domingo - 07/09/2025 - 20:00h
Expansão

Cestinhas 2026 é aprovado e será o maior da história do projeto

Projeto Cestinhas nasceu no Santa Delmira em Mossoró Foto: Sade)

Projeto Cestinhas nasceu no Santa Delmira em Mossoró Foto: Sade)

O Diário Oficial do Estado (DOE) publicou, na último quarta (03), a aprovação do Projeto Cestinhas 2026, iniciativa da Associação Atlética Santa Delmira (SADE) que, neste novo ciclo, será a maior edição já realizada.

Criado no bairro Santa Delmira, Mossoró, o Cestinhas expandiu em 2025 para o Conjunto Abolição V e, agora, em 2026, se prepara para alcançar novos bairros de Mossoró. A expectativa é beneficiar um número recorde de crianças e adolescentes, fortalecendo o acesso ao esporte, à educação e à cidadania.

“O Cestinhas chegou para ficar. Em 2026, vamos alcançar o maior número de crianças e adolescentes da nossa história, graças à união entre sociedade civil, poder público, universidade e iniciativa privada”, destaca Lucas Negreiros, presidente da entidade.

O projeto conta com patrocínio do Governo do Estado do Rio Grande do Norte, por meio do Programa RN+ Esporte e Lazer, além da parceria da Trevo Embalagens e do apoio institucional da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), através da PROEX e da Faculdade de Educação Física da Uern.

Com a nova expansão, o Cestinhas reafirma sua vocação em transformar vidas, promovendo oportunidades esportivas e valores de cidadania a jovens em situação de vulnerabilidade social.

Sobre o Cestinhas

Criado em Mossoró/RN, o Cestinhas é um projeto de formação esportiva e cidadania realizado pela Sade. Desde sua criação no Santa Delmira, já impactou centenas de crianças e adolescentes, utilizando o basquete como ferramenta de inclusão, disciplina e convivência comunitária.

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domingo - 07/09/2025 - 19:24h
Natal

Liga Contra o Câncer suspende cirurgias eletivas a partir dessa segunda

Ala foi aberta no último dia 10 (Foto ilustrativa)

Ala foi aberta no último dia 10 (Foto ilustrativa)

A Liga Contra o Câncer informa que, a partir desta segunda-feira, 8 de setembro, as cirurgias eletivas estarão suspensas. A medida decorre da ausência de adesão dos médicos cirurgiões à empresa Justiz Terceirização de Mão de Obra Ltda, atual responsável pela gestão dos procedimentos de alta complexidade no âmbito da Prefeitura de Natal. Diante disso, não há contrato vigente que assegure a continuidade regular dos serviços.

Na semana passada, foi realizada reunião entre os profissionais e a direção da Justiz, ocasião em que foram apresentados os termos do novo contrato. Contudo, a análise técnica do Edital nº 003/2025 identificou risco de desassistência à população, uma vez que o valor previsto é insuficiente para atender ao volume de procedimentos atualmente realizados.

Cabe destacar que a prestação de serviços médicos na Liga é realizada integralmente por profissionais liberais, sem vínculo empregatício direto com a instituição, o que assegura a autonomia técnica de cada um.

A Liga ressalta que as cirurgias de urgência continuarão sendo realizadas, garantindo a assistência ininterrupta aos pacientes em situações críticas. A instituição reforça que vem atuando na busca do diálogo urgente e necessário junto à Prefeitura do Natal, a empresa Justiz e os médicos, no objetivo de viabilizar a retomada da normalidade do atendimento, o mais breve possível.

Leia tambémMP vai investigar denúncias sobre pressão de sindicato contra médicos

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domingo - 07/09/2025 - 18:54h

O autoritarismo que vive na democracia

Livro de 1950, ‘The Authoritarian Personality’ é atual em sombras nas sociedades democráticas

Por Wilson Gomes

Arte ilustrativa do Canal Meia

Arte ilustrativa do Canal Meia

Há 75 anos, em 1950, saía a público um livro de fôlego incomum, resultado de mais de uma década de pesquisa coletiva em psicologia social, sociologia e teoria crítica: The Authoritarian Personality (A personalidade autoritária), de Theodor W. Adorno, Else Frenkel-Brunswik, Daniel J. Levinson e Nevitt Sanford. O projeto nasceu sob o patrocínio do famoso Instituto de Pesquisa Social — “transplantado” de Frankfurt para os Estados Unidos — dirigido por Max Horkheimer, em colaboração com a Universidade da Califórnia em Berkeley.

A pergunta que guiava a empreitada era simples e perturbadora: como explicar que tantos cidadãos comuns, em sociedades modernas e supostamente democráticas, pudessem se tornar terreno fértil para o antissemitismo, o etnocentrismo, o preconceito e a intolerância — em uma fórmula sintética, para o fascismo?

Creio que a grande inovação da abordagem de Adorno e colegas consistiu em uma espécie de virada copernicana na forma de representar o fascismo. No centro do sistema, em vez das ideologias, partidos e instituições, de um lado, e das circunstâncias históricas, de outro, como se costuma fazer, é posto o indivíduo e suas atitudes.

O livro nos convida a buscar a fonte da adesão massiva a movimentos antidemocráticos não simplesmente em discursos políticos ou conjunturas históricas, mas nos padrões subjetivos (e intersubjetivos) que levavam certas pessoas a buscar ordem em líderes fortes, a reagir com hostil intolerância diante da diferença e a aceitar certas explicações, em vez de outras, para problemas complexos.

No centro está a “personalidade”, definida como uma estrutura relativamente estável de atitudes, predisposições e modos de interpretar o mundo que orienta a experiência política e social. A pesquisa assumiu como pressuposto que, sob determinadas condições históricas e discursivas, disposições autoritárias — que moldam as nossas personalidades e estão latentes e prontas para serem ativadas — podem ser despertadas e trazidas à tona, abrindo espaço para formas patentes de autoritarismo, até o limite da eclosão do fascismo.

Aceito esse pressuposto, o fascismo e outras formas de movimentos sociais e políticos intolerantes, autoritários e violentos contra a alteridade perdem grande parte do seu excepcionalismo. Há sempre, em qualquer sociedade, um estoque considerável de disposição autoritária, mesmo em democracias estáveis. E ele pode se manifestar em muitos tipos de pessoas, inclusive naquelas que pouco se ocupam de ou se interessam por política.

Essa é a premissa mais perturbadora do livro: o fascismo e toda forma de intolerância política não são excepcionais, não desaparecem de fato e não são extintos.

Permanecem em estado latente nas pessoas, até serem despertados por apelos autoritários que conseguem vencer os freios sociais que os recalcam.

Essa inovação dá a medida do significado do livro. Ao combinar teoria crítica — herdeira da tradição frankfurtiana de crítica marxista e freudiana à razão instrumental e às ideologias reificadas — com os instrumentos empíricos da psicologia social americana, A Personalidade Autoritária inaugurou uma agenda de pesquisa que atravessou 75 anos de debates sobre intolerância política e as bases psicológicas do autoritarismo.

O livro marcou época não apenas por suas teses, mas pelo conjunto de inovações teóricas e metodológicas que trouxe. Pela primeira vez, aplicou-se em larga escala uma pesquisa que unia psicanálise, psicologia, sociologia e estatística em um único programa coerente.

Entre as inovações mais notáveis estão as escalas padronizadas de opinião — entre elas a célebre Escala F (de fascismo) —, as entrevistas clínicas em profundidade e os testes projetivos. O projeto não se limitava a medir preconceito; pretendia oferecer uma “biografia metodológica” das escalas criadas, registrando seus limites, vieses e o aprendizado obtido em cada tentativa. Tudo documentado em uma obra monumental de mais de mil páginas.

Essa disposição de articular teoria social, psicologia individual e técnicas estatísticas em uma só empreitada científica conferiu à obra um caráter pioneiro. Décadas antes de a psicometria se consolidar, A Personalidade Autoritária já oferecia instrumentos sofisticados para medir tendências antidemocráticas e, mais importante, para conectar essas medidas ao diagnóstico social.

Uma das contribuições mais originais do livro é a formulação de um padrão de personalidade autoritária como uma constelação de disposições interligadas — que chamo de “poliedro de nove faces”. Em vez de reduzir o autoritarismo a um único traço, Adorno e colegas o descreveram como a combinação recorrente de diferentes dimensões.

Entre elas, o convencionalismo (adesão rígida a valores e convenções), a submissão à autoridade percebida como legítima pelo grupo de pertencimento, a agressividade autoritária dirigida contra grupos externos, a superstição e a estereotipia como modos simplistas de interpretar o mundo, a valorização da força em detrimento da compaixão, uma visão cínica e fatalista da vida social, a projeção de impulsos reprimidos sobre inimigos externos e a preocupação exagerada com questões sexuais (a repulsa ao sexo).

O instrumento metodológico que formularam servia basicamente para mostrar que essas facetas da personalidade não são independentes, mas se reforçam mutuamente. Quem pontua alto em convencionalismo tende a repetir o mesmo em agressividade contra grupos externos e submissão à autoridade, por exemplo.

É por isso que os autores preferiram falar em “constelação autoritária”: um arranjo de tendências que, tomadas em conjunto, revelam um padrão reconhecível de intolerância e predisposição antidemocrática.

Esse poliedro foi operacionalizado por meio da Escala F, mas também por inventários de valores, questionários de opinião e técnicas qualitativas. O resultado era mais do que um índice de preconceito: era um mapa de como diferentes disposições se articulam para produzir uma atitude política intolerante ao pluralismo, agressiva com o diferente e decididamente autoritária.
Um dos aspectos mais inovadores da Escala F foi justamente sua tentativa de captar predisposições autoritárias de modo indireto, sem despertar as defesas conscientes dos entrevistados. As escalas anteriores — como a A-S (Anti-Semitism Scale), voltada a medir atitudes antissemitas, e a E (Ethnocentrism Scale), focada na hostilidade contra grupos minoritários em geral — lidavam de forma muito explícita com preconceito, mas esse caráter direto induzia respostas socialmente desejáveis: muitos preferiam se apresentar como democráticos e igualitários.

A tentativa intermediária, a PEC (Politico-Economic Conservatism Scale), buscou contornar o problema evitando referências étnicas ou raciais, mas acabou excessivamente ideológica e transparente, o que a tornava fácil de “decifrar” pelos participantes. A Escala F nasce dessa lacuna: formular itens que, sem mencionar minorias nem recorrer a enunciados políticos óbvios, pudessem revelar tendências de fundo da personalidade — padrões de autoridade, convencionalismo, estereotipia, rigidez moral — que se manifestariam tanto em opiniões ideológicas quanto em temas aparentemente neutros da vida cotidiana. Com isso, pretendia-se medir não apenas crenças superficiais, mas disposições latentes, muitas vezes inconscientes, que estruturavam a abertura ou o fechamento de cada indivíduo ao pluralismo democrático.

Os efeitos do livro foram imensos. Ele inspirou pesquisas fundamentais sobre intolerância política (como o estudo de Samuel Stouffer em 1955), sobre preconceito e identidade social, sobre as bases cognitivas e motivacionais do autoritarismo, até os debates atuais sobre polarização, populismo e desinformação digital.

Right-Wing Authoritarianism Scale de Bob Altemeyer, nos anos 1980, foi herdeira direta do modelo frankfurtiano-berkeleyano. E mesmo estudos recentes sobre left-wing authoritarianism e intolerância progressista continuam dialogando com o legado de 1950.

A fortuna crítica, contudo, não foi menor. Muitos acusaram o livro de “psicologizar” (antes, psicanalisar) o fascismo, dando peso excessivo à personalidade em detrimento de fatores históricos e estruturais.

Um dos limites mais discutidos de The Authoritarian Personality está na forma como a Escala F foi concebida e operacionalizada. A intenção era medir predisposições latentes ao fascismo como uma síndrome de atitudes e traços de personalidade, mas muitos itens acabaram confundindo posições políticas legítimas com traços psicológicos autoritários.

Assim, religiosidade intensa, apego à tradição, moralidade sexual convencional ou respeito a autoridades foram frequentemente tratados como sinais de fragilidade do ego e predisposição antidemocrática. A operação psicanalítica, ao traduzir essas atitudes em sintomas de repressão, projeção ou rigidez cognitiva, reforçava essa equivalência. O resultado foi uma tendência a patologizar disposições culturais conservadoras, aproximando-as do fascismo, mesmo quando poderiam existir em democracias estáveis sem comprometer sua vitalidade.

Esse viés não decorre de uma formulação explícita de Adorno e seus colegas, mas de decisões teóricas e metodológicas que deixaram em aberto a confusão entre conservadorismo e autoritarismo. Ao não distinguir claramente a deferência racional à autoridade da submissão acrítica, ou a religiosidade tradicional de uma hostilidade ativa ao pluralismo, a escala alimentou uma leitura segundo a qual apenas estilos de vida liberais e progressistas estariam em sintonia com a democracia.

Essa ambiguidade permitiu que, mais tarde, se difundisse no senso comum de esquerda a tendência de classificar posições de direita como “fascistas” ou “patológicas”. A crítica posterior — de Stouffer a Sullivan, de Altemeyer a Marcus — buscou corrigir esse excesso, refinando os instrumentos de medida para separar o apego a normas convencionais das atitudes francamente intolerantes e antidemocráticas.

Do ponto de vista normativo, esse legado é ambíguo. Por um lado, a obra foi pioneira em mostrar que predisposições psicológicas importam na compreensão do autoritarismo; por outro, deixou como herança a suspeita de que o conservadorismo seria intrinsecamente incompatível com a democracia.

A literatura posterior, sobretudo com o conceito de Right-Wing Authoritarianism de Altemeyer, mostrou que o problema não está em valores tradicionais ou em sociedades hierárquicas em si, mas na forma patológica como certos indivíduos transformam a obediência em subserviência, a moralidade em intolerância e a religiosidade em dogmatismo repressivo.

A grande lição, então, é dupla: se a pesquisa de 1950 revelou o perigo real das predisposições autoritárias, também mostrou como as próprias lentes intelectuais podem gerar distorções, confundindo diversidade cultural e ideológica com ameaça à democracia.

Outros questionaram a validade da Escala F e a homogeneidade sociocultural da amostra. Essas críticas são importantes e, em parte, justas. Mas seria injusto ignorar que o livro sempre insistiu na interação entre predisposições individuais e ambiente social: sem crises, ameaças e discursos mobilizadores, os potenciais autoritários permanecem latentes.

Essa noção de autoritarismo como predisposição ativável antecipou, em linguagem própria, o que décadas mais tarde se tornaria central na psicologia política. Hoje sabemos que cidadãos que se autodefinem tranquilamente como democratas convictos podem, sob condições de ameaça real ou imaginada, apoiar medidas intolerantes contra adversários políticos.

A atualidade do livro salta aos olhos. Democracias vivem sob pressão de forças que exploram exatamente esses mecanismos: líderes e movimentos que, ao amplificar medos e fabricar inimigos, despertam tendências latentes à intolerância e ao dogmatismo.

A ascensão da extrema direita digital, que organiza ressentimentos e oferece explicações simplistas para crises econômicas, culturais e identitárias, é prova disso. Mas não apenas ela: também movimentos progressistas identitários, ao reivindicar censura e punição de vozes dissidentes, alimentam novas formas de intolerância política.

A lição dos frankfurtianos e de seus colegas de Berkeley continua válida: sociedades democráticas não podem se dar ao luxo de ignorar as predisposições autoritárias que residem nelas mesmas. Reconhecer sua existência, estudá-las com rigor e criar mecanismos institucionais e culturais para neutralizá-las é parte essencial da defesa da democracia.

Se em 1950 a questão era entender o fascismo europeu, hoje é compreender como a intolerância se reinventa dentro de democracias que ainda se pretendem abertas.

Setenta e cinco anos depois, o diagnóstico permanece perturbador: o autoritarismo não é uma anomalia distante, mas uma sombra que acompanha a democracia, sempre à espera de novas oportunidades históricas para se manifestar.

Em tempo: Não tenho conhecimento de traduções de The Authoritarian Personality em português, mas a editora da Unesp traduziu, em cerca de 600 páginas, vários dos seus capítulos principais, e nomeou o livro Estudos sobre a personalidade autoritária, cuja leitura recomendo.

Wilson Gomes é doutor em filosofia, professor titular da Universidade Federal da Bahia e autor de “Crônica de uma Tragédia Anunciada”

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domingo - 07/09/2025 - 18:12h

Um jurista misterioso

Por Marcelo Alves

O Fantasma da Òpera Gaston Leroux (1868-1927), escritor francês, é mais conhecido como o autor da fábula/mistério “Le Fantôme de l’Opéra” (“O Fantasma da Ópera”), de 1910. Inspirada na Opéra de Paris – também conhecida como Opéra Garnier ou Palais Garnier –, nos seus subterrâneos e nas histórias e estórias ali alegadamente sucedidas, “Le Fantôme” de Leroux é ponto de partida de um caso de imenso sucesso.

Foi reinterpretado e adaptado inúmeras vezes para o teatro e para o cinema (arte da qual Leroux pode ser considerado um dos precursores, com a fundação da Société des Cinéromans, em Nice, em 1919). Sobretudo virou um musical de Andrew Lloyd Webber (1948-), “The Phantom of the Opera” (1986), que bateu recordes de público e permanência na West End londrina e na Broadway novaiorquina, superando o também mui querido musical “Cats” (1981), do mesmo Webber.

O enredo e a música de “The Phantom of the Opera” são fantásticos – e o trocadilho aqui é proposital e preciso. Eu mesmo já assisti ao dito cujo não me lembro quantas vezes (a memória vai ficando fraca com a idade).

E se “Le Fantôme de l’Opéra” é em si um caso a ser “investigado”, há, na vida e na obra de Leroux, “mais mistérios do que ousa imaginar a nossa vã filosofia”, digo, crítica literária.

Primeiramente, há o que podemos chamar de sua produção de romances “góticos”, a exemplo do “Fantôme”, tais como “La Double Vie de Théophraste Longuet” (1904), “L’Épouse du Soleil” (1913) e “La Poupée sanglante” (1924)”. Adoro esse tipo de fábula, admito.

Tem-se a série de estórias de Rouletabille – o repórter detetive de inteligência dedutiva incomum –, iniciada, em 1908, com “Le Mystère de la chambre jaune”. Rouletabille continua o herói de outros romances, tais como “Le Parfum de la dame en noir” (1909), “Rouletabille chez le Tsar” (1913) e “Le Crime de Rouletabille” (1922). Já àquele tempo temos um jornalismo investigativo, embora imaginativo, de primeira qualidade. E, claro, conhecemos um forte concorrente para os mui queridos Sherlock Holmes e Arsène Lupin.

Ainda mais curioso para os profissionais do direito é o fato de que Leroux é também autor de um conjunto de romances marcadamente “jurídicos”. Iniciada em 1913, a série “Chéri-bibi” tem como pano de fundo um erro judiciário e cai num “gênero” de melodrama de muito sucesso na virada do século XIX para o XX. O anti-herói do título é um jovem acusado de um crime que não cometeu, fugido da prisão, simpático malgrado seus crimes abomináveis, que, para explicar seus malfeitos e suas frustradas tentativas de sair da vida do crime, invoca uma peculiar maldição celestial, resumida na alocução latina: “Fatalitas!”.

Aliás, Leroux, por sua vez um jurista “frustrado”, abordou várias vezes o direito em suas obras, até com análises jusfilosóficas, como em sua peça “La Maison des juges”, de 1907, em que ele milita contra a pena de morte, da qual era, na vida civil, um adversário resoluto.    

Pondo de lado o legado de “Le Fantôme de l’Opéra”, decerto a obra-prima de Leroux é o seu romance “Le Mystère de la chambre jaune” (“O mistério do quarto amarelo”), um clássico de enigma de quarto fechado. E é da minha edição de poche desta obra (da Maxi-Livres, 2005) que retiro uma pequena biografia jurídico-literária do autor: “Nascido em Paris em 6 de maio de 1868, Gaston Leroux trabalha como advogado após estudar direito. Mas, às coisas das lides, ele prefere as maravilhas da arte e sonha em ser escritor. Para viver da pena, ele começa por fazer jornalismo. Seu conhecimento do direito lhe permite começar como repórter judiciário no diário Le Matin. Foi nas colunas desse jornal que ele publicou, em 1903, o seu primeiro romance, Le Chercheur de trésors: ele faz sua entrada na carreira literária, mas não exatamente como havia imaginado, já que ele vai se tornar um dos mestres do romance-folhetim policial. Grande repórter, à maneira do seu futuro herói Joseph-Joséphin, dito Rouletabille, jornalista profissional e detetive amador, ele percorre a Europa para o seu jornal (…)”. O resto é história e estórias.

Bom, quedo muito curioso sobre esse “jurista misterioso”. Vou reler “Le Mystère de la chambre jaune”. Já não me lembro mais do seu fim. Como dito, a memória já está ficando fraca.

Marcelo Alves Dias de Souza é procurador Regional da República, doutor em Direito (PhD in Law) pelo King’s College London – KCL

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domingo - 07/09/2025 - 17:30h

Manoelito Pereira, ou da arte de aprisionar um instante

Por Honório de Medeiros

Manuelito deixou acervo com mais de 40 mil fotos (Reprodução)

Manoelito deixou acervo com mais de 40 mil fotos; ele em seu estúdio em 1942 (Reprodução)

Alguns anos atrás o antigo Centro Mossoroense promoveu, em Natal, uma exposição com pequena parte do acervo fotográfico de Manoelito Pereira.

Ao mesmo tempo, prestou-lhe uma homenagem através de seus descendentes.

E os mossoroenses, além de outros interessados, puderam constatar seu talento através das fotografias expostas na Capitania das Artes.

Vivo fosse, talvez Manoelito tivesse encarado com ressalvas as fotografias escolhidas para a exposição. Faltaram aquelas que melhor expunham sua arte: os tipos populares, os nus artísticos, a própria cidade.

Sim, porque já naquela época, ou por isso mesmo, ele construiu um legado contemporâneo do futuro – em termos de arte os conteúdos, como o querem alguns filósofos, ditam a forma – jamais o contrário.

Embora seja compreensível a razão do Centro Mossoroense ter escolhido as fotografias de membros de antigas famílias da cidade para o evento, não seria demais a lembrança do caráter paroquiano dessa escolha.

No final das contas a exposição, que pretendia homenagear Manoelito, transformou-se numa homenagem de mossoroenses a mossoroenses através das fotografias expostas.

Assim é que não se via outra coisa, na Capitania das Artes, senão mossoroenses procurando a si mesmo e a seus ancestrais nas imagens.

Um fato no mínimo curioso, para um evento aberto ao público para homenagear a arte – embora também a memória por ele construída – de um artista finalmente e justamente lembrado.

Não importa. De qualquer maneira a homenagem, merecida, foi feita.

E o melhor, do acontecimento, foi chamar a atenção dos próprios mossoroenses para o valor incalculável do acervo doado por sua família a Mossoró.

Não é à-toa a importância que estudiosos de grandes universidades do sul dão ao acervo.

Tornado público, talvez seja mais difícil sua destruição, embora não haja mais como recuperar o muito que se perdeu, ao longo do tempo.

Saliente-se que o valor da obra de Manoelito não reside apenas no aspecto histórico.

Se, através das lentes de suas máquinas fotográficas, captou e registrou quase cinquenta anos da vida de Mossoró, muito mais se torna fundamental seu trabalho quando o observamos a partir de uma perspectiva acadêmica e, com os olhos de estudiosos, agradecemos sua contribuição para entendermos a evolução de uma cidade com as características de Mossoró.

Entender como Mossoró avançou no tempo é entender aspectos da história das cidades, do Sertão, Nordeste, Brasil, enfim, de nós mesmos.

Ou seja, o instante que Manoelito aprisionou é, aos olhos do estudioso, um imenso objeto de estudo a ser desvendado e compreendido. Lá estão, à sua espera, congeladas no espaço e no tempo, com arte, imagens que revelam fenômenos históricos, sociológicos, econômicos.

Debruçados sobre eles, assim como se debruçaram outros sobre as pinturas, as estátuas, a arte, enfim, dos antigos, estudiosos construíram a história da humanidade.

Entretanto, mais que alguém desejando fazer o registro de várias épocas, Manoelito construiu arte. Neste aspecto, não se sabe se sua vida imitou a arte, ou o contrário.

Manuelito em seu estúdio, em 1942 (Foto: Web)

Manoelito não fotografava; compunha (Foto: Arquivo)

Como todo artista, estava à frente de seu tempo não só no que diz respeito à arte em si, mas também ao seu estilo de vida.

E parecia compreender essa perspectiva, quando transcendia a diuturnidade das exigências comerciais que lhe eram impostas pela necessidade de sobrevivência compondo fragmentos-imagens de uma beleza sem par, mesmo se somente lhe era solicitado o aprisionamento de um instante específico através de uma fotografia.

Ele não fotografava, compunha. Transformava o árido em fértil, o cinzento em festa para os olhos, o jogo de sombras em arte.

Repousa sobre o meu birô de trabalho uma foto de minha mãe, feita por ele, onde está estampado, com rara felicidade, o melhor de seu talento.

Não podia ser diferente: virou lenda a exigência e rispidez com a qual, mesmo no tumulto de casamentos ou outras festas, produzia as fotografias a ele encomendadas.

E, compondo, reafirmou a crença – pelo menos para uns poucos – de que somente artistas como ele, antenas da raça, ungido dos deuses, conseguem tornar-se eternos.

Honório de Medeiros é professor, escritor e ex-secretário da Prefeitura de Natal e do Governo do RN

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domingo - 07/09/2025 - 16:42h

O Efeito Casulo – Dia 15

Por Marcos Ferreira

Arte ilustrativa com uso de recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com uso de recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Ontem voltei do mercado com um bom astral. Neste instante me sinto em paz. Fiz um cessar-fogo com meus fantasmas e monstros interiores. Estão quietos, sem incutir mil e uma diatribes na minha cabeça nem na minha escrita. Devo dizer que, ao menos nas últimas vinte e quatro horas, o meu ímpeto destrutivo, sanguinário, se encontra adormecida. Não deve durar muito. Meu estado de humor pode mudar de um minuto para o outro. Todavia quero dizer que essa condição amistosa, tranquila, tem a ver com o encontro no supermercado com Leopoldo Nunes, hoje operador de caixa e ex-funcionário (por apenas trinta dias) da loja de peças de automóveis, empresa onde estive empregado até a última quinzena. A descoberta do câncer, já em estágio 4, me deixou fora de combate; colocou um ponto final no meu vínculo empregatício após onze anos naquele emprego miúdo. Fui demitido de modo amigável.

Dei entrada para receber o auxílio-doença junto à previdência social. Na semana passada caiu na minha conta-corrente a grana referente aos meus direitos rescisórios. O INSS me concedeu doze meses, entretanto sei muito bem que não vou usufruir nem da metade desse tempo. Agora, ainda que de forma tardia, planejo aproveitar cada momento que me resta. Sobretudo se a visita de Leopoldo na próxima semana resultar em um affaire ou algo parecido.

Durante a manhã iniciei uma parte da faxina. Aos poucos, depois que Rita das Neves Procópio deixou esta casa de herança para mim, pessoa muito amiga de minha mãe e a quem ela prometeu cuidar deste órfão e analfabeto com onze anos. Atingi a maioridade e comecei a fazer determinadas benfeitorias no imóvel depois que Rita se foi para sempre. Os quartos eram compridos, porém estreitos. Contratei um pedreiro e este transformou ambos em um só. A casa, que tem madeiramento de boa qualidade, não era de taipa, ao contrário daquela onde morei com os meus pais.

A moradia da finada Rita é de tijolos do tipo adobe, mas nenhuma das paredes tinha reboco, sequer a fachada. O quintal, considerando especialmente o tamanho deste domicílio, é enorme: são quinze metros de frente e trinta de fundo. Mandei, na primeira etapa dos serviços, fazer ao menos o reboco deste que se tornou o único quarto de que disponho. Com paciência, depois de alguns anos providenciando um servicinho aqui e outro acolá, pude rebocar o imóvel todo. Desmanchei o fogão a lenha na cozinha, que no tempo de Rita enchia as paredes daquele cômodo de tisna. Também iniciei a construção do muro de trás para a frente. Exceto pelo dianteiro, os demais lados têm dois metros e meio de altura. Já o frontal, pensando na ventilação, eu deixei com somente um metro e setenta.

Nos dias atuais, depois de diversos reparos e benfeitorias, conto com uma residência espaçosa e aconchegante, mesmo ela tendo só um quarto. É mais que o suficiente para este solitário escriba. A sala e a cozinha são amplas, ligadas por um corredor de dois metros de largura e cinco de comprimento. Construí uma garagem também espaçosa e um terraço para a área de serviço. Durante uma determinada época acalentei a possibilidade de vender a minha motocicleta e comprar um carro. Mas há uns três anos a moto (uma Pop 2014) foi roubada no Centro.

Mandei os pedreiros (isto na segunda etapa) levantarem duas paredes em forma de um L com cobogós na lateral direita, de modo que o sol nem a chuva impeçam o uso do alpendre da cozinha quando chegam as trezes horas em diante. O terraço dispõe de uma máquina de lavar roupas. A pia da cozinha e da área de serviço, outrora de alvenaria, foram substituídas por pias de mármore. O banheiro também recebeu novo piso, a exemplo das paredes, devidamente revestidas com cerâmica branca. A casa inteira, aliás, recebeu um produto branco chamado selador e, na sequência, o imóvel foi inteiramente pintado de branco.

O piso interno, antes pavimentado apenas com tijolos, foi coberto com cerâmica. A frente e o lado externo ganharam calçadas com cerâmica antiderrapante. Portas e janelas (rústicas e com algumas avarias ocasionadas pelo tempo e as más condições da madeira), consegui trocá-las por outras de maçaranduba e receberam pintura azul. Há cerca de seis meses troquei as telhas por novas e contratei um profissional para fazer o forro em gesso.

Preciso destacar que essas transformações levaram, se não estou enganado, oito anos. Economizei tostão por tostão para adquirir o material e cobrir o custo da mão de obra. Tudo calculado, um passo de cada vez. Agora (triste realidade) não poderei usufruir desses tão perseguidos e batalhados benefícios.

É isto. Parece que cuidei mais deste imóvel do que da minha saúde. Exames preventivos ou periódicos, algo a que nunca dei muita importância, pois me sentia saudável, talvez tivessem detectado o tumor na fase inicial, com provável possibilidade de operar e de cura. É tarde para chorar o leite derramado.

Não posso nem devo me deixar abater nesse ensejo em que tenho uma visita mais que especial para receber nos próximos dias. Pressinto que ter conhecido Leopoldo Nunes renovou a minha vontade de continuar lutando. Sei que se trata de uma luta em vão, inglória, entrementes vou aproveitando ao máximo essa chance de conquistar uma pessoa que, talvez, venha colocar um pouco de luz e dulçor neste meu mundo sombrio e amargo.

Daqui até a próxima terça estarei com a casa em ordem. Farei, como eu disse há alguns minutos, a limpeza aos poucos. Minhas forças estão alquebradas e necessito repousar durante longos períodos. A fraqueza constante, a indisposição, além das dores no abdome, vão e voltam em um curto espaço de tempo.

Segue o problema da minha herança. Já contratei um plano funerário, a empresa me assegurou que eu serei enterrado no túmulo dos meus pais, no Cemitério São Sebastião, no entanto existe o detalhe da cobertura, também chamada de carência. O plano que contratei, com mensalidade de oitenta reais, prevê uma carência de longos quatro meses.

Receio morrer antes disso e ser enterrado em uma vala qualquer aberta pela Prefeitura, decerto em um caixão ordinário. Se por acaso o meu elo com Leopoldo se transformar em uma relação homoafetiva, então vou revelar a ele o meu drama em detalhes e, apesar de muito cedo, ele poderá se transformar em meu herdeiro. Não quero de jeito nenhum que esta casa fique às moscas. Temo que alguém (um oportunista, aproveitador) se aposse dela através de usucapião. Minha esperança é o jovem comerciário. Antes, porém, devo examinar o perfil, o caráter de Leopoldo.

Marcos Ferreira é escritor

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Categoria(s): Conto/Romance
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domingo - 07/09/2025 - 15:38h

O galo e o vira-lata

Por Bruno Ernesto

Foto ilustrativa de autoria do autor da crônica

Foto ilustrativa de autoria do autor da crônica

Acredito que a figura do galo represente o que há de mais marcante na infância de uma pessoa que gosta do campo ou, como se diz por aqui, do interior.

Quando vejo aqueles galos vistosos nos terreiros dos sítios, estufando o peito e me encarando, não há como não recordar dos bons momentos da infância.

Você, caro leitor, certamente já teve sido indagado de sua origem só pelo jeito de falar.

Não se engane. Ninguém consegue omitir sua origem.

Uns a negam veementemente, outros disfarçam e tergiversam com o mesmo intuito.

Porém, nada como ter orgulho de suas raízes.

Sim, claro que só o jeito de falar não quer dizer muita coisa. Na verdade, diz muito e não diz nada.

Se você, durante uma refeição, acomoda o talher no modo continental, experimente comer sem formalismo.

Se você gosta de risoto, prove arroz de leite. O arroz da terra, aquele vermelho, é o melhor.

Se você gosta de queijo Gouda ou Camembert , experimente queijo de coalho e de manteiga.

Se você gosta de soda italiana, prove um caldo de cana-de-açúcar.

Se você gosta de chantilly, prove nata. No feijão-de-corda é espetacular.

As coisas simples para uns, é um tesouro e tradição para outros.

O que é Vira-lata para um, é galo para outros.

Como dizia Guimarães Rosa, a lembrança da vida da gente se guarda é num lugar mais fundo que a alma, e o que é ruim a gente desaprende depressa.

Bruno Ernesto é advogado, professor e escritor

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Categoria(s): Crônica
domingo - 07/09/2025 - 14:44h

Universidades de Mossoró não adquirem mais livros de autores locais

Por Caio César Muniz

Arte ilustrativa com Inteligência Artificial para o BCS

Arte ilustrativa com recursos de Inteligência Artificial para o BCS

Mossoró sempre foi um grande celeiro de escritores. Livros de toda natureza: poetas, historiadores, genealogistas, cronistas, romancistas e o diabo a quatro. Uma efervescência impulsionada até 2005 pelo trabalho incansável do professor e editor da Coleção Mossoroense, Vingt-un Rosado.

O selo criado em 1949 chegou a ser mencionado em jornal de nível nacional como a “maior Coleção de títulos publicados no Brasil” e só não figurou no Guiness Book, porque a intempestividade literária de Vingt-un deixou de lado por muito tempo informações importantes para uma publicação, como o ISNB ou qualquer outro registro oficial, junto à Biblioteca Nacional, por exemplo. Era publicar, e pronto.

Entrei para este rol em 2016 como o meu livro “E na solidão escrevi”, um livro de iniciante mesmo, com versos juvenis e com tiragem de 300 exemplares, era (e ainda é) suficiente para o nosso universo literário que raramente ultrapassa a reta Tabajara.

Pois bem, para nós, desde aquele tempo, tínhamos pelo menos a garantia de venda de algo em torno de 20% da tiragem para um público específico dentro da nossa própria urbe: o Colégio Diocesano, na pessoa do saudoso padre Sátiro Cavalcante Dantas, sempre adquiria pelo menos 10 exemplares; a UERN e a ESAM/UFERSA também adquiriam algo em torno disto e às vezes 20 exemplares. Um desafogo para o autor que só vende mesmo no lançamento ao seu público restrito a alguns familiares e amigos. Depois vê um “pinga-pinga” que se espraia até se tornar um livro “esgotado”. Costumo dizer que nossos livros cheiram a sovaco, a gente publica e bota debaixo do braço e sai em busca de venda.

Pois bem, estes dias fui surpreendido com a triste informação de que acabou aquela possibilidade de venda “certa” dos autores locais para as nossas universidades e a presença fácil de padre Sátiro agora não existe mais e o motivo é mais triste ainda: bu(rr)ocracia.

É que para se adequar “ao sistema” (sempre ele). As universidades têm que fazer licitações para aquisição das obras, mas não precisa ser um expert em direito para saber que em determinados casos existe a dispensa desta exigência, tendo em vista que não existe dois Antônio Francisco Teixeira de Melo para competir entre si, dois Davi Leite, duas Margateh Freire, duas Dulce Cavalcante.

O outro argumento é a falta de recursos. Mas falta de recursos para adquirir livros de autores locais, se de fato existe, é um problemão, caso a se pensar, coisa a se resolver, pois é inadmissível a uma Universidade.

Ressalte-se que existe uma lei de nº 11.231, de 04 de agosto de 2022, que fala sobre a inclusão de conteúdos de Literatura Potiguar na rede estadual de ensino. Diz a lei no seu artigo 1º que “Fica instituído na rede estadual de ensino público e particular o conteúdo de Literatura Potiguar como temas complementares de forma interdisciplinar.” E no artigo 2º que o “Órgão público competente estabelecerá as diretrizes básicas para a adequação das atividades mencionadas no caput do art. 1º desta Lei.” Letra morta?

Enfim, perdemos todos, nós, os autores locais, já tão desprestigiados; um público leitor, que cada vez menos vai conhecer os nossos escritos e as Universidades, que descumprem o seu papel de ultrapassar os seus próprios muros e “universalizar” os conhecimentos.

Mas, penso que tudo isto pode ser revertido com facilidade com um pouco de sensibilidade e estudo em detrimento das amarras bu(rro)cráticas e sinceramente não acredito na versão de falta de dinheiro para aquisição de dez ou vinte livros. Se esta versão é verdadeira, é melhor fechar a bodega.

Caio César Muniz é jornalista e escritor

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Categoria(s): Artigo / Opinião
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domingo - 07/09/2025 - 13:50h

Bravíssimo, Veríssimo!

Por Odemirton Filho

Luís Fernando Veríssimo morreu em Porto Alegre (Foto: Mateus Bruxel/Agência RBS)

Luís Fernando Veríssimo nasceu em Porto Alegre-RS (Foto: Mateus Bruxel/Agência RBS)

“A crônica é literatura que se apega às coisas miúdas da vida. Nasce do rés do chão, com uma simplicidade reveladora e penetrante”.

No último dia 30, o Brasil perdeu a verve do cronista Luís Fernando Veríssimo. Ele deixou um legado imensurável de crônicas, contos e romances. Nascido em Porto Alegre/RS, em 1936, Veríssimo era detentor de uma fina ironia. Em seus textos, sabia navegar no cotidiano e perscrutar a alma humana.

Assim é o cronista. Do simples, extrai o que há de melhor na vida. No entanto, não fica amarrado ao estilo culto da língua. Ao contrário, prefere a linguagem coloquial que se identifica com o dia a dia das pessoas. O cronista observa a paisagem, um jardim florido, uma praça, o azul do mar, o luar, um casal enamorado, conseguindo transformar o que parece banal em especial.

Certa vez, ao ser entrevistado, Veríssimo disse que com trinta e poucas linhas se conseguia escrever uma crônica. Entretanto, em relação ao romance, essa quantidade de linhas daria, talvez, para um capítulo de um livro. Sem dúvida, ao escrever crônicas podemos enveredar por caminhos diversos, às vezes, de forma sucinta, deixando fluir palavras carregadas de sentimentos, lembranças e saudades.

Entre os seus inúmeros textos, destaca-se a série de crônicas sobre a Velhinha de Taubaté. Tratava-se de uma senhora que acreditava no governo durante a gestão do general João Baptista de Figueiredo (1979-1985). Ela continuou a acreditar nos mais variados políticos até que, com o tempo, de tanto se decepcionar, morreu. (Tenho para mim que continua vivendo em pessoas que acreditam e idolatram políticos).

Luís Fernando gostava de frases marcantes, instigantes, reflexivas. Eis algumas: “No Brasil o fundo do poço é uma etapa”. “Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”. “Os tristes acham que o vento geme, os alegres acham que ele canta”. “O futuro era muito melhor antigamente”.

Bravíssimo, Veríssimo. Valeu!

Odemirton Filho é colaborador do Blog Carlos Santos

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Categoria(s): Crônica
sábado - 06/09/2025 - 23:46h

Pensando bem…

O melhor legado não é um bem; é um valor.”

Warren Buffet

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sábado - 06/09/2025 - 08:24h
Luto

Morre o brigadeiro Carlos Eduardo da Costa, ex-presidente da Codern

Brigadeiro Carlos Eduardo: motivos pessoais (Foto: Web)

Brigadeiro Carlos Eduardo foi um dos primeiros apoios locais de Bolsonaro (Foto: Arquivo BCS/2018)

Do Blog Heitor Gregório

Faleceu nesta sexta-feira (05) o brigadeiro Carlos Eduardo da Costa Almeida, que presidiu a Companhia Docas do Rio Grande do Norte (CODERN).

Na Codern, sua gestão foi marcada por diálogo, responsabilidade e espírito conciliador. Durante sua presidência, ocorreu um momento marcante para a Companhia: a transição do Terminal Salineiro de Areia Branca para o Consórcio Intersal. Carlos Eduardo conduziu esse processo com zelo e respeito, mantendo conversas permanentes com a classe trabalhadora em busca das melhores soluções para todos os envolvidos.

Além de sua atuação à frente da estatal, o brigadeiro teve uma carreira militar destacada, chegando a comandar a Base Aérea de Natal, uma das mais importantes do país.

No cenário político, era amigo pessoal do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliado desde a primeira hora da campanha de 2018, tendo sido um dos fundadores do PSL no Rio Grande do Norte, partido pelo qual Bolsonaro foi eleito presidente.

Apesar do prestígio e dos convites, inclusive do próprio Bolsonaro, para disputar uma vaga no Senado, Carlos Eduardo preferiu não concorrer a cargos eletivos. Mais recentemente, em 2024, seu nome voltou a ser lembrado como possível candidato à Prefeitura de Parnamirim, mas também optou por não entrar na disputa.

O velório acontece neste sábado (06), a partir das 14h, no Morada da Paz, em Emaús. Às 18h30 será realizada uma Missa, seguida às 20h pela Cerimônia de Honras Militares e, às 22h, a Cerimônia de Cremação.

O Brigadeiro Carlos Eduardo deixa um legado de compromisso, liderança e diálogo.

Nota do Blog Carlos Santos – Que descanse em paz.

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Categoria(s): Gerais / Política
sexta-feira - 05/09/2025 - 23:52h

Pensando bem…

“Vivemos todos sob o mesmo céu, mas nem todos temos o mesmo horizonte.”

Konrad Adenauer

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sexta-feira - 05/09/2025 - 21:00h
Sefaz Digital

Prefeitura de Mossoró ganha Prêmio Nacional de Eficiência do CNJ

Iniciativa do Sefaz Digital colocou Prefeitura de Mossoró como única premiada no país (Foto: PMM)

Iniciativa do Sefaz Digital colocou Prefeitura de Mossoró como única premiada no país (Foto: PMM)

O projeto “Sefaz Digital”, da Secretaria Municipal da Fazenda (SEFAZ), conquistou o 3º lugar do Prêmio Nacional de Eficiência Tributária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na categoria “Outras Instituições”, sendo a única Secretaria de Fazenda do Brasil premiada. A lista foi divulgada no final do mês passado. A premiação contempla quatro categorias: Tribunal, Juízo, Sistema de Justiça e Outras Instituições.

“É uma honra muito grande para a gente que faz a Sefaz de Mossoró ter sido a única Secretaria da Fazenda do país contemplada com esse prêmio nacional de eficiência tributária do CNJ”, comemorou Edilson Júnior, titular da pasta na Prefeitura de Mossoró.

O prêmio é uma iniciativa do Poder Judiciário e tem por objetivo identificar, selecionar, premiar e disseminar boas práticas relacionadas ao tratamento adequado da litigiosidade tributária por meio do compartilhamento de trabalhos, modernização e eficiência das ações.

“Esse prêmio foi criado neste ano para valorizar, reconhecer e difundir boas práticas da Administração Tributária, especialmente que contribuam para diminuição da litigiosidade tributária”, explicou Edilson Júnior.

“A Sefaz Digital com a facilidade, modernização e mudanças que fez em seu layout possibilitou que os contribuintes mossoroenses, por exemplo, pudessem fazer a qualquer hora do dia parcelamento de forma on-line, diminuindo histórico de ações judiciais dada essa facilidade proporcionada pelo novo portal”, reforçou o secretário.

Na categoria Outras Instituições, venceram em primeiro lugar o Processo Extrajudicial de Cobrança (PEX), da Procuradoria-Geral do Município de Tangará da Serra (MT); em segundo, Inovação Digital para Simplificação do Serviço de Protesto e Eficiência na Recuperação de Dívidas Tributárias, do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos do Brasil (IEPTB).

Prêmio Tributare

Além deste 3º lugar, o projeto desenvolvido pela Sefaz Mossoró figura como finalista no Prêmio Tributare, organizado pela Associação Nacional de Fiscais de Tributos Estaduais (FEBRAFITE) que valoriza práticas inovadoras, criativas e de impacto comprovado, desenvolvidas por auditores fiscais ou servidores da Administração Tributária.

A edição deste ano recebeu 31 projetos de auditores fiscais e servidores dos três entes federados: 6 iniciativas da Receita Federal, 14 dos fiscos estaduais e distrital, e 11 propostas de administrações tributárias municipais. A solenidade de premiação será realizada no dia 18 de novembro, em Brasília. Na ocasião, os projetos vencedores serão anunciados e reconhecidos publicamente.

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Categoria(s): Administração Pública
sexta-feira - 05/09/2025 - 19:26h
Ufersa

Docentes decidem não aderir à paralisação nacional de 48 horas

Arte ilustrativa

Arte ilustrativa

Professores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), reunidos em assembleia promovida pela Associação dos Docentes da UFERSA (ADUFERSA), deliberaram pela não adesão à paralisação nacional de 48 horas, marcada para os dias 10 e 11 de setembro, e que contará com a participação de diversas instituições de ensino em todo o país.

A mobilização tem como principal objetivo denunciar os impactos prejudiciais da reforma administrativa sobre a classe trabalhadora brasileira, especialmente os servidores públicos.

Em vez de aderir à paralisação, a categoria decidiu intensificar as ações de mobilização interna na universidade, buscando ampliar a divulgação, o diálogo e o debate sobre a reforma administrativa e seus efeitos na comunidade acadêmica.

Ficou também deliberado que os docentes participarão das mobilizações organizadas por estudantes e técnicos administrativos da instituição.

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Categoria(s): Gerais
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sexta-feira - 05/09/2025 - 12:48h
Primeiros passos

Rafael Motta consegue caminhar após delicadas cirurgias

O ex-deputado federal Rafael Motta publicou em suas redes sociais nesta quinta-feira (05), um vídeo em que faz caminhada por corredor do Hospital Vila Nova Star, em São Paulo-SP. Uma prova viva de sua recuperação após quatro cirurgias.

Ele está internado desde o dia 25 de agosto em São Paulo, onde passou por três procedimentos cirúrgicos.

Motta sofreu acidente com kitesurf em Natal dia 22 passado, na praia do Forte. Em Natal ainda, o ex-deputado foi cirurgiado no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. Saúde.

Leia tambémApós quatro cirurgias, Rafael Motta aparece sentado e lendo

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Categoria(s): Política
sexta-feira - 05/09/2025 - 11:40h
Senado

Mossoro é ambiente decisivo para confronto; pré-candidatos se mexem

Styvenson e Zenaide com agendas importantes em Mossoró nessa quarta-feira (Fotomontagem do BCS)

Styvenson e Zenaide com agendas importantes em Mossoró nessa quarta-feira (Fotomontagem do BCS)

Os senadores Styvenson Valentim (PSDB) e Zenaide Maia (PSD), pré-candidatos à reeleição, esbarraram em Mossoró nessa quarta-feira (04). Cada um pro seu lado, que se diga.

Valentim com visita a obras do Hospital Infantil, que tem injeção financeira de recursos do seu mandato, além de uma passadinha pelo Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), onde também colocou emendas à obra há mais de quatro anos.

Já a senadora, de novo foi companhia do prefeito Allyson Bezerra (UB), na entrega da quinta Unidade Básica de Saúde (UBS) no município nas últimas semanas, com recursos de emendas suas. Ainda serão entregues mais dez antes do fim do ano.

A principal concorrente de ambos, em 2026, a governadora Fátima Bezerra (PT), tem criado também recorrentes agendas administrativo-políticas para Mossoró nos últimos meses e deve intensificar programação.

Mossoró é ambiente decisivo para essa corrida eleitoral por duas vagas. Alguém vai sobrar.

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Categoria(s): Política
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sexta-feira - 05/09/2025 - 10:38h
Senhor Redator:

Um destino inevitável e a boa escrita

Na biblioteca do mestre, tentando aprender a escrever, com infusão de Serra Limpa (Foto: Fevereiro/2022/Natal, BCS)

Na biblioteca do mestre, tentando aprender a escrever, com infusão de Serra Limpa (Foto: Fevereiro/2022/Natal, BCS)

“Ninguém é jornalista só por desejar, por vaidade incontrolável ou por ter um diploma com letras heráldicas. Jornalismo é um destino. Ou, e tão pior: inevitável.”

A análise é do jornalista Vicente Serejo, arrimado na coluna Cena Urbana do Tribuna do Norte, sua casamata há algumas décadas – numa trajetória de mais de 50 anos de imprensa. Bote aí também, 32 de docência na Universidade Federal do RN (UFRN).

Sua crônica “Dois Brasis” dessa quinta-feira (04) é um primor. Redundância minha, ora, ora, Senhor Redator.

Diariamente a gente tem à disposição uma aula de perspicácia, escrita fina e conhecimento. Ao vivo, Vicente (só o trato pelo prenome, ao contrário da maioria dos seus interlocutores, que adota o Serejo), é ainda mais melhor.

“Ninguém ensina ninguém a escrever bem. Mais: escrever correto se aprende até o segundo grau e escrever com talento não está nos manuais”, assinalava Vicente pros seus alunos, já os impactando no primeiro dia de aula na Comunicação Social.

Aprendiz, esse blogueiro nacionalmente ignorado e mundialmente desconhecido teima em espiar o talento do mestre para contrariá-lo: ele ensina a escrever bem. A gente tenta.

Que privilégio!

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Categoria(s): Crônica
sexta-feira - 05/09/2025 - 09:02h
Congresso Nacional

PL da anistia prevê Bolsonaro elegível em 2026 e livra todo mundo

Bolsonaro fotografado em casa, em Brasília (Foto: Scarlett Rocha/ AGIF - via AFP)

Bolsonaro fotografado em casa, em Brasília (Foto: Scarlett Rocha/ AGIF – via AFP)

Do Canal Meio e outras fontes

A poucos dias do fim do julgamento da trama golpista que pode condenar Jair Bolsonaro a mais de 40 anos de prisão, aliados do ex-presidente correm para apresentar um projeto de lei no Congresso que conceda anistia a todos os envolvidos na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Uma minuta do texto, preparada pelo PL, já está pronta e prevê o perdão a crimes cometidos via redes sociais, ofensas a instituições, apoio logístico e financeiro a protestos e ataques à soberania nacional. Na prática, isso significaria que Bolsonaro ficaria livre da prisão e voltaria a se tornar elegível para as eleições de 2026.

O projeto, segundo deputados bolsonaristas, também isentaria o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, de responsabilidade por tentar convencer Donald Trump a sancionar o Brasil como forma de pressionar o Judiciário a não julgar Bolsonaro. (Globo)

Em meio ao tiroteio, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), agiu como de costume. Primeiro disse que não colocaria na pauta um projeto para anistiar Bolsonaro. Depois, com o tema ganhando força, deu sinais de que poderia rever a posição e chegou a se reunir com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para tratar da estratégia política sobre como pautar a proposta.

Na quarta-feira, diante das reações negativas na imprensa e na opinião pública, Motta desconversou, afirmando que ouviria os favoráveis e contrários à proposta. Ao final, disse que não “há nada definido” sobre a questão. (UOL)

Tudo ou nada

Enquanto o presidente da Câmara se protege sob o manto da ambiguidade, o governador paulista partiu para o tudo ou nada na busca pela anistia de Bolsonaro. Tarcísio de Freitas, que já havia feito um périplo por Brasília com apoio do presidente do Republicanos, Marcos Pereira, uniu forças com o pastor Silas Malafaia nas articulações.

Nesta quarta, Tarcísio recebeu Malafaia para um jantar no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, e confirmou presença em protesto organizado pelo pastor em São Paulo a favor da anistia de Bolsonaro. Segundo o Painel, a minuta do projeto que beneficia o ex-presidente foi feita pelos advogados e influenciadores bolsonaristas Tiago Pavinatto e Flavia Ferronato em conjunto com “professores da USP” que preferem não ter seus nomes divulgados. (Folha)

Diante da pressão crescente no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu entrar pessoalmente na campanha do governo para impedir que o texto seja levado à votação. Lula aposta no apoio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), para frear a ofensiva da oposição. Para isso, ofereceu a Alcolumbre manter no governo nomes indicados por ele para os ministérios das Comunicações e do Desenvolvimento Regional, além de superintendentes da Codevasf. O União Brasil, porém, decidiu deixar o governo e determinou que todos os integrantes do partido desocupem seus cargos na Esplanada até o fim do mês. (Estadão)

Vera Magalhães: “O projeto de lei da anistia não apenas livra os praticantes do 8 de Janeiro, os responsáveis pelas milícias digitais, os investigados pela Abin paralela e os que estão sendo julgados pela trama golpista: tal como está redigido, o projeto é um convite para ataques futuros às instituições”. (O Globo)

Silvio Cascione: “O sucesso da empreitada de Tarcísio não depende da aprovação imediata de uma anistia ampla, que inclua Bolsonaro. Este cenário, inclusive, continua improvável. O alvo da ofensiva é outro: convencer o ex-presidente de que o governador, se eleito presidente, estará comprometido com a ‘conclusão do serviço’”. (Estadão)

Em outra frente, o Planalto abriu o cofre para desmobilizar integrantes do centrão que possam se unir ao PL. Só nesta semana foram liberados quase R$ 2,5 bilhões em emendas parlamentares. O esforço do governo em empenhar essa fatia do orçamento acontece em meio ao desembarque de aliados e ao aumento das tensões em torno da anistia de Bolsonaro. (CNN Brasil)

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), reagiu às investidas do governo para buscar uma aliança com Alcolumbre a fim de barrar a anistia. Segundo ele, o projeto que será apresentado pelo PL é “o mínimo do mínimo” a que a oposição está disposta a negociar. Sóstenes atacou o presidente do Senado, que defende um texto alternativo sem o perdão a Bolsonaro. “A atribuição do presidente do Senado é pautar, não discutir o texto”, disse. (Poder360)

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Categoria(s): Política
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sexta-feira - 05/09/2025 - 08:30h
Investimento

Primeiro frigorífico de suínos do RN é inaugurado no Seridó

Indústria oferece 40 empregos diretos e é o terceiro do Nordeste com esse perfil (Foto: Mariana Falcão)

Indústria oferece 40 empregos diretos e é a terceira do Nordeste com esse perfil (Foto: Mariana Falcão)

O município de Jucurutu, no Seridó potiguar, vem se consolidando como um dos principais polos industriais do Rio Grande do Norte. Conhecido pela fabricação de bolachas, queijos e lingeries, o município agora abriga também o primeiro abatedouro e frigorífico de suínos do estado. Localizado no Sítio Curral Velho, na zona rural, o empreendimento Suínos Jucurutu foi inaugurado nesta terça-feira (2) com missa, visita guiada às instalações e degustação de cortes preparados em parrilla, reunindo autoridades, produtores e representantes de instituições parceiras.

O novo empreendimento conta com apoio do Projeto Suinocultura Potiguar, desenvolvido pelo Sebrae-RN em parceria com produtores locais, e já nasce com impacto significativo para a cadeia produtiva estadual. Antes da solenidade de inauguração, o superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do RN (SEBRAE/RN), Zeca Melo, realizou uma visita técnica às instalações. Ele ressaltou que o projeto representa um avanço estratégico na geração de emprego e renda e reforça o protagonismo do Rio Grande do Norte no cenário da suinocultura nordestina.

A proprietária do frigorífico Suínos Jucurutu, Karrie Medeiros, destacou o esforço de dois anos de preparação até a consolidação do negócio.

“Após muito trabalho e desafios, estamos inaugurando nosso abatedouro frigorífico, o primeiro do RN e o terceiro do Nordeste. Estamos 100% licenciados e com capacidade para 60 animais por hora. Esse encadeamento produtivo está sendo organizado junto ao Sebrae para captar produtores e garantir qualidade até o frigorífico. Hoje geramos 40 empregos diretos e 120 indiretos, consolidando Jucurutu como polo industrial”, afirmou a empresária.

Atualmente, por meio do projeto, já são 28 produtores fornecendo para a Suínos Jucurutu e a meta é alcançar 50 fornecedores até o final do ano e chegar a 100 em 2026.

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Categoria(s): Economia / Gerais
sexta-feira - 05/09/2025 - 07:24h
Coação descabida

MP vai investigar denúncias sobre pressão de sindicato contra médicos

Mensagens de médicos coagidos por Sinmed-RN para não trabalharem em terceirizadas da PMN, ligados à Coopmed-RN - Diário do RNDo Diário do RN

A Justiça potiguar decidiu pela manutenção dos contratos firmados pela Prefeitura de Natal com as empresas Justiz Terceirização de Mão de Obra Ltda e Proseg Consultoria e Serviços Especializados Ltda. A decisão foi proferida pelo juiz Francisco Seráphico da Nóbrega, da 6ª Vara da Fazenda Pública de Natal, e garante a execução dos serviços médicos até julgamento definitivo do mérito. Na prática, a medida assegura a continuidade da prestação de serviços médicos na rede municipal, que vinha sendo alvo de impasses desde a publicação dos contratos.

As duas empresas encaminharam ofícios à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que por sua vez remeteu o caso ao Conselho Regional de Medicina (CREMERN) e ao Ministério Público do RN (MPRN).

Nos documentos, relatam episódios de intimidação contra médicos escalados para atuar pela nova contratação.

Segundo os relatos, houve ameaças de expulsão de quadros associativos da Coopmed/RN e do Sindicato dos Médicos do RN (SINMED/RN) caso profissionais assumissem plantões. Também foram registradas denúncias de paralisações articuladas, disseminação de informações falsas e risco de quebra nas escalas de urgência e emergência.

Em manifestação oficial, a Proseg apontou que nos dias 1º, 2 e 3 de setembro ocorreram sucessivos episódios de coação e intimidação, colocando em risco a assistência à população: “A quebra de escalas e a rescisão em massa por temor criam vácuos assistenciais em regime de urgência e emergência, com potencial de desassistência de pacientes, aumento de filas, atrasos em atendimentos críticos e sobrecarga de equipes remanescentes”.

A SMS destacou ainda que as condutas denunciadas podem configurar violação ao Código de Ética Médica, especialmente pela exposição da população a riscos e pela falta de respeito entre colegas de profissão.

A Justiz foi declarada vencedora de cinco lotes, totalizando R$ 166,4 milhões, enquanto a Proseg ficou responsável por dois lotes, somando R$ 41,6 milhões. Os contratos foram formalizados em julho e passaram a vigorar em 1º de agosto, com execução plena a partir de setembro.

Com a decisão judicial, os contratos seguem em vigor até a análise definitiva do mérito do agravo.

Enquanto isso, o Ministério Público do Rio Grande do Norte abrirá procedimento para investigar as denúncias de coação, ameaças e pressão relatadas pelas empresas e encaminhadas pela Prefeitura.

Posição do Sinmed/RN

O Sindicato dos Médicos do RN nega as acusações e afirma que sua atuação é voltada à defesa da categoria e da saúde pública. Em nota, a entidade repudiou o que considera tentativas de distorção.

“Não defendemos empresas, defendemos médicos e população. O que combatemos é a legalidade da Prefeitura de Natal, que insiste em manter contratos precários, desrespeitando decisões judiciais e regras da nova Lei de Licitações. Essa prática fragiliza a saúde pública e submete médicos a vínculos instáveis e indignos”.

Prefeitura vê desserviço

O secretário municipal de Saúde de Natal, Geraldo Pinho, criticou a postura do Sindicato durante coletiva: “É um desserviço o que o presidente do Sindicato dos Médicos – Geraldo Ferreira – está fazendo com a população, não é com a Secretaria de Saúde”.

Segundo o secretário, “basicamente, todos os equipamentos de saúde estão funcionando. Não houve desassistência plena em nenhum local da rede”, garantiu.

Pinho também apontou falhas na prestação de serviços pela Coopmed-RN, incluindo: falta de médicos simultaneamente nas maternidades Leide Moraes e Araken; ausência de psiquiatra no Caps Oeste desde fevereiro; reajustes feitos sem amparo contratual.

“Não se trata de preferência por empresa A ou B, mas da necessidade de previsibilidade. Não posso renovar um contrato que não existe”, concluiu.

Nota do Blog – Nesse duelo existe de tudo, menos o zelo pela população mais vulnerável. É um jogo de perde-perde, onde todos saem chamuscados, sobretudo a massa gente. Ao ir para linha de frente em defesa de uma cooperativa e não da saúde pública e dos próprios médicos, o Sinmed/RN se expõe num papel estranho. Existem mais mistérios entre o céu e a terra, nesse caso, do que nossa vã filosofia possa imaginar. Está em jogo, principalmente, uma bolada de mais de R$ 200 milhões e aspirações inconfessáveis. Siga o dinheiro.

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quinta-feira - 04/09/2025 - 23:56h

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“Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atômica: a vontade.”

Albert Einstein

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quinta-feira - 04/09/2025 - 23:50h
Tarifaço

Presidente da Fiern vê resultados promissores de missão nos EUA

Delegação de lideranças empresariais espera reduzir tensões e conseguir avanços (Foto: divulgação)

Delegação de lideranças empresariais espera reduzir tensões e conseguir avanços (Foto: divulgação)

No segundo dia da missão empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nos Estados Unidos, o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (FIERN), Roberto Serquiz, destacou os resultados promissores dos diálogos junto a autoridades e empresários americanos. A agenda da missão, liderada pelo presidente da CNI, Ricardo Alban, foi concluída nesta quinta-feira (4), com diálogos sobre os impactos comerciais do tarifaço norte-americano, em busca de caminhos para reordenamento da parceria econômica entre Brasil e EUA.

A missão desembarcou em Washington, capital dos EUA, para tentar reverter o chamado “tarifaço”, defender a indústria brasileira e preservar a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos. A comitiva reuniu líderes industriais, diplomatas e autoridades norte-americanas em encontros e reuniões estratégicos para reforçar que o Brasil não adota práticas que restringem o comércio americano.

Serquiz comenta que a agenda abrangeu aproximação com atores influentes nas tomadas de decisão do governo norte-americano. “Foram três dias intensos, uma jornada desafiadora, mas com resultados promissores. Tivemos encontros com a Embaixada brasileira, com a US Chamber, que é a maior federação empresarial do país, com o Parlamento, no Capitólio, e defendemos as boas práticas comerciais do Brasil, na audiência sobre a Seção 301, no Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos.”

“Isso é a indústria se apresentando, se manifestando em um gesto de que estamos dispostos a conversar com os parceiros americanos e, através do escritório de lobby, chegar ao governo americano”, ressalta o presidente da Fiern, que também é diretor da CNI.

Durante os diálogos, Serquiz colocou a pauta dos setores potiguares mais atingidos pelas tarifas: as indústrias do sal e da pesca oceânica. Ele esteve acompanhado do presidente Sindicato da Indústria da Pesca do Rio Grande do Norte (SINDIPESCA-RN), Arimar França.

“Transmitimos argumentos importantes dos reflexos das tarifas para o próprio mercado americano. Saímos com novas esperanças e reanimados no sentido de dar continuidade a um trabalho de diálogo permanente para se chegar a uma equação.”

O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou a importância da missão para reabrir as negociações e ampliar o diálogo técnico e racional. “Temos que comemorar os resultados. Não viemos com grandes ilusões de soluções imediatas, mas de um processo evolutivo de diálogo, de entendimentos e busca por convergências. Tivemos reuniões protocolares com autoridades, mas também apresentações técnicas para mostrar a importância das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos”, frisa.

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