isso causará inveja aos carnavalescos, pois tenho certeza que todas as escolas de samba farão seus desfiles com um único enredo: “A morte da prova escrita!”.

Pois é, tenho ou não razão de me achar abominável?! Sou a PROVA ESCRITA, com direito as múltiplas escolhas, menos para os alunos: “Ou acerta ou não passa!”; Sou, muitas vezes, uma forma de ameaça: “Vai cair na prova!”; Sou o mecanismo utilizado agora para avaliar se uma universidade presta ou não, pode?!…

Sou apenas páginas em branco, onde muitos professores, já cansados, acomodados e sem criatividade, colocam um monte de perguntas e, na maioria das vezes, com um único objetivo: avaliar a memória do pobre do aluno. Por isso eu suplico: procurem outra forma de avaliação… Procurem!

Ah! Quantas árvores não foram gastas por ano, por país, por escola, para testarem algo que Pavlov e Skinner já descobriram em seus laboratórios de experimentação, o reflexo condicionado. Pois não venham me dizer que – colocando quatro alternativas para o aluno decidir qual delas está correta-, vocês estão avaliando algo além da memória. E aí eu lhes pergunto (sem colocar nenhuma das alternativas estão corretas, como possibilidade de resposta, para vocês assinalarem): onde fica a avaliação da sensibilidade, do amor, das paixões, dos afetos, dos sonhos, do que há de verdadeiramente humano e tão necessário para formação de um profissional?!

Por isso, concordo e assino embaixo, do que escreveu Saint-Exupéry, no seu livro “Terra dos homens”: “O que me atormenta não é essa miséria na qual, afinal de contas, a gente se acomoda, como no ócio… o que me atormenta é MOZART assassinado, um pouco, em cada um desses homens”… Pois é!

Através de mim – A prova escrita, vocês, caros professores, estão dificultando, ou até mesmo evitando, a formação de várias gerações de Mozart, e o que é pior: nem se dão conta disso! E depois não adianta ficarem cobrando humanização dos pobres e sofridos alunos, que passam noites e noites decorando leis, fórmul as, cálculos, efeitos colaterais das drogas… Ah! E eu nem posso me lamentar, como fez o poeta Álvaro de Campos, uma das entidades de Fernando Pessoa: “Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim”, pois nem desejo eu tenho, a não ser a minha própria morte…

Certa vez, entrei no Google, para saber quem me inventou e não consegui nenhuma resposta. Sou tão miserável que ninguém quer assumir a minha paternidade. Quem me gerou; quem fez meu parto; quem me criou; quem me alimentou; quem se serviu de mim para esconder as suas fragilidades e suas deficiências, seus medos e sua sede de poder, deveriam também ter um julgamento tão cruel como eu estou fazendo agora de mim mesmo, pois vocês são os verdadeiros culpados pela imagem abominável que carrego em minhas costas. E se Atlas foi obrigado pelos deuses a sustentar os céus para sempre, eu sou um Atlas obrigado a sustentar um mundo de sofrimentos para esses jovens.

Mas, como disse, no inicio desse comunicado, esse sofrimento tem dia e hora marcada para acabar. Vou morrer em breve! Ta lá no livro “A física do futuro”, de Michio Kaku: “Hoje, podemos nos comunicar com a internet por intermédio de nossos computadores e telefones celulares. Mas, no futuro, a internet estará por toda parte – em telas na parede, em móveis, em cartazes e até em nossos óculos e lentes de contato.

Quando piscarmos, estaremos on-line… Isso vai alterar o sistema educacional. No futuro, alunos prestando um exame final vão poder pesquisar silenciosamente as respostas na internet, via lentes de contato, o que será um óbvio problema para professores que costumam confiar na decoreba. Isto significa que, em vez disso, os educadores terão de enfati zar a capacidade de pensamento e raciocínio”…

Ah!!!!! Einstein tinha mesmo razão: “A imaginação é mais importante do que o conhecimento!”. Por isso: Viva a minha morte! Viva a minha morte!

P.S. Dedico este artigo a todos os meus alunos, como forma de pedir perdão pelo sofrimento que ainda causo a eles…

Francisco Edilson Leite Pinto Junior– Professor, médico e escritor.

* Texto originalmente publicado no Blog Carlos Santos em 27 de Outubro de 2013, há quase 7 anos. O autor estará nessa segunda-feira (15), às 21h, participando do nosso projeto no Instagram “Carlos Santos – AOS VIVOS!” Acesse e participe do nosso bate-papo: www.instagram.com/blogcarlossantos

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Categoria(s): Crônica
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domingo - 14/06/2020 - 08:22h

Antirracismo – uma luta de todos

Por Odemirton Filho

O silêncio é cúmplice da violência!

Nos últimos dias uma onda de manifestações em razão da morte do cidadão americano, George Floyd, pelo policial Derek Chauvin tem se espraiado nos Estados Unidos. No Brasil, a morte do jovem João Pedro pela polícia também causou indignação em parte da sociedade.

Os fatídicos episódios reacenderam a chama da luta contra o racismo. Nunca é demais lembrar que, tanto nos Estados Unidos, como no Brasil, porque não dizer no mundo, a história mostrou que a divisão entre as raças sempre foi uma triste página da humanidade.

No Brasil, em particular, a escravidão mostrou toda a face odienta da humanidade, na qual subjugar seus semelhantes pela cor da pele foi uma triste realidade. Mesmo a Lei Áurea, em 1888, que “libertou” os escravos, não deixou como legado a igualdade de oportunidades entre brancos e negros.

Conforme o historiador Marcos Rezende” “a abolição formal e inacabada do escravismo no Brasil fincou-se no abandono socioeconômico da população negra liberta. (…) o citado pós-abolicionismo sem garantias de direitos criou um abismo entre a população negra e a igualdade, que a democracia deveria garantir como básico”.

Assim, o racismo, apesar da multiplicidade de conceitos, é toda forma de exclusão que visa a afastar direitos e garantias, pois exclui, oprime, ofende, maltrata.

É, portanto, um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato da vontade de um indivíduo, diz Djamila Ribeiro.

Por mais que neguemos o nosso viés racista é inegável que ainda o somos. Piadas e palavras depreciativas são vistas como simples “brincadeiras”. “Ela é negra, mas é bonita”.

O professor da Universidade de São Paulo, Kabengele Munanga, diz que: “todos os racismos são abomináveis e cada um faz as vítimas do seu modo. O brasileiro não é pior, nem o melhor, mas ele tem as suas peculiaridades, entre as quais o silêncio, o não dito, que confunde todos os brasileiros e brasileiras, vítimas e não vítimas do racismo”.

Há, desse modo, o que se chama de racismo estrutural, isto é, um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas embutido em nossos costumes e que promove, direta ou indiretamente, a segregação ou o preconceito racial.

Com efeito, o ordenamento jurídico brasileiro criminaliza o racismo.  A Constituição Federal diz que a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

Cabe, por oportuno, diferenciar o crime de injúria racial, previsto no 140 do Código Penal, e o crime de racismo tipificado na Lei n. 7.716/89. O crime de injúria racial consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. Por exemplo, chamar alguém de “macaco”.

Por outro lado, o crime de racismo é aquele que implica em conduta dirigida a um determinado grupo ou coletividade, são crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Mas não basta normatizar e penalizar. É preciso políticas públicas que orientem e implementem práticas antirracistas que promovam a igualdade de forma material e não somente formal. Ou seja, não basta estar no papel é preciso ações concretas.

As ações afirmativas são fundamentais na busca da isonomia racial. Na busca desse objetivo o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a constitucionalidade da Lei n. 12.990/14 que reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.

Sobre o assunto o decano da Corte, ministro Celso de Mello, assim se manifestou:

“Sem se reconhecer a realidade de que a Constituição impõe ao Estado o dever de atribuir a todos os que se situam à margem do sistema de conquistas em nosso país a condição essencial de titulares do direito de serem reconhecidos como pessoas investidas de dignidade e merecedoras do respeito social, não se tornará possível construir a igualdade nem realizar a edificação de uma sociedade justa, fraterna e solidária, frustrando assim um dos objetivos fundamentais da República, a que alude o inciso I do artigo 3º da Carta Política”.

Assim, o que se almeja é que o Estado brasileiro possa minimizar os impactos deletérios do racismo que desde sempre faz parte de nossa sociedade.

Desse modo, a bandeira do antirracismo tem que ser constantemente empunhada. É uma batalha que não admite trégua, nem silêncio. É uma luta de todos.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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domingo - 14/06/2020 - 07:30h

Cidades inteligentes – espaços de esperança

Por Zildenice Guedes

Alguém antes de mim, já afirmou categoricamente que a cidade é o lugar do encontro (LEFEBVRE, 2001). Não posso deixar de concordar. Para Harvey (2000), a cidade é um espaço em transformação. Estamos no século XXI e a cidade continua a ser o local para onde nos mudamos sob diversas perspectivas. Afinal, inúmeros de nós viemos a cidade para realizar nossos sonhos, para melhorar de vida, para conseguir um emprego, para dar um ensino de qualidade aos filhos, para cursar aquele curso universitário dos sonhos.

É da compreensão da cidade enquanto um espaço de transformação e diferença, encontro com o outro, lugar de reprodução da vida e suas condições materiais que hoje proponho refletirmos o tipo de cidade que temos, seus desafios, e de onde podemos alocar esperança para (re)construção de uma cidade pautada pelo princípio do desenvolvimento sustentável.Estima-se que até 2050, mais de 75% da população mundial estará morando nas cidades (ONU, 2017). A cidade é caracterizada por maior densidade demográfica, maior demanda de recursos (água, sistema de energia, transporte, etc), relações contratuais e econômicas, bem como aspectos afetivos também. Afinal, é comum alguém não querer sair do lugar em que seus pais e avós passaram toda a vida.

Com isso, cada vez mais tem se intensificado a compreensão de que a cidade do século XXI demanda recursos naturais, mas também demanda o uso sustentável destes, que está relacionado ao uso coletivo, portanto, as cidades encontram-se frente a desafios muito importantes, tais como, as mudanças climáticas e todas as suas consequências. Entende-se assim, que as cidades precisam defender também um aspecto humanista em que se considere como fundamental a inclusão de todas as pessoas que habitam esse espaço, e por ser um espaço heterogêneo, tem também, demandas distintas.

Nesse sentido, tem se tornado comum a apropriação de conceitos para o espaço urbano, tais como, cidades inteligentes, em que defende-se o uso racional dos recursos naturais, maior participação da sociedade civil, difusão de tecnologias que potencialmente podem favorecer a melhoria na qualidade de vida dos cidadãos e cidadãs. Assim, afirma Navarro, Ruiz e Pena (2017, p. 273 apud Cortese et al 2019):

Os diversos conceitos de cidades inteligentes presentes na literatura incluem o uso da tecnologia para melhorar a comunicação entre empresas, coletivos, instituições e indivíduos; para soluções ambientais como produção de energia e gerenciamento de resíduos; para melhoria do acesso a serviços, como os de transporte, saúde, educacionais e culturais, ampliando o funcionamento operacional da rede, bem como para ampliar a eficiência na forma como os serviços são prestados e controlados.

Se antes pensar na cidade em uma perspectiva tão ampla era apenas utopia, hoje, trata-se de uma condição necessária para a sociedade de uma forma geral. Todos os problemas de uma cidade estão interligados. Se não há educação de qualidade, se não há acesso e garantias desse direito previsto na constituição, por exemplo, outros problemas advirão, tais como o aumento da violência, a falta de mão de obra qualificada, aumento das áreas de periferia e suas vulnerabilidades.

Se uma cidade não conta também como uma gestão inteligente de resíduos sólidos, ocorrerá igualmente uma infinidade de problemas, tais como, aumento de doenças, aumentando problemas de saúde pública, áreas perderão valor comercial, recursos naturais serão comprometidos.

Podemos citar muitos outros exemplos de como as problemáticas se intensificam na medida em que os direitos à população não são garantidos, na medida em que a cidade não se configura como uma cidade inteligente e, portanto, sustentável, pois “com planejamento e gestão eficientes, as cidades podem se tornar incubadoras para inovação e impulsionadoras do desenvolvimento sustentável” (CORTESE et al., 2019, p.138).

A necessidade de construir e (re) pensar o espaço urbano em uma perspectiva de sustentabilidade é uma necessidade para ontem. Nunca se reconheceu de forma tão clara o quanto as cidades precisam ser conduzidas por uma perspectiva de sustentabilidade a longo alcance. A ideia, nesse sentido, é fortalecer o dinamismo local pensando no global.

As cidades demandam uma série de resoluções para uma diversidade de problemas, tais como: mobilidade urbana, violência, desemprego, falta de assistência social, falta de inclusão social, moradia, sobretudo projetos de moradia que contemplem a vida real dessa família, pois, nesse quesito, o que temos visto é projetos de habitação que alocam as pessoas para bairros completamente distantes dos seus locais de trabalho, escola dos filhos, problemas intensificados com a falta de transporte público, falta de incentivo a participação popular nas tomadas de decisão. Afinal, as pessoas precisam sentir que pertencem a esse espaço e que são importantes para o desenvolvimento sustentável da cidade.

As cidades são organismos vivos e dinâmicos e por isso precisam incorporar novas tecnologias e processos que mais que tudo, objetivem diminuir a emissão de carbono na atmosfera, para dentre outros benefícios, diminuir os efeitos das mudanças climáticas na vida das pessoas.

Somos convidados ainda a (re)pensar o que a cidade simboliza para nós em um convite a coletividade, pois como afirma Harvey (1998, p.24) “é o poder do espírito humano, em vez do revólver, que encerra a chave para o futuro”. Que para todos nós a cidade represente em sua essência, esse espaço de esperança.

Zildenice Guedes é professora-doutora em Ciências Sociais pela UFRN

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domingo - 14/06/2020 - 05:44h
História

Quem foi o idealizador da invasão de Mossoró em 1927?

Ataque a Mossoró completa 93 anos, mas têm enredo incompleto, com lacunas que o tempo não sanou

Por Honório de Medeiros

Quem foi o idealizador da invasão de Mossoró, em 13 junho de 1927 (que nesse sábado – 13 de junho de 2020 – fez 93 anos)? Não o planejador ou o executor, mas o idealizador?

Sabemos que o planejamento coube ao Coronel Isaías Arruda, a Massilon, e a Lampião. A execução, a Massilon e Lampião.

Mas quem foi seu idealizador?

O ponto de partida para respondermos essa pergunta é a análise da participação, no episódio, desses três personagens principais: Lampião, o Coronel Isaías Arruda, e Massilon.

Massilon, coronel Isaías Arruda do Ceará e Lampião fazem parte de um intrincado jogo de poder e crime (Fotomontagem BCS)

A importância deles é tal, que sem qualquer um dos três, não teria havido a invasão. Todos os outros participantes são secundários, embora possam ser importantes.

Entretanto, Lampião pode ser retirado, com alguma segurança, dentre os possíveis idealizadores, por uma razão muito simples: Jararaca, testemunha da conversa entre o cangaceiro e  o Coronel Isaías Arruda, acerca do projeto de ida a Mossoró, foi muito claro quando afirmou que nunca houve a intenção, do bando, de penetrar no Rio Grande do Norte.

Manoel Francisco de Lucena Filho, o “Ferrugem”, Manoel Ferreira, o “Bronzeado”, assim como Francisco Ramos de Almeida, o “Mormaço”, disseram o mesmo.

Três personagens e um ataque improvável

E é praticamente consenso na literatura do cangaceirismo, a resistência inicial de Lampião de levar a frente tal aventura.

Sobram o Coronel Isaías Arruda e Massilon.

O Coronel Isaías Arruda também poderia ser retirado, levando-se em consideração o seguinte: ele não chamou Lampião a Aurora, pois vinha sendo pressionado insistentemente pelo Governador do Estado, José Moreira da Rocha, o “Moreirinha”, seu aliado, para se afastar de cangaceiros e jagunços. “Moreirinha”, por sua vez, sofria intensa pressão do Governo Federal nesse sentido.

Mas é notória a participação do Coronel no ataque a Apodi, em 10 de maio de 1927. Como é notório o viés político desse ataque: Coronéis cearenses, paraibanos e potiguares agiram em conjunto, nas sombras, contra a liderança do Coronel Chico Pinto, em crime executado por Massilon.

Alvo, prefeito fez defesa em sua casa ao lado da São Vicente (Fotomontagem BCS)

Então, é de se supor que o Coronel Isaías Arruda não chamou Lampião, mas aproveitou a oportunidade de sua chegada repentina.

Dizemos que aproveitou a oportunidade porque, aparentemente, o projeto de invadir Mossoró já existia há algum tempo e, para tanto, Massilon já recrutava cangaceiros pelo Sertão paraibano, provavelmente em comum acordo com o Coronel.

Existem dois fatos que asseguram a forte ligação entre o Coronel Isaías Arruda e Massilon, fundada em interesses mútuos:

a)      em junho de 1926, Massilon e José Gonçalves de Figueiredo mataram João Vieira, em uma emboscada cujo objetivo era eliminarem integrantes da família Paulino, inimigos figadais do Coronel Isaías Arruda. Isso significa que Massilon era da mais estrita confiança do Coronel[1];

b)      em maio de 1927, Massilon atacou Apodi, executando projeto do Coronel Isaías Arruda e seu sobrinho José Cardoso, a pedido de Décio Holanda, genro de Tylon Gurgel, chefe da oposição ao Coronel Chico Pinto naquela cidade.

O recrutamento de cangaceiros por Massilon, no intuito de invadir Mossoró, pode ser indiretamente comprovado: antes de Lampião chegar inesperadamente a Aurora, ele não sabia, mas o projeto de invadir Mossoró já existia. É o que se lê às folhas 30, da quarta edição de A Marcha de Lampião[2], Raul Fernandes, no item 2, do 1º Capítulo:

“Em dezembro de 1926, Joaquim Felício de Moura, sócio da firma Monte & Primo, em Mossoró, viajava pelo interior da Paraíba. Na cidade de Misericórdia, encontrou-se com o destacado comerciante e fazendeiro Antônio Pereira de Lima, que lhe falou da acirrada perseguição do bandido Virgulino Ferreira à sua família. Sem maiores rodeios, contou-lhe o plano de Jararaca, Sabino, Massilon e Lampião de assaltarem Mossoró com quatrocentos homens. Adiantou ser impossível reunirem tanta gente. Advertiu-o, porém, sobre o costume de mandarem espiões disfarçados de feirantes, mendigos e cantadores, aos lugares previamente escolhidos. Conversou sobre a possibilidade de defesa da cidade e pediu-lhe levar esses fatos ao conhecimento do Prefeito Rodolpho Fernandes.

Daí por diante os boatos se sucederam. Na última quinzena de abril, 27, a notícia veio à luz de modo concreto. Argemiro Liberato, de Pombal, escreveu ao compadre Rodolpho Fernandes sobre a pretensão do chefe dos bandidos. Dos remotos sertões de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará surgiam indícios dos agenciadores da vergonhosa empreitada”.

Em “Notas” (p. 40) ao 1º Capítulo, Raul Fernandes observou:

“Afonso Freire de Andrade e inúmeras outras pessoas conheceram a carta. Mossoró (RN), 23.12.1971. – Informações prestadas ao autor.

Obs.: Ouvi de meu pai referências à missiva”[3].

Quanto a Argemiro Liberato, no meu Histórias de Cangaceiros e Coronéis[4] (p. 119), transcrevo artigo de Kydelmir Dantas, cofundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), intitulado Cartas e Bilhetes Antes de Lampião, no qual se lê o que segue:

“Esta carta[5] foi levada ao conhecimento dos amigos de confiança do prefeito, por este, que estavam preparando a estratégia para a formação das trincheiras nos pontos principais da resistência. Dentre estes, Joaquim Felício de Moura, Afonso Freire de Andrade e outras pessoas mais chegadas confirmaram tê-la visto nas mãos do ‘coronel Rodolpho’.

Argemiro, com sua 2ª esposa, Maria Amorim Mafalda de Alencar, alertou (Reprodução BCS)

Para a família, dias após o ataque, Rodolpho Fernandes fez referências sobre esta missiva do amigo paraibano de Pombal.

Outra confirmação do envio desta carta está no artigo “Major Argemiro Liberato de Alencar: o amigo de Rodolpho Fernandes”, escrito pelo seu neto Geraldo Alves de Alencar, hoje residente em São Luiz do Maranhão, que cita o seguinte sobre o avô:  ‘Era fazendeiro, proprietário da Fazenda Estrelo, situada em sua cidade natal. Exercia também a profissão de comerciante, trazendo da Paraíba algodão transportado em costas de burros e vendido em Mossoró, estado do Rio Grande do Norte. O principal comprador era a firma cujo maior acionista era seu amigo e compadre o Cel. Rodolfo Fernandes.

Em suas viagens como almocreve retornava a Pombal com sal e outros gêneros. Mesmo tendo um sobrinho nas hostes do cangaço, o qual atendia pelo nome de Ulisses Liberato de Alencar, Argemiro era profundamente contra o banditismo rural, chegando inclusive a avisar ao Cel. Rodolfo Fernandes, quando este era prefeito de Mossoró em 1927, que o cangaceiro tencionava atacar a cidade considerada capital do oeste potiguar.

Declaradamente anti-Lampiônico, Argemiro Liberato de Alencar nunca chegou a ser perseguido pelo “rei do cangaço” porque Lampião sabia da amizade existente entre ele e o Padre Cícero.’

Evidentemente o aviso não era acerca de um futuro ataque de Lampião, mas, sim, de um futuro ataque de cangaceiros”.

Provavelmente Joaquim Felício estivesse errado quanto a José Leite de Santana, o Jararaca. Como nos assevera Frederico Pernambucano de Mello[6], a área de atuação do cangaceiro eram as ribeiras do Moxotó e Pajeú, em Pernambuco. E o próprio Jararaca, declarou, quando preso em Mossoró, além de outros cangaceiros, que Lampião nunca pensara em atacar a cidade[7].

Já Sabino Gomes de Góis, embora atuasse nos arredores do município de Cajazeiras, Paraíba, estava, naquele momento, integrado ao bando de Lampião, desde o ataque à Souza, no mesmo Estado, em 27 de julho de 1924, do qual não se separara até sua morte (dele), em fevereiro de 1928, após o conhecido tiroteio de Piçarra, em Porteiras, Ceará.

Ora, se Sabino tinha intenção de aventurar-se até Mossoró, é evidente que Lampião seria o primeiro a sabê-lo. Repita-se, entretanto: Lampião nunca teve a intenção de invadir o Rio Grande do Norte. Sequer sabia da existência desse projeto. Os escritos acerca da história da invasão de Mossoró são consensuais quanto a isso, a partir dos depoimentos de vários cangaceiros, dentre eles, Jararaca.

Capela de São Vicente simboliza o núcleo da resistência ao ataque do dia 13 de junho de 1927 (Foto: reprodução BCS)

Ainda a favor dessa hipótese, a de que o ataque foi idealizado bem antes de sua realização há, também, além da correspondência de Argemiro Liberato e do recado de Joaquim Felício, a notícia veiculada pelo “O Mossoroense” de 15 de maio de 1927, de que na invasão de Apodi, por Massilon, o projeto de invadir Mossoró já existia, insinuando, sem rodeios, que essa pretensão, a ocorrer em dias vindouros, integrava empreitada de grande vulto, e dele dera conhecimento, ao Coronel Rodolpho Fernandes, a carta de Argemiro Liberato.

Observe-se que essa edição de “O Mossoroense”, jornal dirigido por Rafael Fernandes, primo e correligionário do Coronel Rodolpho Fernandes, veio a lume cinco dias após a invasão de Apodi por Massilon.

Basta, então, darmos a devida importância à ligação entre essa matéria do jornal e a anterior correspondência de Argemiro Liberato encaminhada ao Prefeito, bem como ao recado de Joaquim Felício.

Muitas interrogações

Se assim o é, se de fato o Coronel Isaías Arruda e Massilon trabalharam juntos nessa empreitada antes da chegada de Lampião, desde, pelo menos, meados de 1926, se a ambos podemos atribuir todo o planejamento do projeto, a pergunta, agora passa a ser outra: foram eles que idealizaram (arquitetaram) o projeto da invasão a Mossoró?

É muito difícil acreditar que Massilon recrutasse cangaceiros e jagunços pelo Sertão, sem que disso soubesse o Coronel Isaías Arruda.

Outra questão: por que Mossoró? Por que não Cajazeiras, Souza, Patos ou Pombal, na Paraíba? Caicó, Currais Novos, São Miguel, Pau dos Ferros ou Martins, no Rio Grande do Norte, ou as cidades do Vale do Jaguaribe, no Ceará, se o objetivo fosse meramente arrancar dinheiro?

E se o objetivo era meramente arrancar dinheiro, por que o alvo do ataque foi a residência do Coronel Rodolpho Fernandes, e, não, a agência do Banco do Brasil ou o comércio da cidade?

Então, cabe perguntar: quem, na verdade, idealizou (arquitetou) o ataque a Mossoró?

Qualquer que seja a resposta, de tudo quanto se disse algo fica claro: o Coronel Isaías Arruda e Massilon foram os grandes responsáveis pela invasão de Mossoró. Principalmente Massilon, que planejou com o Coronel, e executou com Lampião.

Ele é o personagem principal desse drama épico, e somente é possível uma história de tudo quanto aconteceu, uma história que tenha causas e efeitos, e não apenas a descrição horizontal do acontecimento em si, se o investigarmos, bem como suas conexões com os coronéis da Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, para os quais “jagunçou”, mas sempre como chefe de bando.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura do Natal e do Governo do RN


[1] Conforme Vida e Morte de Isaías Arruda; TAVARES CALIXTO JÚNIOR, João. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora; 2019.

[2] Natal: Editora Universitária, 1982.

[3] Raul Fernandes era filho do Coronel Rodolpho Fernandes.

[4] MEDEIROS, Honório de. Natal: Sebo Vermelho, 2015.

[5] A de Argemiro Liberato para o Coronel Rodolpho Fernandes.

[6] “GUERREIROS DO SOL”; 2a. edição; A Girafa; 2004; São Paulo, SP.

[7] No “Auto de Perguntas” feitas a Jararaca consta, também, a seguinte declaração sua: “que saíram em dias do mês de maio findo, do Pajeú, estado de Pernambuco, e que acompanhava Lampião há pouco mais de um ano”. Antes de Lampião, Jararaca, ainda segundo seu depoimento, estava no Primeiro Regimento de Cavalaria Divisionária, tomando parte na revolta de São Paulo a favor da legalidade, com a Coluna Potiguara (“LAMPIÃO EM MOSSORÓ”; NONATO, Raimundo; sexta edição; Coleção Mossoroense; 2005; Mossoró).

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sábado - 13/06/2020 - 23:56h

Pensando bem…

“Nunca é perdido o tempo dedicado ao trabalho.”

Ralph Waldo Emerson

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sábado - 13/06/2020 - 23:28h
Sesap

Chega a 533 o total de óbitos por Covid-19 no RN

São 533 óbitos por Covid-19 no Rio Grande do Norte.

É o que aponta o mais recente Boletim Epidemiológico do Governo do RN, com dados tabulados até às 23h dessa sexta-feira (12).

São 13.789 casos confirmados, 22.504 suspeitos e 126 óbitos em investigação.

Natal com 183 mortes e Mossoró somando 83 são os municípios como maior número de vítimas fatais.

Em termos proporcionais, Areia Branca segue como caso de calamidade pública com 370 casos confirmados, 647 suspeitos e 31 mortos.

Veja AQUI a íntegra do Boletim Epidemiológico.

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O boletim anterior (referente à quinta-feira, 11) registrou 509 óbitos – veja AQUI.

Houve aumento de 24 mortes.

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Categoria(s): Saúde
sábado - 13/06/2020 - 22:38h
Em Mossoró

Jornalista Julierme Torrres enfrenta Covid-19

Torres: na fé (Foto: Jornal de Fato)

O jornalista e gerente da CEF em Assu, Julierme Torres, está com Covid-19.

Seu quadro inspira cuidados.

Respira por Cateter nasal em UTI do Hospital Wilson Rosado em Mossoró.

A gente na torcida, na fé, para que ele volte logo à sua família e amigos.

Vai dar certo, sim.

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sábado - 13/06/2020 - 16:20h
Covid-19

Município passa a contar com cinco leitos de UTI

Prefeito e secretário estiveram em UTI (Foto:PMG)

A partir desta sexta-feira, 12, o Hospital Manoel Lucas de Miranda, no município de Guamaré, passou a integrar a rede estadual de hospitais de referência no tratamento de pacientes de Covid, com a implantação de cinco leitos de UTI, através de uma parceria da prefeitura com o Governo do Estado.

A estrutura recebeu hoje pela manhã a visita do prefeito Adriano Diógenes e do secretário municipal de saúde, Fabrício Morais. O investimento foi possível através de uma parceria da Prefeitura de Guamaré e o Governo do Estado e passa a fazer parte da regulação para atender além de Guamaré, os municípios de Macau, Galinhos, Pedro Avelino e Afonso Bezerra.

Os cinco leitos com assistência completa de uma UTI vão receber pacientes da regulação da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP). Profissionais de saúde da rede do município estão sendo capacitados no hospital de campanha de Natal para atuar nos novos leitos. Médicos intensivistas farão parte do quadro funcional.

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Município há poucos dias promoveu bloqueio total da cidade, para combater avanço da Covid-19 (veja AQUI). No último boletim epidemiológico do RN, Guamaré aparecia com 4 óbitos pela doença, além de 96 confirmados e 156 suspeitos.

Com informações da PMG e outras fontes do BCS.

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Categoria(s): Saúde
sábado - 13/06/2020 - 12:02h
UPA

Sargento da Polícia Militar do RN morre em Mossoró

Adeodato sofreu infarto (Foto: cedida)

O 3º sargento da Polícia Militar do RN, Adeodato Pereira de Souza, 54, faleceu à manhã deste sábado (13) em Mossoró. Sofreu infarto quando estava em atendimento na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Alto de São Manoel.

Estava na PM desde 1986.

A PM do RN emitiu nota de pesar. Leia abaixo:

É com pesar que a Polícia Militar do Estado do Rio Grande do Norte comunica o falecimento do 3° Sargento PM Adeodato Pereira de Souza, da Reserva Remunerada da PMRN, ocorrido neste sábado (13), após sofrer um infarto na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alto de São Manoel, em Mossoró.

O 3º Sargento PM Adeodato Pereira de Souza ingressou na Polícia Militar do Rio Grande do Norte no ano de 1986, tendo prestados relevantes serviços à corporação policial militar, que, em reconhecimento, lhe concedeu no ano de 2014 a Medalha do Mérito Profissional Coronel PM Bento Manoel de Medeiros, em virtude de haver se destacado dentre os demais policiais, de forma eficiente e eficaz, no desempenho profissional de sua atividade policial.

Promovido à Cabo PM no ano de 2010 e a Sargento PM no ano de 2015, o Sargento Adeodato, em seus 30 anos de serviço dedicados à corporação policial militar, serviu em unidades operacionais, como o 2º Batalhão de Polícia Militar, 2º Distrito de Polícia Rodoviária Estadual e Companhia Independente de Proteção Ambiental (CIPAM), em Mossoró.

Dessa forma, a Polícia Militar do Rio Grande do Norte externa o sentimento de mais profundo pesar, estendendo aos familiares e amigos do Sargento PM RR Adeodato Pereira de Souza.

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sábado - 13/06/2020 - 10:20h
Natal

Governo estadual abre mais dez leitos contra Covid-19

O Hospital João Machado (HJM), em Natal, abriu, nesta sexta-feira (12), 10 leitos destinados a pacientes com Covid-19, para fortalecer o enfrentamento à pandemia no estado. A enfermaria da qual os novos leitos fazem parte já conta com uma estrutura para a abertura de mais nove leitos.

Leitos estão prontos (Foto: Governo do RN)

O plano final é chegar a um total de 36 leitos, dos quais 10 são de cuidados intermediários (UCI) e os demais clínicos, para estabilização de pacientes.

Além disso, já se encontra em obras uma ala para comportar 48 novos leitos clínicos também voltados ao tratamento da Covid-19. O João Machado também irá dispor de 20 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), cujo processo de implantação está previsto para ser finalizado na próxima semana, pela empresa Avante Social, contratada pelo Governo do Estado também para se encarregar do  gerenciamento desses leitos.

A princípio, os novos 10 leitos do HJM funcionarão como clínicos, mas passarão a ser destinados aos cuidados intermediários (UCI), à medida que for completada a estrutura de Recursos Humanos necessária. A equipe que atuará nas novas enfermarias será composta não só por servidores da unidade hospitalar, mas também por profissionais advindos do processo seletivo para contratação de pessoal em caráter temporário, realizado pelo Governo do Estado, além de médicos intensivistas de cooperativa.

A expansão dos leitos faz parte do Plano de Contingência Estadual para Infecção Humana pelo Covid-19, com vistas a fortalecer o enfrentamento à pandemia no RN.

Com informações do Governo do RN.

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Categoria(s): Administração Pública / Saúde
sábado - 13/06/2020 - 08:12h
Edilson Pinto Jr.

Médico, escritor e professor vai estar Aos Vivos! conosco

Ele é médico, escritor e professor. Figura humana ímpar nos três ofícios, Francisco Edilson Leite Pinto Júnior (assim mesmo, por completo, como gosta de assinar seus textos) será nosso quinto convidado no projeto Carlos Santos – AOS VIVOS!Vamos recebê-lo nessa segunda-feira (15), às 21 horas, em nosso endereço no Instagram – www.instagram.com/blogcarlossantos.

Edilson Júnior (amputei seu ‘Pinto’ de propósito na identificação do banner de divulgação) vai jogar conversa fora, não fazer um monte de coisas e sei lá o quê ao nosso lado e de internautas.

Anote esse compromisso.

Até lá

Leia também: O mundo de Francisco Edilson Leite Pinto Júnior.

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Categoria(s): Comunicação / Comunicado do Blog
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sexta-feira - 12/06/2020 - 23:56h

Pensando bem…

“Qual seria a sua idade se você não soubesse quantos anos você tem?

Confúcio

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sexta-feira - 12/06/2020 - 20:22h
Poder

Você sabe quem é?

Por François Silvestre

Foi cadete de Agulhas Negras e de lá saiu oficial. Alguém sabe quem era esse cadete? Não. Depois foi subindo, como sobem os balões, ao sabor das promoções sem qualquer sinal de ser conhecido.

Ninguém sabe quem foi o capitão, depois major, depois tenente-coronel, coronel, general de brigada, general de divisão, general de exército.

Até aí, um ilustre e opaco anônimo.

Bateu continência pra Sarney, pra Collor, pra Itamar, pra Fernando Henrique, pra Lula, pra Dilma, pra Temer.

Até que, juntamente com seu colega de frustrações, desde os idos da derrubada de Silvio Frota, que tentou emparedar Geisel, e eles estavam entre os enquadrados, chegou ao governo do capitão Bolsonaro.

De quem falo? (do verbo falar e não do substantivo) Do general Ramos, ministro da defesa. Tudo no diminutivo. Ele e seu colega Heleno. Helenistas de quintal.

Pois bem. Agora, esse general que passeou de óculos escuros, num helicóptero, custeado com dinheiro público, ao lado do seu capitão, sem senso do ridículo, faz um alerta à oposição. “Não estiquem a corda” (veja AQUI).

Cá de meu insignificante canto, eu replico. General, não engula corda. Quando seus culhões, em tempos remotos, ainda ativos, não se fizeram imponentes para conhecimento deles, imagine agora, deitados feito gatos de armazém nos sacos de tricoline dos seus pijamas.

Ah…General. Lamento não dizer: prazer em conhecê-lo. Continua um ilustre desconhecido.

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