“Para a arte de viver, é preciso saber a arte de ouvir, sorrir e ter paciência… sempre.”
Hermann Hesse
Jornalismo com Opinião
“Para a arte de viver, é preciso saber a arte de ouvir, sorrir e ter paciência… sempre.”
Hermann Hesse
O Blog do Barreto divulgou nesta segunda-feira (30) pesquisa de intenção de votos com foco nas eleições municipais de Mossoró. O trabalho é do Instituto Pitágoras de Pesquisa (IPP), de Mossoró. Veja abaixo os números da Estimulada e Rejeição.
Estimulada
Allyson Bezerra (UB) – 66,83%
Lawrence Amorim (PSDB) – 14,83%
Genivan Vale (PL) – 7,83%
Victor Hugo (UP) – 1,17%
Irmã Ceição (PRTB) – 0,50%
Não sabe/não respondeu – 5,50%
Nenhum, branco, nulo – 3,33%
Rejeição
Genivan Vale (PL) – 33,83%
Lawrence Amorim (PSDB) – 15,83%
Allyson Bezerra (UB) – 14,50%
Votaria em qualquer um – 6%
Irmã Ceição (PRTB) – 3,50%
Victor Hugo (UP) – 3,33%
Não votaria em nenhum – 1,50%
Não sabe, não respondeu – 21,50%
Dados
A pesquisa Pitágoras/Blog do Barreto foi realizada entre os dias 25 e 27 de setembro ouvindo 600 eleitores de Mossoró. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo RN−03692/2024.
15ª Pesquisa
Até o momento, 15 pesquisas eleitorais foram registradas e divulgadas este ano, focalizando as eleições em Mossoró -veja AQUI e AQUI. Desse volume, sete foram no período de pré-campanha e oito na fase de campanha, com levantamentos feitos por sete institutos de pesquisas e veiculados em nove endereços de mídia de Natal e Mossoró.
Mais pesquisas
Na quinta-feira (3), mais três pesquisas serão publicizadas:
O jornal e portal Agora RN apresentará pesquisa do Instituto Exatus, de Natal;
A TV Cabo Mossoró (TCM Telecom) terá números com o Instituto TSDois, de Mossoró;
O jornal e portal Diário do RN veiculará pesquisa do Instituto DataVero.
No sábado (5), véspera das eleições, outra pesquisa (veja AQUI), do Instituto AgoraSei, por contrato com o Blog do BG.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
Mossoró viverá nesta segunda-feira (30), feriado municipal, mais uma edição do Cortejo da Liberdade, com desfile cívico, militar e cultural, marcando a comemoração dos quatros atos libertários do povo mossoroense: Abolição dos Escravos (completando 141 anos), Motim da Mulheres, Primeiro Voto Feminino e a Resistência ao Bando de Lampião. O Cortejo da Liberdade começa às 18h.
Realizado pela Prefeitura de Mossoró, organizado pela Secretaria Municioal de Cultura (SMC), o Cortejo da Liberdade acontece na avenida Rio Branco, no chamado Corredor Cultural Gonzaga Chimbinho, com concentração e início no cruzamento com a rua Nísia Floresta (em frente à Socel), se estendendo até o Memorial da Resistência, onde fica instalado o palanque que concentrará as autoridades municipais e estaduais.
A programação conta com participação instituições de segurança pública e de ensino do município. A Banda Sinfônica Municipal Artur Paraguai abrirá o evento, com a execução do Hino Nacional. Em seguida, será iniciado o desfile de escolas da Rede Municipal de Ensino, das zonas urbana e rural.
Na sequência, o Corredor Cultural será ocupado pelas Escolas da Rede Estadual de Ensino, Fanfarra Independente, Instituto Alvorada, Lojas Maçônicas, Desbravadores e Aventureiros, Banda Marcial Felipe Tavares (São José de Mipibu-RN) e Corpo de Bombeiros Civil. Em seguida, terão início os desfiles militar, cultural e comemorativo, reunindo dezenas de instituições representando estes setores.
O Cortejo da Liberdade também com o apoio da Secretaria Municipal de Educação (SME) e Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito (SESDEM).
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
Na noite deste domingo (29), durante novena da Festa de Santa Teresinha no Seminário, em Mossoró- RN, o Bispo Diocesano, Dom Francisco de Sales, anunciou a transferência de mais dois padres na circunscrição eclesiástica de seu episcopado.
As mudanças fazem parte de um processo natural de mudanças que o bispo promove desde o início de sua gestão, dia 17 de fevereiro deste ano.
Padre Robério Holanda deixa a Paróquia São José, em Mossoró (RN), para assumir como pároco a Paróquia de Sant’Ana em Luís Gomes, no Alto Oeste.
Padre Francisco Crisanto encerra sua missão como reitor do Seminário e assume como Administrador Paroquial a Paróquia de São José.
Em junho
Em junho deste ano, Dom Francisco iniciou o processo de transferência de padres, quando, na Paróquia do Menino Jesus, situada no conjunto Santa Delmira, saiu padre João Alfredo, que entrou em período sabático, e assumiu, no dia 6 de julho, padre Eliseu Wilton de Maria.
Padre Eliseu saiu da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, localizada no conjunto Abolição 2, e os padres Flávio Augusto Forte Melo e Heriberto Carneiro Santos passaram a ser colaboradores do padre Ricardo Rubens, vigário paroquial.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
A informação é do jornal Folha de São Paulo: Há mais candidatos apoiados por Jair Bolsonaro (PL) na liderança dos 103 maiores municípios do país — com mais de 200 mil eleitores — do que aliados do presidente Lula (PT).
Bolsonaristas estão em primeiro lugar em pesquisas em 23 desses municípios, sendo em 11 deles de forma isolada. Já os preferidos de Lula lideram em 16 cidades, sendo cinco isoladamente.
A vantagem de Bolsonaro se dá mesmo com o petista apoiando 81 postulantes, 17 a mais que o ex-presidente.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
Candidato à reeleição, o prefeito Allyson Bezerra (UB) venceu com louvor o desafio de descer o Alto de São Manoel, na Avenida Presidente Dutra, na campanha municipal à sua reeleição, este ano. No sábado (28), um público expressivo caminhou e chegou a ocupar as duas faixas da pista de rolamento, acompanhando o candidato e seu vice Marcos Medeiros (PSD), a poucos dias da eleição do dia 6 de outubro.
A concentração ocorreu a partir das 16 horas em frente ao Posto de Ceguinho, na própria Avenida Presidente Dutra. Dezenas de caravanas de candidatos a vereador reforçaram o movimento e não faltou criatividade e forte apelo popular à festa.
Por volta de 18h30 começou a passeata até proximidades da Igreja de São Manoel. A partir daí e até o final, proximidades do núcleo comercial Arte da Terra e AABB, prefeito e vice estiveram na carroceria de uma picape.
A mobilização na Presidente Dutra é a primeira da Coligação Mossoró do Povo e a segunda da atual campanha.
Leia também: Fátima participa pela primeira vez da campanha de Lawrence-Carmem
Leia também: Ex-presidente Bolsonaro faz “descida do Alto de São Manoel”
No dia 17 de agosto, logo no início oficial da campanha, o adversário Genivan Vale (PL) e a vice Nayara Gadelha (PP) fizeram o percurso com o reforço da ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP), senador licenciado Rogério Marinho (PL), deputado federal General Girão (PL), deputado estadual Coronel Azevedo (PL) e outros políticos. Mas, a atração principal foi o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – veja link no boxe acima.
Lawrence Amorim (PSDB) e sua vice Carmem Júlia (MDB), ainda não enfrentaram o teste da descida do Alto de São Manoel. Na sexta-feira (27), com o reforço da governadora Fátima Bezerra (PT), ex-prefeita Cláudia Regina (PP), deputada estadual Isolda Dantas, ex-deputada estadual Larissa Rosado (PSB) e outros nomes, apostou numa carreatada – veja link no boxe acima.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
Debate
Na mesma noite em que Allyson Bezerra ocupava a Presidente Dutra, a Inter TV Cabugi promovia debate com os candidatos Genivan e Lawrence. O horário – além das 23 horas -, num fim de semana de feriadão e ausência do prefeito, esvaziaram o programa. Os dois candidatos repetiram o fogo cerrado de críticas e denúncias contra o governante, evitando qualquer embaraço mútuo.
*Vídeos – mix imagens colhidas em redes sociais.
Por Caio Barreto Briso (Do Canal Meio)
É sábado de sol no Rio de Janeiro e, às 10h, o Centro está às moscas. Na Rua Acre, onde casarões da cidade velha se espremem entre prédios comerciais com pichações na fachada, as lojas estão fechadas e os antigos sobrados, vazios. Mas no quarto andar do edifício Jequitibá, número 47, há uma sala tão cheia de gente que faltam cadeiras para todos. Muitos permanecem em pé durante as três horas de reunião dos Jogadores Anônimos (JA). Em silêncio, 64 pessoas ouvem Raíssa. A história dela e de outros membros do grupo (em itálico e com nomes fictícios em respeito ao anonimato) revelam o lado mais obscuro do mundo das apostas online.
“Estou há 12 dias sem jogar. É difícil. Ingressei há um mês, mas tive uma recaída. Pensei em desistir, achei que não teria forças para voltar. Tenho 30 anos de idade, trabalho desde os 15 e as bets levaram tudo o que construí. Perdi mais de R$ 400 mil em dois anos. Tenho uma filha de nove, ao contrário de muitos aqui ainda tenho família, mas perdi a confiança da minha mãe e dos meus amigos. Nesses 12 dias sem jogar, não menti para ninguém, consegui olhar as pessoas nos olhos. Posso não ter um real no bolso, mas sinto uma paz tremenda. Quando acordo, só peço a Deus que me ajude a ficar mais 24 horas sem apostar.”
Não há quem não os veja. Nas redes sociais de atletas como Neymar e Gabriel Medina, nos perfis de influenciadores sobre quem você nunca ouviu falar, mas que têm milhões de seguidores. Em sites esportivos, em canais do YouTube, nos uniformes de 15 dos 20 times da elite do futebol brasileiro. Os anúncios de apostas esportivas e também de caça-níqueis online, apelidados de “tigrinho” ou “aviãozinho”, estão por todos os lados. Estima-se que existam mais de dois mil slots no Brasil, como esses jogos de azar são conhecidos. As bets são assunto nos bares, no trabalho, nos encontros de família, em grupos virtuais. É uma epidemia. Ou, como chamou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma “pandemia”.
“Cheguei há 120 dias, acabado moralmente, com um emprego bom, mas sem conseguir trabalhar e me concentrar por causa das bets. Elas tomaram conta da minha vida de tal forma que eu acordava de madrugada para ver campeonatos russos, campeonatos chineses, com a ilusão de que ganharia alguma coisa. Até ganhei, mas perdi tudo em seguida e, quando vi, tinha perdido meu carro e, o pior, estava perdendo minha família. Procurei tratamento quando minha mulher arrumou uma mala para mim e me mandou embora. Eu não me achava doente, mas quando cheguei no JA, entendi que tenho um problema. A doença é tão forte que, apesar de todo o sofrimento, ainda sinto vontade de jogar. Essa semana pensei em apostar, mas respirei fundo e vim para a reunião. Estamos vivendo um problema de saúde pública, mas aqui no grupo estamos conseguindo. Só por hoje.”
Em um país onde as pessoas passam em média 9 horas e 32 minutos por dia grudadas em telas, de acordo com um ranking mundial da empresa britânica Proxyrack no qual o Brasil ficou em segundo lugar, seis minutos atrás da África do Sul, as bets descobriram seu Eldorado. Mas as entrevistas indicam que não é apenas o vício em celular que torna os brasileiros tão vulneráveis ao jogo compulsivo: tem a ver com a promessa de dinheiro fácil e esperança de uma renda extra. Depois de jogar, porém, passa a ser visto como a única saída para pagar dívidas criadas pelo próprio vício. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que dos 52 milhões de brasileiros que já fizeram apostas de algum tipo, 83% começaram há menos de dois anos e 40% têm de 18 a 29 anos de idade. A frequência impressiona: 45% jogam ao menos uma vez por semana, sendo que 8% apostam todos os dias.
“Estou há dez dias sem jogar. Cheguei aqui aos pedaços no sábado passado. Minha esposa está grávida de cinco meses da nossa primeira filha depois de muitas tentativas. Ser pai era o meu sonho. Quando engravidamos, pensei: vou dar tudo para a minha filha. E comecei a subir a mão. Em uma noite, perdi R$ 8 mil em duas horas. Eu dizia para minha esposa que precisava de dinheiro para consertar o motor do carro, ela chegou a sacar R$ 10 mil do banco para o conserto, mas o carro não tinha problema nenhum. Eu saía de casa para jogar na rua, dentro do automóvel. Sou bombeiro civil e passava o dia todo apostando. Em janeiro, estávamos de férias na Praia dos Carneiros, em Pernambuco, e não consegui aproveitar porque, ao jogar escondido, perdi uma aposta. Minha esposa se sentia culpada, achava que tinha feito algo de errado. Ela me dizia sorrindo que a bebê estava chutando a barriga e nem isso me deixava feliz. Muitas noites sem dormir, devendo, agiotas me cobrando. Foram mais de R$ 500 mil em apostas. A única coisa que consegui pagar com o pouco que ganhei foi a pintura do quarto da minha filha: dei R$ 1 mil para o pintor. Mas o prejuízo emocional é o maior de todos. Minha esposa me expulsou de casa. Tudo que eu quero é minha família de volta.”
A propaganda funciona. Hugo, o pai da história acima, começou depois de ser alcançado pelo algoritmo das redes sociais e canais do YouTube. Patrícia, também frequentadora do JA e que parou há um mês, começou a apostar ao ver posts e stories no Instagram de uma influenciadora que ela seguia. Assim que começou a jogar, Patrícia transformou R$ 4 em R$ 2 mil. “Parecia que eu tinha ganhado na Mega Sena. Contei para o meu marido, que estava estudando no computador. Ele me disse para parar, que aquilo não daria certo. Eu disse que não jogaria mais. Naquela mesma noite, varei a madrugada”, conta. Mãe de dois filhos, ela conta que nunca foi adicta a nada, nunca teve vícios, sempre foi “certinha”. Professora infantil de crianças de 1 a 5 anos, em pouco tempo passou a ficar ansiosa pela hora do “soninho” na escola, pois jogava sempre que a turma dormia. Hoje, passa boa parte do dia com o celular desligado. É preciso. Para um jogador compulsivo, o celular no bolso equivale a um papelote de cocaína na mão de um viciado em pó.
“Sou Ana Paula e estou há dois anos sem jogar. A gota d’água foi o aniversário de 20 anos da minha filha. Eu estava presente, mas era como se não estivesse. No dia seguinte, peguei o cartão dela emprestado dizendo que compraria um remédio, mas era mentira. Passei muito mal nesse dia, pois junto com a sanidade perdi também minha saúde, fiquei hipertensa e diabética. Estava andando na rua e tentei suicídio me atirando embaixo de um carro, mas o motorista desviou. Fui parar em um hospital, minha filha chegou me chamando de ladra, dizendo que nunca mais queria saber de mim. Já tinha perdido meu marido, pois arrasei com a vida financeira dele, e estava perdendo meu tesouro. Três dias depois, minha filha voltou para casa dizendo que viu na internet o JA. Liguei para a Linha de Ajuda e me deram o endereço. Fui na reunião com ela, ouvi pela primeira vez que eu era doente, que essa é uma doença incurável e que leva à morte. Fiquei confusa, mas continuei voltando. Eu devia dinheiro a nove agiotas. Ainda devo a três. Trabalho como auxiliar administrativa de uma gráfica, não sei quando vou conseguir pagar tudo, mas o importante é continuar em recuperação. Falar sobre isso me faz bem: faz eu lembrar que não posso ir na primeira aposta.”
Os Jogadores Anônimos surgiram na Califórnia em 1957 tendo como modelo a recuperação de 12 Passos dos Alcoólicos Anônimos, irmandade fundada por Bill W. e Bob S. em 1935 e que revolucionou o tratamento não apenas da dependência do álcool, mas de todas as formas de compulsão e obsessão. As irmandades de autoajuda são independentes, não se envolvem em questões alheias à recuperação, não aceitam apoio ou ajuda financeira externa e são mantidas pelos próprios membros com contribuições voluntárias. Ninguém precisa dizer nem mesmo o nome completo. Para fazer parte do JA, basta o desejo de parar de jogar e encontrar uma nova maneira de viver. No Brasil, tudo começou na Rua Acre em 1993. No início, a reunião era frequentada por “jogadores analógicos”, como define Ubirajara, membro mais antigo que iniciou sua recuperação do vício em jogo do bicho nos Neuróticos Anônimos. Hoje, ele garante que 90% dos novos companheiros são os “jogadores digitais” das bets.
“Meu nome é Ademir, estou há 38 dias sem apostar. Estou mais tranquilo, estou bem com a minha família. Voltei a dormir. Estou melhorando. Só isso, obrigado.”
Leia também: Atendidos pelo Bolsa Família jogam R$ 3 bilhões em ‘bets’ via Pix
O número de ingressantes não para de aumentar – são mais de 50 por mês nos 11 grupos presenciais do Rio e também no grupo virtual. Em todo o Brasil, o JA tem hoje 39 grupos espalhados por 25 cidades das cinco regiões, mais o Distrito Federal. “São muitos grupos, muitas reuniões. Só neste ano, chegamos a mais nove cidades do país”, afirma Ubirajara. Na manhã daquele sábado, 21 de setembro, havia um companheiro completando 28 anos sem jogar. Mas havia também dois homens assistindo a uma reunião pela primeira vez. “Vocês são as pessoas mais importantes aqui hoje. Estávamos esperando vocês”, eles ouviram. Escutaram também 20 perguntas, do servidor voluntário responsável por aquele dia, como “você já sentiu remorso após jogar” e “já pediu dinheiro emprestado para financiar seu jogo?”. A literatura da irmandade diz que jogadores compulsivos respondem “sim” a pelo menos sete perguntas – um deles respondeu a 13, o outro a 14. Os dois ingressaram, foram aplaudidos, receberam abraços. Mesmo para os mais antigos, não há emoção maior. A porta está aberta e as cadeiras arrumadas para esse momento.
“Não sei direito o que é bet, só sei pelos anúncios, sou das antigas. Sei que tem esse tigrinho, mas os bichos que conheço são do jogo do bicho. Virei as costas pra isso há muito tempo. Eu me aposentei, adquiri minha casa própria, criei meus filhos em recuperação. Jogador compulsivo que não para de jogar não consegue isso, ele se mata – se não embaixo de um carro, ele se mata para a vida. Há jogadores compulsivos que viraram mendigos, que não tiveram a oportunidade de conhecer essa sala. Eu poderia ser um deles, mas estou aqui.”
Muitos companheiros do JA conhecem histórias de pessoas que se mataram ou foram mortas por dívidas não pagas. Um caso recente é o do mecânico Marcos Roberto Machado, de 52 anos. Seu corpo foi encontrado em julho após dois meses de desaparecimento. Estava em seu carro capotado fora de uma rodovia perto de Nova Mutum, no Mato Grosso. Sua filha contou às autoridades que o pai tinha dívidas com um agiota no valor de R$ 200 mil, perdidos para o “jogo do tigrinho”. Segundo a polícia, o caso segue em investigação. Há também relatos de pessoas que tiveram que fugir para sobreviver. Embora trabalhe no setor de compliance, um funcionário de uma das maiores bets do país ouvido pelo Meio diz que uma de suas atribuições é levantar o histórico de clientes que processam a casa de apostas após terem perdas. Ele conta que uma mulher de Vitória, no Espírito Santo, precisou se esconder de um agiota na periferia de São Paulo por uma dívida impagável. Ele não se arrisca no jogo e torce para que as plataformas sejam regulamentadas. “Só isso poderia impor às plataformas um limite de apostas por cada pessoa”, analisa.
“Sou Miguel, tenho 34 anos, estou vindo pela primeira vez. Cheguei a um ponto em que, em três anos, perdi R$ 200 mil. Perdi amigos e me afastei da minha família. Mudei meu comportamento, passei a ficar distante de todos. Meu filho é o maior presente da minha vida, ele é diabético e depende muito de mim, toma insulina em todas as refeições. Minha mulher continua do meu lado, foi ela quem achou o JA na internet e conversou comigo ontem. Decidi vir hoje para ter a minha vida de volta. Por mim, por ela, pelo meu filho.”
Via Pix
Nesta semana, foram divulgados os primeiros dados oficiais do Banco Central sobre o mundo das bets no Brasil. Segundo o BC – que entregou os números após solicitação do senador Omar Aziz (PSD), do Amazonas –, os brasileiros apostaram este ano entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões por mês. Mas esse valor está subestimado, pois considera apenas as transações via Pix, ignorando aquelas que são feitas por TED ou cartão de crédito. Em junho, um relatório da XP Investimentos informou que as apostas brasileiras movimentam 1% do PIB do país e comprometem até 20% do orçamento livre dos mais pobres.
É um mercado em ascensão não apenas aqui. Segundo o departamento de pesquisa da Statista, plataforma de dados baseada na Alemanha, a indústria global de bets movimentou US$ 85,62 bilhões em 2023 (aproximadamente R$ 462 bilhões). E a previsão é que esse valor aumente para US$ 133,59 bilhões em 2029 (R$ 726 bilhões). A diferença é que nos Estados Unidos, por exemplo, as apostas online correspondem a 0,4% do PIB, e as empresas faturam 7% dos valores jogados; aqui, segundo o BC, as casas ficam com 15%.
Leia também: Lula quer proibir uso de Bolsa Família em apostas on-line
“A gente pensa: futebol é mole, eu entendo disso. Daqui a pouco começa a perder. Aí acha que tem habilidade para ganhar do jogo que foi criado para você perder. Poucos pedem ajuda, acabam no fundo do poço. Isso não é brincadeira. Lá fora as pessoas não falam das suas derrotas, mesmo que estejam arrebentadas por dentro. Aqui temos um programa de honestidade. Aprontei coisas que até Deus duvida. Hoje tenho uma vida útil, íntegra e feliz. É uma vida simples: trabalho, pago as contas, respeito as pessoas. Temos professores, advogados, engenheiros, pessoas que estudaram e que não estudaram. Aqui dentro somos todos iguais.”
Em entrevista ao Meio, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que “esses relatos são casos dramáticos” e que, “embora o vício em jogo não seja uma coisa nova, a velocidade e o aumento da compulsão com a entrada das bets é algo assustador” e se multiplica sem regulação. Na semana que passou, enquanto o presidente Lula estava na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, houve uma reunião coordenada pelo presidente em exercício, o vice-presidente Geraldo Alckmin, com participação das equipes da Fazenda, da Justiça e da Saúde. “Haverá um grupo de trabalho que também terá o Ministério dos Esportes. Mas o que posso dizer desde já é que, sim, as bets são uma epidemia de saúde pública no Brasil, com muita exposição das crianças e jovens, o que requer ainda maior atenção”, disse a ministra. “A comparação que eu faço é com o tabaco. Os avanços no Brasil foram muito grandes a partir do momento em que a regulação da publicidade e a coibição do fumo foram feitas. Temos que caminhar para algo que se aproxime dessa visão.”
“Eu não conseguia ficar um dia sem jogar. No começo, apostava só em futebol, mas logo não tinha mais paciência para esperar o fim de semana inteiro para saber os resultados, então fui aos esportes mais dinâmicos e, depois, entrei na loucura do tigrinho e do aviãozinho. Essa foi a minha desgraça. Tentei controlar, tentei parar, jurei que não jogaria mais e nada adiantou. Trabalho de madrugada no setor de logística dos Correios e tive muitos problemas no emprego por faltas. Ficava em casa em depressão ou passava a madrugada jogando. Não conseguia mais sair de casa. Fui despejado três vezes com minha família por não pagar aluguel. No começo do ano, sofri meu último despejo e fui morar com parentes, em um quartinho improvisado. Até que decidi me afastar do trabalho e me internar em uma clínica psiquiátrica por um mês. Estou há cinco meses sem jogar.”
A professora Vanessa Lucia Arienti, de 42 anos, trocou escolas da elite paulistana para lecionar em Francisco Beltrão, no Paraná. Bets e “jogo do tigrinho” eram novidade para ela quando assumiu 15 turmas de 50 adolescentes da rede pública paranaese. Ao ouvir de colegas que havia alunos viciados em apostas – estudantes dizendo que não precisavam mais estudar, pois estavam ganhando dinheiro jogando –, a professora de sociologia e filosofia quis entender o fenômeno. Até se cadastrou em uma plataforma e jogou quantias módicas, além de conversar com as turmas. A cada intervalo ou momento de distração na aula, via os alunos se juntando para apostar. A falta de concentração era quase absoluta.
“Percebi que, em turmas de 50, quatro ou cinco alunos estão comprometidos com apostas. E a impressão que eu tenho é que as crianças em vulnerabilidade social são muito mais atingidas. Isso me desencantou. Sonhava dar a mesma aula para o filho do operário e para o filho do banqueiro, mas o filho do operário, de um modo geral, quer ganhar dinheiro rápido no tigrinho, e os vulneráveis ficam cada vez mais vulneráveis”, reflete Vanessa. “Amo o que faço, tinha esperança de transformar a sociedade pela educação, mas decidi pedir exoneração três meses após passar no concurso público, e 70% disso tem a ver com essa realidade que observei.”
“Como contei, fui para uma clínica psiquiátrica após ser despejado pela terceira vez. Eu estava no fundo do poço, cogitando suicídio, pensava que a vida da minha família seria melhor se eu simplesmente não existisse. Deixei meu filho passar necessidade para jogar e, mesmo assim, ele me via como um herói. Minha geladeira não funcionava, com exceção do freezer, e eu não consertava: todo o dinheiro ia para as apostas. Foi na clínica que eu soube do JA. Nesses cinco meses de recuperação, já paguei R$ 7 mil dos R$ 60 mil de dívidas. Minha alegria hoje são coisas simples: tomar um picolé com minha família, comprar uma pipoca para o meu filho. Finalmente consegui comprar uma geladeira nova. A primeira coisa que meu filho falou foi ‘pai, agora a gente pode fazer gelatina’. Eu chorei. Tem uma vida esperando a gente, mas é um dia de cada vez. Só por hoje.”
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
Coordenações de campanhas e candidatos comecem a estudar números e iniciativas para tentar reduzir possibilidade, iminente, de abstenção alta nas eleições do próximo domingo (6), em Mossoró. E, claro, em tantos outros municípios.
O feriado estadual dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu na quinta-feira (03) produzirá para muita gente um “imprensado” na sexta-feira (04), gerando feriadão de pelo menos quatro dias.
No caso de Mossoró, com 184.656 eleitorais habilitados ao voto, há o agravante de praticamente não existir disputa à prefeitura, tamanha a disparidade em intenções de voto entre o prefeito Allyson Bezerra (UB) em relação aos quatro adversários.
Em 2020, com disputa acirrada entre a então prefeita e candidata à reeleição, Rosalba Ciarlini (PP), contra o deputado estadual Allyson Bezerra (PP), que foi o vencedor, a abstenção chegou a 30.181 (17,15%) do eleitorado apto à ocasião – 175.932 pessoas.
Se for repetido esse percentual, agora em 2024, 31.668 eleitores (aproximadamente) não deverão comparecer às cabines de votação. Número que pode afetar, por exemplo, a formação da Câmara Municipal em suas 21 vagas. Não basta conquistar o eleitor, mas convencê-lo a votar.
Grandes ‘debandadas’
Em 2016, duelo entre Rosalba Ciarlini (PP) e Tião Couto (PSDB), a ‘debandada’ de eleitores chegou a 22.683 (13,59%), num universo de 167.120 aptos. Rosalba venceu o pleito.
Porém, a maior debandada deste século aconteceu na eleição suplementar de 4 de maio de 2014, com 30.429 (18,45%) que não apareceram às seções eleitorais. O prefeito interino Francisco José Júnior (PSD) venceu a deputada estadual Larissa Rosado (PSB). Na ocasião, 164.940 eleitores estavam aptos ao voto.
A maior
Em 1982, a abstenção foi de 15.435 (23,02%), num eleitorado de 67.041 pessoas. Dix-huit (PDS) venceu João Batista Xavier do PMDB e Canindé Queiroz (PSD 2). Até aqui, o maior distanciamento de eleitores das urnas, em termos percentuais.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
O Blog do BG vai divulgar provavelmente a última pesquisa eleitoral de Mossoró na atual campanha. O registro foi feito nesse domingo (29) pelo Instituto AgoraSei de Natal.
Sob o registro RN-04445/2024, o trabalho de campo começou no mesmo dia e será concluído nessa terça-feira (01 de outubro).
A divulgação acontecerá no dia 5 de outubro, sábado, véspera das eleições.
O questionário pergunta basicamente sobre escolha Espontânea e Estimulada à Prefeitura de Mossoró, além da Rejeição, bem como avaliação administrativa.
Mais pesquisas
Nesta segunda-feira (30), o Blog do Barreto mostra pesquisa do Instituto Pitágoras de Pesquisas (IPP), de Mossoró (veja AQUI).
Outras três vão ser divulgadas na próxima quinta-feira (03) – veja AQUI.
Até o momento, sete pesquisas foram divulgadas em relação à corrida eleitoral de Mossoró, na atual campanha, além de igual número na pré-campanha. Total de 14 pesquisas somente este ano, desde o mês de abril – Veja AQUI e AQUI.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
O cantor, poeta, músico e compositor, Dorgival Dantas, foi homenageado com o título de Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Solenidade celebrou os 56 anos da instituição de ensino. O evento aconteceu com a presença da chanceler da instituição, a governadora Fátima Bezerra (PT), no Requinte Buffet, marcando mais uma Assembleia Universitária.
O título de Doutor Honoris Causa é uma das mais altas honrarias que uma universidade ou instituição de ensino pode conceder a uma pessoa e tem grande importância simbólica e acadêmica por várias razões como, por exemplo, reconhecimento de sua contribuição e impacto na sociedade.
Essa homenagem se deve ao trabalho desenvolvido Dorgival há muitos anos não só na música como também na cultura e no turismo, tendo em vista que este ano ele foi nomeado embaixador do Rio Grande do Norte. “Fico muito feliz com tudo isso e dá ainda mais motivação pra gente continuar fazendo coisas boas”, disse.
Com sua sanfona, Dorgival agradeceu pela homenagem e contou um pouco de sua história ressaltando os trabalhos feitos para valorizar – ainda mais – a música e a cultura lembrando da Fazenda Tome Xote, que foi considerada Patrimônio Imaterial do RN, e o seu trabalho como embaixador do turismo do Rio Grande do Norte.
Outros homenageados
Na Assembleia Universitária da Uern, também ocorreram outras homenagens. Mirthys Vidal recebeu a Medalha do Mérito Administrativo, a professora Marlúcia Cabral foi agraciada com o título de Professora Emérita, e o líder indígena Luiz Katu teve entregue o título de Professor Honoris Cauda.
Também aconteceu entrega da Medalha da Abolição, concedida pela Prefeitura de Mossoró, ao ex-reitor Pedro Fernandes Neto; à diretora administrativa do Colégio Sagrado Coração de Maria (CSCM), Irmã Maria Zelândia da Silva, bem como ao professor Laplace Rosado Coelho (In memoriam), que dirigiu a Fundação Universidade Regional do RN (FURRN) e foi reitor pró-tempore da Urrn (antecessora da Uern).
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
“O silêncio é um campo plantado de verdades que aos poucos se fazem palavras.”
Thiago de Mello
Por Honório de Medeiros
Père Lachaise. Tarde de frio, vento, e neblina. Tudo cinza, como convém a um cemitério. Ninguém à vista, exceto duas mulheres que se dirigem a mim e me perguntam se lhes posso informar onde está sepultado Azzis, “Le philosophe Azzis”. “Não, desculpem-me, não sei”. Elas se vão. Cochicham. Admiro-lhes o talhe elegante, a beleza madura, até mesmo os guarda-chuvas.
Tento decifrar o mapa do cemitério para ir em marcha batida na busca dos meus mortos queridos. Caminho. É um alumbramento. Em cada canto, história. Túmulos de grandes homens ou mulheres disputam espaço com anônimos. Enterneço-me com a lápide pousada no chão e rodeada de flores murchas. Foi recente o sepultamento.
No canto, solitário, um ursinho de pelúcia cumpre a dura tarefa de velar o morto e render-lhe as homenagens que alguém lhe destinou. Fotografo.
Sigo em frente. Ofereço as flores que carrego comigo a Honoré de Balzac. Rezo, não, converso com ele. Pergunto-lhe por Alexandre Dumas e lhe digo de minhas manhãs, tardes e noites, ainda menino, quase adolescente, preenchidas pelo gênio de cada um deles.
Mais além, rendo minhas homenagens a Oscar Wilde, mas me assusto com alguém que surge de repente, como uma aparição, ao meu lado, e cruzando o braço esquerdo sobre o peito, eleva o direito à face, esconde-a com a mão e põe-se em um isolamento absoluto em relação ao resto do mundo.
A tarde cai lentamente. Anoitece. Tenho que ir, embora não deseje. O instante é mágico. Olho e não vejo ninguém.
Sento em um banco às margens de uma das vias principais e me lanço em uma divagação sem nexo, constituída de fragmentos do presente e do passado: é plena madrugada, estou deitado de costas olhando para a torre da igreja do cemitério e para as estrelas logo acima; agora é a Mossoró da minha adolescência e infância, a Igreja é a de São Vicente, meus amigos de então conversam ao meu lado, mas ninguém dá por mim. Sou adolescente e adulto. Angústia.
Levanto-me e vou embora. A chuva molha meu rosto. Cumprimento a guarda. Chego à rua. A Paris movimentada vem ao meu encontro. Eu sigo mecanicamente, enquanto tento guardar as cores, os cheiros, as sensações, os fatos daquela minha caminhada.
Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e do Governo do RN
Por Marcelo Alves
A madeleine – bolinho basicamente feito de farinha, manteiga, ovos e açúcar – é uma das delícias da França. Ela restou famosa, para os amantes das letras, por sua ligação com o grande Marcel Proust (1871-1922), que, escrevendo “Em busca do tempo perdido”, faz seu narrador ser invadido por graciosas memórias após provar um chá com as madeleines oferecidas pela mãe:
“(…) no mesmo instante em que aquele gole, de envolta com as migalhas do bolo, tocou o meu paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim. Invadira-me um prazer delicioso, isolado, sem noção da sua causa. Esse prazer logo me tornara indiferentes as vicissitudes da vida, inofensivos os seus desastres, ilusória a sua brevidade, tal como o faz o amor, enchendo-me de uma preciosa essência: ou antes, essa essência não estava em mim; era eu mesmo. Cessava de me sentir medíocre, contingente, mortal”.
A partir daí “la Madeleine de Proust”, como registra a revista Deguste (numa já antiga edição de 19 de abril de 2017), “se tornou uma expressão da língua francesa que se refere à memória involuntária, que acontece quando um som, cheiro ou sabor faz com que uma pessoa se lembre de algo, sem nenhum esforço adicional. A expressão, portanto, traz à tona o poder da memória inconsciente e como ela chega, de repente, de forma forte e irracional”.
Acredito, na mesma linha de Steven Pinker (em “Como a mente funciona”, Companhia da Letras, 1998), no “colorido emocional da experiência. Nós não apenas registramos os eventos, mas os registramos como agradáveis ou dolorosos”. E que todos nós, vez ou outra, de surpresa, topamos com as nossas “madeleines”, essas “memórias involuntárias” de um passado remoto – “fragmentos preciosos” se agradáveis –, que vêm espontaneamente à mente a partir das ocorrências cotidianas mais comuns. Não importa que sentido nos faça viajar no tempo/memória: pode ser o sabor do pedacinho de bolo de Proust, o cheiro infantil inconscientemente jamais esquecido ou o som de um amor serenamente perdido.
Eu mesmo relatei, por esses dias, o achado, em Paris, do livro “Les timbres: guide pratique du collectionneur” (Editions Atlas, 1984): com imagens/fotografias de selos em gostosíssima fartura, ele funcionou para mim como uma “madeleine”, em busca de um tempo em que, menino curioso, sonhava e aprendia com os amantes dos selos, filatelistas do mundo e da nossa “Cidade do Sol”.
Lições aprendidas com Elmo Pignataro, o nosso maior colecionador, na sua casa da Ponciano Barbosa, rua sem saída que ia dar na comunidade das irmãs Doroteias do inesquecível Colégio Imaculada Conceição/CIC. As aventuras na rua Seridó de Mussolini Fernandes, durante décadas o nosso maior comerciante de selos. As visitas à casa da Nascimento de Castro de Rosaldo Aguiar, presidente do nosso Clube Filatélico e também pai de amigos de infância. As idas quase semanais aos Correios da Ribeira, cuja “agência filatélica” o saudoso Expedito cuidou por tantos anos, para a aquisição das mais recentes emissões comemorativas brasileiras.
De toda sorte, as “madeleines de Proust” são deveras irracionais. Bem estranhas até. Eu mesmo tenho uma, aliás recorrente, que posso classificar como “esquisitíssima”. O cheiro de estrume (grosso modo, “cocô de vaca”), odor em regra detestado, invariavelmente provoca em mim, de forma involuntária, uma sensação/sentimento muito agradável. Uma sensação de placidez, segurança ou mesmo gostosa saudade, que é complicado para definir, mas não é difícil de relacionar. Associo a uma época em que, ainda menino, ia – na verdade, íamos todos, meus pais, meus tios e primos, nossos amigos de outrora – à Fazendo Paraíso do meu pai. O curral, o leite cru, o cavalo Gugaga, a montaria nas ovelhas, o banho de tanque – num tempo em que todos que eu conhecia eram vivos – era tudo que o menino de então poderia desejar.
Esse cheiro doce de estrume, que me leva de volta à Fazenda Paraíso, semelhante à “Madeleine de Proust”, por um hiato torna-me “indiferentes as vicissitudes da vida, inofensivos os seus desastres, ilusória a sua brevidade”. Faz-me desacreditar que somos todos medíocres, contingentes e mortais.
Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL e membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras – ANRL
Por Bruno Ernesto
No exato momento em que escrevi este texto, estava tomando um café em Congonhas, aguardando a boa vontade da companhia aérea para seguir viagem com destino a Belo Horizonte.
E, registre-se: como é bom constatar que as companhias aéreas continuam, ainda que mínima e timidamente, temente a Deus.
O vale que me deram pelo atraso – desculpe, já esgotei minha cota de estrangeirismo por hoje e não queria escrever voucher – foi suficiente para cumprir o direito fundamental e subjetivo do mínimo existencial.
Desde que você confronte a companhia, nada de má vontade lhe será fornecido.
É como diz o ditado: quem tem boca vaia Roma. Se bem que não queria necessariamente vaiar, porém queria ir mesmo, como sempre dizem.
Como é interessante o sobressalto do espírito republicano dos passageiros ali reunidos, circundando o balcão da companhia como se estivessem em plena Ágora. Cada qual com seus argumentos convergentes. E tem gente que ainda diz que não gosta de unanimidade.
Nada que o poder de persuasão incisiva de uma turba não resolva de forma caótica, quando a indignação de uma das partes se sobreponha à boa vontade de não resolver da outra.
É preciso que exercitemos a impaciência sempre que possível.
Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor
Por Odemirton Filho
– Vamos, Seu Machado, que é isso? Coragem! – dissera o Barão de Rio Branco, alguns dias antes. Não adiantou.
Na madrugada insone do dia 29 de setembro de 1908 faleceu o bruxo do Cosme Velho, após uma dolorida enfermidade. Deixou-nos o nosso maior escritor, legando-nos uma obra incomensurável, composta por uma vasta produção nos mais variados gêneros literários, romances, mais de seiscentos contos, além de inúmeras crônicas e peças de teatro.
Antes de falecer, segundo alguns, Joaquim Maria Machado de Assis, no seu leito de morte, sentenciou: “a vida é boa”. Não sei se é verdade; e se for, se ele proferiu a frase com sua contumaz ironia. O que sei é que o autor de Ressureição (1872), A mão e a Luva (1874), Helena (1876), Iaiá Garcia (1878), Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), Casa Velha (1885), Quincas Borbas (1891), Dom Casmurro (1899), Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908) é imortal.
Eu li, reli e releio Machado. Cabe anotar, que as fases de sua obra se dividem em duas, romantismo e realismo.
O fato é que fiquei a refletir sobre a referida frase. O que estamos fazendo de nossas vidas para torná-la boa? Vivemos o nosso dia a dia numa correria danada. Gastamos nossa saúde na juventude para tentar recuperá-la na velhice. Será que estamos a apreciar o singelo, como a beleza do mar e o agradável momento junto a familiares queridos e amigos? Ou estamos vivendo somente para trabalhar e pagar contas?
“A vida é um direito, a mocidade outro; perturbá-los é quase um crime. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa apagar o caso escrito”, disse Machado. Decerto, precisamos construir momentos felizes que façam a vida valer a pena.
Hoje, quando eu vejo algumas pessoas idosas, lembro como eram na mocidade, agora, mostram-se frágeis, vulneráveis, precisando da ajuda de terceiros para realizar as tarefas mais simples. Será que viveram ou somente passaram pela vida? Cada um de nós tem a resposta.
“A vida é cheia de obrigações que a gente cumpre, por mais vontade que tenha de as infringir deslavadamente”. Não esqueçamos que existem milhões de pessoas que sofrem mundo afora pelos mais variados motivos, como a fome, a miséria, as doenças e as guerras. Assim, creio eu, depende da realidade vivida e do subjetivismo de cada um afirmar ou não que a vida é boa.
Bom, mas voltemos a Machado de Assis. O seu corpo foi velado na Academia Brasileira de Letras (ABL), da qual foi um dos fundadores, tendo como patrono o seu amigo José de Alencar. No discurso ao pé do seu ataúde, Rui Barbosa afirmou: “Era sua alma um vaso de amenidade e melancolia”.
O bruxo do Cosme Velho continua vivo; eu sempre o encontro na magia dos seus textos.
Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos
Por Wendson Medeiros
Depois de Lajes, por volta das 17h15, olho para o retrovisor e vejo um sol de cor rosa, bem definida, diferente de um dia normal. Estou dirigindo, não posso parar para fotografar e deixar vivo esse registro, por mais distante que ficasse a partir da lente de um celular. Peço aos meninos que olhem para trás, para ver o fenômeno. Para que possam apreciar e, quem sabe um dia, lembrar daquele cenário.
Antes de chegar em Lajes, porém, venho achando estranho a cor do céu. Cinza, muito cinzento. De longe, o Pico do Cabugi, imponente e sempre bem visível ao longo de qualquer dia ensolarado, surge meio ofuscado por uma espécie de nevoeiro, mas em um dia sem nuvens e sem chuva. Há algo diferente no ar. E essa tonalidade no céu já vinha se apresentando, também, em Mossoró, por volta do meio dia, ao longo da semana, quando geralmente saio da Universidade do Estado do RN (UERN) para o almoço e o céu é sempre contemplado.
Ao chegar em Natal, procuro me informar sobre tudo. Leio as notícias e encontro um texto de colegas pesquisadores, replicando o Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do Mapbiomas que identifica que o RN foi um dos estados que mais desmatou no Nordeste, com cerca de 1359 hectares somente neste ano. A expansão dos empreendimentos de energia renovável (eólica e fotovoltaica) é tida como uma das responsáveis por esta degradação.
A REGIÃO CENTRAL, onde está Lajes e o Pico do Cabugi, a Serra do Feiticeiro, geopatrimônios do nosso estado e que ainda preservam a história geológica da Terra, se encontram nesta porção do estado do RN. Ventos fortes – sobretudo essa semana, quando o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) publicou alertas de tempestades – solo exposto devido ao desmatamento acelerado e em grandes áreas, pode ser uma das justificativas para aquele cenário cinzento: muita poeira em suspensão na atmosfera dificultando a visibilidade limpa dessa paisagem.
Pouco mais tarde, vejo as noticias sobre as queimadas no Centro Oeste e na Amazônia, que tem se tornado uma constante ao longo de todo esse mês e do ano. São milhares de focos de queimadas lançando gases estufa e material particulado na atmosfera que, transportados pelas correntes de ar, alcançam lugares distantes de sua origem.
O efeito cumulativo e sinérgico destas duas ações (desmatamento e queimadas) combinado, ainda, com a dinâmica atmosférica, além de poder explicar o céu cinzento, pode também explicar o por de sol rosa vivenciado a partir daquela localização. E isso é apenas o que se vê de alguns dos muitos impactos ambientais oriundos de atividades que parecem não estar tão em equilíbrio com o meio ambiente. E o que não se vê, o que deverá causar?
Em tempos de emergência climática e de ocorrências cada vez mais frequentes de desastres ambientais, percebe-se cada vez mais a urgência em se considerar a dinâmica da natureza nos processos de desenvolvimento dos lugares, caso queiramos garantir a sustentabilidade do planeta Terra, nosso único lar, e, por consequência, da vida como a conhecemos hoje, inclusive a humana.
Wendson Medeiros é Geógrafo e Professor da Uern
*Texto escrito em 23 de agosto de 2024
Por Marcos Ferreira
Conhecedor de uma boa parcela do meu histórico de apuros, especialmente no tocante à minha experiência e de meu pai enquanto sapateiros, na última quinta-feira, 26, recebi aqui na Casa Branca da Rua Euclides Deocleciano, 32, o versátil artista Ayala Gurgel. Além de escritor premiado, é um pintor de valioso talento. Fui presenteado por ele com uma arte personalizada, óleo sobre tela no tamanho 40×50, onde vemos um sapateiro desempenhando o seu ofício com um menininho ao lado, imagem dedutível como a de um filho auxiliando o pai na referida atividade.
Nascido em 1971, Ayala é natural do município potiguar de Alexandria. Escritor prolífero, contista, romancista sempre com lastro na temática do sertão, tem vasta formação acadêmica, com passagem por importantes universidades brasileiras. Entre outras especializações e habilitações, é doutor em Políticas Públicas e Filosofia. Ele é professor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) desde 2014. Possui experiência no campo da Filosofia, sobretudo em Ética, Bioética, Tanatologia e Saúde Mental. Atualmente, além da literatura e das artes plásticas, desenvolve pesquisas na área de filosofia da linguagem ordinária e teoria da argumentação.
O pai de Ayala, que está com oitenta e três anos, também foi sapateiro. Algumas obras do autor estão expostas na pinacoteca da Ufersa. @ayalagurgel é seu contato no Instagram.
Comecei com apenas dez anos de idade ajudando meu pai, o sapateiro Vicente Ferreira. Primogênito de uma prole de onze irmãos, e com nossas finanças descompensadas pela inflação, era de se esperar que o filho mais velho seguisse o genitor na faina da sapataria. Assim, como na letra do Milton Nascimento, coloquei o pé (as mãos, aliás) na profissão. Eu não tinha carteira assinada, obviamente. Isso só aconteceu no dia primeiro de março de 1986, estando eu com dezesseis anos incompletos. O cargo? Auxiliar de apalazamento; palavra inexistente nos dicionários.
Não havia nesse tempo essa coisa de que criança não pode trabalhar. Eu (assim como os demais) dava expediente das sete às onze e das treze às dezessete e trinta. Não raro, porém, acontecia de estarmos com muitos pedidos e aí todos fazíamos plantão até as nove ou dez da noite. Isso melhorava o salário.
Naquela época, início dos anos oitenta, ainda existiam em Mossoró algumas indústrias e fabriquetas de calçados. Depois, com a pesada concorrência da produção em série das grandes empresas do ramo, as fábricas não suportaram e começaram a falir, a exemplo da Indústria e Comércio de Calçados Arruda Ltda., situada à Rua Adauto Câmara, 154, empresa essa onde trabalhávamos. Devo dizer que possuo uma memória pouco confiável, com a durabilidade dum Sonrisal num copo d’água, como já falei noutra oportunidade, mas certas coisas continuam intactas na minha mente. Consigo lembrar, por exemplo, o cheiro do couro e de alguns tipos de cola.
Ainda analfabeto com onze anos de idade, fui matriculado no Instituto Dom João Costa, onde hoje funciona o Centro de Práticas Múltiplas Dom João Costa. O mingau de milho com coco servido ali na hora da merenda era uma verdadeira delícia. Concluí a quinta séria primária e depois abandonei o colégio, novamente impelido pela necessidade de contribuir para colocar comida em nossa casa.
Alguns anos depois retomei os meus estudos, desta feita na Escola Estadual Hermógenes Nogueira da Costa, no Abolição IV. Ali concluí o sétimo ano. Por essa época as sapatarias já haviam quebrado e eu e meu pai nos tornamos faz-tudo. Eram ocupações de toda sorte que agora não me disponho a narrar. A fome se agravou na casa dos Ferreiras e tivemos, como se diz, que matar um leão a cada dia.
Tudo isso são águas passadas! Hoje, como feliz recordação dos meus anos como sapateiro ao lado do meu pai, tenho essa bela arte em tela produzida pela sensibilidade do meu amigo das letras Ayala Gurgel. Muito obrigado!
Marcos Ferreira é escritor
“Vamos deixar de levar o homem à lua e trazer a humanidade de volta à terra.”
Bono Vox
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou que, a partir de outubro, os consumidores de energia elétrica conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) passam a enfrentar a bandeira vermelha, no patamar 2. Com a nova tarifa, haverá cobrança adicional de R$ 7,87 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A média que os brasileiros do Sudeste usam por mês 167,8 kWh, segundo estudo da Empresa de Pesquisa Energética. Já no Centro-Oeste, a média é de 187,9 kWh e no Nordeste, 124 kWh.
Esse aumento é reflexo de dois fatores principais: o GSF (risco hidrológico) e o aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). Ambos foram influenciados pelas previsões de baixa afluência de água nos reservatórios das hidrelétricas e pela elevação dos preços no mercado de energia elétrica ao longo de outubro.
Longa sequência
A chegada da bandeira vermelha vem depois de uma longa sequência de bandeiras verdes, iniciada em abril de 2022. Em julho de 2024, a bandeira amarela foi ativada. A primeira bandeira vermelha veio no mês de setembro, no patamar 1, como resultado das secas que se alastraram na Região Sudeste e Centro-Oeste.
O sistema de bandeiras tarifárias, introduzido pela Aneel em 2015, foi criado para informar os consumidores sobre os custos variáveis da geração de energia. Ele é determinado pela disponibilidade de recursos hídricos, pela adoção de fontes renováveis e pelo acionamento de termelétricas, que possuem um custo mais alto de operação.
Com informações da Aneel, Exame e outras fontes.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
Faleceu neste sábado (29), em Natal, dona Dona Maria de Lourdes Meirelles da Motta, 89. Era mãe do ex-presidente da Assembleia Legislativa do RN Ricardo Motta e avó do ex-deputado federal Rafael Motta (Avante).
Viúva de Clóvis Motta – engenheiro, advogado, industrial, ex-deputado federal e ex-vice-governador do RN -, dona Maria de Lourdes teve cinco filhos com ele.
Estava com alzheimer e morreu vítima de falência múltipla dos órgãos.
Que dona Maria de Lourdes descanse em paz.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
A programação de campanha do prefeito e candidato à reeleição em Mossoró, Allyson Bezerra (UB), e seu vice Marcos Medeiros (PSD), prevê para este sábado (28) a primeira descida do Alto de São Manoel, tradicional percurso de contendas pelo voto no município.
A passeata está programada para ter início às 17 horas na Avenida Presidente Dutra, em frente ao Posto de Ceguinho.
A movimentação da Coligação Mossoró do Povo terá percurso concluído com comício na confluência das pontes centrais sobre o rio Mossoró, em frente ao Arte da Terra.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1
Mais três pesquisas eleitorais estão registradas para Mossoró. Todas serão divulgadas na próxima quinta-feira (03 de outubro), a três dias das eleições.
O jornal e portal Agora RN apresentará pesquisa do Instituto Exatus, de Natal;
A TV Cabo Mossoró (TCM Telecom) terá números com o Instituto TSDois, de Mossoró;
O jornal e portal Diário do RN veiculará pesquisa do Instituto DataVero.
Até o momento, sete pesquisas foram divulgadas em relação à corrida eleitoral de Mossoró, na atual campanha, além de igual número na pré-campanha. Total de 14 pesquisas somente este ano, desde o mês de abril – Veja AQUI e AQUI.
Acompanhe o novo Instagram do Blog Carlos Santos clicando @blogcarlossantos1
Acompanhe o Blog Carlos Santos no Threads clicando @blogcarlossantos1