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domingo - 19/06/2022 - 09:02h

A formação no foro

Por Marcelo Alves

Common law (a tradição anglo-americana) e civil law (a tradição romano-germânica ou continental) são as duas grandes famílias jurídicas do Ocidente, cada qual com origem e desenvolvimento próprios. Apesar da progressiva interação entre elas, não se pode ainda negar a realidade de tal dicotomia.pilares-del-tribunal-supremo-de-estados-unidos-18072771

Isso implica um modo diferente de enxergar o direito pelos juristas – e, sobretudo, pelos seus “operadores” – de uma e outra família. Como diz José Luis Vasquez Sotelo (em “A jurisprudência vinculante na common law e na civil law”, que consta do livro “Temas atuais de direito processual ibero-americano”, Forense, 1998), “o direito do common law tem tido sempre para os juristas do continente europeu um aspecto misterioso, por sua falta de Códigos e de grandes leis e por estar baseado na experiência”.

Por sua vez, “é conhecida a expressão que alude a que, se um jurista inglês se aventurasse na região da filosofia jurídica do Continente, se acharia como um estrangeiro em um país estranho, com homens que lhe falam um idioma desconhecido (…)”. Há um certo exagero aí, reconheçamos, sobretudo nos dias de hoje, com a globalização e interação digital que vivemos. Mas algumas diferenças eram e ainda o são, em boa medida, curiosas.

Darei dois exemplos quanto ao modo de pensar e à formação dos juristas do common law.

Quanto ao modo de pensar, sobretudo no passado, era bem nítida a distinção entre o operador do direito do common law e o do civil law. Naquele, os operadores do direito (juízes, advogados etc.) consultavam quase que exclusivamente os precedentes judiciais; neste, a legislação. E não há dúvida de que, ainda hoje, o modo de pensar do juiz do common law é diferente do modo de pensar do juiz do civil law. A Inglaterra continua sendo o principal exemplo disso, como expõe Sotelo:

– “Quando um jurista inglês estuda a solução aplicável consultando metódica e conscientemente as coleções de precedentes, após encontrar a solução, ele se pergunta se aquele ponto de vista terá sido modificado por alguma lei, consultando para isto o conjunto da Legislação. Um jurista de civil law busca, no Código ou na lei, a solução para o caso em questão. Um jurista do common law somente vê, na lei, as possíveis exceções à solução dada pelos precedentes vinculativos. Disso, ademais, resulta uma consequência importante: os statutes ou leis em sentido estrito, já que são regulamentações de exceção, devem ser interpretadas restritivamente”.

E quanto aos EUA, registra Eduard D. Re (em “Stare Decisis”, artigo publicado na Revista Jurídica, n. 198, abr. 1994) que Benjamin N. Cardozo (1870-1938), célebre Justice da Suprema Corte, disse: “a verdade é que muitos de nós, criados nas tradições do common law, encaramos a legislação com uma desconfiança que podemos deplorar, mas não negar”. E que Harlan F. Stone (1872-1946), outrora Chief Justice (Presidente) afirmou, sobre essa desconfiança, que “os tribunais do common law têm dado relativamente pouco reconhecimento à legislação, enquanto ponto de partida para formação de suas decisões, se a compararmos à força que emprestam aos precedentes”.

Outrossim, e até mais curiosamente, os grandes juristas do common law, em regra, tiveram sua formação no foro e não nas universidades. A maior prova disso é que, dentre os “antigos”, os maiores tratadistas do direito inglês foram exatamente os grandes juízes. Basta lembrar Bracton (1210-1268), Edward Coke (1552-1634) e William Blackstone (1723-1780), este sempre reverenciado, quando se fala do common law, por sua obra “Commentaries on the law of England” (1765-1770). Quanto ao direito americano é impossível falar dele sem mencionar juízes como John Marshall (1755-1835), Oliver Wendell Holmes Jr. (1841-1935) e Benjamin Cardozo, entre outros.

Aliás, lembra Sotelo que Roscoe Pound (1870-1965) quis expressar “a contraposição entre os dois sistemas afirmando que, enquanto o Direito anglo-americano é um Direito dos Tribunais, cujos oráculos são os Juízes, o do Continente é um Direito de Universidades, cujos oráculos são os Professores. A diferença metodológica pode ser representada claramente contrapondo-se um ‘Direito de Juízes’ a um ‘Direito de Catedráticos’”.

Bom, vocês poderiam me contrapor citando o próprio Roscoe Pound, que foi um professor. E um gigante. Ou mesmo Lon Fuller (1902-1978), Herbert Hart (1907-1992), Jonh Ralws (1921-2002) ou Ronald Dworkin (1931-2013). Mas esses últimos foram sobretudo filósofos e não “operadores” do direito. E são mais modernos. Quase de hoje. E as coisas mudam, sabiam?

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador regional da República e doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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domingo - 19/06/2022 - 08:10h

Redes sociais e campanhas políticas

Por Ney Lopes

Na campanha eleitoral deste ano no Brasil, ninguém duvide que os métodos tradicionais serão intensamente substituídos pela campanha “on line”, como forma de atração de eleitores, sobretudo os indecisos. As estatísticas mostram, que somos o segundo país conectado, com uma média de 3 horas e 25 minutos por dia de interação nas mídias.

Nas eleições de 2018, 45% dos brasileiros já afirmaram ter decidido o voto na reta final, levando em consideração informações vistas nas redes sociais.redes sociais, jornalismo conectado, eleições

Na atualidade, até os próprios riscos de contágio na pandemia colaboram para manter as redes sociais ativas, proporcionando aos candidatos a divulgação de ideias e propostas, por meio de mensagens curtas e vídeos criativos. Na TV há necessidade de simplificar a mensagem e dizer apenas uma coisa. Na internet, mesmo sendo debate virtual, se estabelecem discussões acaloradas e ricas. Perdem importância os comícios, as passeatas e a distribuição de impressos com fotografias hollywoodianas dos candidatos.

Percebe-se o avanço vertiginoso da transformação digital, entendida como o uso da tecnologia que gera resultados significativos, superando os tradicionais. Exemplo é a união da inteligência artificial (imitação da inteligência humana para execução de tarefas) e a Internet das Coisas (rede capaz de reunir e transmitir dados), que operam na criação de sistemas eficientes, melhorando a comunicação entre a pessoa humana e a máquina.

A política sempre absorveu a modernização ocorrida na comunicação social. Veja-se a década de 40, quando Franklin Roosevelt foi o primeiro presidente americano a aparecer na televisão. Em 1960, Kennedy revolucionou as campanhas eleitorais com o debate televisado.

Coube a Obama avançar com a utilização das redes sociais na Internet. Em 2008 a sua eleição significou verdadeira revolução, pela utilização da rede mundial de computadores, que até então inexistia. A inovação mobilizou os recursos da cibernética. Obama criou uma rede de diálogo, conversando com os internautas numa via de duas mãos. Os eleitores obtinham respostas rápidas e atenciosas.

Nas primárias do Partido Democrata foi desprestigiado e humilhado. Não citavam o seu nome na mídia e ocupava o “fim da fila” nas “pesquisas”, depois denunciadas como fraudulentas. Tinha-se como certa a indicação no Partido Democrata de Hillary Clinton, que havia sido primeira-dama por oito anos e já era senadora há sete.

Espalhou-se a mentira de que ele não havia nascido nos EUA, seria muçulmano e fingia ser cristão. O principal acusador à época foi o apresentador de TV Donald Trump. No final, Obama ganhou a eleição.

A propósito da influência atual das redes sociais, um fato chama a atenção, que é a realização neste domingo, 19, do segundo turno das eleições presidenciais da Colômbia. Ambos candidatos –o esquerdista Gustavo Petro e o conservador Rodolfo Hernández – abandonaram as ruas e concentraram-se em eventos “on line”.

Petro, 62, aspira em sua terceira e última tentativa chegar à Presidência. Militou no M-19, uma guerrilha nacionalista de origem urbana e teve aliança com o chavismo. Ele ainda se vê como um “revolucionário” por ter lutado contra o estado e agora busca, na democracia, “derrotar as elites e instalar pela primeira vez a esquerda no poder” na Colômbia. As suas propostas incluem reformas ambiciosas e complexas.

Hernández encampou a anticorrupção e se auto intitula “terceira via”, com ideias conservadores radicais e discurso de direita. A sua estratégia é apostar nas redes sociais. Aparece em vídeos excêntricos do TikTok. Em um deles, anda de patinete elétrico. Os seus lemas são três: “não roubar, não mentir, não trair”. A sua candidata a vice, Marelen Castillo, entrou na campanha para suavizar a imagem de Hernández, diante das mulheres. O candidato é um magnata da construção civil, com fortuna avaliada em US$ 100 milhões.

As democracias contemporâneas buscam a interatividade permanente com os atores políticos. Nesse contexto, as redes sociais agem como instrumentos de aperfeiçoamento dos processos eleitorais e governabilidade. Bismarck, o chamado chanceler de ferro, já disse, que “a política não é uma ciência exata, mas uma arte”. Através dela, a cidadania se torna coparticipante, na preservação e ampliação das liberdades coletivas.

Ney Lopes é jornalista, advogado e ex-deputado federal

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Categoria(s): Artigo / Eleições 2022 / Política
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domingo - 19/06/2022 - 06:28h

“Os donos das calçadas”

Por Marcos Araújo

Início da década de 70, no século passado, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho compuseram a música “o dono das calçadas”. A letra, segundo os autores, destinava-se a emoldurar a vida de Nelson Gonçalves, à época o mais célebre intérprete da boemia. O desejo dos autores era retratar a ocupação e a reinação dos boêmios nas calçadas dos bares, um espaço singular dos botequins cariocas.calçada, sombra

Fora da simbologia poética, para que servem as nossas calçadas? No plano urbanístico, qual utilização tem sido dada a este importante espaço em nossas cidades? Qualquer ser vivo responderia de pronto: servem para abrigo de lanchonetes improvisadas, quiosques fixos para venda de materiais importados e falsificações chinesas, lixões de entulhos, estacionamentos privados para automóveis, pontos de camelô, trailer com ótica ambulante, e até oficinas de carros. Em diversos setores da nossa cidade, as calçadas funcionam para tudo, menos para a mobilidade dos pedestres.

A precariedade da infraestrutura urbana conta com a adversidade da apropriação ilegal do espaço público, tomada por esses clandestinos “donos das calçadas”. Sem boemia. Acho extremamente grave a omissão dos gestores públicos com a privatização dos passeios públicos (as calçadas). Em Mossoró, suprimiram do pedestre o direito de andar nas ruas do centro. Mesmo em avenidas mais amplas, como a Rio Branco e João da Escóssia, placas de “estacionamento privativo” são apostas nas vias públicas. E ainda com a ameaça do veículo ser “guinchado”, caso seja estacionado em frente a uma dessas lojas. O uso é “exclusivo para clientes em compra”.

Isto me faz lembrar um episódio pessoal com um juiz do trabalho já falecido, conhecido pela sua intolerância e grosseria. A Justiça do Trabalho em Natal funcionava na Av. Hermes da Fonseca. Em plena via pública, havia uma pintura no asfalto com a inscrição “estacionamento privativo para os Juízes”. Eu, um jovem advogado à procura de confusão, estacionei no local. Fui advertido por um dos servidores para que retirasse o veículo, senão seria rebocado.

Achei um desaforo e estabeleci uma longa discussão, com o servidor e depois com o magistrado, sobre a indevida apropriação do espaço público. Adverti-os de uma possível prática de improbidade, de uma representação ao Ministério Público e da convocação da imprensa, apenas para ser deixado em paz. Meu carro ficou por lá, sob impropérios e protestos da autoridade questionada.

Por aqui e alhures, os pedestres são os maiores excluídos da mobilidade urbana. Imaginem a dificuldade dos cadeirantes e das pessoas com reduzida capacidade de locomoção. O mau estado de preservação das calçadas e obstáculos que impedem o trânsito livre e seguro dos pedestres é considerado crime. O Código de Obras do Município de Mossoró, no art. 131 diz que “Os passeios públicos (calçadas) são bens públicos de uso comum do povo, de acesso livre, não podendo ser impedidos do trânsito de pedestres.”

O artigo 68 do Código Nacional de Trânsito proíbe qualquer utilização de calçada que impeça o trânsito livre dos pedestres. Também é frisado que os equipamentos urbanos nas calçadas não podem bloquear, obstruir ou dificultar a caminhada dos pedestres. Tudo em vão! Letra morta da lei.

O problema é de “ECF”, uma sigla para resumir a falta de Educação, Conscientização e Fiscalização. Este último seria o principal mecanismo modificador da realidade das calçadas de Mossoró. Que a Prefeitura faça o seu trabalho, já que a nossa educação e a nossa consciência assim não permitem. Fiscalizar também é educar.

Enquanto as providencias não são tomadas (sem muitas esperanças!), melhor voltar a Nelson Cavaquinho, o menestrel da Mangueira. Nelson era um ser desprendido das coisas e dos anseios materiais, vivendo de forma simples e intensa. Dentre as suas mais belas composições, elejo “A flor e o espinho”, em parceria com Guilherme de Brito e Alcides Caminha.

Para o poeta Manoel Bandeira essa música tem a frase mais bonita da música popular brasileira: “tire o seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor”.

Para sobreviver, Nelson compunha e depois vendia a letra da música para jovens cantores, uma prática comum nas primeiras décadas do século passado. Um dia, Cartola, seu parceiro em uma canção, estava em um bar escutando um samba de um novo compositor, quando reconheceu aquela música, e disse:

– “Ô meu amigo, esse samba é meu! Eu fiz esse samba com o Nelson”.

O sambista assustado, respondeu:

– “Eu comprei esse samba dele”.

Dias depois, ao encontrar Nelson em Mangueira, Cartola o interpelou:

– “Nunca mais serei seu parceiro, pois nós fazemos um samba juntos e você vende para os outros”.

Muito calmo e solicito, com aquela voz rouca que lhe era peculiar, Nelson respondeu:

– “Cartola, eu só vendi a minha parte da música. A outra parte é sua.”

Com base nesta historinha, aproveito para perguntar aos ocupantes das calçadas: se as calçadas são “patrimônio” dos pedestres, quem lhes vendeu a parte que me cabia?

Marcos Araújo é professor e advogado

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Categoria(s): Crônica
domingo - 19/06/2022 - 03:40h

A cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo 5

Por Marcos Ferreira

Continuemos com o nosso recuo no tempo.

Naquela época, mês de setembro de 2001, quando explodira como estrela absoluta nos noticiários o devastador ataque terrorista contra os Estados Unidos, ocorrido precisamente em uma monótona manhã do dia 11, quase ninguém estava ligado ou interessado em blogues, sites ou portais eletrônicos. Não. Naquele momento, como era de se esperar, as emissoras de televisão deram um show à parte, com transmissões ao vivo especialmente de locais o mais próximo possível dos escombros das Torres Gêmeas do World Trade Center, na ilha de Manhattan, em Nova Iorque. Quase não se televisionava outra matéria ou programa. O terrorismo roubou a cena.redação de um jornal - foto antiga

No dia seguinte, enfim, a carcaça midiática do maior ataque terrorista de todos os tempos foi compartilhada e difundida pelos jornalões e demais órgãos da miuçalha, os veículos impressos, feito sobras, restos mortais de uma presa sobejada por leões ao dispor das hienas. Mesmo assim, salvo uns gatos-pingados, ninguém buscou por essas informações na blogosfera. Não ao menos em Mondrongo.

O público leitor não tinha afinidade, entrosamento ou interesse pelo pouco que se realizava de jornalismo virtual naquele comecinho de década. Talvez apenas no Sudeste um blogue aqui e outro acolá já tivessem adquirido qualquer audiência e repercussão junto aos leitores.

Porque tais coisas praticamente inexistiam em nossa maniqueísta sociedade. Configuravam-se como projetos raros em todo o estado de Santa Luzia, mesmo em Cafundolândia, nossa bela capital. O próprio advento da Internet, a exemplo da telefonia móvel, era um recurso nada acessível para a maior parte da população, disponível, sobretudo, para a classe média alta, a elite financeira.

Na realidade, porém, a mídia impressa de Mondrongo já se achava ferida de morte. Os departamentos de publicidade desses veículos sofriam para conseguir anunciantes, ou segurar os que possuíam. Mês a mês, para o desespero de Alberto Cardoso, diretor administrativo da Tribuna, um anunciante ou outro arrepiava carreira do jornal. Situação agravada pelo elevado número de inadimplentes.

Mondrongo, então com cerca de duzentos e sessenta mil habitantes, hoje ultrapassa um pouquinho os trezentos mil, possuía cinco jornais impressos circulando diariamente, disputando leitores e o terreno das publicidades palmo a palmo. Era de se esperar, portanto, que o minguado pão dos anúncios não chegasse para todos eles, não ao menos a ponto de suprir as suas necessidades prioritárias. Eram eles, por ordem cronológica: a centenária Tribuna Mondronguense, o popular Diário do Oeste, o Clarim Exato, a Folha da Tarde e o caçula Correio Expresso. Sem contarmos as publicações hebdomadárias. Não muito depois os dois últimos fechariam as portas.

A duras penas, tentando conter a debandada de anunciantes, os outros três veículos fizeram mais demissões e continuaram no ramo de forma heroica. Mas era só uma questão de tempo até que ruíssem absolutamente. A situação se tornava insustentável a cada mês. Salários em atraso, divergências rescisórias e ações na Justiça do Trabalho eram uma constante no cotidiano dessas empresas de notícias.

Ainda assim, decerto por brio e vaidade, ser jornalista, membro da imprensa em Mondrongo era qualquer coisa fascinante, honrosa, uma espécie de profissional popstar entre as demais atividades de baixo coturno. Até mesmo os fotógrafos (alguns não passavam de meros apertadores de botões, hoje em dia promovidos a repórteres fotográficos) andavam por aí muito anchos portando as suas máquinas com filmes em preto e branco penduradas no pescoço. Ser jornalista nesta cidade, então, era um must. Certos indivíduos, segundo as más línguas, necessitavam dormir de beliche, pois embaixo só cabia o sujeito, enquanto o ego do cara ficava na parte de cima.

Essa história de beliche — vamos logo dar nomes aos bois — foi uma boutade que se tornou famosa oriunda da verve do poeta e jornalista Moacir Alexandrino Neto, em referência à soberba e empáfia de um seu colega de redação no Diário do Oeste. O nome do “homenageado”, que por sinal já foi estudar a geologia dos campos-santos, conforme consta no Dom Casmurro, é Mauro Mosca.

O triste fim de Mauro Mosca se deu da seguinte forma: uma noite, ao ser abordado por dois sujeitos que lhe queriam tomar o relógio e a carteira no sifilítico Beco das Frutas, onde ele frequentava uma casa de tolerância, Mosca se negou a entregar os pertences e um dos marginais lhe abriu a barriga com uma faca peixeira. O agressor largou a arma no local do crime e fugiu com o comparsa levando o relógio e a carteira. Mauro Mosca era tão vaidoso quanto o amigo Reginaldo Marinho, primo da enfermeira Laura Gondim, esposa de Jaime Peçanha, ela que faz um trisal com o marido e o primo. Isto nos lembra Dona Flor e seus dois maridos, de Jorge Amado.

Após conseguir vender a sua pequena biblioteca a um sebo do Centro, localizado na Praça do Relógio, o jornalista e escritor Jaime Peçanha decidiu bater à porta dos demais órgãos da imprensa escrita em busca de trabalho. Até mesmo a função de revisor de textos, que representaria um retorno às suas origens, era bem-vinda. Todavia ele não conseguiu nada. Não estavam contratando ninguém.

Alguns anos depois, exatamente nesta ordem, o Diário do Oeste e a Tribuna Mondronguense jogaram a toalha, faliram de vez. Hoje em dia, quiçá por milagre, mantém-se em circulação, com cinquenta ou cem exemplares impressos, apenas o Clarim Exato, que sempre viveu pendurado nas tetas do erário municipal ou do estado.

Por sua vez, contudo, pois é preciso também que se registre, a Tribuna Mondronguense não sucumbiu completamente, segue perseverando no universo virtual por meio de uma plataforma eletrônica. Isto é, o pulso jornalístico da centenária folha ainda pulsa através da Internet, com módica audiência e uma equipe de três funcionários.

A Tribuna, que por um século e meio pertenceu a vários donos, funcionando ininterruptamente, hoje em dia (o que significa dizer quarenta anos) está sob o comando de um ramo político da tradicional e poderosa família Albuquerque Azevedo, oligarquia esta que dominou Mondrongo e o estado de Santa Luzia por décadas a fio, alternando-se no poder com admirável e imbatível competência.

Nas últimas eleições do município, porém, exibindo claros sinais de cansaço, a senhora Rosana Albuquerque Azevedo, forte candidata da família oligárquica à Prefeitura, foi constrangedoramente derrotada nas urnas pelo jovem e palavroso prefeito Wallace Batista, que se vendeu ao longo da campanha como opção de renovação e revitalização administrativa para o município de Mondrongo.

Durante a disputa, verdade seja dita, Rosana Albuquerque Azevedo, que já havia sido governadora e eleita para comandar esta cidade em três mandatos, subestimou o adversário Wallace Batista. No fim das contas, após longas décadas de domínio, a oligarquia caiu.

O Diário do Oeste, leia-se o imóvel, acabou sendo vendido. A maior parte do dinheiro, segundo comentários dos seus antigos empregados, foi destinada ao pagamento de dívidas trabalhistas. O novo proprietário demoliu o histórico prédio e no local foi erguido um gigantesco galpão metálico para acolher materiais e maquinários de uma grande loja do segmento elétrico e da construção civil.

O ex-dono do Diário do Oeste, jornalista que escandalizou a sociedade mondronguense com a sua metralhadora giratória, era o neurastênico senhor Orlando Quaresma. Esse homem, tanto para o bem quanto para o mal, por meio do seu tratamento de choque datilografado em sua barulhenta máquina de escrever, chacoalhou o jornalismo republicano e bem-comportado de Mondrongo. Uma coisa ninguém podia lhe negar: o sujeito tinha colhões, tinha coragem para descer o malho, baixar o cacete em gregos e troianos, poderosos e mequetrefes da política e da sociedade mondronguenses. Nem a “santa” Igreja Católica escapou à sua fúria iconoclasta.

Dificilmente um empresário ou comerciante se negava a divulgar seu negócio nas páginas do Diário. Pois Orlando Quaresma não era apenas respeitado. Era, sobretudo, temido. Ninguém, ou quase ninguém, ousava contrariá-lo. Em 2020, quando ele morreu acometido pela peste pandêmica, estava com setenta e oito anos de idade. Toda sorte de encômios e louvações pipocou nas redes sociais.

Orlando Quaresma foi sepultado no Cemitério São Sebastião. Sobre o esquife estava a bandeira da Academia Mondronguense de Letras. Quaresma não só conquistou desafetos como também admiradores. Era a maior estrela do jornalismo local, senão do estado.

Poucas vezes neste país, ainda que no microcosmo de Mondrongo, um homem de imprensa atingiu um patamar de credibilidade e renome tão elevado. Vereadores governistas e da oposição ocuparam a tribuna para render homenagens ao ilustre falecido. Songamonga, o midiático prefeito Wallace Batista, diga-se que numa atitude justa e oportuna, decretou três dias de luto oficial no município.

É oportuno também frisar que Orlando Quaresma não possuía uma escrita bonita, elegante. Não. Seu texto não continha um pingo de poesia. Sua força, talvez a sua graça, estava justamente na secura e dureza com que escrevia. Era, mal comparando, um João Cabral de Melo Neto do jornalismo. Sua coluna no Diário do Oeste parecia “uma faca só lâmina”, como no poema do bardo pernambucano.

Eis, enfim, uma pequena história da imprensa local. Os jornais antigos estão aqui representados pela Tribuna Mondronguense, reduzida à sua versão eletrônica, e pelo Clarim Exato, este ainda na modalidade impressa com os seus cinquenta ou cem exemplares. O resto são portais, sites, blogues e redes sociais.

Até hoje, portanto, o pulso ainda pulsa.

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Prólogo;

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Capítulo 2;

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo  3;

Leia tambémA cidade que nunca leu um livro – Romance – Capítulo 4.

Marcos Ferreira é escritor

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sábado - 18/06/2022 - 23:56h

Pensando bem…

“A solução mora no problema. Por mais complicado que seja a situação, existe ali uma possibilidade de crescimento, desenvolvimento e aprendizagem.”

 Milton Erickson

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sábado - 18/06/2022 - 23:40h
Brasileirão

América vence Globo em jogo pela Série D 2022

Do NE 45

Em duelo na Arena das Dunas, o América-RN pressionou o tempo todo, mas só no fim conseguiu marcar para vencer o Globo por 1 a 0. O gol da partida foi marcado por Téssio.

Com o resultado, o América-RN subiu momentaneamente para o 3º lugar do Grupo A3 da Série D, com 17 pontos. A Águia segue na vice-lanterna, com 5 pontos.

O América-RN volta a campo no próximo sábado (25) fora de casa, contra o Retrô, na Arena de Pernambuco, às 16h. Já o Globo recebe o Afogados da Ingazeira-PE no domingo (26), às 15h, no Barretão.

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sábado - 18/06/2022 - 20:38h
Câmara dos Deputados

Deputado Souza e seu grupo anunciam apoio a Lawrence Amorim

O presidente da Câmara Municipal de Mossoró, Lawrence Amorim (Solidariedade), recebeu na manhã deste sábado (18) o anúncio de um novo apoio político. É um reforço considerável, que se diga.

Souza reuniu parte das lideranças que o seguem, em Areia Branca, para receber Lawrence hoje (Foto: cedida)

Souza reuniu parte das lideranças que o seguem, em Areia Branca, para receber Lawrence hoje (Foto: cedida)

O ex-prefeito de Areia Branca e atual deputado estadual, Souza Neto (PSB), anunciou que estará ao lado de Lawrence no projeto dele de chegar à Câmara dos Deputados. Não só isso: puxa o seu grupo com composição quase uníssona para aval à postulação de Amorim.

Ex-vereador duas vezes, ex-vice-prefeito duas vezes, ex-prefeito duas vezes e no seu segundo mandato estadual, Souza nunca perdeu uma eleição que concorreu em Areia Branca, seu principal reduto eleitoral. Este ano, optou por não ser candidato à reeleição.

Lideranças

Além do deputado Souza, anunciaram que estão com Lawrence: os vereadores Sandro Góes(PV), Renan de Djalma(PCdoB), Rebeca Melo(PSB) e Dárcio Filho(PSB); os ex-prefeitos Djalma e Lidiane Garcia; o ex-vice-prefeito e ex-vereador João Paulo Borjas; os ex-vereadores Netinho Cunha e Duarte; o ex-candidato a prefeito Toinho Cunha; além dos suplentes de vereadores Pedro Henrique (PV), Paulo da Padaria e Antônio Carlos.

“Eu não posso sair daqui hoje sem dizer o quanto me sensibiliza essa união de tantas forças em torno do meu nome, isso gera em mim um sentimento de reciprocidade, eu tenho que devolver a Areia Branca o melhor de mim”, disse o pré-candidato.

Nota do Canal BCS (Blog Carlos Santos) – Souza é a maior liderança política individual de AB, com influência na Costa Branca de forma muito maciça, em municípios como Tibau, Grossos e Porto do Mangue, entre outros – além de eleitorado cativo em Mossoró. Apenas em AB tem condições de proporcionar, com seu grupo, pelo menos uns 4 mil votos ao pré-candidato.

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sábado - 18/06/2022 - 10:24h
Saúde

Mossoró tem 3 pontos de vacinação e quarta dose no fim de semana

A campanha “Mossoró Vacina,” da Prefeitura Municipal de Mossoró, continua neste fim de semana com a vacinação contra a Covid-19, Sarampo e Influenza para os grupos prioritários preconizados pelo Ministério da Saúde (MS).

Atendimento tem locais e horários definidos para esse fim de semana (Foto: Wilson Moreno)

Atendimento tem locais e horários definidos para esse fim de semana (Foto: Wilson Moreno)

Conforme cronograma da Secretaria de Saúde, neste sábado (18) e domingo (19) os pontos de vacinação são a Unidade Básica de Saúde (UBS) Maria Soares, localizada ao lado da Unidade de Pronto Atendimento do Alto de São Manoel, o Partage Shopping Mossoró e a Festa de São João Batista no bairro Doze Anos.

O horário de funcionamento do ponto na UBS Maria Soares será das 08h às 16h nos dois dias. Já no shopping a vacinação no sábado acontece das 10h às 18h e no domingo será das 11h às 18h. Na Paróquia de São João Batista o horário vai das 18h às 22h. Saiba mais detalhes AQUI.

40 anos

Pessoas acima de 40 anos que tomaram a terceira dose de reforço contra a Covid-19, há quatro meses, podem a partir deste sábado (18) receber a quarta aplicação.

O atendimento ocorre nos mesmos locais e horários destinados à vacinação em atraso contra o coronavírus, além so Sarampo e Influenza. Saiba mais detalhes AQUI.

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  • Repet
sábado - 18/06/2022 - 09:22h
Eleições 2022

Adjuto Dias e prefeito de Natal prestigiam liderança de Macau

Adjuto quer ter Raimundo como referência na região (Foto: cedida)

Adjuto quer ter Raimundo como referência na região (Foto: cedida)

Dono de votação expressiva na última eleição municipal, em 2020, quando foi o segundo colocado com 5.141 votos (30,06%), Raimundo da Casa de Saúde (Republicanos) recebe neste sábado (18) em Macau, o pré-candidato a deputado estadual Adjuto Dias (MDB).

Na companhia do pré-candidato estará o prefeito natalense Álvaro Dias (PSDB), seu pai. Eles vão conversar sobre campanha política que se avizinha e pauta para a região.

Amigos de Raimundo preparam comemoração pública do seu aniversário com uma feijoada no bairro São Pedro. O registro da data foi recente, mas a festa ficou para esse sábado.

Adjuto Dias quer ter Raimundo como referência em Macau e região de influência, para a disputa estadual de 2022.

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sexta-feira - 17/06/2022 - 23:58h

Pensando bem…

“Se queres colher doce paz e descanso, discípulo, semeie com sementes do mérito os campos de futuras colheitas.”

Helena Blavatsky

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Categoria(s): Pensando bem...
  • Repet
sexta-feira - 17/06/2022 - 23:54h
Entrevista

Presidente quer CPI contra Petrobras; sua posição tem um porquê

Da 96 FM (Natal)

Antes de retornar a Brasília, após programação oficial em Natal nesta sexta-feira (17), o presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu entrevista à FM 96, através do locutor-apresentador e blogueiro Bruno Giovanni.

Bolsonaro defende uma ideia que é mais marketing eleitoral do que aspiração administrativa (Foto: reprodução do Canal BCS)

Bolsonaro defende uma ideia que é mais marketing eleitoral do que aspiração administrativa (Foto: reprodução do Canal BCS)

Afirmou que pretende pedir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os aumentos recentes de preços da Petrobras.

De acordo com o executivo federal, a CPI é o caminho para que seja colocado um ponto final no crescimento recorrente dos valores praticados na política de preços da empresa.

“Queremos uma CPI investigando presidentes, diretores e membros do conselho para chegarmos a uma conclusão sobre esse crescimento nos valores da estatal”, contou.

A declaração aconteceu no mesmo dia em que a estatal anunciou um novo reajuste nos preços dos combustíveis. A partir de amanhã, a gasolina vai subir nas refinarias de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%. Com o diesel, o preço por litro terá alta de R$ 4,91 para R$ 5,61, o que equivale a um reajuste 14,26%.

Pouco antes de Bolsonaro anunciar a CPI, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias para que a Petrobras preste “minuciosas informações” a respeito dos critérios adotados para a política de preços estabelecida nos últimos 60 meses.

Nota do Canal BCS (Blog Carlos  Santos) – Vi incontáveis comentários na imprensa do RN, avaliando como uma idiotice o que Bolsonaro afirmou à 96 FM. Enxergando apressadamente, é mesmo. Mas, ele joga para a plateia, sua plateia, tentando se eximir de qualquer culpa no aumento de preços. Culpa tinham os governantes anteriores, pela mesma razão. Dos 11 conselheiros com poder decisório na estatal (sim, estatal, controlada pelo governo), seis são indicações do próprio Bolsonaro.

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sexta-feira - 17/06/2022 - 23:40h
Em Natal

Bolsonaro gera confronto verbal com Lula e faz desagravo a Rogério

A solenidade oficial que justificou a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL) em Natal nesta sexta-feira (17), no bairro Pitimbu, virou oportunidade para nova confrontação verbal com o lulismo-petismo. Mas, também, como ato de desagravo ao pré-candidato ao Senado e ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL).

Bolsonaro, o "querido baixinho", evento governamental em Pitimbu e a garupa até  Pitimbu (Fotomontagem do Canal BCS)

Bolsonaro, o “querido baixinho”, evento governamental em Pitimbu e a garupa até Pitimbu (Fotomontagem do Canal BCS)

“Um cara aí que mentiu para todo mundo no Brasil. Inclusive ofende uma pessoa aqui do Rio Grande do Norte, o nosso amigo, o nosso irmão, Rogério Marinho, que trabalhou desde o primeiro momento, incansavelmente, para concluir a Transposição do São Francisco. Só o que aquele cara (Lula) desviou da Petrobrás no passado daria para fazer 60 vezes a transposição do Rio São Francisco”, revidou Bolsonaro, em relação à fala do presidenciável Lula (PT), que no dia anterior esteve em Natal (veja AQUI).

Em seu pronunciamento, o presidente abraçou o apelido (veja AQUI) que o petista pejorativamente adesivou em Marinho, acrescentando um adjetivo: “Querido Baixinho!”.

O ministro das Comunicações e deputado federal licenciado, Fábio Faria (PL), também advogou em favor do ex-ministro, sendo entusiasticamente aplaudido: “Rogério, você é baixinho, mas você é gigante para trabalhar. O que você fez pelo Nordeste, eles passaram 16 anos tentando entregar Oiticica, você entregou em dois”.

A cerimônia alusiva ao Programa Internet Brasil, entrega de títulos fundiários e ordem de serviço da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA/RN) para perfuração/operacionalização de poços e entrega de dessalinizadores.

Durante evento, Bolsonaro ainda posou com um jovem nas costas, que tinha cartaz pedindo foto, sob justificativa de ter apostado com um “petista” que teria esse feito. Foi bem além, pelo visto.

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sexta-feira - 17/06/2022 - 22:48h
Rogério Marinho

“Baixinho” tira proveito de ‘bullying político’ provocado por Lula

O marketing do pré-candidato a senador, ex-ministro Rogério Marinho (PL), transformou ataque pejorativo atirado contra ele pelo presidenciável Lula (PT), ontem em Natal (veja AQUI), numa peça de propaganda positiva.

De um limão, Marinho tenta fazer uma limonada.

Rogério já usa em suas peças de divulgação o escárnio proferido por Lula: do limão, uma limonada (Reprodução do Canal BCS)

Rogério já usa em suas peças de divulgação o escárnio proferido por Lula: do limão, uma limonada (Reprodução do Canal BCS)

Em discurso no pátio da Arena das Dunas na quinta-feira (16), Lula ironizou a própria existência do ex-ministro, sua origem potiguar e o tratou por “baixinho” e “desgraçado”.

Ele agora é o “Baixinho”. Assume e assume-se satisfatoriamente, com sorriso de orelha a orelha.

O apelido depreciativo deverá se tornar um símbolo à própria campanha, para criar rápida empatia popular.

Nas redes sociais e já nas ruas, a propaganda corre solta.

É o “Mito e o Baixinho”, ou seja, Jair Bolsonaro e Rogério Marinho.

Desdém faz bem

Vale lembrar que em 2008, fazendo campanha para Fátima Bezerra à Prefeitura do Natal, Lula soltou impropérios em discursos, na direção da adversária Micarla de Sousa (PV). Foi um combustível aditivado para a ‘baixinha’ arrancar de vez à vitória, como vítima.

Na história da política, em todos os tempos, a conversão do menosprezo em peça de propaganda favorável, não é algo raro. No RN, por exemplo, os casos mais emblemáticos são os de Aluízio Alves e Geraldo Melo, que protagonizaram em 1960 e 1986 duas vitórias históricas.

Aluízio foi ridicularizado como “Cigano Feiticeiro” e seu eleitor como “gentinha”, pela campanha do adversário Dinarte Mariz. Venceu.

Geraldo foi humilhado como “Tamborete” pelo marketing de João Faustino, seu principal contendor, em face da baixa estatura. Fez da humilhação com peça do mobiliário sertanejo no maior símbolo de seu triunfo.

Enfim, não é incomum o bullying político se voltar contra quem o arremessa.

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sexta-feira - 17/06/2022 - 22:12h
Clorisa Linhares

Pré-candidata a governador tenta ser o nome de Bolsonaro no RN

Ao identificar vácuo no espaço de pré-candidato bolsonarista ao Governo do RN, a ex-vereadora Clorisa Linhares (Brasil 35) tenta ocupar esse espaço.

Ficou fácil perceber que o pré-candidato a governador Fábio Dantas (Solidariedade) não abraça a postulação presidencial no RN, preferindo uma faixa própria e “independente”.

Sem um candidato no RN, Bolsonaro abraça Clorisa, mas está longe de manifestar uma posição (Foto: redes sociais)

Sem um candidato no RN, Bolsonaro abraça Clorisa, mas está longe de manifestar uma posição (Foto: redes sociais)

À chegada do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Natal nesta sexta-feira (17), ela procurou se associar à sua imagem, na esperança de puxar o eleitor-raiz do presidente para si.

Clorisa recebeu apoio do Patriota e do PMB na última quarta-feira (15).

Leia também: Pré-candidato de Rogério Marinho a governador evita Bolsonaro.

Em pesquisas já publicadas, sempre aparece em desempenho bastante sofrível.

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sexta-feira - 17/06/2022 - 21:38h
Vaias

Bolsonarismo não poupa Carla Dickson, Álvaro Dias e João Maia…

O bolsonarista raiz que compareceu à solenidade presidencial no Pitimbu, nesta manhã de sexta-feira (17), na estada do presidente Jair Bolsonaro (PL), em Natal, separou o que entende como sua identidade e os que não o são (ou não o seriam).

Álvaro, um dos vaiados, com o "mito" (Foto: redes sociais)

Álvaro, um dos vaiados, com o “mito” (Foto: redes sociais)

Sobrou vaia para o prefeito Álvaro Dias (PSDB), além dos deputados federais Carla Dickson (União Brasil) e João Maia (PL).

Quem foi ovacionado calorosamente, logicamente, foi o “mito” (epíteto dado a Bolsonaro), deputado federal General Girão (PL), ministro das Comunicações Fábio Faria (PL) e o ex-ministro e pré-candidato ao Senado Rogério Marinho (PL)

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sexta-feira - 17/06/2022 - 20:50h
Fábio Dantas

Pré-candidato de Rogério Marinho ao governo evita Bolsonaro

Em suas redes sociais, Fábio destaca visita a Arez, em festa junina (Reprodução Canal BCS)

Em suas redes sociais, Fábio destaca visita a Arez, em festa junina (Reprodução Canal BCS)

Em mais uma agenda oficial do presidente Jair Bolsonaro (PL), ao RN, o pré-candidato a governador Fábio Dantas (Solidariedade) não deu as caras. Ficou o mais longe possível.

Em suas redes sociais, documenta apenas postagens sobre visitas a Macaíba, Lajes Pintada e Arez, onde aportou recentemente.

Ou seja, ignorou olimpicamente o presidente.

O mais irônico, é que Fábio foi uma escolha pessoal e não partidária, ao governismo, feita pelo ex-ministro e pré-candidato ao Senado pelo bolsonarismo, Rogério Marinho (PL).

Não por acaso, que boa parte da campanha de Marinho é feita dissociada dele, devido esse hiato. Um vácuo que tende a crescer mais ainda.

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  • Repet
sexta-feira - 17/06/2022 - 19:54h
Bolsonaro

Motociata de grandes proporções marca chegada presidencial a Natal

Uma motociata de grandes proporções marcou a chegada do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Natal, nesta quarta-feira (17), pela manhã.

Sob proteção de batedores, o próprio presidente pilotou uma moto, com o ex-ministro e pré-candidato a senador Rogério Marinho (PL) na garupa.

Bolsonaro participou de evento oficial na Praça Mãe Peregrina, no bairro Pitimbu, na Zona Sul da cidade. A cerimônia foi alusiva ao Programa Internet Brasil, entrega de títulos fundiários e ordem de serviço da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA/RN) para perfuração/operacionalização de poços e entrega de dessalinizadores.

Depois daremos outros quadrantes e bastidores da estada de Bolsonaro no RN.

*Vídeo constante dessa postagem e seu áudio não têm origem identificada.

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sexta-feira - 17/06/2022 - 14:30h
Zerado

Corpo e mente limpos

Exame feito, exame recebido.

Sigo driblando esse coronocanalha.

Corpo e mente limpos.

Nada de Covid-19.

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sexta-feira - 17/06/2022 - 10:24h
Reação

Rogério Marinho afirma que falta “estatura moral” a Lula

O ex-ministro do Desenvolvimento Regional e pré-candidato ao Senado, Rogério Marinho (PL), reagiu no mesmo tom aos ataques assacados contra si, pelo ex-presidente Lula (PT).Rogério Marinho reage a ataque de Lula - 16-06-22

Em discurso em Natal no pátio do Arena das Dunas, já à noite passada, Lula definiu Marinho como “baixinho” e “desgraçado”.

“Lula vem ao meu estado e me chama de baixinho e desgraçado. Não sabe ele que a estatura física pouco importa. O que realmente importa é a ESTATURA MORAL! Exatamente o que falta a ele na sua vergonhosa trajetória política”, devolveu o ex-ministro – usando suas redes sociais.

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sexta-feira - 17/06/2022 - 09:38h
Sexta-feira, 17

Pré-candidatos do PCdoB têm programação em Mossoró

Paulinho e Júlia são nomes do partido para campanha 2022 (Foto: divulgação)

Paulinho e Júlia são nomes do partido para campanha 2022 (Foto: divulgação)

Pré-candidata a deputada estadual, a vereadora natalense Júlia Arruda (PCdoB) cumpre agenda política nessa sexta-feira em Mossoró, ao lado do professor Paulinho Silva (PCdoB), nome a federal, que foi candidato a reitor da Universidade do Estado do RN (UERN), ano passado.

Veja abaixo:

10h – Reunião com os petroleiros
12h – Entrevista ao Fórum de Moscow
13h – almoço
17h – Reunião com o Comitê Municipal de Apodi no Município
20h – Presença no espetáculo “Chuva de Bala no País de Mossoró”.

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  • Repet
quinta-feira - 16/06/2022 - 23:58h

Pensando bem…

“A única pessoa que não pode ser ajudada é aquela pessoa que culpa os outros.”

Carl Rogers

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quinta-feira - 16/06/2022 - 23:52h
Natal

Sexta-feira é de Jair Bolsonaro no Rio Grande do Norte

O presidente Jair Bolsonaro (PL) estará no RN nessa sexta-feira (17). Pelo menos duas áreas do governo federal vão estar em destaque, com realizações. Mas, também não faltará política na programação, num ano eleitoral.

Jair Bolsonaro chegará às 9 horas na Base Aérea (Foto: arquivo)

Jair Bolsonaro chegará às 9 horas na Base Aérea (Foto: arquivo)

Ele vai lançar o programa ”Internet Brasil” na Praça Mãe Peregrina (Natal), para esse evento, às 10h30. O programa proporciona acesso gratuito à internet em banda larga móvel aos alunos com famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).

Já a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA/RN) assinará a maior ordem de serviço da história do Rio Grande do Norte na área de construção de poços artesianos e dessalinizadores.

Nesse ato simbólico constará o somatório dos investimentos federais disponibilizados nos últimos 12 meses para a Funasa construir poços tubulares e dessalinizadores em todo o Estado.

Já foram construídos 572 poços, sendo 538 deles apenas nos últimos cinco meses, quantia maior do que a Fundação já havia realizado em solo potiguar nos últimos 32 anos. As obras já alcançaram 102 municípios do estado. Nesse período, também foram montados 14 dessalinizadores.

Motociata

Bolsonaristas vão recepcionar o presidente na Base Aérea de Natal, em Parnamirim, às 9h. E daí, eles sairão em motociata até a Praça Mãe Peregrina, onde ocorrerá a solenidade do governo.

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