domingo - 27/07/2025 - 07:44h

Cérebro e Celular – quando a extensão digital desafia o foco no volante

Por Luís Correia

Celular e volante, uma 'parceria' que não combina (Foto ilustrativa)

Celular e volante, uma ‘parceria’ de alto risco (Foto ilustrativa)

“Para ter o que chamamos de consciência básica é preciso ter sentimentos. Isto é, é preciso que o cérebro seja capaz de representar aquilo que se passa no corpo.”António Damásio

No cenário atual do trânsito, um dos perigos mais insidiosos e, paradoxalmente, mais aceitos, é o uso do telefone celular ao volante. Apesar das campanhas de conscientização e das penalidades legais, muitos motoristas ainda se arriscam a manusear seus aparelhos enquanto dirigem, seja para atender a uma ligação, responder a uma mensagem ou simplesmente verificar as redes sociais. As consequências são trágicas e bem documentadas: acidentes, feridos e mortes.

Mas o que leva a essa persistência em um comportamento tão arriscado? A resposta pode estar mais profunda do que imaginamos, enraizada na forma como nosso cérebro interage com essa tecnologia que se tornou uma extensão de nós mesmos. Este artigo explora a fascinante e perigosa correlação entre a neurociência e o uso do celular na condução veicular, revelando como a percepção neuronal do aparelho pode nos enganar e colocar vidas em risco.

O Cérebro e o Celular: Uma Nova Extensão Corporal?

A neuroplasticidade, ou plasticidade cerebral, é a notável capacidade do nosso sistema nervoso de se adaptar e reorganizar sua estrutura e função em resposta a novas experiências, aprendizados e até mesmo lesões [1]. É por meio dela que aprendemos novas habilidades, nos recuperamos de traumas e nos adaptamos a diferentes ambientes. No contexto da tecnologia, essa capacidade do cérebro assume um papel crucial na forma como interagimos com dispositivos como o smartphone.

Com o uso contínuo e onipresente do celular, nosso cérebro começa a incorporá-lo em nosso esquema corporal, tratando-o quase como uma parte de nós mesmos. Não é apenas uma ferramenta externa que usamos; ele se torna uma extensão de nossa mente e corpo, um repositório de memórias, contatos e informações que antes residiam exclusivamente em nosso cérebro [2]. Essa integração é tão profunda que, para muitos, a ausência do aparelho pode gerar uma sensação de desconforto ou até mesmo ansiedade, como se algo fundamental estivesse faltando. A neuroplasticidade permite que o cérebro crie novas conexões neurais que facilitam essa interação, tornando o ato de utilizar o celular um padrão comportamental “normal” e quase instintivo.

Essa percepção do celular como uma extensão do corpo não é apenas uma metáfora. Estudos e observações sugerem que o cérebro pode, de fato, recalibrar sua representação espacial para incluir ferramentas que usamos frequentemente. Pense em um músico que sente seu instrumento como parte de si, ou um cirurgião que manipula seus instrumentos com a mesma precisão e intuição com que usa as próprias mãos. O celular, para muitos, atingiu um nível semelhante de integração, tornando-se uma prótese digital que amplia nossas capacidades de comunicação e acesso à informação.

[1] Neuroplasticidade – Wikipédia, a enciclopédia livre. Disponível em: //pt.wikipedia.org/wiki/Neuroplasticidade [2] Opinião – O Telefone Celular é uma extensão do corpo humano. Disponível em: //lacosfaesa.com.br/2024/05/06/opiniao-o-celular-e-uma-extensao-do-corpo-humano/

Membro Fantasma Digital: A Síndrome da Vibração Fantasma

O conceito de “membro fantasma” é um fenômeno neurológico fascinante e, por vezes, doloroso, no qual indivíduos que sofreram a amputação de um membro continuam a sentir sua presença, dor ou outras sensações, como se ele ainda estivesse lá [3]. Isso ocorre porque o cérebro mantém uma representação neural daquele membro, e a ausência física não apaga essa representação cerebral. Essa persistência da percepção sensorial, mesmo na ausência do estímulo físico, oferece uma poderosa analogia para entender nossa relação com o celular.

No contexto do uso de smartphones, um fenômeno análogo tem sido amplamente documentado: a “Síndrome da Vibração Fantasma” ou “Síndrome do Toque Fantasma”. Quantas vezes você já sentiu seu celular vibrar ou tocar no bolso, apenas para pegá-lo e descobrir que não havia notificação alguma? [4] Essa experiência, comum entre usuários assíduos de smartphones, é um exemplo claro de como nosso cérebro se adapta e, por vezes, se confunde, com a constante expectativa de interação com o aparelho. O cérebro, acostumado a receber estímulos do celular, passa a antecipá-los, criando sensações que não correspondem à realidade física.

Essa síndrome não é uma doença, mas um indicativo da profunda integração do celular em nossa percepção corporal. Assim como o cérebro de um amputado continua a “sentir” um membro que não existe mais, o cérebro de um usuário de smartphone pode “sentir” um aparelho que não está vibrando, porque ele se tornou uma extensão tão intrínseca de nossa experiência diária. Essa “integração” pode ter implicações significativas para o comportamento e a atenção, especialmente em situações que exigem foco total, como a condução veicular.

[3] A Síndrome Do Membro Fantasma: Os Olhos Não Enxergam, Mas O Cérebro Sente. Disponível em: //www.ibnd.com.br/blog/a-sindrome-do-membro-fantasma-os-olhos-nao-enxergam-mas-o-cerebro-sente.html [4] Utilizar celular o tempo todo pode causar “síndrome da vibração fantasma”. Disponível em: //www.tecmundo.com.br/medicina/92409-utilizar-celular-tempo-causar-sindrome-vibracao-fantasma.htm

Atenção ao Volante: Um Recurso Precioso e Escasso

A condução veicular é uma atividade complexa que exige a plena atenção do motorista. Essa atenção pode ser dividida em três tipos principais: visual (manter os olhos na estrada), manual (manter as mãos no volante) e cognitiva (manter a mente focada na tarefa de dirigir) [5]. O uso do celular ao volante compromete todas essas dimensões da atenção, transformando o ato de dirigir em uma roleta russa.

Quando um motorista interage com o celular, seja para digitar uma mensagem, verificar uma notificação ou até mesmo falar no viva-voz, sua atenção é fragmentada. O olhar desvia da via, as mãos se afastam do volante e, o mais perigoso, a mente se ocupa com a tarefa secundária, perdendo o foco na condução. Essa distração cognitiva é particularmente insidiosa, pois mesmo que o motorista pareça estar olhando para a estrada, sua capacidade de processar informações e reagir a imprevistos está severamente comprometida.

Estatísticas alarmantes corroboram o perigo. O uso do celular ao dirigir aumenta o tempo de reação do motorista em até 50%, e a probabilidade de acidentes pode crescer em até 400%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) [6]. A perda da visão panorâmica, a dificuldade em manter a faixa e a incapacidade de reagir a situações de emergência são consequências diretas dessa distração. No Brasil, a legislação de trânsito classifica o uso do celular ao volante como infração gravíssima, justamente pelos riscos que representa à segurança de todos [7].

A ilusão da multitarefa é um dos maiores vilões. Nosso cérebro não foi projetado para realizar múltiplas tarefas complexas simultaneamente com a mesma eficiência. O que percebemos como multitarefa é, na verdade, uma rápida alternância entre tarefas, o que gera uma perda de tempo e eficiência, além de aumentar a probabilidade de erros. Ao volante, essa alternância pode ser fatal. A cada vez que o motorista desvia a atenção para o celular, ele está, na prática, dirigindo às cegas por alguns segundos cruciais.

[5] Dirigir usando celular: entenda os perigos e consequências. Disponível em: //www.allianz.com.br/Blog/2024/dirigir-usando-celular–entenda-os-perigos-e-consequencias.html [6] Celular e direção: conheça os riscos dessa prática perigosa. Disponível em: //www.sjp.pr.gov.br/celular-e-direcao-conheca-os-riscos-dessa-pratica-perigosa/ [7] Celular no trânsito: quais os riscos e o que diz a lei?. Disponível em: //www.cobli.co/blog/celular-no-transito/

O Que Fazer? Desconecte-se para Conectar-se com a Segurança

Diante da profunda integração do celular em nossas vidas e da forma como nosso cérebro o percebe, a conscientização é o primeiro passo. Entender que o uso do celular ao volante não é apenas uma distração, mas uma desconexão perigosa com a realidade da estrada, é fundamental. Não se trata de uma simples infração, mas de um risco real à vida – a sua e a de outros.

Para combater essa epidemia de distração, algumas medidas simples e eficazes podem ser adotadas:

  • Ative o Modo “Não Perturbe” ou “Modo Carro”: Muitos smartphones oferecem essa funcionalidade, que silencia notificações e chamadas enquanto você está dirigindo. Configure-o para ativar automaticamente ao detectar movimento ou ao se conectar ao Bluetooth do veículo.
  • Guarde o Aparelho Longe do Alcance: Se a tentação for grande, coloque o celular no porta-luvas, no banco de trás ou em qualquer lugar onde não seja facilmente acessível. Longe da vista, longe da mente.
  • Avise que Está Dirigindo: Se estiver esperando uma ligação ou mensagem importante, avise a pessoa que você estará dirigindo e não poderá responder imediatamente. A maioria das pessoas entenderá.
  • Use Aplicativos de Bloqueio: Existem aplicativos que bloqueiam o uso do celular enquanto o veículo está em movimento, incentivando a direção segura.
  • Peça Ajuda: Se houver um passageiro, peça para que ele gerencie suas chamadas e mensagens. Delegar essa tarefa pode salvar vidas.

Lembre-se: nenhuma mensagem, ligação ou notificação é mais importante do que a sua vida e a vida das pessoas ao seu redor. A cada vez que você resiste à tentação de pegar o celular ao volante, você está fazendo uma escolha consciente pela segurança, pela vida e pela responsabilidade.

Conclusão

O telefone celular, uma ferramenta que revolucionou a comunicação e o acesso à informação, tornou-se, para muitos, uma extensão inseparável do corpo e da mente. A neuroplasticidade do nosso cérebro, que nos permite adaptar e integrar novas ferramentas em nossa percepção corporal, explica em parte a dificuldade de nos desvencilharmos do aparelho, mesmo em situações de risco. A “Síndrome da Vibração Fantasma” é um testemunho dessa profunda integração, onde o cérebro antecipa estímulos do celular, tratando-o como um membro fantasma digital.

No entanto, essa “normalização” do uso do celular se torna mortal quando combinada com a condução veicular. A atenção, um recurso precioso e escasso, é fragmentada em suas dimensões visual, manual e cognitiva, transformando o ato de dirigir em uma atividade de alto risco. As estatísticas são claras: o celular ao volante mata.

É hora de reconhecer que, embora nosso cérebro possa percebê-lo como uma extensão, o celular não pertence ao volante. A segurança no trânsito é uma responsabilidade coletiva, e cada motorista tem o poder de fazer a diferença. Desconecte-se do celular para se conectar com a segurança. Sua vida e a vida de outros dependem disso.

Luís Correia é agente de Trânsito, diretor de Mobilidade do Município de Mossoró, membro da Câmara Temática de Saúde para o Transito (CTST) do Contran e do Conselho Estadual de Trânsito

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Categoria(s): Artigo
domingo - 27/07/2025 - 06:38h
Negócios à parte

Relações entre Brasil e EUA têm pontos delicados além do tarifaço

No campo da diplomacia e da economia os dois países têm convivência rumorosa e casos tensos

Por Leonardo Pimentel (Canal Meio)

Arte ilustrativa do Canal Meio

Arte ilustrativa do Canal Meio

A partir da próxima sexta-feira, 1º de agosto, a menos que aconteça uma grande reviravolta, todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos sofrerão uma sobretaxa de 50%, anunciada no último dia 9 pelo presidente Donald Trump. Na carta em que justificava a tarifa, ele atacou o processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe, chamando a ação de “caça às bruxas”, e a regulamentação também pela Corte da atuação das redes sociais, pertencentes a big techs americanas. A única justificativa econômica, a de que os EUA eram prejudicados no comércio com o Brasil, é falsa, já que a balança comercial entre os dois países é superavitária para o lado americano.

Embora não conste da carta de Trump, analistas indicam que as tarifas seriam também uma resposta às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na conferência do BRICS defendendo que os países adotem outras moedas em vez do dólar no comércio internacional. E, para acrescentar mais um item à lista de interesses de Washington, o encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar, disse que seu governo quer o acesso de empresas dos EUA aos minerais estratégicos e terras raras do Brasil. Como explicamos cá neste Meio em uma reportagem de Yan Boechat, esses insumos são fundamentais para novas tecnologias, de carros elétricos à inteligência artificial.

Seja qual for o motivo, o tarifaço de Trump empurra Brasil e Estados Unidos para o momento mais tenso de suas relações. Pelo menos nas relações às claras, não contando apoio de Washington a conspirações como o golpe de 1964. Mas, mesmo no campo legítimo da diplomacia e da economia, os dois países já se estranharam. Vamos relembrar os casos mais importantes, fazendo primeiro uma viagem ao início desse relacionamento.

Primeiro parceiro

Dizer que a relação entre Brasil e Estados Unidos é antiga se trata, no mínimo, de um eufemismo. Em agosto de 1824, menos de dois anos após o célebre grito de Pedro I, o presidente James Monroe reconheceu a independência do Brasil. No ano seguinte, já com John Quincy Adams morando na Casa Branca, os EUA abriram no Rio de Janeiro uma legação, que seria elevada a embaixada em 1905.

O reconhecimento do Brasil não se devia a nossa simpatia ou às belas suíças (aquele bigode-costeleta) do imperador. O movimento de Washington refletia o empenho de Monroe em aplicar a doutrina geopolítica que implementara e que levaria seu nome. Seu princípio fundamental era deixar as potências europeias de fora do Novo Mundo, apoiando a libertação das colônias existentes nas Américas e impedindo o estabelecimento de novas possessões coloniais. Também defendia o isolacionismo em relação a conflitos fora do continente. Embora fossem uma república independente e estável havia quase 50 anos, os Estados Unidos estavam longe do poder que viriam a deter. Tinham 24 estados e menos da metade de seu território atual. Manter longe os impérios europeus era uma questão de segurança.

Os registros mais detalhados das relações comerciais entre os dois países só começam de fato em 1901, mas elas vinham desde antes da independência. O império brasileiro via nos Estados Unidos uma alternativa à conturbada Europa como comprador de matérias primas e produtos agrícolas e fornecedor de manufaturados, especialmente a partir da segunda metade do século 19, com a forte industrialização americana. Em 1891, o Brasil, já republicano, assinou com os EUA um tratado de reciprocidade para reduzir tarifas e expandir o comércio.

A situação continuou mais ou menos a mesma até a crise de 1929 nos EUA e a revolução de 1930 no Brasil. Embora a relação comercial e política com Washington fosse predominante, o governo Vargas buscou diversificar a parceria, incluindo uma potência europeia (re)emergente, a Alemanha. Na década seguinte, o presidente Franklin Roosevelt usou muito soft power e dinheiro, incluindo o financiamento para construir a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a fim de manter o Brasil longe da esfera nazista e, mais tarde, levá-lo a entrar na Segunda Guerra com os Aliados.

O fim do conflito em 1945 e a Guerra Fria com a União Soviética fizeram o poder econômico e políticos dos EUA sobre a América Latina ser cada vez menos soft. Governos de inclinação esquerdista ou apenas nacionalista enfrentaram forte oposição e conspiração por parte do Washington, culminando com o apoio ao golpe que depôs o presidente João Goulart em 1964. Como revelou 13 anos depois o jornalista Marcos Sá Corrêa em reportagem no Jornal do Brasil, o presidente Lyndon Johnson chegou a enviar uma frota para dar suporte aos golpistas caso Jango resistisse, o que não ocorreu.

Pois foi justamente durante a ditadura militar que o primeiro entrevero grave entre Washington e Brasília se instalou.

O caipira, o alemão e os alemães

Com o Partido Republicano em frangalhos devido ao escândalo de Watergate, os americanos elegeram presidente em 1976 o democrata Jimmy Carter, um plantador de amendoins da Geórgia cuja política em relação à América Latina ia na contramão do que os Estados Unidos fizeram nas décadas anteriores. Carter era desde a campanha um crítico enfático às violações dos direitos humanos por parte das ditaduras militares que pululavam pelo continente, em particular no Chile, na Argentina e no Brasil. Ao mesmo tempo, prometia aprofundar a política de desarmamento nuclear iniciada por Richard Nixon. As duas posturas o puseram em rota de colisão com o Brasil.

O Palácio do Planalto era ocupado então por Ernesto Geisel, quarto general-presidente da ditadura de 1964. Filho de um imigrante alemão luterano, tinha uma vontade férrea e uma postura imperial que o levaram a enquadrar a linha-dura militar contrária a seu projeto de abertura “lenta, gradual e segura”. Havia exonerado o general Ednardo D’Ávila do comando do 2º Exército após os assassinatos sob tortura do jornalista Vladimir Herzog e do metalúrgico Manoel Fiel Filho e abortado um “golpe dentro do golpe” por parte do próprio ministro do Exército, o general Sylvio Frota.

Arte ilustrativa de balança comercial

Arte ilustrativa de balança comercial

Oficialmente, o Brasil negava as violações de direitos humanos, e Geisel tomou a postura de Carter como uma afronta dupla: uma interferência nos assuntos internos do país e um desrespeito a seu processo de abertura. O presidente americano, após criticar abertamente o Brasil no Congresso dos EUA, enviou a primeira-dama Rosalynn em visita oficial para apaziguar os ânimos. A emenda, porém, foi pior que o soneto. Não só Geisel antipatizou de primeira com a visitante, como o encontro dela com políticos de oposição, ativistas dos direitos humanos e vítimas de torturas azedou de vez o clima.

Mas os porões da ditadura não eram o único ponto de atrito. Em 1975, Geisel assinara um acordo com a Alemanha Ocidental (sim, havia duas Alemanhas) para a construção de oito usinas nucleares e a transferência de tecnologia para o ciclo completo de beneficiamento de urânio. Os militares brasileiros não escondiam o interesse em construir, não bombas atômicas, mas submarinos nucleares. O Estados Unidos, então presididos por Gerald Ford, eram contra e ficaram mais contra ainda sob Carter. Tão logo tomou posse, ele enviou seu vice, Walter Mondale, a Bonn com a missão de convencer os alemães a desistirem do acordo. Não conseguiu, embora até hoje apenas duas das oito usinas nucleares tenham saído do papel, ambas em Angra dos Reis (RJ).

A irritação de Geisel com a interferência foi tamanha que ele encerrou um acordo de cooperação militar entre Brasil e EUA firmado em 1952 para fornecimento de equipamento às Forças Armadas brasileiras. Carter ainda nos fez uma visita oficial em 1978, mas as relações entre os dois países só foram se normalizar na década de 1980, com Ronald Reagan na Casa Branca. Ou quase…

O chip é nosso

A ditadura militar brasileira era indiscutivelmente de direita e, fora o entrevero com Carter, alinhada aos Estados Unidos. Por outro lado, era nacional-desenvolvimentista e estatista como boa parte da esquerda, com a preocupação de não depender de tecnologia e empresas americanas. Por exemplo, ao buscar um padrão para a TV em cores no Brasil, os militares preferiram criar uma gambiarra do PAL alemão, o PAL-M, em vez de adotar o NTSC dos EUA. Uma das áreas que o regime considerava estratégica era a de computadores, acreditando que o país precisava de tecnologia própria e fabricação local. Em 1979, no governo de João Figueiredo, foi criada a Secretaria Especial de Informática (SEI) para ajudar a formular a política do setor.

Em outubro de 1984, no apagar das luzes da ditadura, o Congresso aprovou a Política Nacional de Informática, com validade de oito anos e dentro de um espírito protecionista que regia praticamente toda a produção industrial brasileira. A norma previa, entre outras medidas, o veto à importação de computadores e componentes e o incentivo a empresas 100% nacionais.

Acreditava-se que, sem a asfixia da concorrência com gigantes como a IBM, o Brasil poderia desenvolver uma indústria de informática (TI para quem tem menos de 40 anos) própria e sólida. Desnecessário dizer que não deu certo. Sem concorrência, a indústria nacional de fato cresceu, mas com produtos que não acompanhavam a velocidade de evolução do setor no mundo, afetando todo o resto da economia.

E, claro, como a maioria dos gigantes internacionais tinha sede nos EUA, Reagan partiu para a ofensiva. Não se tratava apenas de protecionismo; havia acusações de violação de patentes de hardware e softwares. Em 1985, o governo americano abriu uma investigação por práticas comerciais desleais e, em dois anos depois, Reagan impôs tarifas sobre uma série de produtos brasileiros, como couro, tubos de alumínio e autopeças e proibiu a venda para os EUA de equipamentos de informática brasileiros.

Em 1991, na esteira da abertura da economia brasileira promovida por Fernando Collor, a Lei de Informática foi alterada, permitindo que empresas estrangeiras se associassem a brasileiras para produzir aqui, mas a reserva de mercado de fato só caiu em outubro do ano seguinte, quando a legislação expirou.

Arapongagem made in USA

As encrencas entre Brasil e Estados Unidos não obedecem a limites ideológicos, tanto que a última delas, antes da atual, envolveu dois presidentes identificados com a esquerda, Barack Obama (ok, esquerda para os padrões dos EUA) e Dilma Rousseff. Em 2013, a ONG Wikileaks revelou um amplo esquema de espionagem por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) americana contra o Brasil, incluindo a presidente, mas sem entrar em detalhes. Espionar aliados é uma prática comum em qualquer país que tenha um serviço de inteligência minimamente desenvolvido, mas ser pego em flagrante é feio.

A arapongagem contra o Brasil, dizia a Wikileaks, havia acontecido em 2011, logo no início do governo Dilma. A Casa Branca procurou sair pela tangente. Não negou, mas pediu desculpas e disse que a operação envolvia combate ao terrorismo, sem qualquer interesse econômico ou tentativa de prejudicar o governo brasileiro. Com protestos explodindo nas principais cidades do país e a perspectiva de uma campanha eleitoral dura no ano seguinte, Dilma aceitou as desculpas e as explicações e, uma vez reeleita, fez em 2015 uma visita oficial cheia de sorrisos a Obama.

Nem bem a presidente havia voltado ao Brasil quando um pool de veículos de comunicação publicou os detalhes dos dados vazados — não o teor das conversas, mas a lista dos telefones espionados. Entre os números brasileiros grampeados estavam as linhas fixas do gabinete no Palácio do Planalto e do comitê de campanha de Dilma e os celulares de autoridades ligadas à presidente, como o ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci. Até mesmo a linha por satélite do avião presidencial, supostamente segura, estava grampeada.

Pior, a afirmação de que a operação não tinha viés econômico caiu por terra. A Petrobras e o Ministério de Minas e Energia foram espionados, e mais uma vez o governo americano disse que estava atrás somente de dados sobre eventuais financiamentos a atividades terroristas.

Ficou no ar, porém, a suspeita de que se buscavam informações estratégicas sobre exploração de petróleo no pré-sal, o que azedou as relações do Planalto com a Casa Branca. A deposição de Dilma em agosto do ano seguinte e, meses depois, a primeira eleição de Trump nos EUA, acabaram jogando no esquecimento o incidente.

Agora é aguardar a sexta-feira e ver se o presidente americano vai de fato avocar o título de causador da maior crise de seu país com o Brasil.

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Categoria(s): Reportagem Especial
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domingo - 27/07/2025 - 04:02h

Sob o pé de seriguela

Por Odemirton Filho 

Foto ilustrativa - por Mário Franco

Foto ilustrativa – por Mário Franco

A casa onde eu morava quando era criança ficava na rua Tiradentes, no centro de Mossoró. Na rua por trás, José de Alencar, era a padaria do meu pai. Havia ligação entre a casa e a padaria. Eu passava o dia pra lá e pra cá.

A casa tinha um primeiro andar. No pavimento superior, ficavam os quartos, no inferior, sala e cozinha. No quintal existia uma simples e pequena piscina, onde eu, minhas irmãs, primos e amigos tomávamos banho. Ali, aprendi a nadar.

Havia, também, um frondoso pé de seriguela. Sob a árvore, ficávamos conversando e brincando. Nos finais de semana, juntava-se uma ruma de meninos para tomar banho de piscina e comer as seriguelas. Eu gostava das verdes, minhas irmãs, das maduras.

Às vezes, meu pai reunia alguns familiares e amigos para tomarem umas sob o pé de seriguela. Entre outras músicas, ouvíamos meu pai cantar Nelson Gonçalves, “boêmia, aqui me tens de regresso”, e o Calhambeque, de Roberto Carlos, sua preferida. Eu via emoção em seus olhos, talvez, por relembrar da Mossoró do seu tempo de rapaz.

Meu tio Albecir, da Banda Bárbaros, acompanhava com o violão. Tio Alcides cantava O Menino da Porteira. Tio Ezanildo, lá pra tantas, levantava-se e fazia um discurso. Preocupações da vida? Deveriam existir, é claro. No entanto, curtia-se a vida, como deve ser.

Quando era adolescente convidava um bocado de amigos lá pra casa. Como sabemos, para a juventude tudo é diversão; reunir-se com amigos, paquerar, os namoricos, os passeios sem a responsabilidade da vida adulta.

Certa vez, num comício da vitória de um candidato, tomei uns goles a mais de vodka com Fanta Laranja. Os meus amigos foram me levar em casa e, para não perder o costume, mergulharam na piscina, de madrugada.

Hoje, aqui ou acolá, lembro-me, com saudade, da casa da rua Tiradentes, na qual vivi os dias da minha infância e adolescência. Dos momentos ali vividos forjou-se o homem com inúmeros defeitos e, quem sabe, alguma virtude.

De vez em quando, vem à memória o quintal da minha infância. E eu ainda sinto o sabor das seriguelas.

Odemirton Filho é bacharel em Direito e oficial de Justiça

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Categoria(s): Crônica
sábado - 26/07/2025 - 23:44h

Pensando bem…

“Nós não paramos de brincar porque envelhecemos, mas envelhecemos porque paramos de brincar.”

Karl Groos

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sábado - 26/07/2025 - 21:50h
Livro

Paulo Linhares lança “Direitos fundamentais e qualidade de vida“

Livro está em sua segunda edição (Reprodução do BCS)

Livro está em sua segunda edição (Reprodução do BCS)

O professor-doutor Paulo Linhares relança um trabalho acadêmico de fôlego. Está à venda a segunda edição “Direitos fundamentais e qualidade de vida.”

A publicação tem prefácio do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

“A nova temática, relativa à qualidade de vida, inserida que está na área dos Direitos Fundamentais, recebe do autor uma abordagem nova, sob enfoque jurídico, que vem em muito colaborar para a sistematização dos estudos que estão a emergir,” esquadrinha Gilmar Mendes.

Sai pela Editora OWL e em capa dura.

O título pode ser adquirido pela Amazon nos formatos físico e virtual.

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Categoria(s): Cultura / Justiça/Direito/Ministério Público
sábado - 26/07/2025 - 20:44h
Que perda!

Infarto fulminante leva a óbito Doziteu Ozanam em Mossoró

Doziteu foi gerente do Hotel Thermas (Foto: redes sociais)

Doziteu foi gerente do Hotel Thermas (Foto: redes sociais)

Faleceu neste sábado (26), de infarto fulminante, o comerciante Doziteu Ozanam Moreira, 70. Aniversariou no último dia 29.

Ele estava no interior do Nordestão Supermercados (antigo Cidade), bairro Doze Anos, quando caiu de forma brusca. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionado, tentou reanimação, mas não obteve êxito.

Ex-gerente do Hotel Thermas, com negócios no ramo de gastronomia, ele por anos apostou no Bistrô Lyon com uma grife sua na Praça da Convivência do Corredor Cultural Gonzaga Chimbinho, Centro, em Mossoró.

Tinha largo círculo de amizades. Conhecíamo-nos há décadas.

Descanse em paz, meu caro.

Informação atualizada sobre velório e sepultamento: Velório a partir das 13h20 horas deste domingo (27), no Centro de Velório Sempre, Rua Melo Franco , 197, 12 Anos, em frente ao Tiro de Guerra 07/010,

O sepultamento será na segunda-feira (28), em Jaguaruana-CE, com saída de Mossoró às 7 horas.

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sábado - 26/07/2025 - 10:28h
Estação das Artes

Shows impactam público numeroso na sexta do Mossoró Sal & Luz

Maria Marçal foi a terceira atração da noite (Foto: Lucas Bulcão)

Maria Marçal foi a terceira atração da noite (Foto: Lucas Bulcão)

A sexta-feira (25) foi marcada por shows emocionantes no “Mossoró Sal & Luz” 2025, na Estação das Artes Elizeu Ventania. Na penúltima noite de evento, o público vibrou com artistas regionais e nacionais como Elisac Régis, Cassiane, Maria Marçal e Bruna Karla que realizaram grandes apresentações.

Foram shows que impactaram público numeroso.

Elisac Régis, atração regional, abriu a série de shows na Estação das Artes Poeta Elizeu Ventania. O artista trouxe muita fé e louvor para o principal palco do evento.

“Graças a Deus estamos há 12 anos, aproximadamente, fazendo isso com muito amor, muito carinho e a gente tem visto a mão de Deus em tudo. No primeiro ano, estive aqui debaixo de chuva. Depois participando do segundo ano, terceiro ano, quarto ano, pra glória do Senhor servindo, abençoando através do louvor”, declarou Elisac Régis, cantor.

Na sequência, Cassiane trouxe um show repleto de sucessos do passado e presente que empolgaram o grande público. A cantora enalteceu a participação em mais um ano no maior festival gospel do Rio Grande do Norte.

“Nós declaramos hoje aqui que somos sal e luz para a glória do Senhor Jesus”, disse Cassiane.

Maria Marçal, terceira atração da noite, movimentou o palco do “Mossoró Sal & Luz” com um show que envolveu todo o público: das crianças aos idosos. Um repertório movido a canções que motivam e encorajam a caminhada cristã.

“Eu estou muito feliz de estar aqui em Mossoró e agradeço a Deus por poder estar louvando ao Senhor. Escolhi Mossoró para lançar a minha nova música chamada ‘Cura’. Essa cidade que é maravilhosa. Uma noite incrível com muitas surpresas”, evidenciou Maria Marçal, cantora.

Público numeroso participou de noite intensa na Estação das Artes (Fotomontagem da PMM)

Público numeroso participou de noite intensa na Estação das Artes (Fotomontagem da PMM)

A cantora Bruna Karla fechou a série de apresentações da noite. A artista trouxe muita música e adoração para o palco do festival.

Incêndio

Por volta de 21h30, o vazamento de botijão de gás provocou incêndio numa barraca de lanches e atingiu outra ao lado, do mesmo proprietário. Quatro pessoas se feriram. À chegada do Corpo de Bombeiros o fogo já havia sido controlado, mas foi preciso retirar botijão e fazer rescaldo. Das quatro pessoas atendidas, apenas uma ainda estava em observação no início da manhã deste sábado. As outras receberam alta.

A Prefeitura de Mossoró emitiu nota sobre o caso. Veja abaixo:

Nota

A respeito do fato ocorrido na noite desta sexta-feira (25), provocado por vazamento de gás em uma barraca em polo do Mossoró Sal e Luz, a Secretaria Municipal de Cultura informa que uma equipe de bombeiros foi acionado de imediato e atuou rapidamente controlando o fogo.

Informa também que as equipes de saúde e do SAMU, presentes durante todo o evento, também foram acionadas de imediato para atendimento as duas pessoas envolvidas no acidente. A Prefeitura acompanha o caso.

Mossoró-RN, 25 de julho de 2025 – Secretaria Municipal de Cultura

Incêndio foi rapidamente debelado; Bombeiros fizeram rescaldo e retirada de botijão de gás (Foto: Reprodução)

Incêndio foi rapidamente debelado; Bombeiros fizeram rescaldo e retirada de botijão de gás (Foto: Reprodução)

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sábado - 26/07/2025 - 08:48h
Aneel

“Bandeira Vermelha” sinaliza aumento na tarifa de energia elétrica

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) confirmou, nesta sexta-feira (25/07), que a bandeira tarifária que estará em vigor em agosto é a vermelha patamar 2.

Isso significa que as contas de energia elétrica terão adicional de R$ 7,87 (sete reais e oitenta e centavos) para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

A decisão abrange todos os estados brasileiros e, segundo a Aneel, a medida foi adotada em razão da continuidade do risco hidrológico provocado pela diminuição do volume de chuvas nas áreas onde estão instaladas as hidrelétricas.

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sábado - 26/07/2025 - 07:56h
RN

Taxistas passam a não pagar taxa de verificação dos taxímetros

Prazo ampliação é outra vantagem adotada (Foto: divulgação)

Prazo de verificação tem ampliação, sendo outra vantagem adotada (Foto: divulgação)

Os taxistas têm o que comemorar. Após atos do Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia (INMETRO), Governo Federal, Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte (IPEM/RN) e Governo do Estado, a classe que é de fundamental importância para a mobilidade, passou a não pagar taxa de verificação dos taxímetros, teve o prazo de verificação ampliado de um para dois anos e agora terá atendimento na nova Central do Cidadão Zona Oeste, localizada na Rodoviária de Natal, a partir da próxima semana.

A verificação do correto funcionamento dos taxímetros, realizada pelo Instituto de Pesos e Medidas do Rio Grande do Norte – IPEM – RN, passou por mudanças anunciadas há cerca de dez dias, pelo governo federal, por meio da Medida Provisória nº 1.305/2025, que isentou a cobrança das taxas de verificação inicial e subsequente de taxímetros e aumentou o período para a verificação periódica obrigatória de um para dois anos.

Os certificados de verificação emitidos em 2025 terão sua validade automaticamente estendida até completar dois anos, ou seja, permanecerão válidos até 2027. Da mesma forma, etiquetas com a inscrição “verificado até 2026” serão aceitas até 2027.

É importante alertar que os taxímetros que ainda não foram verificados em 2025 devem comparecer ao IPEM – RN para a vistoria. De acordo com o cronograma publicado no início do ano, os táxis de placa final 7, 8, 9 e 0 devem realizar a vistoria nos meses de julho, agosto, setembro e outubro, respectivamente.

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sábado - 26/07/2025 - 07:22h
Lançamento

Livro “Entre Pele e Alma” mostra lições da ciência e de humanidade

Samara Veras faz um mergulho em sua vasta experiência (Foto: divulgação)

Samara Véras faz um mergulho em sua vasta experiência (Foto: divulgação)

No dia 5 de agosto de 2025, às 19h13, no Requinte Buffet, em Mossoró (RN), a médica pós-graduada em Dermatologia e Medicina Estética Samara Veras lança o livro “Entre Pele e Alma – Lições de Vida que a Medicina me Ensinou”. A obra marca um novo capítulo em sua trajetória, já amplamente reconhecida além das fronteiras do Brasil pelo trabalho inovador e técnico na área da Medicina Estética.

Com este livro, Samara revela ao público um outro aspecto de sua atuação: o olhar profundamente humano que sempre esteve por trás de cada procedimento, agora traduzido em palavras.

Muito além da estética, “Entre Pele e Alma” mergulha em histórias reais vividas em seu consultório — relatos que revelam o poder da escuta, da empatia e da transformação emocional que frequentemente acompanha os procedimentos estéticos. Com uma linguagem delicada, poética e profundamente sensível, o livro propõe uma reflexão sobre a beleza como expressão de autenticidade e amor-próprio.

Ao unir ciência e alma, Samara mostra que seu trabalho vai além da pele: trata-se também de recomeços, acolhimento e resgates interiores. A obra é um convite à leitura que inspira profissionais da saúde, pacientes e leitores em busca de conexão e propósito.

O lançamento celebra a consolidação de uma trajetória construída com coragem, sensibilidade e propósito. Mais que um evento literário, será uma noite para celebrar histórias que curam, palavras que tocam e a beleza de ser inteiro — por fora e, principalmente, por dentro.

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sexta-feira - 25/07/2025 - 23:34h

Pensando bem…

“Lamentar as experiências vividas é uma forma de impedir o próprio desenvolvimento.”

Oscar Wilde

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sexta-feira - 25/07/2025 - 14:24h
Eleições 2026

Pesquisa estadual TCM/TSDois será divulgada na próxima semana

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Por Vonúvio Praxedes (Diário Político)

Em mais uma parceria do Grupo TCM com a empresa TSDois Pesquisas tem início uma série histórica de levantamentos sobre o cenário eleitoral do Rio Grande do Norte com foco nas eleições de 2026. O primeiro estudo vai ouvir 1.700 eleitores entre os dias 23 e 26 de julho, abrangendo todas as regiões e microrregiões do estado. Os eleitores respondem sobre intenção de voto para Presidência, Governo do Estado, as duas vagas em disputa ao Senado Federal, Deputado Federal e Deputado Estadual.

A pesquisa será divulgada na quarta-feira (30), às 20h15, dentro do programa especial TCM Pesquisa com apresentação dos jornalistas Moisés Albuquerque e Vonúvio Praxedes.

Com margem de erro de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos e intervalo de confiança de 95%, a pesquisa foi cuidadosamente estruturada para representar fielmente o eleitorado potiguar. A distribuição dos questionários considerou a densidade eleitoral de cada território, conforme os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Além disso, a amostragem respeitou cotas de sexo, faixa etária e escolaridade, conforme as estatísticas oficiais do TSE, e também incorporou o critério de renda, baseado em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento deve balizar e movimentar as análises sobre intenções de voto, avaliação de governo e cenário político-eleitoral no Rio Grande do Norte.

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sexta-feira - 25/07/2025 - 12:26h
Exposição

“Vozes Negras da Ufersa” tem lançamento hoje em Mossoró

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Será inaugurada hoje, sexta-feira (25), às 18h, na Pinacoteca da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) – Campus Oeste, em Mossoró-RN, a exposição fotográfica “Vozes Negras da Ufersa: Mulheres que resistiram, chegaram e permaneceram”. A mostra, que segue aberta ao público até o dia 18 de agosto, celebra a trajetória de mulheres negras que atuam e transformam o cotidiano da universidade.

A exposição reúne retratos que dão visibilidade a histórias de luta, conquista e permanência de mulheres negras no ambiente acadêmico, resgatando suas experiências e contribuições para a construção de uma universidade mais plural, diversa e justa. A iniciativa é também uma convocação à reflexão sobre o papel da mulher negra na educação pública e na luta por equidade racial.

A exposição também será realizada nos demais campi da Ufersa e reforça o compromisso dos segmentos da universidade  com o combate ao racismo e à invisibilização histórica de vozes fundamentais.

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A atividade conta com o apoio da Associação dos Docentes da UFERSA (ADUFERSA) e do ANDES-Sindicato Nacional, fortalecendo o compromisso com a valorização da diversidade e o respeito à dignidade humana em todos os espaços da universidade.

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sexta-feira - 25/07/2025 - 11:20h
Operação Punhal Verde e Amarelo

General confirma plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Fernandes fez confissões estarrecedoras (Foto: Iac Nóbrega/PR)

Fernandes fez confissões estarrecedoras (Foto: Iac Nóbrega/PR)

O general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), confessou ter sido o autor do plano que pretendia assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Batizado de operação “Punhal Verde e Amarelo”, o plano previa que soldados das forças especiais do Exército, conhecidos como “Kids Pretos”, executassem a missão.

A Polícia Federal descobriu que alguns agentes chegaram a ir a campo decididos a executar a operação, que acabou sendo abortada. (CNN Brasil)

Mário Fernandes fez a confissão em depoimento ao STF nesta quinta-feira (24). O general confirmou que imprimiu o plano, mas afirmou que fez isso apenas por costume pessoal, já que não gosta de ler textos em telas. De acordo com ele, após ser impresso, o plano não foi compartilhado com ninguém. Fernandes disse que destruiu a impressão sem mostrá-la a ninguém e classificou sua elaboração como “pensamentos digitalizados”. (g1)

A investigação da Polícia Federal apontou que ao menos três cópias do plano foram impressas no Palácio do Planalto e que, logo em seguida, Mário Fernandes teria ido para o Palácio da Alvorada, a residência oficial do presidente da República.

O general confirmou que usou uma impressora em seu gabinete, mas negou ter compartilhado as cópias com qualquer pessoa. “Eu acredito que não seja o único funcionário público que faça isso eventualmente. Imprimi porque estava ali”, disse. (Estadão)

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sexta-feira - 25/07/2025 - 08:20h
Operação Desvirtuados

Polícia Civil caça em Mossoró PM’s cearenses envolvidos em crimes

Forças policiais do RN tiveram apoio de Bope do Ceará (Foto: reprodução do BCS)

Forças policiais do RN tiveram apoio de Bope do Ceará (Foto: reprodução do BCS)

Nas primeiras horas da manhã desta sexta-feira (25), a Polícia Civil do Rio Grande do Norte deflagrou a “Operação Desvirtuados”, coordenada pela 15ª Delegacia de Homicídios e de Proteção à Pessoa de Mossoró (DHPP/Mossoró) e pela Delegacia de Furtos e Roubos (DEFUR/Mossoró). Ao todo, mais de 20 policiais civis participaram da ação, que teve como alvos três policiais militares da ativa do Estado do Ceará.

Na oportunidade, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça potiguar.

A operação decorre da investigação de um roubo circunstanciado com emprego de arma de fogo, restrição de liberdade das vítimas e concurso de agentes, ocorrido no dia 20 de maio deste ano, no bairro Alto do Sumaré, em Mossoró, além de um homicídio praticado no mesmo dia no bairro Abolição 5 e, ainda, disparos de arma de fogo contra estabelecimentos comerciais e residenciais no abolição 4, também em Mossoró/RN.

A ação contou com apoio operacional das 10ª e 16ª DHPPs de Mossoró, da Delegacia Especializada em Narcóticos (DENARC/Mossoró), da Divisão de Polícia Civil do Oeste (DIVIPOE/Mossoró), da Delegacia Especializada em Falsificações e Defraudações (DEFD/Mossoró), da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da Polícia Militar do Ceará (PMCE).

Outros detalhes serão divulgados em breve.

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quinta-feira - 24/07/2025 - 19:22h
Caícó

Dr. Tadeu recebe Allyson como “o melhor prefeito do RN”

A “Feirinha de Sant’ana”, padroeira de Caicó, novamente é um acontecimento com grande público e muita diversidade social e política.

Promovida nesta quinta-feira (24), ele oportunizou vários encontros. Um deles, do prefeito anfitrião Dr. Judas Tadeu (PSDB)  com o prefeito mossoroense Allyson Bezerra (UB)

Convidado de Tadeu, Bezerra agradeceu a acolhida e foi definido pelo colega gestor como “o melhor prefeito do RN.”

Os bastidores ferveram. Depois eu conto.

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Categoria(s): Política
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quinta-feira - 24/07/2025 - 17:44h
Ciência, tecnologia e inovação

Funcitern vai inaugurar sua nova sede na sexta-feira, às 18h

Rafael Rodrigues é diretor-presidente da Funcitern (Foto: Reprodução)

Rafael Rodrigues é diretor-presidente da Funcitern (Foto: Reprodução)

A Fundação para o Desenvolvimento  da Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do RN (FUNCITERN) vai inaugurar sua nova sede.

Será às 18 horas dessa sexta-feira (25), à Avenida Professor Antônio Gomes, 144, bairro Costa e Silva, em Mossoró.

A entidade conduzida pelo diretor-presidente Rafael Rodrigues nasceu em 2014, com finalidade de apoiar projetos de pesquisa, ensino e extensão.

Através de parcerias com setores públicos e privados, a Funcitern desenvolve projetos que impactam em vários setores, como meio-ambiente, saúde, educação, cultura e desenvolvimento econômico.

A entidade já captou mais de 145 milhões de reais para aplicação em mais de 130 projetos.

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quinta-feira - 24/07/2025 - 14:38h
Mossoró

Caminhão danifica adutora e compromete abastecimento de água

Caminhão danificou sistema importante para abastecimento de água em Mossoró (Foto Reprodução)

Caminhão danificou sistema importante para abastecimento de água em Mossoró (Foto Reprodução)

Um caminhão danificou a tubulação da adutora Jerônimo Rosado na manhã desta quinta-feira (24). O motorista perdeu o controle na BR-304, na altura da entrada para Serra do Mel, colidindo com a adutora. Cinco bairros de Mossoró, comunidades rurais e a Vila Guanabara em Serra do Mel tiveram o abastecimento suspenso.

A previsão é reparar todos os danos até à noite desta sexta-feira (25), quando o sistema será religado. A recomendação é que a população utilize água de forma racional e armazene de forma segura, enquanto durar o reparo e a normalização no envio de água.

Em Mossoró, os bairros afetados são: Paredões, Barrocas, Bom Jardim, Dom Jaime Câmara e Nova Betânia. Para a zona urbana de Mossoró, devido a necessidade de pressurização da rede e o deslocamento da água ao longo da tubulação, após o sistema ser religado são necessárias até 72 horas para normalização das áreas afetadas.

As comunidades rurais de Mossoró que tiveram suspensão no envio de água são: Espinheirinho, Hipólito I e II, Palheiros, Curral de Baixo, Quixaba, assentamento Paulo Freire, além da Vila Guanabara em Serra do Mel. Com a retomada do abastecimento durante à noite de sexta-feira (25), o prazo de normalização é de até 48 horas para estas áreas.

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quarta-feira - 23/07/2025 - 23:52h

Pensando bem…

“Muitos homens cometem o erro de substituir o conhecimento pela afirmação de que é verdade aquilo que eles desejam.”

Bertrand Russell

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quarta-feira - 23/07/2025 - 23:46h
RN

PSDB deve ter desnutrição maciça com mudança de comando

PSDB - Tucano, logomarcaA possível migração do presidente estadual do PSDB e da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira, para o MDB, deve provocar uma desnutrição acelerada e maciça da legenda em território potiguar.

Cabe ao senador Styvenson Valentim cuidar do espólio. Desde que se filiou à sigla em 1º de fevereiro deste ano (veja AQUI), já ficou certa a sua ascensão à presidência.

Sua pouca habilidade como dirigente do Podemos, onde estava anteriormente, é prenúncio do que remanescentes ‘tucanos’ podem ter muitos problemas sob sua tutela. Algo muito delicado, principalmente em ano eleitoral.

Nas eleições municipais do ano passado, o PSDB já teve um abalo em relação ao pleito de 2020. Elegeu apenas 15 prefeitos, enquanto que em 2020 tinha somado 31.

Também viu a debandada de quatro deputados estaduais para o PL no dia 29 de novembro do ano passado (veja AQUI): José Dias, Gustavo Carvalho, Tomba Farias e Doutor Kerginaldo.

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quarta-feira - 23/07/2025 - 23:26h
2026

Não é tempo de chapa

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Tem sido abundante na capital e no interior, a produção de chapas majoritárias para 2026.

A cada semana aparece algo novo ou nem isso.

Aqui e acolá, tudo é arrumado conforme a conveniência de quem espalha ou daquele que encomendou a “escalação.”

Mais do que opinião ou fato real, manifestações de vontade.

Melhor não levar nada disso a sério. Não é tempo de chapa.

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quarta-feira - 23/07/2025 - 22:28h
7 a 10 de Agosto

Festa do Bode terá espaço especial para produtos da agricultura familiar

Reunião define mais detalhes sobre comercialização dos produtos (Foto: Wilson Moreno)

Reunião define mais detalhes sobre comercialização dos produtos (Foto: Wilson Moreno)

A Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural (SEADRU) realiza nesta quinta-feira (24) reunião com os agricultores familiares que vão expor seus produtos na Festa do Bode 2025. A maior caprifeira do Rio Grande do Norte ocorrerá de 7 a 10 de agosto, no Parque de Exposições Armando Buá.

O encontro será na sede da Secretaria de Agricultura, a partir das 8 horas. O momento discutirá a organização do espaço, como estrutura dos estandes, logística dos produtos, divulgação conjunta e novas oportunidades.

“Vamos nos reunir nesta quinta-feira com os agricultores familiares para planejarmos o espaço onde eles vão participar da Festa do Bode deste ano. Discutiremos neste encontro todo o planejamento para este espaço de comercialização dos produtos da agricultura familiar”, explicou Raniere Barbosa, que coordenará a reunião com os agricultores.

A festa é promovida pela Prefeitura de Mossoró, através da Secretaria Municipal de Agricultura, e faz parte do Calendário Estadual de Exposições Agropecuárias.

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Categoria(s): Administração Pública / Gerais
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