A folga do final de semana não foi capaz de arrefecer as críticas à decisão do governo de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciada na última quinta-feira. Os ataques vieram de todos os lados: da oposição no Parlamento, de empresários e até de integrantes do governo Lula, que consideraram a medida inadequada. Na segunda-feira, as conversas de bastidor que tomaram conta do final de semana ganharam corpo na arena política de Brasília.
Ao final do dia, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que vai colocar em discussão, entre os líderes partidários, o projeto que pretende cancelar o aumento do IOF. (Globo)
Integrantes do governo, no entanto, dizem não acreditar que Motta vá levar a discussão para a pauta da Câmara. Em um almoço organizado por Lula no domingo, no Alvorada, Motta disse estar disposto a dialogar, mas não prometeu impedir que o assunto chegue à pauta. O mesmo discurso foi adotado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que também participou do almoço promovido por Lula. (UOL)
Apesar do otimismo palaciano, Hugo Motta criticou abertamente o governo, dizendo que o Brasil não precisa de mais impostos. Em uma postagem no X, antigo Twitter, o presidente da Câmara afirmou: “O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar. O Brasil não precisa de mais imposto. Precisa de menos desperdício”. (Folha)
Os presidentes da Câmara e do Senado vêm sendo pressionados, não só por políticos da oposição, a dar continuidade a um decreto legislativo para cancelar o aumento do IOF, protocolado ainda na sexta-feira. Integrantes do setor produtivo também se organizam para pressionar o Congresso a barrar o aumento.
Manifesto
Em um manifesto assinado por sete confederações nacionais — entre elas, a da indústria (CNI), do agronegócio (CNA) e do comércio (CNC) —, os representantes do setor privado dizem esperar que o “Congresso se debruce sobre o tema e avalie, com responsabilidade, a anulação do teor do decreto do governo federal”. (Estadão)
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também foi para o ataque. Em evento no Rio, criticou veladamente o Congresso. Segundo ele, a Fazenda e o governo Lula lutam para reduzir um déficit estrutural herdado de governos anteriores e que o desafio de equilibrar o Orçamento “é de todos”. (Folha)
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