segunda-feira - 02/01/2023 - 23:56h

Pensando bem…

“Deixe seus dias serem preenchidos com pequenos momentos que trabalham juntos para alcançar grandes sonhos.”

Andres Pira

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segunda-feira - 02/01/2023 - 11:48h
Posse

Câmara de Mossoró reconduz Lawrence à Presidência

Mesa tomou posse para biênio 2023-2024 (Foto: Edilberto Barros)

Mesa tomou posse para biênio 2023-2024 (Foto: Edilberto Barros)Lawrenc

A Mesa Diretora da Câmara Municipal de Mossoró para o biênio 2023/2024 tomou posse, na manhã desta segunda-feira (2), no plenário da Casa. A sessão solene de posse reconduziu o vereador Lawrence Amorim (Solidariedade) à Presidência da Casa para os dois últimos anos da atual legislatura.

Eleita de forma antecipada em 6 de julho de 2021, a nova Mesa Diretora é composta, além de Lawrence, pelo vereador Marckuty da Maisa (Solidariedade-1º secretário); vereadora Marleide Cunha (PT-2º secretária); vereador Raério Araújo (PSD-1º vice-presidente); vereador Gideon Ismaias (Cidadania-2º vice-presidente); vereador Paulo Igo (Solidariedade-3º secretário) e vereador Lamarque Oliveira (PSC-4º secretário).

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segunda-feira - 02/01/2023 - 11:04h
FCDL/RN

Federação empresarial tem novo presidente a partir de hoje

José Maria era vice-presidente Foto: FCDL/RN)

José Maria era vice-presidente (Foto: FCDL/RN)

Inicia hoje, segunda-feira (2), a gestão do empresário José Maria da Silva como presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Norte (FCDL/RN). O mandato será de três anos e tem como vice-presidentes os empresários, Afrânio Miranda, de Natal, Stênio Max, de Mossoró, Anderson Elias, de Currais Novos, e José Lucena, de Natal.

José Maria da Silva assume a Federação propagando o propósito de trabalhar as potencialidades dos municípios e regiões do Estado como ferramenta de desenvolvimento socioeconômico, fortalecer institucionalmente e economicamente as CDLs do RN, desenvolver o comércio nos municípios, e promover a capacitação do setor e das pessoas que trabalham no segmento.

Natural de Apodi, região Oeste do Rio Grande do Norte, José Maria atua no ramo de Água Mineral e farmácias. O empresário tem um longo relacionamento com o associativismo e o movimento lojista brasileiro.

Há mais 30 anos é associado da CDL/Apodi, atuando como diretor da entidade. Foi presidente da CDL em Apodi e ocupava o cargo de vice-presidente da FCDL-RN na gestão anterior, do empresário Afrânio Miranda.

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segunda-feira - 02/01/2023 - 10:22h
História

Veja íntegra do discurso de Lula no parlatório do Planalto

Após tomar posse (veja AQUI) no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado da sua mulher, Rosangela Silva, a Janja, a cadela Resistência e representantes da sociedade civil, que passaram a faixa ao presidente neste domingo (1º).

O pronunciamento no parlatório teve duração de 27 minutos e 14 segundos. Fez um balanço de realizações em seus governos anteriores, mas também lançou luz para o futuro, prometendo maiores investimentos em educação, saúde, e no resgate de multidões da pobreza.

“Em meus quatro anos de mandato, vamos trabalhar todos os dias para o Brasil vencer o atraso de mais de 350 anos de escravidão. Para recuperar o tempo e as oportunidades perdidas nesses últimos anos. Para reconquistar seu lugar de destaque no mundo. E para que cada brasileiro e cada brasileira tenham o direito de voltar a sonhar, e as oportunidades para realizar aquilo que sonha”, afirmou.

Veja íntegra por escrito e em vídeo:

Quero começar fazendo uma saudação especial a cada um e a cada uma de vocês. Uma forma de lembrar e retribuir o carinho e a força que recebia todos os dias do povo brasileiro –representado pela Vigília Lula Livre–, num dos momentos mais difíceis da minha vida. “Hoje, neste que é um dos dias mais felizes da minha vida, a saudação que eu faço a vocês não poderia ser outra, tão singela e ao mesmo tempo tão cheia de significado: “Boa tarde, povo brasileiro!

Minha gratidão a vocês, que enfrentaram a violência política antes, durante e depois da campanha eleitoral. Que ocuparam as redes sociais, e que tomaram as ruas, debaixo de sol e chuva, nem que fosse para conquistar um único e precioso voto.

Que tiveram a coragem de vestir a nossa camisa e, ao mesmo tempo, agitar a bandeira do Brasil – quando uma minoria violenta e antidemocrática tentava censurar nossas cores e se apropriar do verde- amarelo, que pertence a todo o povo brasileiro.

A vocês, que vieram de todos os cantos deste país – de perto ou de muito longe, de avião, de ônibus, de carro ou na boleia de caminhão. De moto, bicicleta e até mesmo a pé, numa verdadeira caravana da esperança, para esta festa da democracia.

Mas quero me dirigir também aos que optaram por outros candidatos. Vou governar para os 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim. “Vou governar para todas e todos, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado de divisão e intolerância.

A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra, ou uma família vivendo em desarmonia. É hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras.

O povo brasileiro rejeita a violência de uma pequena minoria radicalizada que se recusa a viver num regime democrático. Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz.

A disputa eleitoral acabou. Repito o que disse no meu pronunciamento após a vitória em 30 de outubro, sobre a necessidade de unir o nosso país.

Não existem dois brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação. Somos todos brasileiros e brasileiras, e compartilhamos uma mesma virtude: nós não desistimos nunca. “Ainda que nos arranquem todas as flores, uma por uma, pétala por pétala, nós sabemos que é sempre tempo de replantio, e que a primavera há de chegar. E a primavera chegou.

Hoje, a alegria toma posse do Brasil, de braços dados com a esperança.

Minhas queridas amigas e meus amigos, recentemente, reli o discurso da minha primeira posse na Presidência, em 2003. E o que li tornou ainda mais evidente o quanto o Brasil andou para trás.

Naquele 1º de janeiro de 2003, aqui nesta mesma praça, eu e meu querido vice José Alencar assumimos o compromisso de recuperar a dignidade e a autoestima do povo brasileiro – e recuperamos. De investir para melhorar as condições de vida de quem mais necessita – e investimos. De cuidar com muito carinho da saúde e da educação – e cuidamos.

Mas o principal compromisso que assumimos em 2003 foi o de lutar contra a desigualdade e a extrema pobreza, e garantir a cada pessoa deste país o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar todo santo dia – e nós cumprimos esse compromisso: acabamos com a fome e a miséria, e reduzimos fortemente a desigualdade. “Infelizmente hoje, 20 anos depois, voltamos a um passado que julgávamos enterrado. Muito do que fizemos foi desfeito de forma irresponsável e criminosa.

A desigualdade e a extrema pobreza voltaram a crescer. A fome está de volta – e não por força do destino, não por obra da natureza, nem por vontade divina. “A volta da fome é um crime, o mais grave de todos, cometido contra o povo brasileiro.

A fome é filha da desigualdade, que é mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil. A desigualdade apequena este nosso país de dimensões continentais, ao dividi-lo em partes que não se reconhecem.

De um lado, uma pequena parcela da população que tudo tem. Do outro lado, uma multidão a quem tudo falta, e uma classe média que vem empobrecendo ano após ano.

Juntos, somos fortes. Divididos, seremos sempre o país do futuro que nunca chega, e que vive em dívida permanente com o seu povo.

Se queremos construir hoje o nosso futuro, se queremos viver num país plenamente desenvolvido para todos e todas, não pode haver lugar para tanta desigualdade.

O Brasil é grande, mas a real grandeza de um país reside na felicidade de seu povo. E ninguém é feliz de fato em meio a tanta desigualdade.

“Minhas amigas e meus amigos, quando digo ‘governar’, eu quero dizer ‘cuidar’. Mais do que governar, vou cuidar com muito carinho deste país e do povo brasileiro.”

Nestes últimos anos, o Brasil voltou a ser um dos países mais desiguais do mundo. Há muito tempo não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas.

Mães garimpando lixo, em busca do alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo.

Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola, vivendo plenamente a infância a que têm direito.

Trabalhadoras e trabalhadores desempregados exibindo, nos semáforos, cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: “Por favor, me ajuda”.

Fila na porta dos açougues, em busca de ossos para aliviar a fome. E, ao mesmo tempo, filas de espera para a compra de automóveis importados e jatinhos particulares.

Tamanho abismo social é um obstáculo à construção de uma sociedade verdadeiramente justa e democrática, e de uma economia próspera e moderna.

Por isso, eu e meu vice Geraldo Alckmin assumimos hoje, diante de vocês e de todo o povo brasileiro, o compromisso de combater dia e noite todas as formas de desigualdade.

Desigualdade de renda, de gênero e de raça. Desigualdade no mercado de trabalho, na representação política, nas carreiras do Estado. Desigualdade no acesso a saúde, educação e demais serviços públicos.

Desigualdade entre a criança que frequenta a melhor escola particular, e a criança que engraxa sapato na rodoviária, sem escola e sem futuro. Entre a criança feliz com o brinquedo que acabou de ganhar de presente, e a criança que chora de fome na noite de Natal.

Desigualdade entre quem joga comida fora, e quem só se alimenta das sobras.

É inadmissível que os 5% mais ricos deste país detenham a mesma fatia de renda que os demais 95%. Que seis bilionários brasileiros tenham uma riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões mais pobres do país.

Que um trabalhador ou trabalhadora que ganha um salário mínimo mensal leve 19 anos para receber o equivalente ao que um super rico recebe em um único mês.

E não adianta subir o vidro do automóvel de luxo, para não ver nossos irmãos que se amontoam debaixo dos viadutos, carentes de tudo – a realidade salta aos olhos em cada esquina.

Minhas amigas e meus amigos, é inaceitável que continuemos a conviver com o preconceito, a discriminação e o racismo. Somos um povo de muitas cores, e todas devem ter os mesmos direitos e oportunidades.

Ninguém será cidadão ou cidadã de segunda classe, ninguém terá mais ou menos amparo do Estado, ninguém será obrigado a enfrentar mais ou menos obstáculos apenas pela cor de sua pele.

Por isso estamos recriando o Ministério da Igualdade Racial, para enterrar a trágica herança do nosso passado escravista.

Os povos indígenas precisam ter suas terras demarcadas e livres das ameaças das atividades econômicas ilegais e predatórias. Precisam ter sua cultura preservada, sua dignidade respeitada e sua sustentabilidade garantida.

Eles não são obstáculos ao desenvolvimento – são guardiões de nossos rios e florestas, e parte fundamental da nossa grandeza enquanto nação. Por isso estamos criando o Ministério dos Povos Indígenas, para combater 500 anos de desigualdade.

Não podemos continuar a conviver com a odiosa opressão imposta às mulheres, submetidas diariamente à violência nas ruas e dentro de suas próprias casas.

É inadmissível que continuem a receber salários inferiores ao dos homens, quando no exercício de uma mesma função. Elas precisam conquistar cada vez mais espaço nas instâncias decisórias deste país – na política, na economia, em todas as áreas estratégicas.

As mulheres devem ser o que elas quiserem ser, devem estar onde quiserem estar. Por isso, estamos trazendo de volta o Ministério das Mulheres.

Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. E esta será a grande marca do nosso governo.

Dessa luta fundamental surgirá um país transformado. Um país grande, próspero, forte e justo. Um país de todos, por todos e para todos. Um país generoso e solidário, que não deixará ninguém para trás.

Minhas queridas companheiras e meus queridos companheiros, reassumo o compromisso de cuidar de todos os brasileiros e brasileiras, sobretudo daqueles que mais necessitam. De acabar outra vez com a fome neste país. De tirar o pobre da fila do osso para colocá-lo novamente no Orçamento.

Temos um imenso legado, ainda vivo na memória de cada brasileiro e cada brasileira, beneficiário ou não das políticas públicas que fizeram uma revolução neste país.

Mas não nos interessa viver do passado. Por isso, longe de qualquer saudosismo, nosso legado será sempre o espelho do futuro que vamos construir para este país. Em nossos governos, o Brasil conciliou crescimento econômico recorde com a maior inclusão social da história. E se tornou a sexta maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que 36 milhões de brasileiras e brasileiros saíram da extrema pobreza.

Geramos mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada e todos os direitos assegurados. Reajustamos o salário mínimo sempre acima de inflação.

Batemos recorde de investimentos em educação –da creche à universidade–, para fazer do Brasil um exportador também de inteligência e conhecimento, e não apenas de commodities e matéria-prima.

Nós mais que dobramos o número de estudantes no ensino superior, e abrimos as portas das universidades para a juventude pobre deste país. Jovens brancos, negros e indígenas, para quem o diploma universitário era um sonho inalcançável, tornaram-se doutores.

Combatemos um dos grandes focos de desigualdade – o acesso à saúde. Porque o direito à vida não pode ser refém da quantidade de dinheiro que se tem no banco.

Fizemos o Farmácia Popular, que forneceu medicamentos a quem mais precisava, e o Mais Médicos, que levou atendimento a cerca de 60 milhões de brasileiros e brasileiras, nas periferias das grandes cidades e nos pontos mais remotos do Brasil.

Criamos o Brasil Sorridente, para cuidar da saúde bucal de todos os brasileiros e brasileiras.

Fortalecemos o nosso Sistema Único de Saúde. E quero aproveitar para fazer um agradecimento especial aos profissionais do SUS, pela grandiosidade do trabalho durante a pandemia. Enfrentaram bravamente, ao mesmo tempo, um vírus letal e um governo irresponsável e desumano.

Nos nossos governos, investimos na agricultura familiar e nos pequenos e médios agricultores, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa. E fizemos isso sem descuidar do agronegócio, que obteve investimentos e safras recordes, ano após ano.

Tomamos medidas concretas para conter as mudanças climáticas, e reduzimos o desmatamento da Amazônia em mais de 80%.

O Brasil consolidou-se como referência mundial no combate à desigualdade e à fome, e passou a ser internacionalmente respeitado, pela sua política externa ativa e altiva.

Fomos capazes de realizar tudo isso cuidando com total responsabilidade das finanças do país. Nunca fomos irresponsáveis com o dinheiro público.

Fizemos superávit fiscal todos os anos, eliminamos a dívida externa, acumulamos reservas de cerca de 370 bilhões de dólares e reduzimos a dívida interna a quase metade do que era anteriormente.

Nos nossos governos, nunca houve nem haverá gastança alguma. Sempre investimos, e voltaremos a investir, em nosso bem mais precioso: o povo brasileiro.

“Infelizmente, muito do que construímos em 13 anos foi destruído em menos da metade desse tempo. Primeiro, pelo golpe de 2016 contra a presidenta Dilma. E na sequência, pelos quatro anos de um governo de destruição nacional cujo legado a História jamais perdoará:”

700 mil brasileiros e brasileiras mortos pela Covid. 125 milhões sofrendo algum grau de insegurança alimentar, de moderada a muito grave. 33 milhões passando fome.

Estes são apenas alguns números. Que na verdade não são apenas números, estatísticas, indicadores –são pessoas. Homens, mulheres e crianças, vítimas de um desgoverno afinal derrotado pelo povo, no histórico 30 de outubro de 2022.

Os Grupos Técnicos do Gabinete de Transição, que por dois meses mergulharam nas entranhas do governo anterior, trouxeram à público a real dimensão da tragédia.

O que o povo brasileiro sofreu nestes últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um genocídio.

Quero citar, a título de exemplo, um pequeno trecho das 100 páginas desse verdadeiro relatório do caos produzido pelo Gabinete de Transição. Diz o relatório:

O Brasil bateu recordes de feminicídios, as políticas de igualdade racial sofreram severos retrocessos, produziu-se um desmonte das políticas de juventude, e os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados na história recente do país.

Os livros didáticos que deverão ser usados no ano letivo de 2023 ainda não começaram a ser editados; faltam remédios no Farmácia Popular; não há estoques de vacinas para o enfrentamento das novas variantes da COVID-19.

Faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro.

Meus amigos e minhas amigas, nesses últimos anos, vivemos, sem dúvida, um dos piores períodos da nossa história. Uma era de sombras, de incertezas e de muito sofrimento. Mas esse pesadelo chegou ao fim, pelo voto soberano, na eleição mais importante desde a redemocratização do país.

Uma eleição que demonstrou o compromisso do povo brasileiro com a democracia e suas instituições.

Essa extraordinária vitória da democracia nos obriga a olhar para a frente e a esquecer nossas diferenças, que são muito menores que aquilo que nos une para sempre: o amor pelo Brasil e a fé inquebrantável em nosso povo.

Agora, é hora de reacendermos a chama da esperança, da solidariedade e do amor ao próximo.

Agora é hora de voltar a cuidar do Brasil e do povo brasileiro. Gerar empregos, reajustar o salário mínimo acima da inflação, baratear o preço dos alimentos.

Criar ainda mais vagas nas universidades, investir fortemente na saúde, na educação, na ciência e na cultura.

Retomar as obras de infraestrutura e do Minha Casa Minha Vida, abandonadas pelo descaso do governo que se foi.

É hora de trazer investimentos e reindustrializar o Brasil. Combater outra vez as mudanças climáticas e acabar de uma vez por todas com a devastação de nossos biomas, sobretudo a Amazônia.

Romper com o isolamento internacional e voltar a se relacionar com todos os países do mundo.

Não é hora para ressentimentos estéreis. Agora é hora de o Brasil olhar para a frente e voltar a sorrir.

Vamos virar essa página e escrever, em conjunto, um novo e decisivo capítulo da nossa história. “Nosso desafio comum é o da criação de um país justo, inclusivo, sustentável, criativo, democrático e soberano, para todos os brasileiros e brasileiras.

Fiz questão de dizer ao longo de toda a campanha: o Brasil tem jeito. E volto a dizer com toda convicção, mesmo diante do quadro de destruição revelado pelo Gabinete de Transição: o Brasil tem jeito. Depende de nós, de todos nós.

Em meus quatro anos de mandato, vamos trabalhar todos os dias para o Brasil vencer o atraso de mais de 350 anos de escravidão. Para recuperar o tempo e as oportunidades perdidas nesses últimos anos. Para reconquistar seu lugar de destaque no mundo. E para que cada brasileiro e cada brasileira tenha o direito de voltar a sonhar, e as oportunidades para realizar aquilo que sonha.

“Precisamos, todos juntos, reconstruir e transformar o Brasil. Mas só reconstruiremos e transformaremos de fato este país se lutarmos com todas as forças contra tudo aquilo que o torna tão desigual. Essa tarefa não pode ser de apenas um presidente ou mesmo de um governo.”

É urgente e necessária a formação de uma frente ampla contra a desigualdade, que envolva a sociedade como um todo: trabalhadores, empresários, artistas, intelectuais, governadores, prefeitos, deputados, senadores, sindicatos, movimentos sociais, associações de classe, servidores públicos, profissionais liberais, líderes religiosos, cidadãos e cidadãs comuns.

É tempo de união e reconstrução. “Por isso, faço este chamamento a todos os brasileiros e brasileiras que desejam um Brasil mais justo, solidário e democrático: juntem-se a nós num grande mutirão contra a desigualdade.

Quero terminar pedindo a cada um e a cada uma de vocês: que a alegria de hoje seja a matéria-prima da luta de amanhã e de todos os dias que virão. Que a esperança de hoje fermente o pão que há de ser repartido entre todos.

E que estejamos sempre prontos a reagir, em paz e em ordem, a quaisquer ataques de extremistas que queiram sabotar e destruir a nossa democracia.

Na luta pelo bem do Brasil, usaremos as armas que nossos adversários mais temem: a verdade, que se sobrepôs à mentira; a esperança, que venceu o medo; e o amor, que derrotou o ódio.

Viva o Brasil. E viva o povo brasileiro.

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segunda-feira - 02/01/2023 - 08:30h
Brasília

Lula sobe a rampa como presidente do Brasil pela terceira vez

Ele prega uma "democracia para sempre", mas avisa que não aliviará com excessos do antecessor

Do Poder 360 e outras fontes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) tomaram posse no domingo (1º). A chapa foi eleita em 2º turno com 50,9% dos votos válidos (60.345.999 votos), derrotando a chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com 49,10% (58.206.354 votos).

O Poder360 acompanhou presencialmente as solenidades da posse de Lula na Esplanada dos Ministérios, no Congresso Nacional, no Palácio do Planalto, no coquetel no Itamaraty e também no Festival do Futuro.

Lula acena para povo no parlatório do Planalto, em Brasília (Foto oficial)

Lula acena para povo no parlatório do Planalto, em Brasília (Foto oficial)

Veja passo a passo como foi a posse:

Desfile no Rolls-Royce – com atraso de 29 minutos, Lula e Alckmin iniciaram o desfile no Rolls-Royce presidencial às 14h29. Havia uma dúvida se ambos iriam no automóvel ou em um veículo blindado por razões de segurança. O carro saiu da Esplanada dos Ministérios, na altura da Catedral de Brasília;

Figurino da posse – Lula vestia um terno azul e gravata da mesma cor; a primeira-dama, Janja, usava um terninho dourado com bordados. Já Alckmin estava de terno azul e gravata vermelha, e sua mulher, Lu Alckmin, com um vestido branco;

Presidente e vice desfilam em carro aberto (Foto: Tomaz Silvla/Agência Brasil)

Presidente e vice desfilam em carro aberto (Foto: Tomaz Silvla/Agência Brasil)

Congresso – Lula e Alckmin chegaram ao Congresso às 14h45, onde foram recebidos por Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado.

Começa a sessão solene no Congresso – Pacheco dá início à sessão que irá empossar Lula e Alckmin; antes, pede 1 minuto de silêncio em homenagem a Pelé (1940-2022) e o papa emérito Bento 16 (1927-2022);

Caneta de 1989 – antes de assinar o termo da posse, Lula relatou que assinaria o documento com uma caneta que, segundo ele, foi dada por um apoiador durante a campanha presidencial de 1989. Disse também ter usado o objeto em 2003 e em 2007;

Juramento da posse – Lula e Alckmin fizeram o juramento constitucional às 15h04. O presidente falou 1º, na sequência, foi a vez do vice;

Discurso de Lula no Congresso – depois de tomar posse, o presidente discursou por 30 minutos e disse ser necessário reconstruir o país. Quis transmitir uma mensagem de esperança e falou em “democracia para sempre”;

Discurso de Lula no Congresso 2 – o petista também indicou punição a Bolsonaro pelo o que chamou de “genocídio” na pandemia, chamou o teto de gastos de estupidez e anunciou que iria revogar os decretos de armas do governo anterior;

O que disse Arthur Lira – o presidente da Câmara afirmou que é hora de torcer pelo futuro do Brasil e dos brasileiros;

O que disse Rodrigo Pacheco – o presidente do Senado afirmou que a nova âncora fiscal será prioridade do Congresso.

Rumo ao Planalto – depois de deixar o Congresso, Lula passou as tropas em revista e seguiu, ao lado de Alckmin, ao Planalto; presidente e vice-presidente foram no Rolls-Royce presidencial;

Representantes de segmentos da sociedade e etnias subiram rampa com Lula (Foto: Web)

Representantes de segmentos da sociedade e etnias subiram rampa com Lula (Foto: Web)

Sobe a rampa do Planalto – Lula e Alckmin subiram a rampa às 16h54 ao lado de um grupo de brasileiros e Resistência, a cadelinha do petista e de Janja;

Representantes de segmentos da sociedade e etnias subiram rampa com Lula (Foto: Sérgio Lima/Poder 360)

Perfilado diante do público, Lula recebeu faixa presidencial das mãos de uma catadora (Foto: Sérgio Lima/Poder 360)

Quem passa a faixa? – um dos mistérios da posse de Lula era quem passaria a faixa ao presidente. No final, 8 pessoas ficaram responsáveis pelo gesto simbólico. Aline Sousa, uma mulher, de 33 anos, catadora desde os 14, passou-lhe a faixa presidencial. Conheça uma a uma as oitos pessoas de origem simples que subiram a rampa com o presidente (AQUI): uma criança negra, um líder indígena, uma catadora, uma cozinheira, um professor, um artesão, um operário e uma pessoa com deficiência.

Discurso no parlatório do Planalto – às 17h05, o presidente iniciou seu discurso de 27 minutos; falou em união e fez um apelo aos bolsonaristas, dizendo que governará para todos os brasileiros;

Grande público na Esplanada dos Ministérios participou da programação (Foto: Lúcia Izquierdo)

Grande público na Esplanada dos Ministérios participou da programação (Foto: Lúcia Izquierdo)

Paz e união, pero no mucho – embora tenha pregado a pacificação do país, Lula indicou um cerco ao bolsonarismo ao dizer que possíveis crimes cometidos na pandemia serão apurados e punidos;

Choro no discurso – ao falar de crianças fora da escola e pessoas pedindo ajuda nos semáforos, Lula chorou e ficou com a voz embargada;

Primeiras medidas – já no 1º dia, Lula assinou às 19h04 atos que viabilizam o Auxílio Brasil de R$ 600, prorrogam a isenção de impostos sobre combustíveis e revogam decretos que facilitavam o acesso a armas de fogo e munições;

Ministros empossados – às 19h19, o presidente deu início à cerimônia de posse dos seus 37 ministros;

Lula e Alckmin posam ao lado dos 37 ministros (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

Lula e Alckmin posam ao lado dos 37 ministros (Foto: Daniel Teixeira/Estadão)

Lula & autoridades – depois de empossar seus ministros, Lula, Janja, Alckmin e Lu Alckmin receberam e cumprimentaram autoridades.

Coquetel no Itamaraty – encerrada a cerimônia no Planalto, presidente e vice foram para o Itamaraty, onde foi realizado um coquetel para cerca de 2.000 convidados;

Figurino do coquetel – Lula e Janja chegaram ao Itamaraty no início da noite (algumas delegações já haviam ido embora) de roupa trocada. O presidente vestia terno preto e gravata vermelha, enquanto Janja foi ao evento com um vestido roxo;

Cardápio do coquetel – bolinho de feijoada, acarajé, pastel de carne seca, salada de bacalhau etc.

Discurso no palco – Lula foi ao Festival do Futuro por volta de 23h. Discursou por 8 minutos, falou em consertar o país e encerrou sua fala com um beijo em Janja – ele ainda convidou o vice, Geraldo Alckmin, a fazer o mesmo com Lu, o que ele fez.

Alckmin, Lu, Janja e Lula foram ao palco do Festival do Futuro e ele discursou novamente (Foto: Reprodução)

Alckmin, Lu, Janja e Lula foram ao palco do Festival do Futuro e ele discursou novamente (Foto: Reprodução)

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segunda-feira - 02/01/2023 - 06:44h
Sem controle

Mossoró totaliza 167 homicídios em 2022, nove a mais do que em 2021

A página Fim da Linha noticia: Mossoró fechou o ano de 2022 com o total de 167 homicídios.

A marca assustadora é ainda mais preocupante, porque num comparativo com mesmo período de 2021, em que houve 158, há aumento de nove vítimas.

O volume de mortes aumenta e o poder público não encontra meios à diminuição (Foto: Fim da Linha)

O volume de mortes aumenta e o poder público não encontra meios à diminuição (Foto: Fim da Linha)

O mês de dezembro terminou com registro de 17 assassinatos, um a menos do que novembro.

Mossoró tem o maior território físico do RN, quase 18 vezes o de Natal, por exemplo, fica próximo de vasto litoral, entre duas capitais (Natal e Fortaleza-CE) e policiamento com grande déficit de pessoal, viaturas etc.

Em algumas localidades urbanas, já existem há anos o nítido ‘controle’ de facções oriundas do RN, Ceará, São Paulo e RJ. A inteligência da Segurança Pública sabe disso, tem mapeado, mas a mais a sua mais nítida presença é no recolhimento de corpos, muitos resultado de execuções com armas de fogo.

O enredo quase sempre é o mesmo no ‘esclarecimento’ dos crimes, além de muito aceito e comemorado pela população: briga de facção. Porém, na verdade, são centenas os inquéritos sem solução que vão garantindo a impunidade.

Proteja-se: 2023 chegou e pode ser muito pior.

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domingo - 01/01/2023 - 23:50h

Pensando bem…

“O maior inimigo do conhecimento não é a ignorância, é a ilusão do conhecimento.”

Stephen Hawking

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domingo - 01/01/2023 - 13:24h
Segundo mandato

Fátima é empossada prometendo dias melhores para o RN

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte empossou, na manhã deste domingo (1º), a governadora reeleita Fátima Bezerra (PT) e o vice-governador Walter Alves (MDB), que exercerão mandatos até o dia 31 de dezembro de 2026. A solenidade foi comandada pelo presidente do Poder Legislativo, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB), e contou com a presença de deputados estaduais e diversas lideranças políticas do estado, além de representantes da sociedade civil organizada e familiares dos empossados.

Fátima, Ezequiel e Walter em pose à posteridade na AL (Foto: AL)

Fátima, Ezequiel e Walter em pose à posteridade na AL (Foto: AL)

A Constituição do Rio Grande do Norte prevê, em seu artigo 58, que a posse para os cargos de governador e vice-governador ocorra em sessão especial perante a Assembleia Legislativa, quando os eleitos e diplomados prestam o compromisso de manter, defender e cumprir as Constituições da República e do Estado, observar as leis, promover o bem geral do povo e exercer o cargo com lealdade e honra. Convidados pelo presidente Ezequiel Ferreira, Fátima Bezerra e Walter Alves fizeram a leitura do compromisso.

“Com os poderes a mim outorgados, declaro empossados nos cargos de governadora e vice-governador a excelentíssima senhora Maria de Fátima Bezerra e o excelentíssimo senhor Walter Pereira Alves, respectivamente”, disse Ezequiel.

O primeiro secretário da Assembleia Legislativa, deputado Kleber Rodrigues (PSDB), então, fez a leitura dos termos de compromisso e posse de Fátima Bezerra e de Walter Alves, que foram assinados por ele, pelo presidente Ezequiel Ferreira, e pelo segundo secretário, deputado Francisco do PT, além dos empossados. Após a posse formal, Ezequiel Ferreira fez a entrega da bandeira do estado do Rio Grande do Norte a Fátima Bezerra e Walter Alves.

Em seu discurso, Fátima Bezerra relembrou sua trajetória como governadora e sobre o quadro que, neste momento, ela considera diferente do que foi recebido em 2019, quando assumiu seu primeiro mandato. A gestora garantiu compromisso com o equilíbrio fiscal, ampliar a capacidade de investimento em políticas sociais, recursos hídricos e estradas, com projeto para duplicação da BR-304, assim como investir nas áreas de Saúde e Segurança Pública.

Democracia

Também anunciou que vai dar status de secretaria para a área de Cultura, a criação de institutos estaduais de Educação e investir mais em energias renováveis, especialmente a eólica.

“Graças a democracia e a soberania popular estamos aqui, nesta Casa Legislativa, vocês na condição de parlamentares e eu na condição de governadora reeleita já no 1º turno com uma votação tão expressiva. Tomar posse no plenário da Assembleia Legislativa neste momento histórico do país tem o significado do respeito ao direito do povo de escolher seus representantes”, disse Fátima.

“É preciso seguir zelando pela democracia cientes de que o contrário dela é o horror, o arbítrio e a barbárie. Celebro, junto a vocês, a escolha que o povo fez nas urnas e vou governar para todos os potiguares, independente de divergências políticas e livre de ódio ou ressentimentos. Não farei aquilo de que fomos vítimas no primeiro mandato: tratar adversário como inimigo”, garantiu.

Ainda em seu discurso, Fátima relembrou os problemas enfrentados durante a gestão, especialmente com a pandemia da Covid-19. Ela, porém, previu que os próximos anos serão melhores para o Rio Grande do Norte devido à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. Em sua ótica, o estado será muito beneficiado.

Em seu discurso, Fátima relatou dificuldades do primeiro mandato, mas com olhar otimista para o segundo (Foto: AL)

Em seu discurso, Fátima relatou dificuldades do primeiro mandato, mas com olhar otimista para o segundo (Foto: AL)

“Meu compromisso de governar para todos sem jamais esquecer dos que mais precisam é renovado junto do nosso mandato. Coragem, disposição, seriedade, responsabilidade e compromisso são as nossas armas para enfrentar as dificuldades. Queremos fazer um governo transformador e o faremos por meio do diálogo e do trabalho incessantes. Quero finalizar falando mais uma vez da minha gratidão por tamanha generosidade. Sei que elevadas expectativas se colocam sobre nosso segundo mandato como governadora, elas também são minhas. Não faço diferença entre aquilo que o povo deseja e espera daquilo que eu mesma almejo enquanto professora e cidadã, investida do cargo de governadora. Darei o meu melhor para honrar a confiança do povo e para contribuir, a partir do nosso Estado, com o país de forma mais ampla”, disse, emocionada, a governadora Fátima Bezerra.

O presidente Ezequiel Ferreira enalteceu a trajetória da governadora e desejou sucesso no próximo mandato de Fátima Bezerra no comando do Executivo do Rio Grande do Norte.

Na solenidade, compuseram a mesa das autoridades o presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, desembargador Vivaldo Pinheiro; o prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos); a procuradora-geral de Justiça, Elaine Cardoso; o conselheiro Tarcísio Costa, representando Gilberto Jales, presidente do Tribunal de Contas do Estado; o desembargador Expedito Ferreira, representando o Tribunal Regional Eleitoral; a presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargadora Maria do Perpétuo Wanderley de Castro; o juiz federal Adriano Soares, representante a Justiça Federal; o vice-almirante André Morais Ferreira, representando o 3º Distrito Naval; o tenente-coronel José Aguiar de Souza, comandante da Ala 10 da Aeronáutica; além do Arcebisbo Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha.

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Categoria(s): Política
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domingo - 01/01/2023 - 10:28h

Feliz Ano

Por Marcelo Alves 

A literatura brasileira possui dois livros famosos cujos títulos – e ao menos parte dos seus conteúdos – são curiosas “homenagens” à inexorável passagem de um ano a outro. Àquilo que chamamos de Virada do Ano, Ano Novo ou, festivamente, de Réveillon. Convencionalmente, uma das mais relevantes “passagens do tempo”, afinal, queiramos ou não, a marcação do ano civil é importantíssima, do ponto de vista prático, para as nossas vidas. E, ludicamente, um momento em que brindamos, nos confraternizamos e muitas vezes fazemos promessas (sobretudo a nós mesmos) de darmos um giro positivo nas nossas vidas.feliz ano novo

Os livros são “Feliz Ano Novo” (1975), de Rubem Fonseca (1925-2020), e “Feliz Ano velho” (1982), de Marcelo Rubens Paiva (1959). Curiosamente, entretanto, ambos são livros muito “negativos”, no sentido de mostrar o lado sombrio da vida. Tristes, posso dizer, sobretudo quanto ao segundo, cujo título não faz qualquer questão de isso esconder.

Formado em direito, Rubem Fonseca foi um gigante das nossas letras. Ficcionista multipremiado, ganhou o Jabuti (umas seis vezes), o Prêmio Camões e o Prêmio Machado de Assis da ABL, entre outros. “A Grande Arte” (1983), “Agosto” (1990) e “O seminarista” (2009) são alguns dos seus melhores romances policiais/detetivescos. Sua personagem Mandrake, o advogado detetive, protagoniza várias aventuras. “Feliz Ano Novo” é um livro de contos, cujo título decorre do primeiro deles, uma estória de crime e violência que se passa exatamente numa virada de ano.

Crime, violência, sexo, traição, miséria, conflito de classes são alguns dos temas dos vários contos. Best-seller em 1975, foi censurado pela ditadura. Supostamente atentava contra “a moral e os bons costumes”, seja lá o que isso for, sobretudo na arte. A coisa foi parar nos tribunais. A ditatura levou um pé na bunda. O autor ganhou a causa. E o livro foi reeditado em fins dos anos 1980. Mas isso é outra história.

Já o xará Marcelo Rubens Paiva é um dos nossos grandes escritores da atualidade. Romance, teatro, roteiro de cinema, jornalismo (no Estadão, se não me engano), entre outras coisas. É filho do ex-deputado Rubens Paiva (1929-1971), que foi cassado, exilado, preso e covardemente assassinado pela infame ditadura militar. Uma segunda tragédia marca a vida de Marcelo Rubens Paiva: quedou-se paraplégico, aos 20 anos, após saltar, batendo a cabeça e fraturando a coluna, em um lago pelas bandas do estado de São Paulo.

“Feliz ano velho” é um romance autobiográfico. Conta essas tragédias. Conta suas circunstâncias. O antes, o durante e o depois. Os amores, as amizades. Os medos, o sofrimento. O tratamento, as lutas. Há um certo bom humor. Mas é um livro triste. Pelo menos eu acho. E não poderia deixar de ser, pelo que conta. Li-o ainda na década de 1980, com deleite e angústia, se é que esses dois sentimentos podem ser vividos juntos. “Feliz ano velho”, livro de estreia do autor, continua sendo a sua “obra-prima”.

Ademais, lembro-me de então haver assistido à adaptação para o cinema de “Feliz ano velho”, de 1987, com a direção de Roberto Gervitz. Ganhou vários prêmios, em Gramado e no saudoso Festival de Cinema de Natal (em 1988), tão bem comandado pelo nosso Valério Andrade.

O filme tinha Malu Mader em um dos papéis principais. Ela no auge. Fera radical. Lindíssima. Ponha linda nisso. Adolescente à época, comparecendo ao festival naquele ano, lembro-me de haver sido apresentado à beldade. Malu me deu uma “bicoca” (ou “selinho”, para quem não é desse tempo). Acho que era moda ou costume dela. Sem censura. Que “feliz ano velho”. Aqui, no meu caso, no sentido mais feliz do termo.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República e Doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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Categoria(s): Crônica
domingo - 01/01/2023 - 09:20h

110 anos do Colégio das Irmãs; Pedagogia do amor de Irmã Zelândia

Por Marcos Araújo

Em agosto último, o Colégio Sagrado Coração de Maria (CSCM) fez 110 anos de existência em Mossoró. É crédito seu a formação de milhares dos profissionais de ontem, do hoje e dos que se consolidarão no amanhã. É mais de um século de dedicação ao ensino, retrocedendo das irmãs Zelândia e Lucilene, às antecedentes Anair, Aparecida, Ana, Dalvanir Rosado (irmã dos meus diletos amigos Fernando e Tibério Rosado), Francisca, Livramento, Cecília, Zezé, Terezinha, entre outras.

Registro histórico do CSCM em foto de Manuelito

Registro histórico do CSCM em foto de Manuelito

No CSCM, a ESCOLA sempre será o espaço público do conhecimento, da formação humana e do culto aos valores morais e divinos. O SABER não é a única atividade-fim dessa instituição, mas apenas um elemento a mais dos valores morais, sociais e culturais edificantes no ser humano. Ajudar a constituir uma consciência crítica a uma sociedade humanizada tem sido um dever.

Como vivemos em uma sociedade ultratecnicista, na era do digital, o CSCM deve ser exaltado por sua tradição, pelo privilégio do humano, pela relevante preservação da comunicação interpessoal, como elementos educativos diferenciais. As escolas “ultramodernas” do momento privilegiam a robótica, a estética, o egoísmo, a individualidade, com foco (a palavra principal dos coach´s!) na disputa, na competição entre pessoas, mandando às favas o desempenho coletivo.

Que bom que o CSCM não se enquadra neste perfil, substituindo as disciplinas da ”robótica” pela “humanótica”, a “estética” pela ética, a “individualidade” pela alteridade, o “egoísmo” pelo cristocentrismo. A crescente onda de etnocentrismo cultural que, infaustamente, assola o meio educacional, tem merecido no CSCM enfrentamento por esta educação inclusiva, coletiva, cristocêntrica e humanizadora!

Por isso, no cumprimento do seu desiderato, a escola tem se revestido de um misto de formação teológica e científica que agrega aos professores-educadores uma mística de ensino entre o saber formal e o exercício dos dons de Deus. E as freiras no CSCM têm adicionado o “dom do ministério religioso com o dom de ensinar”. Uma delas, Irmã Maria Zelândia, tem uma história pessoal com Mossoró há 38 anos.

Qualquer pessoa que resida neste Estado já ouviu falar de Irmã Zelândia. Se estivéssemos diante de um tribunal eclesiástico em busca de sua beatificação, cada um dos ex-alunos do CSCM podem retratar com precisão seu esforço ingente na melhoria instrutivo-formacional, material e educacional de suas personalidades, através de inefáveis ações, como: sua ponderação maternal nas chamadas de atenção;  sua instintiva proteção aos injustiçados; seu colo conciliador aos adolescentes incompreendidos; sua evangélica tolerância à diversidade; sua equilibrada atuação para a superação das desigualdades sociais entre os alunos, tratando isonômicamente filhos de ricos com os filhos de pobres, algo muito raro nas demais escolas.

Os pais podem igualmente testemunhar em seu favor.  No campo moral e educacional, pode ser lembrado o respeito às instituições, com a preservação da memória das datas históricas e cívicas (dia da Bandeira, dia do Índio, dia do Folclore…); no campo religioso, o diferencial dos hinos religiosos tocando na acolhida dos filhos no início das aulas; a reunião de pais e mestres principiando sempre com a oração do Pai Nosso; as celebrações cristãs de Natal e Semana Santa envolvendo pais e alunos etc.

Do ponto de vista financeiro, pode ser o testemunho dos inadimplentes, renovando por anos a fio prestações impagas, com direito automático à renovação da matrícula dos filhos; das bolsas contínuas, ou descontos tão generosos aos pais assalariados, de modo a permitir que o pagamento da mensalidade escolar não comprometesse a qualidade e a dignidade da família. Por sua caridade, o CSCM abrigou – e abriga – centenas de alunos bolsistas.

O testemunho de Nossa Senhora como modelo perfeito de educadora-evangelizadora referenciou a nossa outra Maria (Maria Zelândia). Assim também como Nossa Senhora perseverou junto aos apóstolos à espera do Espírito Santo, cooperando com o nascimento da Igreja missionária, na qual imprimiu um caráter que a identifica profundamente, nossa Irmã Zelandia tem persistido na missão de ver os seus filhos adotivos crescerem como homens e mulheres de valor, imprimindo neles sua marca zelosa de educadora do bem.

Sabemos da dificuldade de se viver uma espiritualidade encarnada nos tempos presentes. Numa sociedade dividida, polarizada, desigual, tecnocêntrica e desumanizadora, com crianças e adolescentes fixados em celulares e tablets, é um desafio quase inglório pedir para que eles se voltem para o céu. Uma tarefa para educadores-santos.

E mais: em um tecido social esgarçado, com os pais “lavando as mãos” e transferindo para as escolas o dever de edificação moral dos filhos, é muito difícil formar pessoas socialmente comprometidas em gerar objetivos de vida comunitária e altruísta.

Certa vez, Paulo Freire, disse: “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em comunhão”. De fato, a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda. Sei apenas (e sou testemunha como pai de três ex-alunas) que o CSCM tem contribuído muito na construção de uma sociedade melhor, justa e fraterna, formando e estimulando jovens para o espírito da cooperação e da paz.

Ao Colégio Sagrado Coração de Maria e à Irmã Zelândia, pelo esforço em edificar seres humanos e almas melhores, de moldar educandos e forjar personalidades pela pedagogia do amor, a nossa eterna gratidão!

Marcos Araújo é advogado e professor da Uern

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Categoria(s): Crônica
  • Art&C - PMM - Climatização - Agosto de 2025
domingo - 01/01/2023 - 07:26h

Necessidade e talento

Por Marcos Ferreira

Hoje me ocorre dizer que escrevo não por talento, mas por necessidade. Uma necessidade, contudo, no sentido de complemento de minha existência. Digo isto sem sugerir ou reivindicar para mim qualquer espécie de nobreza ou excelsitude. Não se trata disso.Ilustração Escrever

O que me motiva a redigir, entre outros aspectos, é sobretudo o fato de que não aprendi a fazer outra coisa com mais desenvoltura que lidar com palavras. Não estou insinuando, vejam bem, que sou um craque das letras. Bem ou mal, porém, o que me sinto mais apto a realizar é esta valsa com nossa língua portuguesa.

Então, mesmo ciente de minhas limitações e pouco brilho, tal constatação afirmo sem falsa modéstia, escrever me restitui certos valores e posses que o mundo me negou. Outro detalhe é que não envergonho a língua portuguesa, não pisoteio sobre nosso já tão massacrado idioma. Quem se mete e se declara escritor deve (tem a obrigação) de conhecer e respeitar a própria língua. É o que eu penso.

Um literato que desconhece sua língua é como uma ave implume: até almeja e sonha com altos voos, mas não consegue ir a lugar nenhum. Eu, cujas asas e as penas não são as de um albatroz, por exemplo, aprendi ao menos a sobrevoar os melhores expoentes, os mestres do ofício da palavra escrita. Não vou deitar aqui uma listinha desses nomes tão consagrados quanto batidos, ademais não é possível decolar para o céu da grande literatura sem conhecer certos autores e obras, nacionais quanto estrangeiros. “Que rapazinho pedante”, talvez alguém assim me classifique.

Rabiscar, acreditem, digo escrever literatura, requer algo mais que boas intenções e autoridade curricular, estofo acadêmico e títulos outros. Felizmente isso não é uma regra. Porque textos que não são puramente literários (digo literários no sentido de artísticos) têm seu relevo e grande importância. Imaginem que saco seria a escrita cravejada apenas com poesia, contos, crônicas, romances, etc.

Nem oito nem oitenta. É verdade, todavia, que a cada rede social que se passa as pessoas (salvo exceções) estão se divorciando da maneira correta de escrever. Muitos dão coices e patadas violentíssimos no léxico. Sei que este é um assunto chato, pois é uma forma de colocar o dedo na ferida de muita gente, no entanto não sei onde vai parar a pancadaria sobre a língua de Camões e de Machado de Assis. De minha parte, pelo prazer e respeito ao nosso idioma, continuo tentando errar o menos possível quando rascunho, por exemplo, uma página de arriscada como esta.

Redigir, menos por talento que necessidade, é meu barato, meu ópio, meu fraco, minha onda e o meu vício. Decerto um leitor mais atento, ou menos discreto, vai colocar o lápis sobre determinada falha desta crônica um tanto quanto pretensiosa. O tal leitor, cheio de orgulho, dirá assim: “Olha só, falando de quem escreve mal e aqui está um erro dele”. Ainda que seja um mero deslize de digitação.

Escrever com certo talento ou arte, agora chovendo no molhado, é impossível sem que o sujeito antes adquira um bom cabedal oriundo dos autores e de suas melhores obras. Não. Sem isso não dá. Como se diz, é colocar o carro na frente dos bois.

Eu prometi que não vou expor aqui nenhuma listinha de grandes vultos da literatura estrangeira ou nacional e vou cumprir a promessa. Porque sempre é um risco, além de ostentatório, desfilar medalhões das letras, quer daqueles que já foram “estudar a geologia dos túmulos” ou dos que estão neste plano terreno e em atividade.

Torço que embora nesta crônica prolixa o rigorosa o leitor consiga encontrar algum prazer ou vestígio de arte literária. Porque o que tem para hoje é isto. Quem sabe na próxima semana, aqui neste mesmo Canal BCS, blog este onde tenho vivido a aventura de escrever semanalmente, eu lhes traga um assunto menos resmelengo. No mais, repito, escrevo menos por talento que por necessidade.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 01/01/2023 - 04:10h

Antropologia da miséria…

Por François Silvestre

…ou miséria da antropologia.

A inversão substantiva tem o propósito de evitar que algum marxista da terrinha faça graça usando a resposta de Marx a Proudhon. Ao escrever a “Filosofia da miséria”, o anarquista recebeu de resposta o clássico “Miséria da filosofia”, no qual Marx triturou Proudhon. Mas isso é outra história…Messianismo, messiânico, Antônio Conselheiro, fanatismo,

Há muito tempo, nem lembro quando, escrevi que o Brasil não possuía Povo. Isto é, não existe povo brasileiro. Definitivamente, ainda não. Há um pré-povo, ora em formação, ora em deformação. E em cada processo deformador, mais longe fica a esperança do surgimento de um Povo.

Sérgio Buarque, o antropólogo da bondade, produziu uma obra ingênua, quase bocó, concluindo que o “brasileiro é um povo cordial”. Bobagem antropológica. Gilberto Freire, na sua obra capital, Casa Grande e Senzala, edificou um armazém cheio de assertivas verdadeiras, mas construiu um galpão lotado de conclusões equivocadas. Rui Facó bateu na trave, ao tratar das distinções contidas ou confundidas no estuário entre o fanatismo e o cangaço.

Darcy Ribeiro, o antropólogo do otimismo, partia de uma assertiva da mistura étnica, que sairia da combinação da tecnologia do europeu, da naturalidade do índio e da espiritualidade do africano. Muito bonito, mas o resultado, até agora, carece de beleza. Manoel Correia de Andrade e Josué de Castro trataram da geografia antropológica, tendo o homem como o centro geográfico da sua própria compleição, acima e mais importante do que a geografia. Não ousaram prever o resultado. Denunciaram. Assim o fez Paulo Freire, na sua máxima, “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é se tornar opressor”.

Fico nesses. Esse movimento messiânico que assistimos agora, do bolsonarismo, e todo messianismo carrega dosagem saturada de estultice, e toda estultice alimenta-se de violência, seja física ou verbal, é uma novidade social ou política? Não. Não mesmo. É da nossa antropologia.

O que foi Canudos? Um movimento messiânico, sob a gerência de um anacoreta fanático, que abominava a República, ainda no seu nascedouro, na última década do Século Dezenove, e pregava a volta da Monarquia, sob a regência de Deus. E o Conselheiro era o porta voz da divindade.

O que foi o Contestado? Um movimento de origem politica, de fronteiras, que foi aproveitado pelo messianismo, também pregando o fim dos tempos, e negando a política temporal. Zé Maria, Maria Rosa e Adeod ato. Dois monges e uma monja. Na segunda década do Século Vinte.

O que foi o Caldeirão? Movimento messiânico no Sertão do Cariri, sob a orientação fanática dos Beatos Zé Lourenço e Severino. Sob a proteção meio escondida do Padim Cícero. Inclusive doou o terreno do acampamento. Pregavam o fim do mundo para breve, e para lá rumaram inúmeras famílias que abriram mão de todos os pertences, cujos poucos sobreviventes voltaram miseravelmente pobres. Muitos da região Oeste do Rio Grande do Norte.

Aí você pergunta: São movimentos comparáveis? Respondo: Do ponto de vista das motivações, dos hábitos, das intenções, da cultura, Não. Bem distintos.

Mas possuem todos eles a mesma carga cromossomática da nossa ainda miserável antropologia. É aí onde se pode avaliar a comparação, mesmo com todos os dados de distinção. Não é um povo, quem se repete em estupidez coletiva de tempos em tempos. Não é. Torcer pela evolução e transformação em povo é bom. Mas a torcida não pode preceder à avalição dos fatos. 

Somos um pré-povo, inculto, pouco dado ao estudo, pouco afeito à reflexão, de fácil manipulação, de tendência à condição de rebanho. Triste. Muito triste. Mas se quisermos evoluir, precisamos nos conhecer.

François Silvestre é escritor

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Categoria(s): Crônica
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